Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GESTÃO DA MANUTENÇÃO AUTOMOTIVA AULA 2 Prof. Flávio Rodrigues 2 CONVERSA INICIAL O consultor técnico Quando levamos o nosso veículo para uma oficina, objetivando resolver algum problema mecânico ou desejando uma manutenção preventiva, a primeira pessoa que nos atende é o consultor técnico ou recepcionista. Esse profissional será o contato principal, tanto para resolver a nossa solicitação quanto para um eventual agendamento ou esclarecimento de uma dúvida. É na “entrada da oficina” que vamos começar o processo de fidelização de nossos clientes. TEMA 1 – ATRIBUIÇÕES DO CONSULTOR TÉCNICO 1.1 Introdução Para muitos alunos que desejam trabalhar no setor de reparação automotiva, mas não necessariamente como mecânicos, a função de consultor técnico é uma boa opção, pois as concessionárias de automóveis precisam de profissionais nessa área. Um consultor técnico focado, normalmente, é valorizado pelo mercado, afinal é um vendedor de serviços. 1.2 Atendimento Atender os clientes, ter a iniciativa de ir ao encontro deles, se possível, no momento em que o veículo está chegando à recepção da oficina. Um sorriso no rosto durante a primeira abordagem traz um clima de alegria e descontração. Uma venda de serviços pode ocorrer quando tivermos um ambiente favorável. Às vezes, o cliente está retornando a oficina, pois o serviço não ficou completo. Então, o consultor deve ter muita paciência ao ouvir o cliente, mostrando-se preocupado em resolver o problema e demonstrar isso faz parte do atendimento. 3 1.3 Mecânica automotiva É fundamental que o consultor técnico tenha conhecimento prévio de mecânica automotiva, pois diagnosticar os problemas mecânicos faz parte do atendimento. Nem sempre o cliente vem para a oficina com a “receita pronta”, solicitando uma revisão. Muitas vezes, ele vai desejar a retirada de um determinado “barulho” na suspensão, sem identificar o local preciso ou mostrar que a luz indicadora de falha na “injeção eletrônica” está acesa. Em todas as situações de atendimento, o consultor pode solicitar o apoio ao chefe de oficina ou a um mecânico, mas isso não pode ser frequente, pois atrapalha a produtividade do setor de mecânica. Assim, o consultor deve “identificar” a solicitação do cliente e posteriormente registrar tudo por meio de um formulário chamado de “ordem de serviço” (assunto a ser tratado em outro tópico) e, em seguida, encaminhar o veículo para a oficina. Uma avaliação errada de um serviço na recepção da oficina pode trazer um trabalho final que não atenda às solicitações do cliente e isso é certeza de insatisfação. O consultor técnico precisa sempre investigar ao máximo o que o cliente deseja. Um “barulho na dianteira” do veículo (segundo o usuário), por exemplo, pode indicar muitas coisas. O barulho que o cliente ouve nem sempre é o que o mecânico vai consertar. Às vezes, o cliente ouve o “chiado” das pastilhas de freio e isso o incomoda, mas o mecânico acha uma folga nas “buchas da barra estabilizadora”. Nesse caso, é problema na certa. Se o consultor conseguir entender a necessidade do cliente durante o atendimento na recepção da oficina, o serviço será realizado de forma correta e o cliente ficará satisfeito. 1.4 Venda de serviços O consultor técnico é um vendedor de serviços, como já comentamos anteriormente. Em muitas situações, o cliente leva seu veículo somente para a troca de óleo do motor e filtro. Porém, na oficina, o mecânico detecta duas buchas da suspensão com folga e as pastilhas de freio com desgaste acentuado, itens que o dono do veículo não percebeu. 4 Nesse caso, cabe ao consultor técnico informar o cliente da necessidade de se trocar essas peças. O funcionário precisa argumentar tecnicamente sobre os itens que deverão ser substituídos, objetivando convencer o cliente que vai ter um custo financeiro maior ao fazer os serviços recomendados, mas o veículo ficará mais seguro e sem barulhos indesejáveis. É uma venda, pois o cliente levou o veículo para uma troca de óleo e o consultor recomendou outros serviços, isso é bom para a oficina que aumentou o faturamento de serviços, além de ter um cliente satisfeito. Muitas concessionárias e oficinas trabalham com produtos e equipamentos para limpeza de ar-condicionado automotivo, troca de fluido de arrefecimento, geometria, balanceamento, lavagem com polimento da pintura e outros serviços que agregam valor e aumentam o faturamento. Nesse caso, quem é o responsável pela venda desses serviços e produtos é o consultor técnico que está na linha de frente da oficina. O consultor técnico/recepcionista não deve ter receio de falar com o cliente, por telefone ou pessoalmente, sobre algum serviço que seja importante e precise ser realizado no veículo, independentemente do preço elevado (consertos mais complexos). Sabendo explicar, com calma, respeito e fundamentação técnica, o cliente vai entender e liberar a realização do serviço. 