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BOBATH NO ADULTO INTRODUÇÃO Desenvolvido por Berta e Karel Bobath (enfermeira) Teve início nos anos 1940 Usado primeiramente em adultos hemiplégicos; Posteriormente usado em crianças com PC. HISTÓRICO 1943 – Pintor com hemiplegia grave à direita. HEMIPLEGIA Normal – lesão no SNC (AVE) – hemiplegia PADRÕES TÍPICOS DA HEMIPLEGIA Padrão é diferente de deformidade – Padrão típico = A maioria apresenta, mas nem todos Pode mudar, e fugir desse padrão Cabeça flexionada para o lado plégico e rodada para o lado não-acometido; Escápula aduzida e deprimida; Ombro aduzido e rodado internamente; Cotovelo fletido, antebraço pronado; Punho fletido, antebraço pronado; Dedos fletidos e aduzidos. ALTERAÇÕES: Em apoio faz hiperextensão de joelho, supinação do pé e elevação do quadril do lado plégico Quadril do lado plégico/parético elevado Pode haver deformidade em planteflexão (pé equino) MOTOR, COGNITIVO, EQUILÍBRIO, SENSORIAL, PERCEPTUAL equilíbrio, sensorial, perceptual Motor: Hemiplegia ou hemiparesia Cognitivo: Interferir na relação do prognóstico. Cognitivo bom subentende que a fisioterapia irá avançar. Sem cognição o prognostico é reservado Equilíbrio: Não adquirido se não trabalhar motor Perceptual: Propriocepção. Tem noção do posicionamento corporal? Como se relaciona com o meio? Sensorial: Cuidado com paciente plégico. Tem sensibilidade superficial e profunda? Se não, pode comprometer o prognóstico apresentando intercorrência Primárias: ligadas diretamente à lesão; fisioterapeuta não interfere alteração de tônus afasia (broca: lobo frontal principalmente à esquerda; Wernick: frontal, no final da área temporoparietal) alteração cognitiva Secundárias: complicações retrações: Escapula deprimida por muito tempo tem impacto no alcance, manipulação deformidades: Muita funcionalidade é perdida. Intervir antes de entrar. Identifica com padrão fixado ombro doloroso Perda de equilíbrio Fraqueza muscular Redução da função Marcha DIFERENÇAS NOS HEMIPLÉGICOS: Idade (depende da neuroplasticidade – um jovem sem estudo pode ter mais risco do que um idoso estudado): Quanto mais idoso, mais comorbidades e dificuldades óssea, muscular, sensitiva, funcional. Paciente jovem possui maior neuroplasticidade a ser desenvolvida Gravidade da lesão Grau de espasticidade: Crônico é mais difícil de trabalhar Diferentes grupos musculares espásticos: Quais músculos tem mais espasticidade? MS tem mais dificuldade de manipulação. Em MI o paciente permite ficar em pé Tronco hipertônico, hipotônico ou rígido (crônico não trabalhado; falta de tratamento) Escápulas fixas ou com hipermobilidade (ritmo escapuloumeral): No plégico total Alteração da sensibilidade e propriocepção Diferentes compensações (depende da atividade de cada paciente) – usa outras musculaturas que não deveriam estar ativas para realizar a função IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO Detectar as diferenças que o paciente com AVE está apresentando, em relação ao padrão esperado Explicar o motivo das alterações (por que anda com o quadrado lombar? Falta de ativação de quadríceps, e TA, não consegue transferir peso) Exemplo: alteração de equilíbrio devido: Lesão (cerebelo, vestibular etc.) Hipertonia Alteração biomecânica: principalmente no ombro. Identificar qual a alteração biomecânica Esquema corporal (Síndrome de Pusher - ler https://www.scielo.br/pdf/fp/v18n4/05.pdf) Pusher tem alteração do esquema corporal, não tem alteração cognitiva, mas joga o peso para o lado plégico, dificultando a movimentação. Sensibilidade alterada: Recruta pouco e executa pouco o movimento – DESUSO APRENDIDO – O que não sente não usa A Síndrome de Pusher significa o não alinhamento do corpo no espaço, aonde o paciente empurra fortemente para o seu lado hemiplégico em todas as direções, resistindo a qualquer tentativa de correção passiva da sua postura. Essa síndrome tem sido considerada uma das mais intrigantes alterações de controle postural encontradas em pacientes com lesão encefálica. Alguns estudos de imagens, através de ressonância magnética ou tomografia computadorizada, indicaram os núcleos ventral posterior e lateral, e tálamo póstero – lateral como estruturas críticas para a