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FISIOLOGIA VETERINÁRIA SISTEMA ENDÓCRINO Assim como o sistema nervoso terá função no controle e na coordenação. Ambos os sistemas utilizam substâncias químicas para transmitir suas mensagens, mas executam a transmissão de forma diferenciada. Os mensageiros do sistema endócrino são os hormônios, produzidos por células de glândulas endócrinas ou neurônios modificados. • Hormônios – substâncias químicas produzidas por tecidos específicos, transportadas, em baixas concentrações, pelo sistema vascular (corrente sanguínea) para agir sobre outros tecidos e células; O sistema nervoso é capaz de atuar sobre determinada célula em décimo de segundo. Os hormônios alcançam as células-alvo por meio da corrente sanguínea e, para isso, necessitam de pelo menos 30 s, porém tende a ser mais persistente, proporcionando estimulação prolongada dos tecidos-alvo. Reação lenta, mas durável ▪ Transporte ✓ Os hormônios proteicos são hidrofílicos e transportados no plasma sob a forma dissolvida. ✓ Esteroides e hormônios da tireoide são lipofílicos e transportados no plasma em associação a proteínas específicas e não específicas; a quantidade de hormônio ativo não ligado é relativamente pequena. ✓ As unidades básicas do sistema endócrino são as glândulas endócrinas. Localização relativa das principais glândulas endócrinas no gato. Glândulas endócrinas – Secretam pequenas quantidades de hormônios no líquido extracelular que sofrem difusão para a corrente sanguínea, logo, não possuem ductos. Seus hormônios produzem efeito sempre que encontram receptores aos quais podem se ligar, seja no interior ou na membrana das células. Glândulas exócrinas – (exo significa “para fora” ou “externo”) secretam seus produtos na superfície epitelial através de pequenos tubos chamados ductos. Ex.: saliva ou leite Glândulas sem ducto → Endócrinas Glândulas com ducto → Exócrinas Cada célula possui receptores específicos para uma variedade de hormônios, como chave e fechadura. Se a célula possui receptores para determinado hormônio, é chamada de célula alvo. Os controles de substâncias químicas podem ser dados por: Tipos de comunicação celular via mediadores químicos. Efetores endócrinos – Quando as substâncias são transportadas pelo sistema vascular para influenciar uma atividade celular distante; Efetores parácrinos – Quando os hormônios são liberados das células endócrinas e sofrem difusão no líquido extracelular para atuar sobre células vizinhas. Esse tipo de ação é particularmente importante no sistema digestório; Efetores autócrinos – Em casos extremos, um hormônio pode ser produzido por determinada célula e atuar sobre a própria célula, um processo designado como ação autócrina do hormônio; Neurotransmissores – Os quais medeiam a comunicação entre neurônios, ou entre neurônios e células-alvo; as substâncias estão limitadas à distância percorrida e à área da célula influenciada. Comparação de arranjos funcionais de um neurônio ordinário liberando seu neurotransmissor (NT) em uma sinapse e um neurônio neurossecretor liberando seu neurohormônio (NH) em um vaso sanguíneo. Controle da secreção hormonal Por feedback negativo, se o organismo percebe que está em falta de tal hormônio, ocorrerá a estimulação e produção deste até o corpo perceber que a necessidade foi suprida, assim, acontecerá a diminuição de sua produção até o nível de produção cair abaixo da necessidade e sua produção ser exigida novamente. Algumas glândulas tem sua produção estimulada por outras glândulas, ex.: glândula hipófise anterior produz TSH (hormônio estimulador da tireioide) que estimula a glândula tireoide a produzir hormônio tireoidiano. Outras são estimuladas pelo sistema nervoso. Ex.: Quando o animal se sente ameaçado, impulsos nervosos simpáticos estimulam a medula da glândula adrenal a liberar epinefrina e norepinefrina na corrente sanguínea, que atuarão com resposta de luta ou fuga em todo organismo. Principais Glândulas Endócrinas HIPOTÁLAMO - Porção do diencéfalo. Se localiza ventralmente, caudal ao quiasma óptico; - Local do sistema nervoso que faz a ponte com o sistema endócrino, faz isto pelo controle da atividade da glândula pituitária (hipófise); - Possui numerosos núcleos (grupos de neurônios com a mesma função) que