1.5 Habilitação Algumas concessionárias de automóveis de grande porte têm um serviço chamado de “leva e traz”. Nesse tipo de atendimento, um veículo fica disponível para os clientes que desejarem uma carona para casa ou trabalho após terem deixado o automóvel para a realização de reparos. Se a oficina não tiver esse tipo de serviço e o cliente tem uma necessidade urgente, o consultor técnico pode transportar o cliente até o destino após o atendimento. Isso ocorre em oficinas que têm mais de um consultor técnico, assim fica sempre um profissional no atendimento. Em situações de atendimento nas quais o cliente reclama de barulho no veículo ou alguma falha no motor em determinados períodos, por exemplo, o consultor pode trafegar com o veículo durante o processo de atendimento. Dessa forma, fica mais fácil acertar no diagnóstico. 5 Todas as situações acima citadas só serão possíveis se o consultor estiver com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em dia e sem restrições (cassada). Nessa profissão, a carteira de motorista é tão importante quanto a carteira de trabalho e não é possível um mecânico, chefe de oficina, lavador de veículos, consultor técnico ou outro profissional da oficina que tenha o mínimo de contato com os veículos não ter CNH. 1.6 Acompanhar serviços O cliente chega à oficina de manhã, deixa o veículo para revisão e faz mais algumas solicitações (barulhos e outros itens). O consultor combina com o cliente um horário para a entrega do automóvel, por exemplo, às 17 horas. O consumidor, então, vai embora e o automóvel é encaminhado à oficina. Nesse caso, o consultor só precisa esperar o veículo ficar pronto às 17 horas? A resposta dessa pergunta é não. O consultor deve acompanhar na oficina o processo de diagnóstico e conserto do veículo nos intervalos de atendimento, pois se o cliente ligar para saber em que condição está o automóvel e qual foi a causa do problema, o consultor precisa ter a resposta prontamente. Esse tipo de postura traz credibilidade para a oficina. O consultor/recepcionista deve manter-se a par do andamento dos serviços para prestar informações aos clientes, quando solicitadas. 1.7 Entrega Durante a primeira abordagem do consultor técnico em relação ao cliente, este deve preencher um formulário de papel chamado de “pré-ordem de serviço”. É nesse formulário que o consultor registra as primeiras solicitações do cliente. Existe um espaço (desenho de um automóvel) para marcar pequenos defeitos externos do veículo, se houver, como riscos e amassados. Após o registro, o consultor deve solicitar que o cliente assine o documento para manifestar que está de acordo com o estado do veículo a ser deixado na oficina. O objetivo de registrar o estado do veículo na chegada da oficina é evitar transtornos quando o cliente for retirar o automóvel.Muitas vezes, o cliente não percebe algum risco ou amassado, mas quando vai buscar o veículo, depois de 6 ter sido lavado, percebe um defeito que acha que foi feito na oficina. Então, o consultor deve registrar essas observações na entrada da oficina e mostrá-las ao cliente. No momento da entrega do veículo, o consultor deve inspecionar o automóvel para certificar-se de que todos os serviços registrados na ordem de serviço foram executados. Deve procurar também identificar se não há alguma marca de sujeira ou alguma estopa (pano de oficina utilizado pelos mecânicos) dentro do veículo. Em oficinas de grande porte ou concessionárias, após a realização dos serviços, o consultor técnico explica ao cliente o valor da fatura a ser paga e o encaminha ao caixa. Quando a oficina é menor, muitas vezes, o próprio consultor faz o acerto dos serviços diretamente com o cliente, no lugar de um funcionário que esteja no caixa. Esses detalhes são importantes quando se está entregando o veículo ao cliente. O ideal é entregar o automóvel lavado (limpo), mas isso não é uma regra que todas as oficinas seguem, afinal depende da estrutura, pois tem custo. Figura 1 – Entrega do veículo ao cliente Créditos: Syda Productions/Shutterstock. 