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SISTEMA DE ENSINO CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Poder Legislativo Livro Eletrônico 2 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Sumário Poder Legislativo ............................................................................................................................ 3 1. As Funções Típicas e Atípicas do Poder Legislativo ............................................................ 3 2. Estrutura do Poder Legislativo ................................................................................................ 4 3. Poder Legislativo Estadual ....................................................................................................... 5 4. Atribuições da Assembleia Legislativa .................................................................................. 7 5. Deputados .................................................................................................................................. 10 5.1. Imunidades .............................................................................................................................. 10 5.2. Prerrogativas .......................................................................................................................... 14 5.3. Impedimentos..........................................................................................................................15 5.4. Perda do Mandato ..................................................................................................................16 6. Reuniões ..................................................................................................................................... 18 7.1. As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) .............................................................20 8.1. Emenda à Constituição ......................................................................................................... 23 8.2. Leis ...........................................................................................................................................24 9. Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária ............................................................ 29 10. Ministério Público de Contas ................................................................................................ 33 11. Procuradoria Geral da Assembleia Legislativa ................................................................. 35 Questões de Concurso ................................................................................................................. 37 Gabarito ............................................................................................................................................51 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi PODER LEGISLATIVO Olá, aluno(a), tudo bem? Acredito e espero que sim!! Na aula de hoje, estudaremos as regras da Constituição do Estado de Roraima relaciona- das com o Poder Legislativo. Forte abraço a todos e bons estudos! Diogo 1. As Funções TípicAs e ATípicAs do poder LegisLATivo Para compreendermos o Poder Legislativo, necessitamos, em um primeiro momento, fazer menção a diversos conceitos importantes relacionados com a divisão dos poderes e com o sistema de freios e contrapesos, assuntos típicos do direito constitucional. Basicamente, o nosso Estado democrático é formado por três Poderes, sendo eles o Exe- cutivo, o Legislativo e o Judiciário. E essa divisão foi proposta de forma que cada poder pudes- se exercer as suas atribuições de maneira autônoma, dando origem a um dos mais importan- tes postulados do nosso ordenamento, que é o princípio da separação dos poderes. Podemos verificar tal divisão se analisarmos o texto da Constituição Federal, mais precisa- mente em seu art. 2º, que assim dispõe: Art. 2º, São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Do mencionado artigo constitucional é que tiramos a base para todo o controle que é exer- cido na atividade administrativa. Importante frisar que duas são as características dos Pode- res estabelecidos pela Constituição Federal: independência e harmonia. Assim, consegue-se interpretar que a ideia do constituinte foi justamente estabelecer um sistema onde, ainda que cada Poder tivesse autonomia para tomar todas as decisões que fossem necessárias, esta liberdade não poderia implicar em condutas que contrariassem a própria finalidade para os quais os Poderes foram instituídos. Em outras palavras, a Constituição estabelece atividades típicas para cada um dos poderes, mas deixa claro que é competência dos demais o controle e a fiscalização de tais atividades. Desta forma, temos que a atividade típica do Poder Judiciário é a de julgar, a do Poder Le- gislativo é a de legislar e fiscalizar e a do Poder Executivo a de administrar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi • Executar as leis e as atividades administrativasExecutivo • Criar novas leis e fiscalizar a atividade públicaLegislativo • Julgar as leis frente aos casos concretos ou abstratosJudiciário No entanto, ainda que a regra seja a de que cada poder desempenha as suas atividades típicas, temos que todos os poderes desempenham, de forma atípica, as atividades originaria- mente atribuídas aos demais poderes. No âmbito do Poder Legislativo, temos como atividades típicas as de legislar e de fiscalizar. Nada impede, no entanto, que o Poder Legislativo, no exercício de suas funções atípicas, realize concurso público (função administrativa) ou julgue, nos casos estabelecidos em lei, o Governa- dor e o Vice pelos crimes de responsabilidade (função judiciária). Sendo assim, devemos memorizar, para fins de prova, que o Poder Legislativo desem- penha as funções típicas de legislar e de fiscalizar. Atipicamente, o Poder Legislativo pode desempenhar as funções de administrar e de julgar. 2. esTruTurA do poder LegisLATivo Em nosso ordenamento jurídico, contamos com o Poder Legislativo em todos os entes federativos. Assim, o Poder Legislativo Federal é exercido pelo Congresso Nacional, que, por sua vez, é composto de duas diferentes Casas Legislativas: o Senado Federal e a Câmara dos Deputados. Sendo assim, é correto afirmar que vigora o bicameralismo federativo, ou seja, a estrutura composta por duas Casas Legislativas. O bicameralismo, por sinal, teve origem nos Estados Unidos. Na época, quando ocorreu a independência do Reino Unido, as colônias restantes se tornaram autônomas. Como forma de preservar a independência, resolveram se unir e formaram, com esta união, os Estados Unidos da América. Neste momento, surgiu uma grande questão sobre a forma como as colônias seriam re- presentadas. Considerando que havia, na época, uma grande diferença econômica entre boa partes das colônias, caso estas fossem representadas de forma proporcional ao número da O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brhttps://www.grancursosonline.com.br 5 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi população, as colônias maiores teriam uma enorme vantagem, sendo que as menores sequer seriam ouvidas. Em sentido contrário, caso a representação fosse igualitária, as colônias menores, em maiores número, teriam um maior “poder de decisão” do que as colônias maiores. A solução encontrada para o impasse foi a adoção do bicameralismo. Com isso, todas