produzem compostos (neuroendócrinos) que afetam a liberação dos hormônios pela hipófise. - Recebe estímulos de quase todas as regiões do cérebro e usa essa informação para controlar a temperatura corporal, o apetite, o comportamento sexual, as reações de defesa (medo, raiva), os ritmos biológicos (ciclo de vigília e sono) e os impulsos eferentes do sistema nervoso autônomo. HIPÓFISE (GLÂNDULA PITUITÁRIA) - Também chamada de glândula mestra, pois muitos dos seus hormônios direcionam a atividade de outras glândulas endócrinas; - Anexa-se ventralmente ao hipotálamo por um pedúnculo delgado e se aloja na fossa pituitária do osso esfenoide; - Parece uma só estrutura, mas é formada por duas glândulas com estruturas, funções e origens embriológicas completamente diferentes; - Uma rede de vasos sanguíneos minúsculos denominada sistema porta hipofisário conecta o hipotálamo com a porção anterior da hipófise. Neurônios modificados do hipotálamo secretam hormônios chamados de fatores de liberação e/ou de inibição nestes vasos sanguíneos portais, onde deslocam-se curta distância até a hipófise anterior, regulando assim muitas de suas funções. - Na hipófise anterior, o hipotálamo não exercerá função de produção, mas de armazenamento: Neurônios modificados no hipotálamo produzem dois diferentes hormônios, o hormônio antidiurético (ADH), ou vasopressina, e a ocitocina, que são transportados pelas fibras nervosas até a hipófise posterior, onde são armazenados. Em seguida, são liberados na corrente sanguínea por impulsos nervosos a partir do hipotálamo. Hipófise anterior → produzir Hipófise posterior → armazenar *Isso de acordo com o hipotálamo Adeno-hipófise (hipófise anterior) - produz sete hormônios conhecidos quando estimulada pelo hipotálamo e/ou pelo feedback direto de órgãos-alvo e tecidos-alvo: • Hormônio do crescimento (GH), somatotropina ou hormônio somatotrópico - crescimento corporal em animais jovens, principalmente dos ossos e músculos; - ajuda a regular o metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídios em todas as células do organismo. * anabolismo (síntese) de proteínas, fornecendo assim materiais para o crescimento, bem como para a contínua regeneração e reparação dos tecidos que sofrem lesão ou desgaste normais. * desestimula as células a utilizarem os carboidratos, especialmente a glicose, como fonte de energia e provoca a mobilização (liberação) dos lipídios armazenados no tecido adiposo (gordura) e o respectivo catabolismo (degradação) para produção de energia celular. ** Devido à menor retirada de glicose do sangue pelas células, o nível de glicose sanguínea tende a aumentar causando um efeito hiperglicemiante, logo, oposto a insulina; • Prolactina - na fêmea ajuda a desencadear e manter a lactação (secreção de leite pela glândula mamária); - após o início da lactação, sua produção e a liberação continuarão enquanto a teta ou mamilo for estimulado pela amamentação ou pela ordenha. Sem a estimulação, a glândula mamária “seca”, a produção de leite para e as glândulas mamárias encolhem-se de volta para o seu tamanho não lactante. *No macho, a prolactina não tem qualquer efeito conhecido. • Hormônio Estimulador da Tireoide (TSH) ou Hormônio Tireotrópico - estimula o crescimento eo desenvolvimento da glândula tireoide e instiga a produção de seus hormônios; - sua secreção é regulada pelo feedback negativo dos órgãos-alvo da glândula tireoide, tanto diretamente na hipófise anterior quanto pelas alterações no fator de liberação do TSH, produzido pelo hipotálamo; - A homeostasia na produção dos hormônios tireoidianos é mantida pela interação entre hipotálamo, hipófise anterior e glândula tireoide. • Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH) - estimula o crescimento e o desenvolvimento do córtex (parte externa) da glândula adrenal e a liberação de alguns de seus hormônios; - sua produção é geralmente regulada pelo feedback negativo dos hormônios do córtex adrenal, mas na ocorrência de estresse súbito ao animal, o ACTH pode ser liberado rapidamente na circulação como resultado da estimulação do hipotálamo por outras partes do cérebro; • Hormônio Folículo-estimulante (FSH) - na fêmea estimula o crescimento e o desenvolvimento dos folículos nos ovários e, assim, a oogênese; - também estimula