manifestação do comportamento de empurrar. SINTOMAS DIFERENTES - tratamentos diferentes A maioria dos casos apresentam hipotonia proximal e hipertonia distal (tratos córtico espinhal, vestíbulo espinhal e rubro espinhal) – DEPENDE DA AREA DA CÁPSULA INTERNA ACOMETIDA Tônus anormal ( ou ) - movimento e posturas anormais (movimento não sai na maneira padrão) FUNCIONALIDADE - Adotar a postura e movimentar-se sobre ela Para gerar aprendizagem motora no paciente (vê por que faz aquele movimento) Adotar a postura e movimentar-se sobre ela (identificar o que ele quer, o objetivo) SISTEMA NEUROMUSCULAR Área da lesão (hipertonia – lesão no trato e hipotonia – lesão no cerebelo) Tônus (alterações primárias): Geralmente feito com tônus em repouso velocidade dependente repouso (mais baixo), postural, movimento (aumenta – causa reações associadas compensações) reação associada: No primeiro momento não inibir, mas há como melhorar hiper-hipotonia (atetóides), flutuação (atetose), rigidez (Parkinson) SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO - Onde o terapeuta vai atuar; quanto mais precoce, melhor ADM Seletividade do músculo – perde a inervação recíproca (perde o controle entre agonista e antagonista) Movimento e estabilidade – (Se segura para o movimento? Segurar com o lado bom, não com o plégico) Fixações (interfere na função) – sem sinergia adequada e gera fixação para conseguir fazer a compensação para se movimentar – Quais são? As vezes é ela que permite o equilíbrio - Hemiplégico: ausência de dissociação de cinturas; tronco rígido e usa quadrado lombar como compensação SISTEMA SENSORIAL Sensibilidade superficial (pincel, agulha, estereognosia e grafestesia) e profunda (articular) propriocepção - Não consegue perceber onde está o corpo - Técnicas: escovação e percussão Visual (hemianopsia – perda da visão periférica): Normalmente perda da visão periférica no lado afetado. E há prejuízo na rotação e tronco SISTEMA PERCEPTUAL Localização Esquema corporal SISTEMA COGNITIVO Prejuízo na cognição deixa o tratamento mais difícil – trabalhar com a sensibilidade (dar toques para ajudar no movimento) Atenção Memória Interpretação: Afasia de Wernick – Falar menos e mostrar ajuda mais na interpretação Discriminação Tomada de decisões (se faz com menor gasto energético): Como ele planeja o movimento? Consegue entender o movimento ou não? CONCEITO BOBATH Processo de resolução de problemas relacionados ao SNC O objetivo é atingir a função com a máxima qualidade (menor gasto energético e maior funcionalidade, na terapia e nas AVD’s) Está sempre em evolução – por isso se chama conceito As reações associadas, tônus anormal serão evitados (paciente hemiplégico que entra muito no padrão, fechar a cadeia dele) Controle postural e movimentos seletivos serão estimulados (devagar) Trabalha no desenvolvimento do máximo de função que tem e que há possibilidade de desenvolver Não inibimos o tônus, mas podemos fazer que não entre tanto em reações associadas. Usar apoio, descarga de peso Trabalhar em cadeia cinética fechada da mais organização e input sensorial TÉCNICAS: Para o movimento tem que haver placing e holding (controle de agonsita e antagonista) TAPPING: (não funciona muito bem em adulto) Melhorar a função muscular através da regulação do tônus muscular; Melhorar a função articular Ativar a circulaçãosanguínea e favorecer a drenagem linfática (knesio tapping é ótimo para isso) Melhorar o controle postural (depende) Tapping de inibição Tapping de pressão Tapping alternado Tapping por deslizamento PLACING: Habilidade do paciente em interromper um movimento em qualquer etapa, automaticamente ou voluntariamente (ativar agonistas e antagonistas e manter o segmento) Mover o braço (abdução do ombro e extensão de cotovelo) e pedir para ele parar – quando não consegue, tem placing (não tem o recrutamento seletivo) HOLDING: É a habilidade de manter o segmento cujo movimento foi interrompido, na posição em que se colocou este segmento quando se realizou o placing. Se não consegue fazer o placing, normalmente não faz o holding Tapping: Estímulo no ventre muscular, para contração. Pouco funciona em adulto, o tapping é no ventre muscular para recrutamento muscular, no adulto o ventre é muito