7 TEMA 2 – IDENTIFICANDO AS NECESSIDADES DO CLIENTE 2.1 Introdução Quando um empreendedor pretende abrir uma oficina mecânica, o desejo dele é o de atender muitos clientes. É um “sonho” ter uma oficina com grande fluxo de veículos, mecânicos sempre ocupados e no final do mês um bom faturamento. Esse é o anseio de todo gerente ou dono de uma oficina de reparação automotiva, mas nem sempre isso acontece. Mesmo com investimento em ferramentas escolhidas de acordo com a visão do gerente, equipamentos e mecânicos qualificados, às vezes, montamos um negócio “acreditando” que sabemos o que o nosso cliente deseja. Será que realmente sabemos as necessidades do cliente? 2.2 Localização Em relação à localização física da oficina automotiva (sendo multimarcas ou uma concessionária) temos duas situações que devem ser levantadas a respeito do perfil dos clientes. A primeira delas refere-se ao gerente contratado para trabalhar em uma empresa (oficina) que está instalada no mesmo endereço há muitos anos. Nessa situação, o gerente deve “acompanhar” os clientes que são atendidos no dia a dia para saber efetivamente qual é o “perfil do consumidor da oficina”. Qualquer ideia de promoção de serviços e peças deve ser voltada para esse cliente (tradicional) e se houver interesse em atrair novos e de outros segmentos, os anteriores devem ser preservados. A segunda situação diz respeito ao empreendedorismo, ou seja, o gerente deseja montar a própria oficina. Tudo começa com a escolha do local em que vai ser instalada a empresa. Nesse caso, é preciso avaliar o aluguel a ser pago, se o imóvel não for próprio. Esse é um fator que pesa bastante quando se deseja abrir uma oficina, mas além das instalações físicas (prédio), a definição do bairro é o primeiro objetivo do gerente. No tocante ao prédio em que será montada a oficina, cabe ao gerente ter muito cuidado em relação ao número de mecânicos que serão contratados e os boxes disponíveis para a instalação de elevadores. Não adianta, por exemplo, 8 ter três mecânicos/produtivos e somente um elevador para colocar o automóvel; os outros dois produtivos vão ficar ociosos. Alguns serviços de elétrica automotiva podem ser realizados com o veículo no chão: troca de uma bateria, substituição de relés e fusíveis ou utilização de um equipamento de diagnose (scanner). Trocas de óleo, avaliação e reparação de componentes da suspensão, troca de pastilhas de freio, substituição do filtro de combustível e troca de embreagem requerem o veículo no elevador. Como o objetivo da oficina é realizar muitas revisões, pois gera faturamento, aconselha-se um boxe de serviço com elevador por mecânico. Somente o auxiliar de mecânica não vai precisar de elevador. Veículos que aguardam entrar em serviço devem ter um local definido na área da oficina. Algumas empresas não planejam um espaço para isso e acabam deixando os veículos estacionados na rua. Isso não é bom, pois se ocorre algum sinistro, será responsabilidade da empresa. O bairro em que a oficina está instalada nos diz muito sobre o perfil do cliente, quais serviços serão mais realizados. Em um bairro considerado “nobre” teremos muitos veículos importados para realizar manutenções corretivas e preventivas e o valor agregado dos serviços será maior para a oficina. Já em um bairro mais popular, haverá predominância de veículos mais populares, a oficina vai ter seu faturamento formado principalmente pelo volume maior de veículos, com o preço dos serviços mais em conta. Até podemos atender clientes tradicionais de outros endereços, mas o cliente local fará a diferença no fluxo da oficina. Figura 2 – Localização física da oficina versus clientes Créditos: Peshkova/Shutterstock. 9 2.3 Necessidades do cliente Temos clientes com perfis diferentes e atendê-los da mesma forma é um erro que podemos evitar. Alguns clientes preferem um atendimento mais ágil, não tem tempo a perder. Quem se encaixa nesse perfil são taxistas, motoristas de “aplicativos” e quem trabalha com veículo de frota. Esse tipo de cliente prefere esperar na oficina até que o serviço no veículo seja finalizado. A agilidade no atendimento e na realização dos serviços, nesse caso, são muito importantes. Temos também clientes que preferem um atendimento “personalizado”. São pessoas que gostam dos seus automóveis, são detalhistas e querem explicar com calma o que precisam da oficina. Esse tipo de cliente deixa o veículo na oficina, pois se planejou para isso. O primeiro passo para conhecer o cliente é ter um serviço de cadastro, ou seja, informações completas de cada cliente. Isso requer a aquisição de uma boa plataforma (software) para ter contato direto com os clientes. Quando o cliente retornar à oficina, o gerente e o consultor técnico terão informações sobre a última visita e quais serviços foram realizados no veículo. 