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Artigo Metrologia

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Normalização Vigente da Metrologia 
PIMENTEL, H. S. ; JARETA, J. V. C. ; NUNES, L. R. ; WERNECK, R. D. D. ; 
PRIORI, T. G. 
Engenharia Mecânica, Multivix, Vila Velha, ES, Brasil. 
 
hericksantana@hotmail.com; joaojareta0505@gmail.com; lorrayniribeiro@gmail.com; rayaneswerneck2001@gmail.com; 
talitapriori1@gmail.com 
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Resumo 
No presente artigo, foi abordado o conceito de metrologia assim como sua importância. A metrologia é a 
“ciência da medição”, sua implantação meio as grandes nações, blocos econômicos e a globalização fez com 
que a padronização metrológica, a fim de garantir maior qualidade ao produto final, se tornasse necessária. 
Além disso, foi exposto como e por que a normalização foi necessária. Foi esclarecido a importância e o papel 
das instituições responsáveis por garantir a confiabilidade, a fiscalização e a manutenção das normas. A 
importância da avaliação de conformidade foi explicada, assim como sua relevância para os produtores, 
consumidores finais e para o Sistema de Garantia da Qualidade. A valia da acreditação em laboratório 
também foi um ponto abordado, bem como seus benefícios para os laboratórios e para os usuários. 
Evidenciando a importância da metrologia e como ela deve estar presente em qualquer área que se faça 
necessária uma medição, assegurando um resultado confiável, com base científica e princípios metrológicos 
aceitáveis. 
Palavras-chave: Metrologia. Normalização. Avaliação da Conformidade. 
 
Abstract 
In this article, the concept of metrology as well as its importance was addressed. Metrology is the “science of 
measurement”, its implantation among the great nations, economic blocs and globalization has made 
metrological standardization, in order to guarantee higher quality to the final product, become necessary. In 
addition, it was explained how and why standardization was necessary. The importance and role of the 
institutions responsible for guaranteeing the reliability, inspection and maintenance of standards was clarified. 
The importance of conformity assessment was explained, as well as its relevance for producers, final 
consumers and for the Quality Assurance System. The value of laboratory accreditation was also addressed, 
as well as its benefits for laboratories and users. Evidencing the importance of metrology and how it should be 
present in any area that requires a measurement, ensuring a reliable result, with scientific basis and 
acceptable metrological principles. 
Keywords: Metrology. Normalization. Conformity Assessment
 
 
 
 
 
 
 
mailto:hericksantana@hotmail.com
mailto:joaojareta0505@gmail.com
mailto:lorrayniribeiro@gmail.com
 
 
1. Introdução 
A metrologia é um vocábulo de origem grega, “metron” 
significa medida e “logo” significa ciência. O 
Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e 
Gerais da Metrologia (VIM) define a metrologia como “a 
ciência da medição”, que abrange todos aspectos 
teóricos e práticos que influenciam um processo de 
medição, qualquer que seja o nível de exatidão e em 
qualquer campo da ciência ou tecnologia. É, portanto, 
uma ciência multidisciplinar e de vital importância para 
o desenvolvimento das atividades econômicas, 
científicas e tecnológicas. 
A Metrologia divide-se em três vertentes: a Científica, a 
Industrial e a Legal. A Metrologia Científica trata, 
fundamentalmente, dos padrões de medição 
internacionais relacionados ao mais alto nível de 
qualidade metrológica. Como desdobramento, estas 
ações alcançam os sistemas de medição das 
indústrias, responsáveis pelo controle dos processos 
produtivos e pela garantia da qualidade dos produtos 
finais, através da chamada Metrologia Industrial. O 
Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e 
Tecnologia) é o órgão que tem a responsabilidade de 
manter as unidades fundamentais de medida no Brasil, 
garantir a rastreabilidade aos padrões internacionais e 
disseminá-las, com seus múltiplos e submúltiplos, até 
as indústrias. A Metrologia Legal, por sua vez, é a área 
da metrologia referente às exigências legais, técnicas e 
administrativas relativas às unidades de medidas, aos 
instrumentos de medir e às medidas materializadas. 
Diante disso, a Metrologia se tornou a ciência que vai 
favorecer o desenvolvimento sustentável das 
instituições, visto que lida com procedimentos 
normatizados e com base em metodologias 
conceituadas no mundo todo. 
 O estabelecimento da normalização como uma 
linguagem comum para a sociedade é um processo 
complexo e que envolve um sem-número de aspectos 
da vida econômica. Neste domínio estão incluídos, 
entre muitos outros, a fixação de condições para 
cálculos ou projetos, para o emprego de materiais e 
produtos industriais, para a segurança na execução ou 
uso de obras, equipamentos ou instalações; condições 
básicas para a aceitação ou recebimento de matérias-
primas, produtos semiacabados ou acabados; método 
de ensaio; padronização e uniformização de 
características de elementos de construção, aparelhos, 
produtos industriais, desenhos e projetos; terminologia, 
classificação e convenções gráficas para conceitos, 
grandezas e sistemas. Esta complexidade, porém, não 
se esgota nos aspectos técnicos, tendo importantes 
implicações políticas e sociais. 
 