as células da teca folicular a produzirem e secretarem estrógeno, hormônio que é responsável pelas mudanças físicas e comportamentais que preparam a fêmea para a reprodução e a gestação; - nos machos estimula a espermatogênese (o desenvolvimento de espermatozoides nos túbulos seminíferos dos testículos). • Hormônio Luteinizante (LH) - O LH completa o processo de desenvolvimento folicular ovariano iniciado pelo FSH. À medida que o folículo cresce, ele produz quantidades crescentes de estrogênios que retroalimentam a hipófise anterior. O aumento na quantidade de estrogênio leva à diminuição na produção de FSH e ao aumento na produção de LH; - Quando o folículo estiver completamente maduro, o nível de LH atinge um pico, o que provoca na maioria das espécies animais a ovulação (ruptura do folículo maduro com liberação da célula reprodutiva feminina). Após a ocorrência da ovulação, o elevado nível LH estimula as células do folículo vazio remanescente a se multiplicarem e se transformarem em outra estrutura endócrina chamada de corpo lúteo. O corpo lúteo produz progestágenos, principalmente a progesterona, que serão necessários para a manutenção da gestação caso ela venha a ocorrer. - No macho, estimula as células testiculares denominadas células intersticiais a se desenvolverem e produzirem a testosterona. Desta forma, o LH pode ser denominado no macho hormônio estimulador de células intersticiais ( ICSH). O FSH e o LH são por vezes agrupados sob o termo gonadotrofinas, porque estimulam o crescimento e o desenvolvimento das gônadas: ovários e testículos. FSH → crescimento do folículo (que libera estrógeno) → folículo crescendo → muito estrógeno → -FSH e + LH pela adeno- hipófise ... Folículo desenvolvido e pico de LH → ruptura do folículo → formação do Corpo Lúteo → produz progesterona (manutenção da gestação) Representação esquemática de diferentes estágios foliculares de um ovário. LH (hormônio luteinizante) no macho = ISCH (hormônio estimulador de células intersticiais) • Hormônio Estimulante de Melanócitos (MST) - Seus efeitos fisiológicos em mamíferos são desconhecidos; porém: - Pode estar associado ao controle da alteração de cor das células pigmentadas (melanócitos) de répteis, peixes e anfíbios, animais que podem rapidamente alterar suas cores e seu padrão de cores; - A administração artificial de grande quantidade de MSH em mamíferos superiores pode causar o escurecimento da pele devido à estimulação dos melanócitos, porém o seu efeito em níveis fisiológicos ainda não é conhecido. Neuro-hipófise (hipófise posterior) - Assemelha-se a tecido nervoso sob a visão microscópica; - Armazena e libera dois hormônios denominados desta forma por serem liberados no sangue porém, mais precisamente, são simplesmente neurotransmissores especiais, que são liberados diretamente nas veias hipofisárias que deságuam na circulação geral. • Hormônio Antidiurético (ADH) ou Vasopressina - Ajuda na prevenção da diurese (perda de grande quantidade de água pela urina) atuando sobre os rins, auxiliando o organismo a conservar água em épocas de baixo fornecimento. Faz isso estimulando os rins a reabsorverem maiores quantidades de água para a circulação sanguínea a partir do filtrado urinário que estiver sendo produzido; - Quando a concentração de ADH está baixa, não ocorre reabsorção de água do líquido tubular, e observa-se a produção de urina diluída. - É liberado quando o hipotálamo detecta uma escassez de água (desidratação) no organismo, pela hemoconcentração; * A deficiência de ADH no organismo provoca diabetes insipidus, causando urina muito diluída ( poliúria) e ingestão de grande quantidade de água ( polidipsia). Representação do efeito da ADH. • Ocitocina - No útero, a ocitocina provoca a contração do miométrio (o músculo da parede uterina) no momento do parto que auxiliam na expulsão do feto e da placenta. A distensão do colo do útero atua como principal estímulo para a liberação de ocitocina. -No período de fertilidade, a ocitocina induz contrações uterinas que auxiliam no transporte dos espermatozoides até as tubas uterinas. - Em fase de produção de leite causa a chamada descida do leite (movimentação do leite para as partes inferiores da glândula). O leite produzido acumula-se nos alvéolos (estruturas produtoras de leite) e