2.4 Tipos de clientes No cadastro, você poderá reconhecer alguns tipos de clientes. Um deles é o funcionário de uma empresa, motorista ou vendedor que utiliza um veículo de frota. Quando se sente bem atendido, volta na empresa e recomenda os serviços aos colegas de trabalho. Prefere a agilidade, o veículo pronto o mais rápido possível, pois o automóvel é um instrumento de trabalho. Temos também o cliente tradicional, o cliente do bairro, que confia nos serviços e traz sempre seu automóvel na oficina. Gosta de ser bem atendido, o serviço precisa ter qualidade nos mínimos detalhes e se o veículo for entregue lavado, a satisfação será maior. Um cliente especial e que tem aumentado muito nos últimos anos é o público feminino. Segundo o Denatram, um terço dos motoristas do país são mulheres. As mulheres nem sempre têm noções de mecânica automotiva (como muitos clientes homens). Então, no momento do atendimento, é muito importante que o consultor técnico explique detalhadamente o serviço que será realizado no veículo. O objetivo é mostrar que elas podem confiar nos serviços automotivos 10 da empresa e que será cobrado um preço justo e correto sempre. As oficinas que têm mulheres na função de consultor técnico apresentam algumas facilidades em relação ao atendimento do público feminino. Por fim, temos clientes que merecem atenção, mas que fogem dos perfis mais tradicionais. Trata-se do adolescente que acabou de ganhar seu primeiro automóvel usado e, portanto, pode precisar de manutenção ou ainda o idoso que necessita de tratamento especial quando traz seu veículo à oficina. Em todas as situações, por meio do cadastro com informações do cliente, a oficinadeve se empenhar em atender cada um como se fosse único, procurando sempre respeitar o jeito de cada um. Ao conhecer os serviços que o cliente já fez na oficina e o histórico de revisões, é possível o planejamento de promoções de serviços e peças com desconto (pacotes automotivos). 2.5 Exemplo de ficha de cadastro Tabela 1 – Ficha de cadastro AUTOCENTER XYXY CADASTRO DO CLIENTE NOME: CPF/CNPJ: TELEFONE: CELULAR: ENDEREÇO: COMPLEMENTO: DADOS DO VEÍCULO MARCA: MODELO: CHASSI: ANO: COMPLEMENTO: PLACA: HISTÓRICO DE SERVIÇOS DATA SERVIÇO 11 O modelo apresentado é um exemplo. Nele estão definidos os dados do cliente, do automóvel e o histórico de serviços realizados. Pelo histórico de serviços é possível reconhecer os clientes que trazem o veículo para fazer revisões periódicas e os que trazem para reparações pontuais. Um dos objetivos é buscar os clientes que fazem somente reparações, consertos emergenciais, convencendo-os a realizar manutenção preventiva na oficina. TEMA 3 – VENDA DE SERVIÇOS 3.1 Introdução Neste tópico, vamos avaliar algumas sugestões de como poderemos vender serviços adicionais na oficina automotiva. O trabalho de vendas precisa também de controle diário, assim é possível fazer um planejamento mensal sobre a venda de serviços. O consultor técnico precisa ter conhecimentos sobre mecânica e elétrica automotiva para ter boa argumentação no momento da venda dos serviços complementares. 3.2 Venda de serviços complementares Quando o cliente chega à oficina, muitas vezes, ele já sabe o que quer. Às vezes, pode solicitar uma troca de óleo e filtro do motor. Se o consultor técnico atender somente o que o cliente deseja, o faturamento da oficina pode ficar comprometido. Portanto, é preciso agregar mais valor à venda de serviços. O cliente tem um pequeno adesivo no para-brisa do seu automóvel que informa quando precisa fazer a próxima troca de óleo, mas não tem mais informações de como estão outros componentes do veículo. Dessa forma, só vai perceber que a pastilha de freio acabou, sofreu desgaste máximo por uso, quando ouvir um “chiado” parecendo barulho de “metal com metal” ao pisar no pedal do freio. Quando isso ocorrer, provavelmente, o disco de freio já foi comprometido também e deverá ser substituído juntamente com a pastilha. Nesse caso, ainda tem a questão da segurança do motorista e dos ocupantes do veículo. Assim, quando o cliente trouxer o automóvel à oficina para fazer um determinado serviço específico, aproveite que o mecânico vai trabalhar nele e 12 peça que faça um check list, uma verificação geral no veículo. Não pode ser um serviço muito demorado, pois é tempo improdutivo. Uma vez que o mecânico venha a detectar outros itens com desgaste, ele deve preencher a “lista de verificação” e repassá-la ao consultor técnico. Posteriormente, o cliente precisa ser informado e receber um orçamento sobre o serviço complementar. É importante que o cliente assine o orçamento complementar, deixando uma cópia com a oficina, pois, assim, em caso de não aceitar a realização dos serviços, o consumidor demonstrou que foi devidamente informado a respeito disso. 