 
2. Normalização 
 
2.1 Como e porque surgiu a Normalização da 
Metrologia? 
No mundo globalizado a padronização é de 
fundamental importância para viabilizar e incrementar 
as trocas comerciais nos âmbitos nacional, regional e 
internacional. As organizações que desenvolverem 
suas atividades e operarem seus processos produtivos 
de acordo com as normas e os procedimentos 
harmonizados e aceitos como padrões estarão em 
condições mais favoráveis para superar possíveis 
barreiras não tarifárias e atender a requisitos técnicos 
especificados. Nesse contexto, a aplicação da ISO/IEC 
17.025 é de grande relevância econômica, pois confere 
um valor diferenciado aos certificados de calibração e 
aos relatórios de ensaio emitidos por laboratórios, cuja 
competência técnica é reconhecida por um organismo 
de credenciamento [1]. 
Devido essa globalização da economia, os países 
constataram que havia a necessidade de criar uma 
estrutura industrial cada vez mais eficaz, possuindo 
não somente infraestrutura básica, mas também 
instituições e sistemas de normalização e de avaliação 
de conformidade, fornecendo suporte a operação 
produtiva do país. 
Para se encaixar no mercado internacional, o Brasil 
constatou que havia a necessidade de criar normas, 
mecanismos de verificação da conformidade, investir 
em laboratórios de calibrações, ensaios e em mão de 
obra qualificada. Desse modo, com a ampliação do 
sistema metrológico brasileiro, o país se tornou apto a 
exportar produtos com maior valor agregado. 
 
 
No Estado brasileiro, o Inmetro é o responsável pela 
gerência dos Programas de Avaliação da 
Conformidade, no campo do Sistema Brasileiro de 
Avaliação da Conformidade (SBAC). De forma 
assistida, implementa o Sistema Nacional de 
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
(Sinmetro). A atenção com a averiguação das normas e 
dos regulamentos refletiu, diretamente, nas áreas da 
saúde, segurança e meio ambiente. 
 
2.2 Normalização vigente da metrologia 
O sistema metrológico mundial se baseia em um 
grande sistema que visa garantir a rastreabilidade das 
medições por meio de uma infraestrutura que permite 
uma cadeia contínua de comparações referentes ao 
Sistema Internacional de Unidades (SI). O BIPM 
(Bureau Internacional de Pesos e Medidas) é a 
instituição responsável pela guarda e manutenção dos 
padrões metrológicos de parâmetro nacional e pela 
disseminação das unidades de medida do SI. 
Segundo o resumo autorizado feito pelo Inmetro, de um 
documento oficial criado pelo BIPM referente ao SI, as 
grandezas de base são as seguintes: 
Figura1: Tabela com as grandezas de base. 
As demais grandezas são ditas grandezas derivadas, 
são determinadas como produtos de potência das 
unidades de base. 
A normalização a nível mundial, tem início com a BIPM, 
que atua sob a fiscalização do CIPM (Comitê 
Internacional de Pesos e Medidas). A principal função 
do CIPM é garantir a uniformidade, em todo o mundo, 
das unidades de medida, o que é feito pela ação direta 
ou submissão de propostas para a CGPM (Conferência 
Geral de Pesos e Medidas). 
 
 
Figura 2: Imagem sobre o sistema metrológico. 
 
As normas metrológicas nacionais e internacionais são 
parceiras no Sistema Garantia da Qualidade. O 
controle de medidas, a padronização e a validação dos 
processos e serviços com exatidão, garante a eficiência 
em dos processos até o produto final. 
 