em pequenos ductos na parte superior da glândula mamária. A sucção ou a estimulação manual da mama serão detectadas e transmitidas por aferentes sensitivos ao hipotálamo que então inicia a liberação de ocitocina da neuro-hipófise. Liberada no sangue, circula até a glândula mamária e faz com que as células mioepiteliais em torno dos alvéolos e dos pequenos ductos se contraiam, o que impulsiona o leite a descer para partes inferiores da glândula, onde se torna acessível para o aleitamento ou a ordenha. Células mioepiteliais (em vermelho) ao redor dos alvéolos. Se contraem estimuladas pela ocitocina. GLÂNDULA TIREOIDE Possui dois lobos que estão localizadas em cada lado da laringe podendo ser concertados por uma banda estreita chamada istmo dependendo da espécie. É composta por dezenas de milhares de folículos constituídos por camadas unicelulares de células glandulares que circundam uma substância precursora do hormônio tireoidiano chamada coloide. A glândula tireoide é a única glândula endócrina que armazena grande quantidade de hormônio precursor para uso posterior. Glândulas tireoides. A secção transversal mostra a conexão ventral da glândula tireoide em suínos. A, Cães. B, Cavalos. C, Ovinos. D, Suínos. A glândula tireoide produz dois hormônios: • Hormônio Tireoidiano - é produzido quando o TSH, advindo da hipófise anterior, atinge a glândula tireoide; - Efetivamente o hormônio tireoidiano pode ser classificado como dois hormônios nomeados de acordo com a quantidade de átomos de iodo contidos na molécula: - T4 (tetraiodotironina ou tiroxina), que é produzido em maior quantidade do que T3 (tri-iodotironina), porém, o T3 é considerado o principal hormônio tireoidiano, uma vez que o T4 deve ser convertido a T3 a fim de produzir efeito metabólico nas células-alvo; - O hormônio tireoidiano influencia a taxa metabólica de todas as células do organismo permitindo que o animal produza quantidades determinadas de calor, e auxilia na manutenção de uma temperatura corporal interna constante, enquanto a temperatura externa ao organismo varia; - A produção do hormônio tireoidianoaumenta com a exposição do organismo a temperaturas frias, aumentando assim a taxa metabólica e a produção de calor; - A produção do hormônio tireoidiano pode ser inibida por estresse emocional ou físico persistente em um animal, causando dificuldades em manter sua temperatura corporal sob condições frias, logo, aumentando o nível de estresse, deixando o animal suscetível à doenças; - favorece o anabolismo (síntese, construção) de proteínas caso o animal esteja com dieta adequada. Caso tenha dieta insuficiente de alimentos energéticos ou haja muito hormônio tireoideano, causará o catabolismo (quebra) de proteínas; - O efeito sobre o metabolismo dos carboidratos é um efeito hiperglicemiante; - Nos lipídios incentiva o seu catabolismo; - é necessário para o crescimento e o desenvolvimento normais em animais jovens. Em particular, ele influencia o desenvolvimento e a maturação do sistema nervoso central e o crescimento e o desenvolvimento de músculos e de osossos. Hormônio Tireoideano ✓ Controla o metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídios; ✓ Regula a temperatura; ✓ Crescimento de animais jovens. • Calcitonina - Produzida pelas células C localizadas entre as células formadoras dos folículos tireoidianos, se envolve na manutenção da homeostasia dos níveis de cálcio sanguíneos; - Auxiliar na prevenção da hipercalcemia (nível excessivo de cálcio no sangue) incentivando a deposição do excesso de cálcio nos ossos, que pode ser retirado novamente quando necessário. AS GLÂNDULAS PARATIREOIDES São formadas por diversos pequenos nódulos hipocorados localizados sobre, sob ou próximos à glândula tireoide, variando sua localização exata e a aparência entre as espécies. • Paratormônio ou Hormônio das Glândulas Paratireoides (PTH) - Auxilia na manutenção da homeostase sanguínea do cálcio, prevenindo a hipocalcemia (nível sanguíneo demasiadamente baixo de cálcio), aumentando seu nível sanguíneo; - Estimula os rins a reterem o cálcio, estimula o intestino a absorver o cálcio dos alimentos e, por fim, estimula a retirada de cálcio dos ossos. Calcitonina → tira cálcio da corrente sanguínea PTH → põe cálcio na corrente sanguínea GLÂNDULAS ADRENAIS