3.3 Lista de verificação do veículo Tabela 2 – Verificação do veículo OFICINA XYXY VERIFICAÇÃO AUTOMÓVEL OFICINA DATA:___/___/___ VEÍCULO: PLACA: CLIENTE: ITENS VERIFICAÇÃO OK PASTILHAS DE FREIO DIANTEIRAS PASTILHAS DE FREIO TRASEIRAS SUSPENSÃO DIANTEIRA BUCHAS/BATENTES/AMORTECEDORES SUSPENSÃO TRASEIRA BUCHAS/BATENTES/AMORTECEDORES BALANCEAMENTO RODAS ALINHAMENTO SUSPENSÃO ESTADO DE RODAS E PNEUS CALIBRAGEM DE PNEUS ROLAMENTOS 4 RODAS BATERIA LUZ INDICADORA DE AVARIA NA INJEÇÃO LÂMPADAS FARÓIS/PISCAS/FREIO/RÉ FLUIDO ARREFECIMENTO FLUIDO DE FREIO ÓLEO MOTOR FILTRO DE ÓLEO FILTRO DE COMBUSTÍVEL FILTRO DE AR FILTRO DE CABINE/AR-CONDICIONADO VELAS CORREIA DENTADA MOTOR CORREIA MULTI V /DIR. HIDR./AR-COND. VAZAMENTOS PALHETAS LIMPADOR DE PARA-BRISA 13 FLUIDO DO LIMPADOR DE PARA-BRISA ASSINATURA CLIENTE: CONSULTOR: Essa lista de verificação é muito útil quando o cliente chega à oficina e pede uma revisão geral no veículo, já que pretende fazer uma viajem com a família. O bom senso deve prevalecer quando se faz uma verificação no veículo. Primeiramente, devem-se trocar os itens que realmente estão com desgaste ou podem comprometer a integridade do veículo, pois se o custo do serviço ficar muito alto, além do esperado, nesse caso com peças que não há a necessidade de trocar, o cliente não vai voltar mais na oficina. O cliente precisa se sentir seguro com os itens que forem recomendados para a troca e também com o preço correto. Dessa forma, ele vai voltar mais vezes à oficina. Manter o cliente fiel é muito importante na manutenção automotiva. 3.4 Acompanhamento na venda de serviços Acompanhar diariamente as vendas de serviço é muito importante quando se deseja aumentar o faturamento da oficina. Se em determinada situação o fluxo de clientes e o movimento não estão aumentando, a venda de serviços complementares com a utilização da lista de verificação pode trazer bons resultados. Uma sugestão é o acompanhamento da venda de serviços cotidianamente. Ao final do dia, pode-se ver quanto foi vendido. Isso permite que o gerente faça previsões de faturamento para o restante do mês e também é uma forma de o consultor técnico verificar o que deu certo e o que não funcionou na venda do dia. 3.5 Tabela de vendas diárias Com o acompanhamento diário das vendas, podemos aplicar uma tabela de supervisão de vendas de serviços em uma oficina. Veja um exemplo. Tabela 3 – Tabela de supervisão de vendas de serviços 14 OFICINA XYXY PLANILHA DIÁRIA DE VENDAS DATA: NÚMERO DA O.S. NOME DO CLIENTE PLACA VEÍC. VALOR TOTAL: Na primeira coluna há uma observação referente ao “número da O.S.”, ou seja, ao número da “ordem de serviço”. Esse documento deve ser preenchido pelo consultor técnico. Nele constam a data, os dados do cliente e do veículo e as solicitações de serviço. Geralmente, é preenchido por meio de alguma plataforma (programa de informática adquirido pela oficina). No próximo tópico vamos tratar do formulário de “ordem de serviço”. TEMA 4 – ORDEM DE SERVIÇO 4.1 Introdução Ordem de serviço é o formulário que o consultor técnico preenche no momento em que atende o cliente. Esse formulário é repassado ao chefe de oficina que, posteriormente, o direciona ao produtivo, objetivando a realização do serviço no automóvel. 4.2 Etapas de abertura da ordem de serviço Normalmente, o processo de abertura da ordem de serviço é feito em duas etapas que são: 1) O consultor aborda o cliente utilizando um material impresso (será preenchido à caneta) que chamamos de “pré-ordem de serviço”. É um 15 formulário no qual o consultor já escreve as solicitações do cliente, anota a quilometragem do veículo e faz a vistoria do automóvel que está estacionado para ver o estado geral. 2) Comumente, sentado ao computador, o consultor técnico termina de ouvir o cliente e passa os dados coletados da “pré-ordem” para a ordem de serviço final que está no computador (software adquirido pela oficina). 