3. Avaliação da Conformidade, 
Acreditação de Laboratórios e 
Designação 
 
3.1 Conceitos da Avaliação da Conformidade 
A avaliação da Conformidade é definida como qualquer 
atividade, com o objetivo de determinar, direta ou 
indiretamente, que um produto, processo, pessoa ou 
serviço atende aos requisitos técnicos especificados 
(norma técnica, regulamento técnico ou outro 
documento de referência). 
A avaliação da conformidade pode ser realizada pelo 
uso de algumas ferramentas, tais como ensaios, 
inspeção, coleta de amostras no fornecedor e/ou no 
comércio e auditorias. 
As formas usuais para a garantia da conformidade são 
a Declaração de Conformidade do Fornecedor (1ª 
Parte), Qualificação do Fornecedor (2ª Parte) e 
Certificação (3ª Parte). 
 - Declaração do Fornecedor (1ª Parte): A 
declaração de conformidade do fornecedor refere-se a 
um conjunto de procedimentos estabelecidos e 
reconhecidos que ele utiliza quando declara, de sua 
própria responsabilidade, que o seu produto está de 
acordo com uma norma ou especificação técnica. A 
declaração de conformidade pode ser voluntária ou 
 
 
obrigatória, no caso e que for uma exigência das 
autoridades locais. 
 - Qualificação do Fornecedor (2ª Parte): A 
qualificação do fornecedor, ou de segunda parte, é o 
ato em que o fornecedor (primeira parte) é avaliado 
segundo os critérios do comprador (segunda parte) de 
modo a verificar se o produto, processo ou serviço está 
em conformidade com uma especificação, norma 
técnica ou outro documento normativo especificado. 
 - Certificação (3ª Parte): É um conjunto de 
atividades realizadas por uma organização de terceira 
parte (organização independente) para atestar e 
declarar que um produto, serviço, pessoa ou sistema 
está em conformidade com os requisitos técnicos 
especificados. Estes requisitos podem ser: nacionais, 
estrangeiros ou internacionais. 
A certificação é, na verdade, um processo que se inicia 
com a conscientização da necessidade da qualidade 
para a manutenção da competitividade e consequente 
permanência no mercado, passando pela utilização de 
normas técnicas e pela difusão do conceito de 
qualidade por todos os setores da empresa, 
abrangendo seus aspectos operacionais internos e o 
relacionamento com a sociedade e o ambiente. 
A realização de ensaios, a elaboração de normas, e as 
práticas de avaliação da conformidade constituem uma 
estratégia de política industrial do país para inserir os 
produtos brasileiros com competitividade no mercado 
internacional e se prevenir da invasão de produtos 
estrangeiros de qualidade duvidosa. Visando essa 
competitividade no mercado internacional, se torna 
necessário reforçar a revisão e a elaboração de normas 
e regulamentos técnicos, no sentido de simplificar a 
busca de alcançar o seu “estado da arte”, 
principalmente os ligados às áreas de saúde, 
segurança e meio ambiente. 
O Inmetro é o responsável pela gestão dos Programas 
de Avaliação da Conformidade, no âmbito do Sistema 
Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC). Seu 
negócio é implantar, de forma assistida, programas de 
avaliação da conformidade de produtos, processos, 
serviços e pessoal, alinhados às políticas do Sistema 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade 
Industrial (Sinmetro) e às práticas internacionais, 
promovendo competitividade, concorrência justa e 
proteção à saúde e segurança do cidadão e ao meio 
ambiente. 
3.1.2 Significado de um produto com conformidade 
avaliada 
Quando nos referirmos a um produto com 
conformidade avaliada, queremos dizer que ele está 
conforme as normas ou regulamento técnico aplicável. 
Se o objetivo dos requisitos do documento normativo 
aplicável é a proteção do meio ambiente, isso quer 
dizer que ele é um produto ambientalmente seguro. Se 
o objetivo é a segurança do cidadão, isso quer 
dizer que ele é seguro quanto aos riscos que pode 
oferecer ao consumidor. Se o objetivo é a saúde, isso 
quer dizer que ele não oferece riscos à saúde do 
consumidor. Contudo, não podemos contrastar 
produtos com conformidade avaliada com o objetivo de 
comprovar que um é melhor que o outro. 
Os principais aspectos que provam a implantação de 
programas de avaliação da conformidade são: Propiciar 
a concorrência justa; Estimular a melhoria contínua da 
qualidade; Informar e proteger o consumidor; Facilitar o 
comércio exterior, possibilitando o incremento das 
exportações; Proteger o mercado interno; Agregar valor 
às marcas. 
3.1.3 Requisitos e principais mecanismos para 
avaliação da conformidade 
No Brasil, são praticados os tradicionais mecanismos 
de avaliação da conformidade, sendo que, uma 
metodologia especialmente desenvolvida, que leva em 
consideração as ferramentas de análise de risco, e 
tomando como base aspectos legais, ambientais, 
sociais, técnicos e econômico-financeiros, seleciona 
mecanismos de avaliação da conformidade disponíveis 
no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade o 
mais adequado às especificidades de cada produto. 
São eles: Certificação, Declaração do Fornecedor, 
Etiquetagem, Inspeção e Ensaios. 
 