as medidas deveriam, obrigatoriamente, ser aprovadas em duas Casas Legislativas. Outra informação que merece atenção é que as regras relacionadas com o bicameralismo apenas estão presentes na esfera federal. Nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, em sentido oposto, vigora o unicameralismo, sendo o Poder Legislativo exercido por apenas um Casa Legislativa (que será, respectivamente, a Assembleia Legislativa, a Câmara Legislati- va e a Câmara de Vereadores). ENTE FEDERATIVO PODER LEGISLATIVO União Congresso Nacional (formado pelo Senado Federal e pela Câmara de Deputados) Estados Assembleia Legislativa Distrito Federal Câmara Legislativa Municípios Câmara de Vereadores 3. poder LegisLATivo esTAduAL No Estado de Roraima, o Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, que, por sua vez, é composta de Deputados Estaduais, representantes eleitos para mandatos de 4 anos. Art. 30. O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, constituída de Deputados elei- tos e investidos na forma da legislação federal para uma legislatura de quatro anos. Os Deputados Estaduais serão escolhidos pelos eleitores de Roraima em eleições diretas e periódicas. Neste sentido, deve ser ressaltado que a escolha de tais representantes ocorrerá de acordo com as regras do sistema eleitoral proporcional. Obs.: � O Sistema Proporcional adota uma sistemática completamente diferente daquela ado- tada nas eleições majoritárias, de forma que nem sempre o candidato de maior vota- ção será o eleito para o cargo em disputa. Tal sistema tem por objetivo fazer com que os pequenos partidos políticos consigam eleger seus candidatos, em plena consonân- cia com o fundamento constitucional do Pluralismo Político. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi � A lógica é bem simples de entender: Se todas as eleições fossem realizadas pelo Sis- tema Majoritário, certos partidos ou coligações (normalmente os de maior poder eco- nômico) poderiam eleger seus candidatos para todas as cadeiras em disputa. Vamos exemplificar os passos adotados para que seja possível a determinação dos eleitos nas eleições que adotam o Sistema Proporcional. 1º Passo: Determinação dos Votos Válidos: Chegamos aos Votos Válidos de uma eleição deduzindo-se, do total de votos apurados, os Votos em Branco e os Votos Nulos. 2º Passo: Determinação do Quociente Eleitoral: Para chegarmos ao quociente eleitoral, devemos dividir o total de votos válidos pelo número de lugares em disputa. Como raramente a divisão será exata, temos que a parte restante da mesma será desprezada quando igual ou inferior a meio (0,5) ou arredondada para 1 quando superior a tal percentual. 3º Passo: Determinação do Quociente Partidário: De posse do quociente eleitoral, temos agora que estabelecer o quociente partidário, momento este em que começamos a verificar as cadeiras que vão sendo preenchidas por cada Partido ou Coligação. Para isso, temos que dividir o total de votos atribuídos a cada Partido ou Coligação pelo quociente eleitoral, com a ressalva de que nesta divisão, ao contrário do que ocorre quando da apuração do quociente eleitoral, a fração sempre será desprezada. De acordo com a Constituição Estadual, o número de Deputados Estaduais corresponde ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de 36, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12. Art. 30, § 1º O número de Deputados Estaduais corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingindo o número de 36 (trinta e seis), será acrescido de tantos quan- tos forem os Deputados Federais acima de doze. Ainda no âmbito das disposições gerais do Poder Legislativo Estadual, três informações merecem ser destacadas, a saber: a) O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Le- gislativa, na razão de, no máximo, 75% daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõe a Constituição Federal. b) Compete a Assembleia Legislativa dispor, em seu Regimento Interno, sobre polícia e serviços administrativos de sua secretaria, bem como prover os respectivos cargos. c) A lei disciplinará a forma como ocorrerá a iniciativa popular no processo legislativo es- tadual e municipal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi 4. ATribuições dA AssembLeiA LegisLATivA No que se refere às competências e atribuições da Assembleia Legislativa, precisamos diferenciar aquelas que exigem a sanção do Governador daquelas que não exigem a mencio- nada sanção. Para isso, faremos uso dos dispositivos presentes nos arts. 32 e 33 da norma estadual, de seguinte redação: Art. 32. Cabe à Assembleia Legislativa, com sanção do Governador, dispor sobre todas as matérias de competência do Estado, especialmente sobre: I – a organização administrativa do Poder Executivo, do Poder Judiciário, do Ministério Público, do Ministério Público de Contas, da Defensoria Pública, do Tribunal de Contas do Estado, das Autar- quias e Fundações Públicas, respeitada a iniciativa; II – a criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicos e fixação dos res- pectivos vencimentos, observados os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias; III – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; IV – Plano Plurianual de Investimentos, Diretrizes Orçamentárias Anuais, Orçamento Anual, abertura de crédito e autorização para operação de crédito interno ou externo e dívida pública; V – criação e extinção de Secretarias de Estado ou órgão da Administração Indireta; VI – prestação de garantias, pelo Estado, realizadas pelo Poder Executivo ou contratadas por órgão de sua Administração Indireta e pelos Municípios; VII – normas gerais sobre exploração de serviços públicos por particulares, sua concessão, bem como a fixação de tarifas ou preços, atendendo sempre a continuidade do serviço e a modicidade da retribuição pela execução; VIII – procedimento em matéria processual; IX – proteção, recuperação e incentivo à preservação e conservação do meio ambiente; X – dispor sobre servidores públicos da administração direta, autarquias, fundações e seu Regime Jurídico Único; e XI – criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios; Aqui, conforme mencionado, estamos diante de competências que, para serem exercidas, dependem da sanção do Governador do Estado. Vejamos agora as competências exclusivas, ou seja, aquelas que independem da sanção do Chefe do Poder Executivo. Art. 33. É da competência exclusiva da Assembleia Legislativa: I – estabelecer limites globais para o montante da dívida mobiliária do Estado e dos Municípios; II – aprovar, por maioria absolutae por voto secreto, na forma de Lei Complementar, a destituição do Procurador-Geral de Justiça, do Procurador-Geral de Contas e do Titular da Defensoria Pública; III – julgar as contas do Tribunal de Contas do Estado, do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e da Defensoria Pública, após parecer prévio do tribunal de contas, exceto quanto às suas; V – julgar anualmente as contas prestadas pelo Governador do Estado e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi VI – autorizar, previamente, alienação e cessão, a título oneroso ou não, de bens imóveis do Estado com área superior a 3.000m2, se urbanos, e a 2.500ha, se rurais; VII – fiscalizar convênios, acordos ou contratos com os Governos Federal e Municipal e com as entidades de direito público ou privado que resultem para o Estado quaisquer encargos não