4.3 Pré-ordem Na “pré-ordem”, o consultor deve preencher alguns itens muito importantes para o andamentodo atendimento ao cliente. Um deles refere-se ao estado geral do veículo. No formulário consta um “desenho de um automóvel” em cinco ângulos ou faces, ou seja, aparecem as laterais do veículo, a frente e a traseira. O objetivo disso é o consultor marcar com um “X” as partes da carroceria que apresentarem riscos ou amassados. Isso deve ser feito na recepção da oficina, pois, assim, o cliente ficará ciente que seu veículo entrou com as marcas indicadas. No mesmo formulário, o consultor vai marcar o estado do combustível no tanque, com quanto de gasolina/etanol o veículo chegou à oficina. Em seguida, será anotada a quilometragem, a placa, a data, o nome do cliente e os serviços que ele deseja que sejam feitos no veículo. Por fim, o consumidor assina a pré- ordem, dando ciência do que foi registrado. Sobre esse procedimento cabem aqui duas observações: Quando o consultor marca na presença do cliente os riscos e amassados da carroceria, ele está deixando o consumidor ciente do estado que o veículo chegou à oficina. Esse tipo de procedimento protege a oficina no caso de o cliente alegar que algum dano ocorreu durante a revisão. Registrar na presença do cliente a quilometragem do veículo e quanto de combustível o automóvel tem no tanque, por meio do marcador, evita algum constrangimento no momento da entrega ao final da revisão. Às vezes, um mal entendido pode gerar desconfiança por parte do cliente em relação ao combustível no tanque. Claro que a oficina pode vir a fazer testes de rodagem com o veículo, mas nada que supere dez quilômetros rodados. 4.4 Formulário “pré-ordem” 16 Tabela 4 – Formulário de pré-ordem de serviço PRÉ-ORDEM DE SERVIÇO DATA: HORA: VEÍCULO: PLACA: NOME: MARCAR COM UM X RISCOS E PEQUENOS AMASSADOS LOCALIZADOS NO VEÍCULO. NÍVEL DO COMBUSTÍVEL CHEIO MEIO BAIXO VAZIO SOLICITAÇÃO DE SERVIÇOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 OBSERVAÇÕES: ASSINATURA CLIENTE: CONSULTOR TÉCNICO: 4.5 Ordem de serviço Uma vez que o consultor fez a primeira abordagem em relação ao cliente e preencheu a “pré-ordem” de serviço, ele convida o cliente a se sentar, na recepção e termina o processo de atendimento montando a ordem de serviço. Normalmente, esse formulário é alguma plataforma adquirida pela empresa (software). Na ordem de serviço vão constar alguns itens. Veja quais são. Número do documento: deve seguir a sequência de atendimento desde o primeiro dia de abertura da oficina ou desde a instalação do software. 17 Dados do cliente: deve apresentar endereço e telefone de contato. Esses dados, que fazem parte do cadastro da empresa, são muito importantes quando se deseja entrar em contato com os clientes para oferecer promoções e serviços. Algumas plataformas e softwares, ao digitar a placa do veículo, já buscam no sistema os dados do cliente ou também por meio do CPF obtém-se as informações pessoais e do veículo. Mais uma vez, assim como na “pré-ordem”, temos o espaço para marcação do nível de combustível. Na O.S. (forma mais prática de identificar esse formulário) ainda consta um campo para observações: falta de algum componente do veículo na chegada à oficina ou o proprietário não vai poder buscar ao final do dia e vai deixar um responsável, devidamente identificado. O consultor registra todos os serviços que devem ser executados, mesmo não tendo a certeza de algumas solicitações do cliente. É o caso de barulhos na suspensão, por exemplo. O pedido é registrado, mas cabe à oficina (mecânicos) averiguar efetivamente a causa. Na ordem de serviço deve constar o prazo de entrega do veículo, o dia e a hora. Em grandes concessionárias em que o volume de veículos atendidos é muito grande, já foi registrado casos de que um veículo “ficou esquecido no pátio” e sequer entrou em serviço ou o cliente não foi avisado que o automóvel estava pronto. Então, é bom registrar, independentemente do porte da oficina, o horário e a data da entrega do veículo. A assinatura do cliente é muito importante para aprovar os serviços que serão realizados no automóvel, bem como as solicitações. Ao assinar a ordem de serviço, o cliente está ciente do que solicitou. Isso evita situações nas quais o cliente alega ter pedido outros serviços que não foram atendidos. Por exemplo: o cliente foi à oficina e solicitou somente a troca de óleo do motor. Após alguns dias, ele ouviu um barulho na suspensão quando trafegava com o veículo. Então, retorna à oficina e ”afirma” que havia solicitado uma revisão na suspensão. 4.6 Formulário de ordem de serviço Tabela 5 – Formulário de ordem de serviço 18 MODELO DE ORDEM DE SERVIÇO N° OS NOME: DATA: END: TEL. CEL. CIDADE: TEL. FIXO CPF: RG: VEÍCULO: MODELO: ANO: PLACA: KM: COMBUSTÍVEL: ( ) 1/1 ( ) 1/2 ( ) 1/4 OBSERVAÇÕES: SERVIÇOS A SEREM EXECUTADOS: 1 2 3 4 5 8 9 10 PRAZO DE ENTREGA DATA:____/____/____ HORA:____:____ APROVAÇÃO CLIENTE: O formulário de ordem de serviço pode ter de uma a três vias impressas. Isso depende da empresa e de como se trabalha o fluxo de serviço. Exemplos de uso de vias impressas da ordem de serviço: Primeira via: geralmente, fica com o consultor técnico para controle dos veículos encaminhados à oficina. Normalmente, essa via é arquivada, pois tem a assinatura do cliente. Segunda via: é encaminhada