São referidas devido a sua localização próxima aos rins ( renal remete aos rins), perto de suas extremidades craniais. Como a hipófise, as adrenais parecem ser uma estrutura única, porém são, na verdade, duas glândulas unificadas. Neste caso, uma delas encontra-se enrolada em torno da outra, formando o córtex e a medula adrenal. Glândula adrenal. Secção transversal. O Córtex da Adrenal Desenvolve-se a partir de tecido glandular. Suas secreções são nfluenciadas pelo ACTH da hipófise anterior e por outros mecanismos. Todos os hormônios produzidos pelo córtex adrenal são sintetizados a partir do colesterol, sendo referidos como esteroides, logo, são lipossolúveis. Difundem-se das células corticais para dentro do líquido extracelular. São transportados no sangue ligados a proteínas especiais de transporte, como a globulina de ligação de corticosteroides. O córtex da adrenal produz uma variedade de hormônios que são classificados em três grupos principais: • Glicocorticoides - Os hormônios cortisona, cortisol e a corticosterona possuem um efeito geral Hiperglicemiante (aumento no nível de glicose sanguínea). Isso, através de vários mecanismos, tais como a degradação (catabolismo) de proteínas e lipídios; - Outros efeitos dos glicocorticoides incluem auxílio na manutenção da pressão arterial e auxílio na regulação das alterações causadas pelo estresse. ▪ Cortisol O cortisol é considerado um hormônio de “estresse”. O estresse é uma reação do corpo a um desafio. Durante o estresse, a secreção de cortisol provoca aumento dos níveis de glicemia ao estimular a síntese das enzimas envolvidas na gliconeogênese. Os principais substratos usados na gliconeogênese são os aminoácidos provenientes do músculo. O cortisol também diminui a sensibilidade do tecido adiposo e do tecido linfoide à insulina, de modo que menor quantidade de glicose é removida do sangue por esses tecidos. O cortisol inibe a síntese de DNA e diminui a velocidade de crescimento. Em altas concentrações, é imunossupressor (inibe a síntese de prostaglandinas produzidas pelos tecidos lesionados e diminui a secreção de histamina pelos mastócitos). O cortisol diminui a fagocitose e suprime a formação de anticorpos. Inicialmente, provoca euforia e aumento do apetite, porém esses efeitos são posteriormente seguidos de depressão. O cortisol também inibe a liberação de hormônio antidiurético (vasopressina). • Hormônio Mineralocorticoide - Regulam os níveis de alguns eletrólitos (sais minerais); - O principal, a aldosterona, tem como alvo os rins, onde atua estimulando a reabsorção dos íons sódio a partir do filtrado tubular de volta para a corrente sanguínea e a secreção de potássio e íons de hidrogênio que serão excretados do organismo pela urina; *O nível de sódio no organismo deve ser normalmente bastante elevado, ao passo que o de potássio pode ser tóxico ao se acumular em um nível demasiadamente alto. Os íons de hidrogênio interferem no equilíbrio ácido-base, o que deve ser cuidadosamente controlado; Aldosterona: “Volta sódio! Sain potássio e hidrogênio”. • Hormônios Sexuais - Produz pequenas quantidades de hormônios sexuais: Tanto os androgênicos (hormônios sexuais masculinos) quanto os estrogênicos (hormônios sexuais femininos) são produzidos em quantidades muito pequenas e os seus efeitos são geralmente mínimos. Medula Adrenal A glândula interna desenvolve-se a partir de tecido nervoso. Suas células secretoras de hormônios são neurônios modificados, que, controlados pela porção simpática do sistema nervoso autônomo, secretam dois hormônios diretamente na corrente sanguínea: a epinefrina e a norepinefrina; Quando o animal se sente ameaçado, seu sistema simpático entra em ação, produzindo o que é denominado reação de luta ou fuga, preparando o organismo para a atividade física intensa. Os efeitos da reação de luta ou fuga são produzidos, em parte, pela estimulação direta do nervo simpático nos tecidos-alvo e em parte pela adrenalina e norepinefrina liberadas na corrente sanguínea pela medula adrenal; Epinefrina e norepinefrina → luta ou fuga. *Ao fim da ameaça, o organismo ainda leva um tempo pra se acalmar, isto pela presença das moléculas remanescentes ainda serão metabolizadas; *Os efeitos da estimulação do sistema nervoso simpático no organismo incluem o