estabe- lecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias; VIII – sustar contratos impugnados pelo Tribunal de Contas do Estado; XI – processar e julgar o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral de Contas, o Procurador- -Geral do Estado, o Defensor Público-Geral e o Presidente do Tribunal de Contas, nos crimes de responsabilidade; XI – conhecer da renúncia do Governador e Vice-Governador; XII – conceder ou recusar licença ao Governador e ao Vice-Governador para que interrompam o exercício de suas funções; XIV – conhecer sobre as ausências e afastamentos do Governador e do Vice-Governador, conceder- -lhes licença, nos termos de Lei Complementar, bem como autorizá-los a se ausentarem do Estado ou do País, quando o período exceder a 15 (quinze) dias; XV – aprovar, por maioria absoluta de seus membros, proposta de empréstimo interno e autorização para empréstimo externo; XVI – fixar, por proposta do Governador, limites globais para o montante da dívida consolidada do Estado e Municípios; XVII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno do Estado, dos Municípios e de suas Autarquias e de demais entidades controladas pelo poder público estadual; XVIII – antes da nomeação, arguir e aprovar, por maioria absoluta, os nomes dos Titulares da De- fensoria Pública, da Procuradoria-Geral do Estado, do Ministério Público de Contas, das Fundações Públicas e das Autarquias, órgãos equivalentes ou assemelhados, além de escolher 2/3 (dois ter- ços) dos membros do Tribunal de Contas do Estado, após arguição pública; quanto a esses últimos, observado o disposto no art. 235, III, da Constituição Federal e no parágrafo único do art. 62 desta Carta; XIX – fixar, mediante Leis específicas, de sua iniciativa, para cada exercício financeiro, o subsidio do Governador, Vice-Governador, Secretários de Estado e de seus membros, observando o que dispõe a Constituição Federal; XX – suspender, no todo ou em parte, a execução de Lei ou de ato normativo declarado inconstitu- cional em decisão irrecorrível do Tribunal de Justiça; XXI – solicitar intervenção federal para assegurar o livre exercício de suas funções; XXII – aprovar a criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios; XXIII – proceder à tomada de contas do Governador, quando não apresentadas dentro de 60 (ses- senta) dias após abertura da sessão legislativa; XXIV – resolver definitivamente sobre acordos ou atos interestaduais que acarretarem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio estadual; XXV – autorizar a transferência temporária da sede do Governo; XXVI – eleger a Mesa e constituir Comissões; XXVII – elaborar seu Regimento Interno; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi XXVIII – dispor sobre a organização, funcionamento, criação, transformação ou extinção dos car- gos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias; XXIX – fiscalizar os atos do Poder Executivo, inclusive os da administração descentralizada; XXX – não havendo aprovação do nome encaminhado pelo Poder Executivo, fica estabelecido o prazo de 10 (dez) dias para encaminhamento de novo nome dentre aqueles da lista tríplice, se for o caso, ou nas demais situações, em que o Legislativo deva arguir e aprovar; XXXI – os titulares da Universidade Estadual de Roraima – UERR; da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima – CAER; da Companhia Energética de Roraima – CERR; da Companhia de Desenvolvi- mento de Roraima – CODESAIMA; do Instituto de Previdência do Estado de Roraima – IPER; do Insti- tuto de Pesos e Medidas do Estado de Roraima – IPEM; da Fundação do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – FEMARH; do Instituto de Amparo à Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Roraima – IACTI-RR; da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima – ADER; do Instituto de Terras e Colonização do Estado de Roraima – ITERAIMA; da Procuradoria-Geral do Estado – PROGE; da Junta Comercial de Roraima – JUCERR; da Defensoria Pública do Estado de Roraima; da Fundação Universidade Virtual de Roraima – UNIVIRR; do Departamento de Trânsito de Roraima – DETRAN; e titulares de órgãos equivalentes ou assemelhados comparecerão anualmente ao Poder Legislativo, em data fixada por este, para apresentação de relatório de atividades anual desenvolvidas e plano de metas para o ano seguinte, as quais serão referendadas por maioria absoluta dos membros desta Casa Legislativa, em turno único, cuja rejeição implicará o afastamento imediato do titular do cargo; XXXII – requisitar, por intermédio de sua Mesa Diretora, informações de Secretários de Estado ou autoridades equivalentes, e de dirigentes de entidades da administração estadual indireta, importan- do, quanto aos dois primeiros, em crime de responsabilidade, e quanto aos últimos, em sujeição às penas da lei, a recusa, o não atendimento, bem como a prestação de informações falsas, no prazo de quinze dias, podendo ser prorrogado por igual prazo, desde que justificado por escrito. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações da Assembleia Legislativa e de suas comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros. Art. 33, § 1º Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações da Assembleia Legislati- va serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros. Assim, sempre que a Constituição Estadual não estabelecer um quórum diferenciado para a aprovação das matérias, o total exigido será o da maioria dos votos (maioria simples), de- vendo, para a votação, a Casa Legislativa contar com a presença da maioria absoluta dos respectivos membros. • A maioria absoluta é alcançada pela presença de mais da metade dos membros da Casa Legislativa. No cálculo da maioria absoluta, são levados em conta todos os membros. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi • A maioria simples,por sua vez, trata-se da maioria dos votos dos representantes presen- tes na sessão. Logo, é levado em conta, para fins de maioria simples, apenas os Deputa- dos que estiverem presentes, e não, tal como ocorre com a maioria absoluta, o total de membros da Assembleia Legislativa. De acordo com a previsão constitucional, o primeiro quórum a ser observado é o da abertu- ra da sessão. Neste momento, deveremos ter, obrigatoriamente, a maioria absoluta dos mem- bros, ou seja, 50% + 1 dos Deputados Estaduais. Atingido o quórum de abertura, as matérias serão aprovadas, como regra geral, pela maio- ria simples, ou seja, pela maioria dos votos dos Deputados presentes. Maioria Simples Mais de 50% dos membros presentes na sessão Maioria Absoluta Mais de 50% dos membros da Casa Legislativa 5. depuTAdos A Assembleia Legislativa é formada por representantes do povo. Desta forma, é por meio do voto direto, universal e secreto que o corpo eleitoral nacional escolhe os Deputados Estadu- ais que irão representar a população durante o mandato de 4 anos. Ao contrário do que ocorre com os cargos dos Chefes do Poder Executivo (Presidente, Go- vernadores e Prefeitos), que apenas podem ser reeleitos para um mandato subsequente, não há qualquer tipo de vedação à reeleição dos membros da Assembleia Legislativa. Logo, os De- putados podem perfeitamente ser reeleitos para vários mandatos subsequente, dependendo apenas da votação do corpo de eleitores do respectivo Estado da federação. 