à oficina, entregue ao chefe de oficina ou diretamente ao produtivo (mecânico) para ficar a par dos serviços que devem ser realizados no veículo. Terceira via: muitas empresas a entregam com a nota fiscal de serviços e peças ao cliente. A maioria dos clientes gosta de guardar a ordem de serviço, pois é uma forma de controle do que já foi realizado no veículo. Figura 3 – Serviço finalizado 19 Créditos: SeventyFour/Shutterstock. TEMA 5 – FLUXO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE 5.1 Introdução O atendimento ao cliente feito pelo consultor técnico deve ser um procedimento padrão, sempre realizado da mesma forma. Caso em algum momento o consultor venha a faltar o trabalho, o gerente ou um funcionário administrativo poderão substituí-lo sem haver falhas na recepção de serviços. 5.2 Sequência de atendimento Vamos avaliar o fluxo de atendimento com base na abordagem inicial, quando o veículo chega à oficina até a entrega ao proprietário (cliente). Importante observar que independentemente de termos uma sequência de atendimento que pode ser padronizada, o profissional que faz a abordagem, no caso o consultor técnico, precisa ser uma pessoa extrovertida, alegre e otimista, pois de nada adianta existir um processo de atendimento e quem está na recepção mal olha para o cliente, limitando-se apenas em preencher a ordem de serviço. Figura 4 – Processo de atendimento 20 Antes de definirmos cada etapa do atendimento, vamos nos colocar no lugar do cliente. Ele deseja ser bem atendido e quer que o consultor o escute com atenção. Algo que deixa o cliente contrariado é se ele estiver descrevendo uma situação com o automóvel ou até fazendo uma reclamação e o consultor o interromper antes de ele terminar a explanação. 5.3 Definindo a sequência 1. Abordagem ao cliente: começamos com a saudação de boas-vindas, usando “bom-dia” ou “boa tarde!” Um aperto de mão e um sorriso no rosto fazem parte do processo de atendimento. Geralmente,a empresas procuram criar um uniforme personalizado para o consultor técnico e a equipe de oficina. O consultor deve manter seu uniforme (normalmente, uma camiseta ou camisa) sempre limpo para transmitir uma boa imagem da empresa ao cliente. Ao abordar o cliente, deve ser gentil e amigável, mas evitar dar um “tapinha nas costas do cliente”. Esse tipo de intimidade precisa ser evitada. O consultor não deve encostar a mão no cliente, abraçar ou forçar uma aproximação física. Assuntos que devem ser proibidos durante a conversa inicial do consultor: política (ideologias e opiniões), futebol (evitar brincadeiras), piadas ou 1) Abordagem ao cliente 2) Atendimento (pré-ordem com o veículo) 3) Preparação do veículo 4) Preenchimento da OS 5) Encaminhamento do serviço 6) Execução do serviço 7) Veículo pronto e entregue ao consultor 8) Consultor fecha a OS e encaminha o cliente ao caixa 9) Cliente faz o pagamento e retira o veículo 21 comentários maldosos a respeito do trabalho ou de pessoas. Chame o cliente usando o tratamento de “senhor” e o nome dele, por exemplo: “Senhor João”. 2. Atendimento (pré-ordem com o veículo): com o formulário de pré- ordem de serviço e uma caneta na mão, o consultor vai até o automóvel do cliente para ver no painel qual é a quilometragem do veículo (importante na hora de preencher a ordem de serviço no computador). Assim, já pode prever alguns serviços ou itens que precisam ser revisados. Deve também dar uma volta em torno do automóvel para marcar todos os riscos e pequenos amassados que tenham na carroceria. Como já citado anteriormente, esse procedimento evita transtornos futuros, pois o cliente já sai da oficina sabendo que detalhes seu veículo tem na parte externa. Nessa vistoria, cabem algumas observações que chamarem a atenção do consultor, tais como: a falta da “frente do CD player”, ausência de pneu estepe, película do vidro riscada e outras situações que devem ficar bem documentadas no momento da recepção do serviço. Enquanto conversa com o cliente que estará próximo ao automóvel, o consultor vai anotando as solicitações que o proprietário do veículo fizer no formulário de “pré-ordem de serviço”. Alguns itens podem ser conferidos na presença do cliente como lâmpadas queimadas, barulhos nos pedais do freio ou embreagem com o veículo parado ou até um adesivo no para-brisa que indica se há necessidade da troca de óleo (adesivo colado no vidro que informa a data e a quilometragem em que o óleo do motor foi trocado). O consultor deve chamar o chefe de oficina para trafegar com o cliente em seu veículo. Se durante o preenchimento da pré-ordem de serviço, o proprietário comentar que escuta um barulho quando está dirigindo, mas não sabe definir direito onde ocorre, o processo de diagnóstico é mais assertivo e ao final do serviço o cliente vai ficar satisfeito. 