aumento da frequência e do débito cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das vias aéreas nos pulmões e diminuição do peristaltismo gastrointestinal. O PÂNCREAS O pâncreas é um órgão longo e plano, localizado próximo ao duodeno abdominal, primeira porção do intestino delgado, que tem funções tanto endócrinas quanto exócrinas. Sua maior parte é formada por tecido glandular exócrino que produz importantes enzimas digestivas, já sua porção endócrina corresponde apenas a uma pequena porcentagem do seu volume total. As Ilhotas Pancreáticas ou Ilhotas de Langerhans A porção endócrina do pâncreas é organizada em milhares de pequenos agrupamentos celulares distribuídos por todo o órgão chamados de ilhotas pancreáticas. Suas principais células endócrinas são as células alfa, produtoras do hormônio glucagon, as células beta, produtoras da insulina, e as células delta, produtoras da somatostatina. • Insulina - Permite que glicose, aminoácidos e ácidos graxos sejam retirados da corrente sanguínea, atravessem a membrana celular e disponibilizem a energia para todas as células do corpo. • Glucagon - Estimulaas células hepáticas a converter o glicogênio em glicose, além de estimular a gliconeogênese (quebra e conversão da gordura e da proteína em Glicose). O efeito de ambos é elevar o nível de glicose no sangue. * Devido à interferência de outros hormônios tais como o GH, advindo da hipófise anterior e dos glicocorticoides advindos do córtex adrenal, que apresentam efeitos hiperglicêmicos semelhantes, a deficiência de glucagon não é tão devastadora para o organismo como é a deficiência de insulina. A insulina reduz o nível de glicose no sangue, enquanto o glucagon o eleva. • Somatostatina - Inibe a secreção da insulina, do glucagon e do GH, além de diminuir a atividade do trato gastrointestinal. AS GÔNADAS As gônadas são os órgãos reprodutores, sendo os testículos nos machos e os ovários nas fêmeas. Eles produzem as células reprodutivas masculinas e femininas, além de importantes hormônios. Os Testículos Os dois testículos estão alojados no escroto, um pedúnculo de pele na região inguinal. A maior parte de cada testículo é composta por emaranhados de túbulos seminíferos onde são produzidos os espermatozoides. Entremeados entre os túbulos seminíferos encontram-se aglomerações de células endócrinas chamadas de células intersticiais, produtoras de andrógenos (hormônios sexuais masculinos). A produção de andrógenos é e é estimulada pelo hormônio luteinizante (LH) advindo da pituitária anterior, também conhecido como hormônio estimulador de células intersticiais (ICSH), no sexo masculino. Células intersticiais do testículo. • Testosterona - Principal androgênio secretado pelas células intersticiais; - É responsável pelo desenvolvimento das características sexuais masculinas secundárias, tais como: o formato muscular do corpo masculino, a libido masculina e o comportamento sexual; - Estimula o desenvolvimento das glândulas sexuais masculinas acessórias, ativa a espermatogênese (produção de espermatozoides) e estimula o crescimento do pênis; Os Ovários Localizados na cavidade abdominal perto dos rins. Produzem células reprodutivas, óvulos e hormônios em ciclos, ciclos controlados pelos hormônios FSH e LH, produzidos pela hipófise anterior. Os principais hormônios produzidos pelos ovários são: • Estrógeno - Como o estradiol e outros, é um hormônio sexual feminino. As células que compõem os folículos ovarianos produzem e liberam estrogênios na corrente sanguínea quando os folículos são estimulados pelo FSH; - Os estrógenos são responsáveis pelas alterações físicas e comportamentais que preparam a fêmea para a reprodução e a gestação, além de sinalizar ao macho que o período reprodutivo se aproxima. - Com o crescimento do folículo ovariano, a quantidade de estrogênio produzida aumenta, o que acelera as alterações físicas e comportamentais que se desenvolvem, além de sinalizar de volta para a glândula pituitária anterior, fazendo com que reduza a produção de FSH e aumente a produção de LH. Quando o folículo está totalmente maduro, ocorrem picos de LH, o que na maioria das espécies animais fomenta a ovulação. Estrógeno é produzido pelo folículo Prepara para a reprodução • Progesterona (P4) - Após ocorrer a ovulação, o elevado