5.1. imunidAdes Em nosso ordenamento jurídico, as funções desempenhadas pelos Deputados são consi- deradas imprescindíveis para a preservação do “Estado Democrático de Direito”. Neste sentido, aos parlamentares são asseguradas determinada imunidades, que, em linhas gerais, possuem o objetivo de possibilitar que as funções sejam desempenhadas da forma mais independente e livre possível. Assim, podemos conceituar as imunidades como as prerrogativas de ordem pública con- feridas as parlamentares. Considerando que as prerrogativas são de ordem pública, tais garan- tias são irrenunciáveis pelos Deputados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Importante destacar que as imunidades têm início no momento em que os Deputados são diplomados, e não a partir do momento da posse. A diplomação trata-se da última fase do processo eleitoral, podendo ser entendida como o ato por meio do qual a Justiça Eleitoral, em solenidade pública, entrega aos candidatos eleitos (bem como aos respectivos suplentes) diploma que assegura a estes o direito de tomarem posse e de exercerem o mandato no cargo para o qual foram eleitos. Ainda que a diplomação seja realizada para os Deputados e para os respectivos suplentes, as imunidades não são estendidas para os suplentes dos cargos eletivos, alcançando, em sen- tido diverso, apenas os titulares dos respectivos mandatos. Imunidades dos Deputados São prerrogativas de ordem pública São irrenunciáveis Não são estendidas para os respectivos suplentes As imunidades dos Deputados subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser sus- pensas, mediante o voto de 2/3 dos membros da Assembleia Legislativa, nos casos de atos praticados fora do seu recinto, que sejam incompatíveis com a execução da medida. De acordo com a doutrina, as imunidades dos parlamentares podem ser divididas em ma- terial e formal. 5.1.1. Imunidade Material A imunidade material, também conhecida como imunidade real, é a que estabelece a invio- labilidade dos Deputados no que diz respeito às suas opiniões, palavras e votos. Tal imunidade está prevista no art. 34 da Constituição Estadual, de seguinte redação: Art. 34. Os Deputados são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. De acordo com a garantia da imunidade material, o parlamentar será inviolável por suas opiniões, palavras e votos. No entanto, esta espécie de imunidade pode ser de ordem absoluta ou relativa. 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Em outros termos, caso as opiniões, palavras e votos tenham ligação com a função públi- ca, o parlamentar estará abrangido pela imunidade. Caso não tenham qualquer tipo de liga- ção, não há que se falar em imunidade, cabendo assim a responsabilização civil e penal do parlamentar. Imunidade Parlamentar Material Opiniões, palavras e votos proferidos em plenário (Imunidade Absoluta) Todas as opinições, palavras e votos estão imunes Opiniões, palavras e votos proferidos fora do plenário (Imunidade Relativa) Se tiver ligação com a função pública, haverá imunidade Se não tiver relação com a função pública, não haverá imunidade 5.1.2. Imunidade Formal A imunidade formal é a que diz respeito aos aspectos relacionados com a prisão dos par- lamentares e com o respectivo processo. Se na imunidade material tínhamos uma diferença entre os atos praticados pelos parla- mentares em relação à população em geral, na imunidade formal a infração cometida pelo parlamentar continua existindo, assim como ocorre com os demais particulares. A diferença está apenas nas garantias conferidas aos Deputados com relação ao trâmite do processo e com eventual prisão. Podemos dividir a imunidade formal em três grandes categorias de prerrogativas: quanto à prisão, quanto ao foro privilegiado e quanto ao processo. a) imunidade relacionada com a prisão: Com relação à prisão, a imunidade conferida aos Deputados está expressa no art. 34, § 2º, de seguinte redação: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Art. 34, § 2º Desde a expedição do diploma, os membros da Assembleia Legislativa não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável; nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas ao Poder Legislativo, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolvam sobre a prisão. Sendo assim, desde o momento em que ocorrer a diplomação, não poderão os membros da Assembleia Legislativa, como regra geral, ser presos. A vedação à prisão alcança até mes- mo a do Deputado que seja devedor de prestação alimentícia, que é uma das exceções à regra da impossibilidade de prisão por dívida em nosso ordenamento jurídico. Art. 5º, LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento vo- luntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; Emcaráter de exceção, temos a hipótese de flagrante pelo cometimento de crime inafian- çável, oportunidade em que o parlamentar, ainda que abrangido pela imunidade formal, poderá ser preso. Na situação de cometimento de crime inafiançável, os autos do processo serão remetidos, dentro de 24 horas, à Casa Legislativa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Importante salientar que, de acordo com o entendimento dos tribunais superiores, a imu- nidade formal não alcança a prisão do parlamentar que sofrer condenação criminal mediante sentença que tenha transitado em julgado, ou seja, que não possa mais ser objeto de recurso. Sendo assim, é correto afirmar que a imunidade parlamentar formal alcança apenas a im- possibilidade de prisão do Deputado que esteja respondendo a um processo criminal. Em caso de condenação que tenha transitado em julgado, a prisão poderá perfeitamente ocorrer. b) imunidade relacionada com o foro privilegiado: Basicamente, o foro por prerrogativa de função (ou foro privilegiado) trata-se de uma prerrogativa concedida a certas autoridades de- tentoras de poder, tais como os Parlamentares, os Magistrados e os Chefes do Poder Executivo. Estas autoridades possuem o direito (prerrogativa) de serem processadas e julgadas, no âmbito das ações de natureza penal, por tribunais e juízes especializados, escapando assim do julgamento da justiça comum. Com relação aos parlamentares, a imunidade relacionada como o foro privilegiado está prevista no art. 34, § 1º, da Constituição Estadual, de seguinte redação: Art. 34, § 1º Os Deputados, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça de Roraima. Sendo assim, após a diplomação, os parlamentares passam a ter a prorrogativa de serem julgados pelo TJ. No entanto, deve ser salientado que a imunidade alcança apenas as ações de natureza penal, ou seja, os crimes cometidos. No âmbito das ações de natureza cível, em sentido contrário, não há que se falar em imunidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi De igual forma, o foro por prerrogativa de função abrange até mesmo as ações decorrentes de infrações eventualmente cometidas antes da diplomação. Assim, caso um candidato tenha cometido um crime e seja, posteriormente, eleito, passará ele, após a diplomação, a ter a ga- rantia da imunidade formal, apenas podendo ser julgado pelo Tribunal de Justiça. Contrariamente, deve ser mencionado que o término do mandato implica, igualmente, no fim do foro por prerrogativa de função. Logo, um Deputado que esteja respondendo a pro- cesso perante o TJ terá, com o término do mandato, o fim da prerrogativa, devendo os autos processuais ser remetidos para a Justiça Comum. c) imunidade relacionada com o processo: Basicamente, a imunidade formal relaciona- da