 
- Certificação - “A certificação de produtos, processos, 
serviços, sistemas de gestão e pessoal é realizada por 
uma organização independente, acreditada pelo 
Inmetro, para executar a avaliação da conformidade de 
um ou mais destes objetos”. (INMETRO, 2007, pág. 21) 
- Declaração do fornecedor - “A declaração de 
conformidade do fornecedor é o processo pelo qual um 
fornecedor, sob condições preestabelecidas, dá 
garantia escrita de que um produto, processo ou 
serviço está em conformidade com requisitos 
especificados [...] É um mecanismo de avaliação 
aplicado a produtos, processos ou serviços que 
ofereçam de médio a baixo risco à saúde e segurança 
do consumidor e do meio ambiente”. (INMETRO, 2007, 
pág. 24) 
- Inspeção - ”A inspeção é o mecanismo de Avaliação 
da Conformidade muito utilizado para avaliar serviços, 
após sua execução. De um modo geral, os 
procedimentos de medição, de uso de calibres e de 
ensaios são aplicados nos instrumentos utilizados para 
execução do serviço a ser inspecionado. 
As atividades de inspeção podem incluir o ensaio de 
produtos, materiais, instalações, plantas, processos, 
procedimentos de trabalho ou serviços, durante todos 
os estágios de vida desses itens e visam a 
determinação da conformidade em relação aos critérios 
estabelecidos por regulamentos, normas ou 
especificações, e o subsequente relato de resultados”. 
(INMETRO, 2007, pág. 25) 
- Ensaio - ”O Ensaio consiste na determinação de uma 
ou mais características de uma amostra do produto, 
processo ou serviço, de acordo com um procedimento 
especificado. É a modalidade de Avaliação da 
Conformidade mais frequentemente utilizada porque, 
normalmente, está associada a outros mecanismos de 
avaliação da conformidade, em particular à inspeção e 
à certificação”. (INMETRO, 2007, pág. 26) 
- Etiquetagem – “A etiquetagem é um mecanismo de 
Avaliação da Conformidade em que, através de 
ensaios, é determinada e informada ao consumidoruma característica do produto, especialmente 
relacionada ao seu desempenho. O uso da etiqueta 
para destacar o desempenho de produtos vem sendo 
cada vez mais frequente, sendo um poderoso 
mecanismo de conscientização dos consumidores”. 
(INMETRO, 2007, pág. 26). 
Para que exista confiança nos resultados, a qualidade 
e a repetibilidade do ensaio são requisitos essenciais. 
O Inmetro acredita laboratórios que atuam de acordo 
com requisitos internacionais reconhecidos. A 
acreditação concedida pelo Inmetro é o 
reconhecimento formal de que o laboratório está 
operando um sistema da qualidade documentado e é 
tecnicamente competente para realizar ensaios 
específicos, avaliados segundo critérios com base na 
ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 e nas orientações do 
International Laboratory Accreditation Cooperation 
(ILAC) e Interamerican Accreditation Cooperation 
(IAAC). 
3.1.4 Selos de Identificação da Conformidade 
A atestação da conformidade de um produto ou objeto 
qualquer dá-se de diferentes formas. O selo de 
identificação da conformidade, como é hoje 
genericamente chamado no âmbito do Sistema 
Brasileiro de Avaliação da Conformidade é a evidência 
dessa atestação e pode se apresentar das seguintes 
maneiras: 
a) Etiqueta colada no produto; 
b) Layout desenhado na embalagem do produto; 
c) Layout desenhado em alto relevo no produto; 
d) Certificado impresso em papel; 
e) Listagem impressa; 
f) Banco de dados informatizado. 
Em geral, no selo de identificação da conformidade, 
consta o logo do certificador ou organização inspetora. 
Logicamente, quando a avaliação dá-se por terceira 
parte. Frequentemente, consta o logo do 
regulamentador e, eventualmente, o do acreditador. 
 