nível de LH estimula as células do folículo ovulado a se multiplicarem e se desenvolverem em uma estrutura sólida produtora de hormônio, o corpo lúteo, que produz diversos hormônios que são chamados progestágenos, o principal deles é a progesterona, cujo nome significa hormônio esteroide promotor de gestação, ela auxilia na preparação do útero para receber o óvulo fecundado e é necessária para a manutenção gestacional, uma vez que o óvulo fertilizado se implanta no útero; *Caso a fêmea seja fecundada e se torne gestante, o corpo lúteo receberá sinais hormonais uterinos para se manter e funcionar no ovário. Se a gestação não ocorrer, não haverá nenhum sinal hormonal enviado a partir do útero, e o corpo lúteo se encolherá até desaparecer. Progesterona é secretada pelo corpo lúteo Prepara para a gestação OUTROS ÓRGÃOS ENDÓCRINOS Os Rins Produzem o hormônio denominado eritropoetina. • Eritropoetina - Estimulada pela diminuição no teor de oxigênio do sangue (hipóxia). - Estimula a medula óssea vermelha a aumentar a produção de eritrócitos, transportadores de oxigênio. Como o aumenta de sua produção se elevam os níveis de oxigênio no sangue, sinalizando aos rins que diminuam a produção de eritropoetina. Logo, ajudam a manter em longo prazo os níveis de oxigênio sanguíneo. *anemia é definida como uma deficiência nas hemácias resultante da incapacidade dos rins lesionados em produzir níveis suficientes de eritropoetina. O Estômago As células da parede do estômago produzem o hormônio denominado gastrina. • Gastrina - Sua secreção é estimulada pela presença de alimentos no estômago; - É produzida e atua na parede do estômago estimulando as glândulas gástricas a secretarem ácido clorídrico e enzimas digestivas, além de incentivar as contrações musculares da parede estomacal. O Intestino Delgado As células da mucosa de revestimento do intestino delgado produzem dois hormônios quando estimuladas pela chegada de material parcialmente digerido do estômago (quimo) nas primeiras porções do intestino delgado (duodeno): • Secretina - Estimula o pâncreas a secretar fluidos ricos em bicarbonato de sódio no duodeno para neutralizar o quimo dos ácidos estomacais;. • Colecistocinina - Estimula a liberação de enzimas digestivas pancreáticas para o duodeno; Ambas também: - Agem no estômago inibindo a secreção gástrica das glândulas e sua motilidade, o que retarda a movimentação do quimo para o intestino delgado; - Estimulam a contração da vesícula biliar do fígado secretando a bile no intestino delgado, que auxiliará na digestão e na absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis. A Placenta É o órgão que dá sustentação à vida do feto em desenvolvimento durante a gestação, atua como uma interface entre a circulação materna e a fetal, além de ser também um importante órgão endócrino. Suas secreções variam entre as espécies, porém os hormônios por ela produzidos apresentam efeito generalizado no organismo materno e contribuem para a manutenção da gestação. Entre eles estão pequenas quantidades de estrogênio e progesterona, além de quantidades significativas de gonadotrofina coriônica em algumas espécies como humanos e equinos utilizados como base do teste de gravidez pela urina em humanos e dos exames de sangue para a confirmação gestacional em equinos. Em espécies como cães, gatos e bovinos sua produção é muito baixa. O Timo Em um animal jovem, o timo é bastante grande, estendendo-se cranialmente a partir da região apical do coração até a região cervical bilateralmente ao longo da traqueia, frequentemente se estendendo até a laringe. Após a puberdade dá-se início sua atrofia (encolhimento), até chegar à fase adulta, quando se torna difícil ou impossível encontrar qualquer vestígio residual do órgão. O timo corresponde a uma parte importante no desenvolvimento do sistema imune animal. Parte de seu funcionamento envolve hormônios ou substâncias químicas similares tais como a timosina e timopoetina, que estimulam as células primitivas do timo e de outros órgãos linfoides a se transformarem em linfócitos T, ou seja, células derivadas do timo. A Pineal A glândula pineal constitui-se de uma pequena glândula cerebral localizada na extremidade caudal da profunda fenda que separa os dois hemisférios cerebrais, sendo rostral ao cerebelo (em região diencefálica denominada epitálamo). Sua atividade influencia as atividades cíclicas do organismo.