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Introdução Os sintomas iniciais do AVE comumente englobam a incoordenação de um membro, alteração na sensibilidade ou formigamento no membro ou na face, comprometimento da fala, dificuldade de deglutição, distúrbios visuais ou cognitivos ou cefaléia intensa. Os episódios com resolução espontânea e um curto período de tempo, geralmente entre 24 e 48 horas, é denominado ataque isquêmico transitório, sendo considerado sinal de alerta ou precursor do AVE. O AVC pode ser acometido em várias localizações, o que resulta em diferentes sintomatologia. Artéria ocluída Principais déficits neurológicos Cerebral anterior Perda contralateral de controle motor, déficits cognitivos e sensoriais, afasia(geralmente quando o hemisfério esquerdo é acometido) Cerebral média Perda contralateral de controle motor, principalmente no membro superior,hemianopsia homônima contralateral, déficits sensoriais e de linguagem. Carótida interna Perda de controle motor e sensibilidade contralateral, afasia ( geralmente quando ohemisfério esquerdo é afetado) e hemianopsia homônima contralateral. Cerebral posterior Perda do controle motor contralateral, ataxia, hemianopsia homônima contralateral eparalisia do III nervo craniano. Basilar Visão dupla, paralisia facial, déficits visuais e distúrbios do equilíbrio ou vestibulares. Cerebelar Vertigem, dificuldades na deglutição, ataxia ipsolateral e alterações na sensação. Prognóstico A causa, tamanho e local da lesão, e a recuperação influenciam o prognóstico. A presença de flacidez, a severidade dos déficits motores iniciais, a ocorrência prévia de AVE, déficits visuoespaciais e cognitivos, afasia, perda do controle vesical, doenças preexistentes como diabetes ou distúrbios cardíaco e vascular periférico são indicadores de pior prognóstico. Idade jovem, suporte social adequado, acesso a serviços de reabilitação e retorno ao trabalho são fatores que favorecem o prognóstico. ➔ fases de recuperação funcional em 7 estágios, de acordo com o retorno neurológico (segundo Brunnstrom): 1. Fase I: Flacidez imediata 2. Fase II: Início do desenvolvimento da espasticidade, presença de alguns componentes das sinergias básicas que podem ser estimulados pela utilização de reações associadas e reflexos primitivos. 3. Fase III: A espasticidade atinge grau máximo, há exaltação dos reflexos tendíneos e movimentação voluntária em padrão sinérgico, embora não sejam observados todos os componentes da sinergia. 4. Com relação a função manual, observam-se a preensão em massa ou gancho. 5. Fase IV: Declínio da espasticidade e ocorrência de pelo menos um movimento desviado do padrão sinérgico. Na mão observam-se preensão lateral e movimentação, em amplitude restrita, ativa assistida de extensão dos dedos em massa. 6. Fase V: Espasticidade esboçada e ocorrência de pelo menos dois movimentos combinados, fora dos padrões sinérgicos, o cliente é capaz de realizar preensão palmar, cilíndrica e esférica. Observa-se a presença de movimento em amplitude variada de extensão dos dedos em massa. 7. Fase VI: Espasticidade praticamente ausente, realização de contração muscular isolada. 8. Fase VII: Restauração completa da função motora. A recuperação neurológica pode estagnar em qualquer estágio, e às fases do retorno da função na mão e no braço não são necessariamente correspondentes. A Terapia Ocupacional O tratamento deve ser inserido o mais precoce, pois os 6 primeiros meses se referem ao período de maior recuperação funcional, e o 1° mês, o de recuperação maciça. ● Inicialmente é feita uma anamnese enfocando-se na ocorrência de fatores que podem interferir no processo da reabilitação ou retardar a progressão, como doenças preexistentes, motivação ou interesse e suporte social. ● A Avaliação enfocará o modo de execução das atividades valorizadas pelo cliente, identificando componentes que possivelmente estão interferindo no desempenho ocupacional. O controle postural, pré-requisito para o uso funcional da extremidade superior, a postura, o desempenho durante às mudanças posturais e o comportamento do membro superior acometido podem ser observados enquanto o cliente se apresenta para a entrevista inicial. ● O tratamento terapêutico ocupacional é indicado com a restauração do controle do tronco, concomitantemente à reeducação motora dos membros superiores. TO na Internação A intervenção precoce