grande e pode não recrutar o musculo. Tapping é mais conseguido no adulto na mão. Placing: Habilidade de interromper o movimento quando o terapeuta solicitar ou o paciente quiser. Holding: Capacidade de manter o segmento cujo movimento foi interrompido. Tem que sustentar. Se parar, foi pela rigidez ou por controle? Parkinson é difícil identificar – Identifica ao parar apresenta tremor e não para na posição. Se tiver hipertonia tem dificuldade de fazer o placing, não para o movimento TECNICAS DE MANUSEIO DIRECIONADAS À: Facilitação: facilitar o movimento Inibição: inibir o movimento (ex: fechar uma cadeia, inibindo o aparecimento de reações associadas) Estimulação: Ex: Escovação e percussão, para perceber o segmento e se mover; uso do FES associado com movimentação OBS: Não espera deformar para colocar uma órtese no paciente EQUIPAMENTOS UTILZIADOS Precisa de dispositivo auxiliar? Qual o mais interessante para manter a estabilidade e auxílio PONTOS-CHAVES DE CONTROLE Trabalhar função, sensorial e cognitiva, minimizar as reações associadas e gerar estímulos Posturas onde terá uma determinada resposta em relação ao tônus Mexe articulação Os pontos-chaves de controle são, na maioria das vezes, as articulações do paciente, para gerar maior controle Evita-se estímulos nos ventres musculares: Não quero a contração da musculatura O fisioterapeuta deve tocar o mínimo possível o paciente e utilizar a palma das mãos para conduzir o ponto-chave (no início pode começar com muito apoio e depois reduz): Dar tempo ode resposta e organização do paciente – pode ser lento Pontos chaves de cabeça: Difícil ser usado no adulto Paciente diplégico, trabalhar sempre com os membros em posições diferentes (um em flexão e o outro em extensão) Ponto-chave mais proximal Ponto-chave ao esterno Ponto-chave ao ombro e cotovelo Ponto-chave ao quadril Ponto-chave ao punho PLANEJAMENTO DO TRATAMENTO FUNCIONAL: Bobath trabalha com pré e pós avaliação diária Colocar o objeto para ver ele pegar. Montar a função Pegar objeto acima de 90 graus? Colocar o objeto. Pensar na textura Avaliar o que faz, o que não trabalha, o que está diferente e quais aspectos biomecânicos trabalhar Por que não faz o alcance? Como está a descarga de peso? O alcance é sentado ou de pé Usa reação associada? Eleva o membro? Escapula aderida? Pré-teste já sabe o que trabalhar antes de executar a função Reabilitação dentro do que ele tem de habilidade e musculatura Precisa saber do objetivo do paciente; e precisa seguir uma sequência lógica (precisa sentar antes de andar; e precisa mostrar isso pra ele) Fazer o máximo da funcionalidade desse paciente O objetivo é conseguir, durante a sessão e fora dela, a funcionalidade do paciente (o tônus se adequa como consequência) - Precisa conseguir e saber fazer os exercícios em casa - Passar tarefas para casa Habilitar o paciente dentro de sua funcionalidade Qual a limitação funcional? Quais os problemas que interferem na limitação da função? Quais os componentes normais necessários para realizar a função? Quais os componentes de movimento que preciso dar ao paciente? (antes de chegar a função que quer) Escolha da estratégia a ser utilizada (como ele está fazendo; fazer no começo e no final da sessão para comparar) OBS: em neuro precisa trabalhar tentando e testando. Anotar o que não foi legal e o que foi Movimento de alcance: Sei como funciona o ritmo escapulo-umeral? Marcha: Sei como funciona a marcha normal? TRATAMENTO: Manter as propriedades do músculo (extensibilidade, contratilidade, elasticidade e extensibilidade) Prevenção e tratamento de dor (ombro – paciente AVE tem que tomar muito cuidado): Como está o membro plégico? Facilitar mudança de decúbito em todas as posições; Desenvolver reações de equilíbrio estático e dinâmico em todas as posições; Desenvolver coordenação motora grossa e fina; Estimular a propriocepção e cinestesia: Trabalhar sensorial – kinesiotapping, descarga de peso, enfaixamento Aumentar a resistência à fadiga; Promover a facilitação da marcha: Precisa de dispositivo? No máximo bengala de 4 pinos. Bengala do lado bom Promover independência ao paciente (FUNÇÃO). EXEMPLO DE EXERCÍCIOS: Livro Patrícia Daves
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