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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Hemorragia Subaracnóidea Espontânea A causa mais frequente de hemorragia subaracnóidea (HSA) é o trauma, e, dentre as causa espontâneas, tem-se a ruptura de aneurisma sacular intracraniano (representando cerca de 75 a 80% dos casos). Tudo que é de início súbito eu penso em etiologia vascular. AVC = obstrução de um vaso, lesão de vaso, dissecção arterial ou seja, AVC é um conjunto de doenças. Caso Clínico TMSS, 42 anos, sexo feminino. Paciente apresentou crise consvulsiva há 1 dia em shopping, com sialorreia e confusão pós-ictal, sendo levada para UPA. Evolui com cefaleia intensa, que piora com decúbito, associada a náusea, tontura e vômitos. Nega alteração de força ou sensibilidade. AP: Nega comorbidades. Ao exame: Glasgow 15, PIFR (pupilas isocóricas e fotoreagentes), MOE preservada. Força muscular grau V global. Sensibilidade preservada. Sem sinais de irritação meníngea. Hipótese: Diagnóstico Sindrômico Cefaléia e Crise convulsiva. Diagnóstico Topográfico Encefálico difuso, meninges e espaços liquóricos. Diagnóstico Etiológico Vascular, AVCh, HSA. Diagnóstico: Tomografia de crânio alta sensibilidade (90%) e especificidade para sangramento agudo em até 24h (pelo menos 50.000 hemácias para ser visto na tomografia). Tomografia de crânio normal na fase aguda NÃO exclui sangramento! Quanto mais sangue, maior o risco de vasoespasmo e pior o prognóstico. RM: sensível nas primeiras 12h. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Líquor: indicado nos casos suspeitos com TC normal. Espero encontrar um aumento de hemácias (prova dos 3 tubos), xantocromia após centrifugação. - diferenciar hemácias no líquor de acidente de punção no caso de acidente de punção a quantidade de hemácias vai diminuindo conforme chega no último tubo; já no casso de hemorragia a quantidade de hemácias nos tubos é constante. Estudos de vasos: angiotomografia, angioRM, angiografia digital. Hemorragia Subaracnóidea (HSA) Corresponde a 3% dos AVC é uma das situações mais dramáticas que se apresentam na emergência! Incidência global 7,9/100.000 pessoas-anos. Prevalência estimada de aneurismas não rotos em autópsias: 5%. Idade média 50 - 55 anos. Relembrando: Espaço subaracnóideo é o espaço entre a aracnoide e a pia-máter, o qual é repleto de LCR e que aloja vasos sanguíneos. Etiologias Aneurisma cerebral (85%). Hemorragia peri-mesencefálica (10%). Malformação arteriovenosa. Angiopatia amiloide. Síndrome de vasoconstrição reversível. Trombose venosa. Vasculites. Aneurisma cerebrais Dilatações das paredes das artérias cerebrais intracranianas. Na imensa maioria das vezes, saculares. Raramente, especialmente quando há doenças reumatológicas ou arteriais sistêmicas associadas, podem ser fusiformes. Nos aneurismas saculares existe uma falha na parede arterial Há deficiência na camada elástica interna. Mais de 90% dos aneurismas intracranianos são menores que 10 mm e permanecem assintomáticos durante toda a vida. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 1. Fatores de risco do Aneurisma História familiar. Hipertensão. Tabagismo e etilismo Tabagismo altera a síntese de colágeno, que faz parte da camada adventícia dos vasos, aumentando a probabilidade de ocorrer dilatação da parede arterial (aneurisma). Sexo feminino. Descendência africana, japonesa ou finlandesa. Doenças do tecido conjuntivo: Ehler-Danlos, Marfan, NF1, rins policísticos. 2. Quadro clínico do Aneurisma Cefaleia intensa e súbita: pico de intensidade em até 1 minuto descrita como “a pior dor da vida” do paciente. Cefaleia sentinela: 10-40% dos pacientes, ocorre dias a semanas antes do evento hemorrágico principal, sem sinal de sangramento na tomografia. Náuseas e vômito. Rigidez de nuca. Paralisia de nervos cranianos: III, VI. Perda da consciência. Crise convulsiva. Hipertensão intracraniana: rebaixamento do nível de consciência, hipertensão arterial, bradicardia. Óbito. 3. Complicações do Aneurisma Ressangramento: 8-23%, maior nas primeiras 24h, altíssima mortalidade. - Ou faz hematoma e tampona, ou sangue por se irritante em contato com o vaso faz vasoespasmo e para o sangramento. Porém, o líquor leva o sangue, podendo levar a um ressangramento. Vasoespasmo: pico de incidência entre 4-14 dias, sintomático em 20-30% dos pacientes. - Novo déficit focal. - Rebaixamento do nível de consciência. Hidrocefalia: 14-21 dias. Distúrbios hidroeletrolíticos. Um diagnóstico equivocado compromete o prognóstico, pois medidas que evitam complicações não são adotadas. Três aspectos são implicados no erro: falha na compreensão de todo o espectro VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C clínico da doença, no reconhecimento das limitações da TC de crânio nesse diagnóstico e na realização e na interpretação de exame de líquor. 4. Diagnóstico do Aneurisma O exame de eleição para o diagnóstico é a tomografia de crânio, que mostra a presença de material hiperdenso nos sulcos e cisternas encefálicas em cerca de 90% dos pacientes no 1º dia de sangramento, caindo para zero em 2 a 3 semanas. Além de fazer diagnóstico, a tomografia de crânio pode estimar a quantidade de sangue nas cisternas, o que se correlaciona com o risco de vasoespasmo (classificação modificada de Fisher). Pode, ainda, verificar a presença de hidrocefalia aguda e de sinais de infarto cerebral decorrentes de vasoespasmo. Nos casos em que a TC é normal ou inconclusiva, é necessária a punção liquórica, procurando sinais de sangramento. Angiografia cerebral Para diagnóstico etiológico, para verificar a presença de outros aneurismas intracranianos e documentar a presença ou não de vasoespasmo. Todos os pacientes devem ter um perfil metabólico basal, com eletrólitos, função renal, hemograma e coagulograma, além de ECG para detecção de arritmias que mereçam tratamento. Anatomia Vascular - Lateral ao nervo óptico tem a carótida. - Carótida faz um sifão em seu trajeto. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 5. Tratamento do Aneurisma Suporte intensivo (monitorizado e restrito ao leito). Manejo pressórico e de HIC. Prevenção do ressangramento: tratamento do aneurisma, preferencialmente em até 24-72h. - Cirúrgico x Endovascular (embolizar – risco de ter que tratar novamente em 10 anos) A escolha de qual modalidade indicar depende da idade do paciente e da disponibilidade de profissionais habilitados. Depende de fatores relacionados ao aneurisma, estado neurológico do paciente, experiência do serviço. - Pacientes em más condições clínicas e neurológicas não são candidatos a tratamento do aneurisma, uma vez que, nessa situação, o impacto de uma intervenção no prognóstico é praticamente nulo, além de agregar o risco do procedimento. Para pacientes em boas condições clínicas e neurológicas, o tratamento cirúrgico com clipagem do aneurisma ainda é o mais adequado, na maior parte das vezes. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Prevenção de vasoespasmo: Nimodipino 60mg VO 4/4h, hipertensão arterial. O QUE SABER PARA A PROVA Quadro clínico, medidas iniciais que o médico generalista pode fazer, no que se baseia as escalas e saber quando indicar um tratamento ou outro.
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