com o processo consiste na possibilidade de sustação da tramitação pela Assembleia Legislativa. Art. 34, § 3º Recebida a denúncia contra o Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Tri- bunal de Justiça de Roraima dará ciência à Assembleia Legislativa, que, por iniciativa de partido po- lítico nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Assembleia Legislativa no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. Desta forma, tendo sido recebida a denúncia contra parlamentar por um crime cometido após a diplomação, o TJ dará início ao processo de julgamento, não havendo necessidade de qualquer tipo de autorização por parte da Casa Legislativa. Iniciado o processo, o Tribunal de Justiça dará ciência à Casa Legislativa da tramitação do processo contra o parlamentar. Após a ciência, poderá a Casa Legislativa, desde que por inicia- tiva de partido político nela representado e pelo voto da maioria dos seus membros, sustar, até a decisão final, o andamento da ação. Obs.: � Destaca-se que o pedido de sustação será apreciado pela Assembleia no prazo impror- rogável de 45 dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. Como não poderia deixar de ser, a sustação, quando realizada pela Casa Legislativa, impli- ca também na suspensão da prescrição com relação à infração cometida pelo parlamentar. 5.2. prerrogATivAs Além das imunidades, a Constituição Estadual elenca duas outras prerrogativas aos Depu- tados. Neste ponto da matéria, deve ser ressaltado que, ainda que parte da doutrina entenda que estas prerrogativas estejam dentro do campo da imunidade, o mais correto é tratá-las de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi forma separada, uma vez que ambas não possuem relação com os aspectos material ou for- mal das demais imunidades. Sendo assim, podemos estabelecer que são prerrogativas conferidas aos parlamentares as presentes nos §§ 6º, 7º e 9º do art. 34: Art. 34, § 6º Os Deputados não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Assembleia Legislativa. § 9º No exercício do seu mandato, o Deputado terá livre acesso às repartições públicas e aos órgãos da Administração Pública Estadual Direta e Indireta. Logo, os Deputados não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que prestaram a eles ou deles receberam tais informações. A ideia desta prerrogativa é conferir uma espécie de ga- rantia para que o parlamentar possa fazer uso de todas as informações que cheguem ao seu conhecimento, inclusive quando relacionadas com algum tipo de irregularidade que exija uma eventual apuração. No caso de incorporação às Forças Armadas, os Deputados dependem, ainda que mili- tares e embora em tempo de guerra, de prévia licença da Casa Legislativa à qual pertençam. Além disso, o Deputado terá livre acesso, no exercício do seu mandato, às repartições pú- blicas e aos órgãos da Administração Pública Estadual Direta e Indireta. 5.3. impedimenTos Em seu art. 35, a Constituição Estadual elenca uma série de impedimentos e vedações que devem ser observadas pelos Deputados desde o momento da diplomação e desde o momen- to da posse. Como já ressaltado, a diplomação ocorre em momento anterior à posse, tratando-se de um ato declaratório da Justiça Eleitoral. A posse, que ocorre posteriormente, é o ato por meio do qual o parlamentar efetivamente é investido no cargo eletivo para o qual foi eleito. Neste ponto da matéria, temos que memorizar e diferenciar as vedações que devem ser observadas desde a diplomação daquelas que apenas precisam ser observadas pelo parla- mentar a partir da posse. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brhttps://www.grancursosonline.com.br 16 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Vedações a partir da Diplomação Vedações a partir da Posse a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja livremente demissíveis, nas entidades anteriormente mencionadas; a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) patrocinar causa em que seja interessada pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público; c) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo. 5.4. perdA do mAndATo Nos arts. 36 e 37 da Constituição Estadual, encontramos situações em que o Deputado Estadual perderá ou não o mandato para o qual foi eleito. Art. 36. Perderá o mandato o Deputado: I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias, salvo licença médica, afastamento para tratar de assunto de interesse particular, missão oficial fora do estado, representação do Poder Legislativo participação em atividade legislativa, em comissão ou a serviço desta; IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição Federal; e VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. § 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento Interno, do Poder Legislativo, o abuso das prerrogativas asseguradas ao Deputado ou a percepção de vanta- gens indevidas, consideradas estas quando não criadas pelo instrumento legal competente. § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI deste artigo, a perda do mandato será decidida pela Assembleia Legislativa, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partidos polí- ticos representados no Legislativo, assegurada ampla defesa. § 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer dos membros da Assembleia Legislativa ou de Partidos políticos nela re- presentados, assegurada ampla defesa. § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos, até as deliberações finais, observado o dis- posto no art. 55 da Constituição Federal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Art. 37. Não perderá o mandato o Deputado: I – investido na função de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado do Distrito Federal, de Território, de Município no Estado, de Presidente de Fundação, Presidente de Órgão da Administração Indireta do Poder Executivo Estadual ou de Chefe de Missão Diplomática temporária: e Assessoria Especial do Poder Executivo; e II – licenciado pela Assembleia Legislativa por motivo de doença ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse 120 (cento e vinte) dias por sessão legislativa. § 1º O suplente será convocado, nos casos de vaga, com a investidura nas funções previstas neste artigo, ou de licença superior a 120 (cento e vinte) dias. § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de 15 (quinze) meses para o término do mandato. § 3º Na hipótese do inciso I deste artigo, o Deputado poderá optar pela remuneração do mandato. Nas situações de perda do mandato, a depender da hipótese ensejadora, poderemos ter a declaração da Mesa Legislativa (de ofício ou por provocação) ou então a decisão da Assem- bleia Legislativa respectiva. Perda do Mandato declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer dos membros da Assembleia Legislativa ou de partidos políticos nela representados, assegurada ampla defesa Perda do Mandato decidida pela Assembleia Legislativa (por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partidos políticos representados no Legislativo, assegurada ampla defesa) a) parlamentar que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias, salvo licença médica, afastamento para tratar de assunto de interesse particular, missão oficial fora do estado, representação do Poder Legislativo e participação em atividade legislativa, em comissão ou a serviço desta; b) parlamentar