3. Preparação do veículo: um detalhe que pode ocasionar a insatisfação do cliente é quando ele vem buscar seu veículo na oficina e o encontra com o volante, a manopla do câmbio ou até um banco sujo de “graxa” ou outro tipo de fuligem. Na recepção da oficina, o consultor deve proteger o volante do automóvel, o banco do motorista e a manopla do câmbio com uma capa que pode ser de plástico, napa ou outro material. 22 No mercado existe para venda um “rolinho plástico” que serve para proteger o volante e a manopla de câmbio. Com relação ao banco do motorista, que o mecânico vai sentar ao manobrar o veículo, existem capas de couro sintético (napa) ou tecido descartável (feltro). Objetivando deixar o processo fluir de forma organizada, algumas oficinas colocam um “prisma numerado” no teto do veículo. Esse “prisma” é feito de couro, em várias cores e tem uma sequência numérica. Muito útil quando “visualmente” se deseja localizar um veículo em uma oficina de grande porte ou para indicar qual vai ser a ordem de veículos que entrarão em serviço. 4. Preenchimento da OS: após o preenchimento da “pré-ordem”, o cliente acompanha o consultor técnico até a sua mesa ou balcão. Nesse local, o consultor vai passar para o computador todos os dados coletados anteriormente. Na mesa, o cliente pode lembrar de mais algum serviço que ele esqueceu de solicitar. Depois que o consultor registrou todas as solicitações do cliente, chegou a hora de fazer a “venda” de serviços complementares: limpeza de alguns dos sistemas automotivos (radiador, ar-condicionado ou freios), revisão mais completa, lavagem especial ou alguma promoção vigente. 5. Encaminhando o serviço: com a ordem de serviço já impressa, o consultor entrega uma via ao chefe de oficina ou diretamente a um mecânico para proceder com o serviço. Se não for possível atender o cliente na hora, o veículo fica estacionado na área da oficina, aguardando a hora de entrar em revisão. O consultor ou o chefe de oficina podem levar o veículo até o boxe de serviços, até porque ele está com o interior protegido por capas. 6. Execução do serviço: o mecânico/produtivo lê a ordem de serviço e começa a realizar os trabalhos solicitados pelo cliente no automóvel. O mecânico deve fazer uma vistoria geral no veículo e aplicar a lista de verificação de todos os itens do automóvel, detectando algum componente com desgaste. Em seguida, o produtivo deve avisar prontamente o consultor técnico que vai ligar para o cliente solicitando a aprovação do serviço e informando o orçamento. Uma vez que o veículo esteja pronto, o mecânico avisa o consultor técnico e entrega o veículo a ele. 7. Veículo pronto e entregue ao consultor: o consultor deve fazer o controle de qualidade, revisando os serviços que foram executados e 23 examinando se está tudo em ordem com o automóvel (inspeção carroceria e interior). 8. Consultor fecha a O.S. e encaminha o cliente ao caixa: nesse momento, o consultor faz o cálculo dos serviços realizados, mostra os valores ao cliente e o encaminha ao caixa. Em seguida, retira as capas do volante, banco e manopla do câmbio. 9. O cliente faz o pagamento e retira o seu veículo: sugerimos que o consultor entregue para o cliente uma cópia da ordem de serviço impressa (registro do que foi realizado na oficina). Ao final desse processo, o cliente vai sair com o veículo revisado e com uma cópia da nota fiscal e ordem de serviço impressas. Se todos os procedimentos preconizados anteriormente sobre o atendimento forem aplicados, é provável que o cliente saia satisfeito. Mais adiante estudaremos as funções de outros componentes da equipe de oficina que são fundamentais para que o serviço realizado no veículo seja de qualidade. FINALIZANDO No mercado de manutenção e reparação automotiva a função de “consultor técnico” é uma das que melhor remunera o funcionário. Afinal, é o vendedor de peças e serviços da oficina a primeira pessoa a abordar o cliente quando ele chega à oficina com o seu automóvel. Nesta aula, você pôde perceber que o curso de Mecatrônico Automotivo abre um campo novo de trabalho para quem deseja entrar na área de manutenção e reparação automotiva. 24 REFERÊNCIAS CALDAS, R. A emoção vende! Os clientes compram emoções! 16. ed. Recife: Markação Ltda., 2009. MAXWELL, J. C. O líder 360°. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2007. SEWELL, C.; BROWN P. B. Clientes para sempre. São Paulo: Harbra Ltda., 1993. SUN, Tzu. A arte da guerra. São Paulo: Pé da Letra, 2016.
Compartilhar