✓ Atua como relógio biológico do corpo. É designada como terceiro olho, visto que a sua atividade é influenciada pela quantidade de luz à qual o animal é exposto. A glândula pineal secreta um hormônio derivado da serotonina, denominado melatonina. A serotonina em altos níveis aumenta o estado de vigília, enquanto altos níveis de melatonina parecem induzir um estado de sono. *Nos mamíferos e nas aves, a informação sobre a luz e escuridão é transmitida da retina do olho para a glândula pineal por meio de várias vias neurais. Nos répteis e nos anfíbios, a glândula pineal está localizada na fronte e parece receber sinais de luz diretamente através do crânio. ✓ A secreção de melatonina é estimulada pela escuridão e inibida pela luz. A pineal é responsável pela regulação dos ritmos circadianos que afetam os padrões de sono e que determinam a periodicidade dos ciclos de estro nas fêmeas (fotoperíodo) de algumas espécies. Pode aumentar ou diminuir o tamanho e o desenvolvimento das gônadas no macho, dependendo da estação em que o animal deve ser mais fértil. Também influencia atividades como adaptação ao clima frio ou quente, ou preparação para a migração, e, mesmo, cor da pelagem de alguns animais. Secretada pela pineal, a melatonina difunde-se para o hipotálamo e regula a secreção de hormônios envolvidos na reprodução sazonal, funções que exigem que o animal saiba em que estação do ano ele se encontra, bem como o número de horas de luz diurna. Pelagem da raposa-do-ártico. Varia de acordo com a estação. ▪ Fotoperíodo Definido por tempo de exposição à luz, controlaontrola a ocorrência dos ciclos reprodutivos em determinadas espécies. Elas possuem uma fase do ano na qual apresentam uma atividade ovariana contínua. ✓ Felinos e equinos são positivamente influenciados pelo aumento da luminosidade; ✓ Caprinos e ovinos são positivamente influenciados pela redução do fotoperíodo; A exposição a uma escuridão crescente pode ser importante somente para a manutenção da atividade ovariana. Os efeitos supressivos do fotoperíodo podem ser superados por meio de regimes de exposição à luminosidade artificial. Isso é relativamente fácil no caso de gatas e éguas, em que ambientes com luminosidade são compatíveis com a atividade ovariana. PROSTAGLANDINAS As prostaglandinas são substâncias similares aos hormônios, derivadas de ácidos graxos insaturados. Por serem produzidas sempre próximas aos mais variados tecidos nos quais exercem seus efeitos são por vezes denominadas hormônios teciduais. ✓ não transitam pelo organismo, regulam sempre a atividade das células vizinhas. *O nome prostaglandina surgiu por engano (próstata). Foram divididas em nove grupos principais organizadas de A a I com base em sua estrutura molecular. Seus subgrupos são designados por números e letras gregas. Exercem alguns efeitos potentes no organismo, incluindo influências sobre a pressão arterial, função gastrointestinal, respiratória, renal, de coagulação sanguínea, no processo inflamatório e funções reprodutivas. As prostaglandinas do grupo E (PGEs) são conhecidas por desempenhar um papel importante no início do processo inflamatório do organismo. Anti-inflamatórios não esteroidais, como o meloxicam (Maxican ®), produzem alguns dos seus efeitos através da inibição da síntese de PGE. A prostaglandina F 2-alfa (PGF 2α), que, se administrada a uma fêmea cujo corpo lúteo esteja em fase funcional, promoverá sua rápida destruição (luteólise), e fomentará o início de um novo ciclo estral. Caso o animal esteja no início da gestação, a luteólise culminará na morte embrionária gerada pelo encerramento da gestação. Medicamentos que apresentam atividade similar à PGF 2α, tais como dinoprost trometamina (Lutalyse®), são comumente utilizados na sincronização dos ciclos estrais em espécies pecuárias, para que grupos de animais possam ser criados em conjunto, facilitando o manejo. Tecido adiposo A leptina é um hormônio peptídico secretado pelo tecido adiposo que está preenchido de gordura. A leptina entra no sangue e é transportada até o hipotálamo, onde sinaliza a saciedade e deprime o apetite. Obrigada, pela espera.
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