 
A seguir, são apresentados alguns dos selos de 
identificação da conformidade: 
 Figura 3: Selos de Identificação da Conformidade. 
 
3.1.5 Infraestrutura necessária para a implantação 
da Avaliação da Conformidade 
Para que sejam implantados programas de Avaliação 
da Conformidade, conforme visto em capítulo anterior, 
algumas necessidades básicas precisam ser atendidas: 
a) Padrões Metrológicos e Materiais de Referência 
Certificados- MRC; 
b) Entidade Oficial de Acreditação de Organismos e 
Laboratórios de Calibração e Ensaios; 
c) Rede de Laboratórios Acreditados de Calibração e 
Ensaios; 
d) Organismos Acreditados para Avaliação da 
Conformidade; 
e) Acervo de Normas e Regulamentos; 
f) Mecanismos de Acompanhamento no Mercado. 
3.1.6 Capacitação Básica para Implantação de 
Programas de Avaliação da Conformidade 
A implantação de Programas de Avaliação da 
Conformidade precisa ser precedida do 
desenvolvimento de algumas competências que são 
básicas, consistindo de: 
 
• Sistemática de identificação e priorização das 
demandas, envolvendo diferentes segmentos da 
sociedade; 
 
 • Análise de Impacto Regulatório (AIR) que envolve a 
realização de estudos de viabilidade e dos possíveis 
impactos sociais, ambientais e econômicos provocados 
pela implantação de um programa de avaliação da 
conformidade; 
 
• Metodologia para escolha do mecanismo de avaliação 
da conformidade mais adequado às especificidades 
dos produtos, processos ou serviços objeto da 
avaliação da conformidade; 
 
• Análise da disponibilidade ou necessidade de criação 
de infraestrutura para avaliação da conformidade; 
 
• Desenvolvimento e implantação negociada de cada 
programa, envolvendo os diferentes segmentos da 
sociedade impactados; 
 
• Divulgação prévia do programa à sociedade e 
assistência às partes impactadas quando de sua 
implementação; 
 
• Acompanhamento e avaliação no mercado, com 
vistas à retroalimentação do programa e correção de 
irregularidades; • Análise crítica, que deve ser feita a 
intervalos não superiores a 5 anos, e eventual 
aperfeiçoamento do Programa. 
 
3.1.7 Implantação de Programas de Avaliação da 
Conformidade 
A implantação de programas de Avaliação da 
Conformidade deve ser conduzida na forma de um 
projeto, composto das seguintes etapas: 
 
• Clarificação da demanda; 
 
• Análise de impacto regulatório e avaliação dos 
impactos sociais, ambientais e econômicos; 
 
• Estruturação de comissão técnica (partes 
interessadas/sociedade), que assessorará o 
desenvolvimento do Programa; 
 
• Elaboração dos documentos normativos; 
 
• Acreditação de organismos de avaliação da 
conformidade; 
 
 
 
• Acreditação de laboratórios; 
 
• Treinamento de pessoal para a fiscalização; 
 
• Divulgação às partes interessadas, em especial, e à 
sociedade como um todo; 
 
• Emissão de Portaria implantando o Programa; 
 
• Avaliação periódica do produto disponibilizado no 
mercado, a fim de verificar se o mesmo mantém as 
características originais, sob as quais teve sua 
conformidade avaliada; 
 
• Avaliação dos resultados do programa, confrontando 
com os objetivos para os quais foi criado. 
 