da Terapia Ocupacional na fase hospitalar visa o resgate da rotina ocupacional e estimular a independência para a realização das atividades de vida diária. Na avaliação é necessário identificar as deficiências que estão influenciando no desempenho ocupacional, elaborando uma lista das habilidades que sejam necessárias para suprir os déficits e posteriormente traçar um plano que seja relevante e real dentro do tempo determinado. (O cuidador e a equipe precisam trabalhar em conjunto durante a reabilitação para estabelecer a meta de tratamento). No tratamento, tradicionalmente é voltado para o desempenho ocupacional ou para os componentes de desempenho (ABVDs, AIVDs, descanso e sono, estudo, trabalho, brincar, lazer e participação social). E, antes de iniciar a intervenção, é necessário levar em consideração a consciência e os períodos confusionais decorrentes de uma lesão. O parâmetro para o retorno do treino de atividades com esses pacientes deve ser (re)habilitação e capacitação das funções diárias já exercidas anteriormente, aproximando da vida pré-mórbida, interesses e regras sociais. O terapeuta deve direcionar sua intervenção na capacidade do paciente em receber estímulos (referentes a informações sensório-motoras que estão sendo oferecidas), em processar informações (análise dos estímulos sensoriais) e produzir respostas (Ação motora que resulta em movimentos e comunicação verbal e não verbal), sendo isso mediada pela Integração dos componentes cognitivos (utilização das funções cerebrais superiores), para posteriormente elaborar estratégias que auxiliarão no êxito da tarefa proposta. Dentro disso, deve-se considerar o ambiente, o posicionamento, rotina hospitalar, informações da equipe multi, utilização de objetos pessoais, às adaptações, grau de complexidade, (parei 236) No âmbito hospitalar, o treino de AVD fora do contexto ocupacional não possui somente o propósito de aumentar o nível de independência ou reduzir o nível de assistência para a atividade, mas também estimular aspectos neuroperceptocognitivos. Avaliação ● NIHSSS Objetivo de quantificar a gravidade do déficit neurológico após um AVC, utilizado também para mensurar o prognóstico do paciente. O NIHSS se baseia em 11 itens do exame neurológico que são comumente afetado pelo AVC: Nivel de consciencia, olhar conjugado horizontal, campo visual, paresia facial, mobilidade dos membros, ataxia, sensibilidade, linguagem, disartria e negligência ou extinção. - Pontuação: A pontuação varia de zero (sem evidência de déficit neurológico mensurável pela escala) a 42 (paciente em coma e irresponsivo. - É uma escala de rápida aplicação, podendo gastar de 5 a 8 minutos no contexto de tratamento de pacientes com AVC agudo. - Treinamento: É importante que o aplicador tenha um treinamento adequado. Este treinamento é disponibilizado gratuitamente no site: www.nihstrokescale.org/portuguese.shtm ● MEEM Utilizada para avaliar a função cognitiva do paciente. Utilizado como instrumento de rastreio. A avaliação é realizada em 10 minutos e é de fácil aplicação, dividido em 2 partes e com escore máximo de 30 pontos sendo 25 pontos a nota de corte e 20 para pessoas analfabetas. ● BARTHEL É uma escala de incapacidade funcional que mensura 10 aspectos básicos da atividade diária relacionados com a mobilidade e cuidados pessoais. O escore normal é de 100 (máximo), e quanto menor o score, maior o grau de dependência para as AVDS. O índice de Barthel é preditor do tempo de internação e do custo do AVC. - Tempo: 5 minutos em média. ● FUGL MEYER Tem objetivo de avaliar a recuperação do paciente hemiplégico, avalia seis aspectos do paciente: a amplitude de movimento,dor, sensibilidade, função motora da extremidade superior e inferior e equilíbrio, além da coordenação e velocidade, totalizando 226 pontos. ● MIF É uma avaliação que visa avaliar o nível de independência funcional e quantificar a demanda de auxílio necessário para a realização de atividades que necessitam habilidades motoras, sociais e cognitivas. - Pontuação: A avaliação consiste em 18 tarefas, sendo pontuadas de 1 a 7, sendo que quanto menor a pontuação maior é o grau de dependência na respectiva atividade. - É indicado que a avaliação seja aplicada na admissão do paciente no processo de reabilitação, na alta e nos segmentos. http://www.nihstrokescale.org/portuguese.shtm
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