3.2 Acreditação de Laboratório 
A certificação dos laboratórios segundo a Norma ABNT 
NBR ISO/IEC 17025 é feita através da acreditação 
junto ao INMETRO. A acreditação consiste no 
reconhecimento formal de que o laboratório solicitante 
tem competência técnica e administrativa para realizar 
as atividades a que se propõe, operando corretamente 
de acordo com os termos da Norma e assim prestando 
serviços de qualidade (INMETRO, 2009). 
Cassano (2003), afirmou que “utilizar ou ter um 
laboratório credenciado pelo INMETRO faz um bem 
não só a seus usuários, que terão um serviço mais 
eficiente e com garantia de precisão, nem apenas aos 
proprietários dessas organizações, que poderão prestar 
serviços a empresas exportadoras e internacionais”. A 
expansão do mercado consumidor requer a 
demonstração da qualidade dos produtos, o que tem 
sido realizado pelo credenciamento dos laboratórios de 
ensaio e calibração aos organismos nacionais. 
No Brasil, o organismo responsável pela acreditação de 
laboratórios de calibração e ensaios é o INMETRO. A 
concessão da acreditação para um laboratório de 
calibração é feita de acordo com a área da metrologia 
atendida, podendo ser dimensional, pressão, força, 
massa, elétrica, dentre outras. No caso de laboratórios 
de ensaios, a concessão é feita por modalidade de 
ensaio, para atender a uma determinada norma ou 
certificar um método de ensaio desenvolvido pelo 
próprio laboratório (INMETRO, 2009). 
3.2.1 Principais etapas para solicitação de 
acreditação 
O processo de acreditação consiste da solicitação 
formal da acreditação, seguida de uma análise crítica 
da solicitação e indicação da equipe de avaliação, visita 
de pré-avaliação, análise da documentação, 
comparações interlaboratoriais, avaliação inicial, 
decisão sobre a acreditação e manutenção da 
acreditação. Segue um fluxograma para esclarecer: 
 
Figura 4: Fluxograma sobre o processo de acreditação. 
 
3.2.2 Vantagens da acreditação 
A acreditação pela ABNT NBR ISO/IEC 17025:20055, 
92 é um processo voluntário, mas traz uma série de 
vantagens ao laboratório e aos usuários dos serviços 
laboratoriais, tais como: 
 •Para os laboratórios: 
– Diferencial competitivo. 
– Marketing. 
– Confiabilidade dos clientes nos seus resultados. 
– Critérios e padrões aceitos internacionalmente. 
 
 
– Eliminação de múltiplas auditorias. 
– Acesso a programas interlaboratoriais. 
• Para os usuários: 
– Confiança nos resultados. 
– Ensaios e calibrações segundo critérios reconhecidos 
internacionalmente. 
– Superação de barreiras técnicas à exportação. 
– Seleção de fornecedores. 
 – Atendimentos a requisitos legais e/ou comerciais. 
O Inmetro acrescenta outras vantagens em relação à 
acreditação, porque ela representa o reconhecimento 
formal da competência técnica das organizações que 
realizam avaliação da conformidade e é uma maneira 
segura de identificar aqueles que oferecem a máxima 
confiança em seus serviços. Alémdisso, agrega os 
valores a seguir. 
 •Para os organismos de avaliação da conformidade 
acreditados: 
– Disponibiliza valioso recurso através de um grupo de 
avaliadores da conformidade, independentes e 
tecnicamente competentes. 
– Fornece um processo de avaliação único, 
transparente e reproduzível com o qual se evita a 
utilização de recursos próprios, se elimina o custo da 
reavaliação e se reforça a coerência. 
– Reforça a confiança do público nos serviços 
prestados. 
– Fomenta os esquemas confiáveis de autorregulação 
do próprio mercado, incrementando -se a competência 
e a inovação. 
 • Para as organizações certificadas: 
– Possibilita a tomada de decisões acertadas, 
diminuindo o risco da tomada de decisões com base 
em avaliações incorretas ou, o que é pior, de ter seu 
produto rejeitado por um comprador que não aceita 
certificações não acreditadas. 
– Garante a aceitação internacional dos produtos sem 
a necessidade de repetições das avaliações realizadas. 
•Para os consumidores finais: 
– Inspira confiança no provedor ao garantir que o 
produto tem sido avaliado por um organismo 
independente e competente. 
– Aumenta a liberdade de escolha e fomenta um 
mercado livre, porém confiável. 
3.3 Designação 
A designação de organismos vem alcançando, em 
particular na Europa, grande destaque. A designação é 
aplicada em programas de avaliação da conformidade 
feitos pela terceira parte. 
 
 
Figura 5: Selo de um Organismo Designado. 
 
No âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da 
Conformidade a designação é restrita aos casos onde, 
por qualquer motivo, não existe um número mínimo de 
organismos ou laboratórios acreditados para que o 
Programa se materialize. Cabe então à autoridade 
regulamentadora designar, preferencialmente tomando 
como pré-requisito a acreditação do organismo. Nestes 
casos a designação deve exigir como contrapartida que 
o organismo designado alcance sua acreditação em um 
período máximo preestabelecido. 
 
Ocasionalmente a designação é associada a existência 
de organização singular, de notório saber e 
reconhecida pela competência e idoneidade, sendo 
utilizada apenas em situações especiais, tais como: 
 
a) o produto, processo ou serviço, por suas 
especificidades, não pode ter sua conformidade 
avaliada pela adoção dos mecanismos clássicos de 
 
 
avaliação por terceira parte, ou seja, a certificação, a 
inspeção ou o ensaio; 
 
b) quando não existir e não puder ser criada, a curto 
prazo, a indispensável infraestrutura necessária à 
avaliação por terceira parte. 
 
Como consequência, podem ser destacadas duas 
outras particularidades que podem justificar a adoção 
da designação: 
 
a) quando um programa de avaliação da conformidade 
carece de rapidez em sua implementação, desde que a 
designação seja efetuada de forma mais expedita do 
que a acreditação; 
 
b) quando, pela complexidade do programa de 
avaliação da conformidade em implantação, se 
pretende restringir o número de organismos envolvidos, 
podendo-se limitar a designação a apenas um 
organismo, o que não é permitido na acreditação que, 
de acordo com as práticas internacionais, deve ser 
aberta a todos os organismos interessados. 
 
A Designação deve ser feita pela entidade reguladora 
do produto e o ideal é que a escolha dos organismos 
designados seja pautada na ideia de que tenham, 
como premissa, a necessidade de serem, 
preliminarmente, acreditados pelo Inmetro. Essa 
ferramenta permite ainda maior controle da autoridade 
regulamentadora sobre os organismos, incluindo a 
aplicação de penalidades de forma ágil, no caso de 
identificação de irregularidades na condução do 
processo de avaliação da conformidade. 
 
No Brasil, a ferramenta da Designação de Organismos 
foi utilizada, pela primeira vez, no Programa de 
Avaliação da Conformidade de Cestas de Alimentos e 
Similares. O objetivo é que os produtos das cestas 
básicas distribuídas cheguem ao consumidor 
atendendo aos requisitos de segurança alimentar então 
definidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do 
Abastecimento (MAPA), utilizado no Programa de 
Alimentação do Trabalhador (PAT), do Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE). 
Além disso, este programa visa melhorar as condições 
nutricionais dos trabalhadores, com repercussões 
positivas para a qualidade de vida, a redução de 
acidentes de trabalho e o aumento da produtividade. 
 
Figura 5: Certificação de produtos e Classificação de Materiais para a 
Segurança contra incêndio das Edificações. 
 
 
4. Referências 
[1] CIRILO DA SILVA NETO, João. Metrologia e 
Controle Dimensional.Rio De Janeiro.Elsevier,2012. 
[2] LINCK, Cristiano. Fundamentos de metrologia. 2. 
ed. Porto Alegre: SER – SAGAH, 2017. 
Página de internet 
[3] Hierarquia das instituições. Disponível<<Figura-01-
Hierarquia-do-Sistema-Metrologico-Fonte-INMETRO-
2009-Por-exemplo-a_fig1_262899290>> Acesso em: 
21 Ago. 2020 
 
[4]Validação de conformidade. Disponível 
em:<<https://www.gov.br/inmetro/ 
/inovacao/publicacoes/acpq.>> Acesso em: 26 Ago. 
2020 
 
Capítulo do livro 
[5] CIRILO DA SILVA NETO, João. Metrologia e 
Controle Dimensional.Rio De Janeiro.Elsevier,2012. P 
.201 - 219. 
 
https://www.researchgate.net/figure/Figura-01-Hierarquia-do-Sistema-Metrologico-Fonte-INMETRO-2009-Por-exemplo-a_fig1_262899290
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https://www.researchgate.net/figure/Figura-01-Hierarquia-do-Sistema-Metrologico-Fonte-INMETRO-2009-Por-exemplo-a_fig1_262899290
https://www.gov.br/inmetro/pt-br
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