que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; c) quando o decretar a Justiça Eleitoral; a) parlamentar que infringir qualquer das vedações constitucionais (desde a diplomação e desde a posse) b) parlamentar cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; c) parlamentar que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. Devemos conhecer, também, as situações que, ainda que o parlamentar esteja ausente das funções, não acarretam a perda do mandato eletivo. Desta forma, não perderá o mandato o Deputado Estadual: a) investido na função de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Es- tado do Distrito Federal, de Território, de Município no Estado, de Presidente de Fundação, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Presidente de Órgão da Administração Indireta do Poder Executivo Estadual ou de Chefe de Missão Diplomática temporária e Assessoria Especial do Poder Executivo. Em tais hipóteses, o Deputado Estadual poderá optar pela remuneração do mandato. b) licenciado pela Assembleia Legislativa por motivo de doença ou para tratar, sem remu- neração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse 120 (cento e vinte) dias por sessão legislativa. Obs.: � O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a 120 dias. Ocorrendo vaga e não havendo suplente, será realizada eleição se faltarem mais de 15 meses para o término do mandato. 6. reuniões Antes de conhecermos as regras relacionadas com as reuniões, devemos compreender e diferenciar os conceitos de legislatura, períodos legislativos e sessões legislativas. A legislatura pode ser definida como o período de tempo em que a Assembleia Legislativa desempenha as suas atividades. Assim, se considerarmos o período de duração do mandato de cada um dos representantes, é correto afirmar que os Deputados desempenham suas ativi- dades durante 1 legislatura, ou seja, durante o período de 4 anos. Não podemos confundir o conceito de legislatura, no entanto, com os de sessão legislativa e períodos legislativos. A sessão legislativa possui duração anual, sendo, em linhas gerais, o período de tempo em que, no curso do correnteano, os Deputados se reúnem para deliberar sobre as matérias de suas competências. A sessão legislativa, de acordo com a Constituição Estadual, ocorre na capital do Estado, no período de tempo compreendido entre 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Vocês observaram que há um intervalo de tempo no curso da sessão legislativa (mais precisamente entre os dias 1º a 31 de julho)? Isso ocorre na medida em que cada um das sessões legislativas é dividida em dois perío- dos legislativos. E ambos os períodos são divididos pelo recesso parlamentar. Logo, o período legislativo pode ser definido como a divisão de cada uma das sessões legislativas. Consequentemente, as sessões legislativas sempre terão 2 períodos legislativos, da mesma forma que a legislatura terá, sempre, 4 sessões legislativas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Legislatura Período em que são desenvolvidas, por meio da Assembleia Legislativa, as atividades parlamentares. Duração de 4 anos Sessão Legislativa Período de tempo anual de exercício das atividades. A legislatura, desta forma, é dividida em 4 sessões legislativas. Duração de 1 ano Período Legislativo Período de tempo semestral de exercício das atividades. Assim, teremos 2 períodos legislativos no curso de uma sessão legislativa e 8 períodos legislativos durante a legislatura como um todo. Duração de 6 meses Vejamos agora as regras da Constituição Estadual relacionadas com as reuniões, já com os destaques devidos: Art. 30, § 2º A Assembleia Legislativa reunir-se-á, anualmente, na Capital do Estado, de 15 de feve- reiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. § 3º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o 1º (primeiro) dia útil subse- quente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados. § 4º No 1º (primeiro) ano da Legislatura, a Assembleia Legislativa reunir-se-á em sessões prepara- tórias, no dia 1º (primeiro) de janeiro, para a posse do Governador, do Vice-Governador e de seus membros e eleição da Mesa Diretora com mandato de 02 (dois) anos, vedada recondução para o mesmo cargo na mesma legislatura, observadas as disposições do Regimento Interno. § 5º O Período Legislativo não será interrompido sem a aprovação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Projeto de Lei Orçamentária Anual. § 6º A convocação extraordinária da Assembleia Legislativa será realizada: I – por seu Presidente, nos seguintes casos; a) decretação de Estado de calamidade pública que atinja o território do estado, no todo ou em parte; b) intervenção no Estado ou em Município; e c) recebimento dos autos de prisão de Deputado, na hipótese de crime inafiançável. II – por 2/3 (dois terços) dos Membros da Assembleia Legislativa, ou pelo Governador, em caso de urgência ou interesse público relevante. § 7º Na Sessão Legislativa Extraordinária, a Assembleia Legislativa deliberará somente sobre ma- téria para a qual foi convocada. 7. Comissões A Assembleia Legislativa terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na for- ma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi No momento da constituição das Mesas Legislativas e de cada uma das Comissões, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Assembleia Legislativa. Tanto é que, durante o recesso, salvo convocação extraordinária, haverá uma comissão representativa da Assembleia Legislativa, eleita na última sessão ordinária do período le- gislativo, cuja composição guardará, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária. Cabe às Comissões, em razão de matéria de sua competência, as seguintes atribuições: a) discutir e votar projetos de lei que, segundo o Regimento Interno, não se inclua na com- petência originária do plenário, cabendo recurso para este, no prazo de 5 dias da publicação, por iniciativa de 1/10 dos Deputados; b) convocar Secretários de Estado, dirigentes de autarquias, empresas públicas, socieda- des de economia mista e fundações instituídas ou mantidas pelo poder público para prestarem pessoalmente, no prazo de 15 dias, informações sobre assuntos previamente determinados, importando em crime de responsabilidade a ausência sem justificativa adequada; c) convocar o Procurador-Geral da Justiça, o Procurador-Geral do Estado, o Defensor Pú- blico Geral e os Comandantes Militares para prestarem informações a respeito de assuntos previamente fixados, relacionados com a respectiva área; d) acompanhar a execução orçamentária; e) velar pela completa adequação dos atos do Poder Executivo que regulamentem dispo- sitivos legais; f) receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; g) apreciar planos de desenvolvimento e programas de obras do Estado e sobre eles emitir pareceres. 7.1. As comissões pArLAmenTAres de inquériTo (cpi) Uma atenção especial deve ser dada às comissões parlamentares de inquérito (CPI), uma vez que tais comissões, ainda que constituídas em caráter temporário e com a finalidade de apurar um fato certo, possuem, de acordo com a Constituição, poderes de investigação pró- prios das autoridades judiciais. Art. 31, § 2º As Comissões Parlamentares de Inquérito, observada a legislação, são específicas no que lhes couber; terão poderes de investigação própria das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno, serão criadas a requerimento de 1/3 (um terço) dos membros da Assembleia Legislativa, e sua aprovação dependerá de deliberação do Plenário, para apuração do fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Minis- tério Público ou a outra autoridade competente, para que promova a responsabilidade civil, criminal ou administrativa dos infratores. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Inicialmente, precisamos saber que dois são os requisitos que devem ser observados para que as CPIs possam ser criadas: a) requerimento de, pelo menos, 1/3 dos membros da respectiva Casa Legislativa; b) ter a finalidade de apurar um fato determinado e por prazo certo, o que implica em afir- mar que as comissões parlamentares de inquérito são consideradas comissões temporárias, e não comissões definitivas; Após a constituição, uma série de prerrogativas são conferidas às CPIs para que estas possam melhor desempenhar suas atividades. O STF, por exemplo, já entendeu que tais comissões podem determinar a quebra do sigilo bancário, fiscal e de dados, conforme se verifica no teor do Mandado de Segurança 23.452/RJ: O sigilo bancário, o sigilo fiscal e o sigilo telefônico (sigilo este que incide sobre osdados/ registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das comunicações tele- fônicas) – ainda que representem projeções específicas do direito à intimidade, fundado no art. 5º, X, da Carta Política – não se revelam oponíveis, em nosso sistema jurídico, às Comissões Parlamentares de Inquérito, eis que o ato que lhes decreta a quebra traduz natural derivação dos poderes de investigação que foram conferidos, pela própria Cons- tituição da República, aos órgãos de investigação parlamentar. Para que tais atividades sejam exercidas, no entanto, devem as CPIs demonstrar que o acesso a tais informações se revela essencial ao correto deslinde dos fatos. Da mesma forma, as comissões parlamentares de inquérito não possuem poderem ilimi- tados, não podendo, ainda de acordo com o entendimento do STF, determinar a realização de diligências de busca e apreensão domiciliar ou a decretação da indisponibilidade dos bens (atividades típicas do Poder Judiciário). Também não podem as CPIs determinar a interceptação telefônica daqueles que estão sendo investigados pela comissão. Um cuidado maior merece ser dado a este ponto, uma vez que a distinção entre a interceptação telefônica e a quebra do sigilo dos registros telefônicos é fundamental para a compreensão das prerrogativas atribuídas às CPIs. A quebra dos registros telefônicos diz respeito aos dados já produzidos pelas partes antes da determinação da comissão. Por se tratar de informações pretéritas, já produzidas, podem ser acessados pelas CPIs sem a necessidade de autorização do Poder Judiciário. A interceptação telefônica, no entanto, refere-se aos dados que ainda serão produzidos a partir da dada da adoção da medida. Como tratam-se de dados inéditos, ainda não produzidos, estão assegurados pela proteção constitucional da inviolabilidade do acesso às comunica- ções, conforme previsão do art. 5º, XII, da Constituição Federal: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Art. 5º, XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; A interceptação telefônica, desta forma, não pode ser determinada pelas comissões parla- mentares de inquérito, mas sim apenas pelo Poder Judiciário. Como forma de facilitar o entendimento, relaciona-se a seguir as prerrogativas que podem ou não ser adotadas pelas comissões parlamentares de inquérito: As CPIs podem As CPIs não podem Determinar a quebra do sigilo fiscal, bancário e de dados (informações pretéritas, já produzidas) Determinar a interceptação telefônica (informações inéditas, ainda não produzidas) Determinar a quebra do sigilo bancário Determinar busca e apreensão domiciliar Determinar a quebra de dados telefônicos (informações pretéritas, já produzidas) Determinar a ordem de prisão Realizar a prisão em flagrante Determinar a indisponibilidade dos bens (bloqueio) Realizar todas as diligências que entender necessárias Determinar a prisão preventiva Convocar autoridades e testemunhas para prestar depoimentos Investigar fatos decorrentes de outros entes federativos Importante destacar, por fim, que a omissão de informações às Comissões Permanentes e Comissões Parlamentares de Inquérito, inclusive as que envolvam sigilo, ou a prestação de informações falsas, constitui crime de responsabilidade. 8. Processo Legislativo O processo legislativo pode ser conceituado como o conjunto de atos e de procedimentos necessários para que um ato normativo primário seja aprovado. Os atos normativos primários são aqueles que, em linhas gerais, inovam no ordenamen- to jurídico, podendo instituir obrigações e deveres para todos os particulares atingidos pelas disposições da norma editada. Exemplo clássico de ato normativo primário são as leis e as medidas provisórias. Tais espécies normativas se diferenciam, por exemplo, dos atos normativos secundários, que, em sentido contrário, não inovam no ordenamento jurídico, sendo editados, apenas, com o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi objetivo de regulamentar e detalhar as normas primárias. Como exemplo de atos secundários, temos os Decretos, as Portarias e as Resoluções Internas. Neste sentido, as regras relacionadas com o processo legislativo dizem respeito às diver- sas espécies de normas que podem ser editadas pelo Poder Legislativo Estadual. No Estado de Rondônia, seis são as principais hipóteses de normas que estão compreendidas no proces- so legislativo, conforme previsão do art. 38: Art. 38. O processo legislativo compreende a elaboração de: I – Emendas à Constituição; II – Leis Complementares; III – Leis Ordinárias; III – A – Leis Delegadas; IV – Decretos Legislativos; e V – Resoluções 8.1. emendA à consTiTuição A Constituição Estadual é a principal norma a ser observada no âmbito do estado de Rorai- ma. Logo, são os seus mandamentos que devem ser observados, como regra geral, em todas as atuações que não ultrapassem a competência do respectivo ente federativo. Consequentemente, a Constituição, para sua emenda, exige um processo mais dificultoso, por exemplo, do que aquele utilizado para a edição ou alteração de uma lei ordinária. Neste sentido, a Constituição Estadual apenas poderá ser emendada mediante proposta do Governador do Estado, de um terço, no mínimo, dos membros da Assembleia Legislativa, de mais da metade das Câmaras Municipais do Estado, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros, e mediante iniciativa popular (assinada por, pelo menos, 5% dos eleitores do Estado). Art. 39. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I – de 1/3 (um terço), no mínimo, dos membros da Assembleia Legislativa; II – do Governador do Estado; III – de mais da metade das Câmaras Municipais do Estado, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de seus membros; e IV – de cidadão, mediante iniciativa popular assinada por, no mínimo, 5% (cinco por cento) dos elei- tores do Estado. Além disso, a norma elenca situações em que a Constituição Estadual não poderá ser objeto de emenda. Consequentemente, quando estivermos diante de estado de sítio ou de es- tado de defesa, a Constituição não poderá ser emendada. Precisamos memorizar isso? Com toda certeza… O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Constituição Estadual não poderá ser emendada na vigência de: Estado de Sítio Estado de Defesa Uma vez observadas as restrições acima, bem como os legitimados com competência para dar início ao processo, a emenda seguirá o seguinte rito: a) A proposta será discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada quando ob- tiver em ambas as votações, o voto favorável de 3/5 dosmembros da Assembleia Legislativa. b) A emenda à Constituição será promulgada pela Mesa da Assembleia Legislativa, com o respectivo número de ordem. c) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 8.2. Leis O princípio da legalidade está relacionado com a ideia de que toda e qualquer obrigação apenas pode ser exigida da coletividade por meio da manifestação da população. E isso é bem simples de entender: uma vez que se é a população quem escolhe seus repre- sentantes através do voto, presume-se que ela, a população, é quem atua, ainda que indireta- mente, através da manifestação de seus representantes. E, como se sabe, toda e qualquer norma jurídica que inove o ordenamento deve ter a par- ticipação dos representantes populares. Indiretamente, portanto, quem está editando leis e inovando o ordenamento pátrio é a própria população. Nesse sentido se posiciona o autor Hely Lopes Meirelles: As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública, e seus preceitos não podem ser des- cumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma vez que contêm verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos. O conceito da legalidade, desta forma, é o de que aos particulares é permitido fazer tudo aquilo que não esteja proibido em lei. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Em outros termos, os particulares podem, como regra geral, adotar os comportamentos que entendam ser os melhores para cada situação. Há assim uma liberdade de atuação asse- gurada a todos os administrados. Quando, no entanto, houver uma lei estabelecendo a vedação a determinado comporta- mento, a eventual prática da conduta vedada implica em descumprimento da lei, ensejando a aplicação de penalidades aos responsáveis. Importante diferenciarmos o conceito de lei em sentido lato do da lei em sentido estrito, também conhecida como lei formal. A lei em sentido lato compreende todas as normas expedidas pelos Poder Público, poden- do ou não inovar no ordenamento jurídico. Importante mencionar que não há necessidade destas normas serem chamadas especi- ficamente de “leis”. Como exemplo, podemos citar os decretos autônomos, que, nas estritas possibilidades da Constituição Federal, podem inovar no ordenamento jurídico. A lei em sentido estrito, por outro lado, compreende apenas as normas que são dotadas das características da generalidade e da abstração. A característica da generalidade afirma que tais normas alcançam um número indetermi- nado de administrados. Já de acordo com a abstração, as leis em sentido estrito não se apli- cam exclusivamente a um caso concreto, mas a todas as hipóteses que se enquadrarem nas situações nela previstas. Lei em sentido estrito •Todas as normas que inovam no ordenamento jurídico, sendo dotadas de generalidade e abstração. Lei em sentido lato •Todas as normas expedidas pelo Poder Público, inovando ou não no ordenamento jurídico. De acordo com a Constituição Estadual, a iniciativa das Leis Complementares e Ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Presidente do Tribunal de Justiça, ao Presidente do Tribunal de Contas, ao Reitor da Univer- sidade Estadual, ao Procurador-Geral de Contas, ao Procurador Geral de Justiça, ao Defensor Público-Geral e aos cidadãos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Especificamente em relação ao Governador do Estado, consta a previsão de que tal autori- dade poderá solicitar que os projetos de sua iniciativa e exclusiva competência tramitem em regime de urgência. Tendo sido feita a solicitação, se a Assembleia Legislativa não deliberar em até 45 dias sobre o projeto, este será incluído na ordem do dia até que seja ultimada a sua votação. Art. 42. O Governador poderá solicitar que os Projetos de sua iniciativa e exclusiva competência tramitem em regime de urgência. § 1º Se a Assembleia Legislativa não deliberar em até 45 (quarenta e cinco) dias o projeto de que trata este artigo, o mesmo será incluído na ordem do dia até que seja ultimada a sua votação. § 2º O prazo de 45 (quarenta e cinco) dias de que trata o § 1º não corre nos períodos de recesso da Assembleia Legislativa, nem se aplica aos projetos de código. E qual o fluxo a ser observado para que uma lei seja aprovada? Basicamente, o projeto de lei observa as seguintes etapas: 1º) Após o projeto de lei ser aprovado, será ele será enviado ao Governador do Estado, o qual, aquiescendo, o sancionará e promulgará. 2º) Se o Governador do Estado considerar o projeto de lei, no todo ou em parte, inconsti- tucional ou contrário ao interesse público, irá ele vetar total ou parcialmente, no prazo de 15 dias úteis, contado da data do recebimento. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso, de item ou de alínea. 3º) Em caso de veto, deverá o Governador comunicar, dentro de 48 horas, os respectivos motivos ao Presidente da Assembleia Legislativa. Sendo negada a sanção, os motivos do veto serão comunicados ao Presidente da Assembleia Legislativa dentro do prazo para sua aposi- ção e publicado imediatamente. 4º) Decorrido o prazo de 15 dias úteis, o silêncio do Governador importará sanção do pro- jeto de lei, sendo obrigatória sua promulgação pelo Presidente da Assembleia Legislativa no prazo de 10 dias. 5º) O veto será apreciado no prazo de 30 dias, a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados. Esgotado, sem deliberação, o prazo de 30 dias, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. 6º) Se o veto for rejeitado, será o projeto enviado, para promulgação, ao Governador. Se a lei não for promulgada dentro de 48 horas, pelo Governador, o Presidente da Assembleia Le- gislativa a promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao primeiro Vice-Presidente realizar a medida. Não sendo promulgada a Lei pelo Poder Executivo, este fornecerá os meios indispensáveis para que o Poder Legislativo adote a medida. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi 7º) Ressalvados os projetos de iniciativa exclusiva, a matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá ser renovada, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa. 8.2.1. Leis Complementares Com relação às leis complementares, no entanto, precisamos memorizar que estas serão sempre aprovadas por maioria absoluta dos votos. Isso não significa, contudo, que haja uma hierarquia entre as leis complementares e as leis ordinárias. Ambas as espécies normativas, ao contrário do que possa dar a entender, estão situadas no mesmo nível hierárquico.A lei complementar, assim como ocorre com a lei ordinária, são instrumentos de atuação, como regra geral, do Poder Legislativo. Por meio da edição das leis, os representantes do povo, dentre outros legitimados pela Constituição Federal, podem fazer valer a vontade popular. Ambos os instrumentos (lei ordinária e lei complementar) se diferenciam, no entanto, com relação a dois importantes aspectos: a matéria e o quórum necessário para a aprovação. Com relação à matéria, todos os assuntos em que a Constituição Federal exigir, expres- samente, a edição de lei complementar, apenas podem ser normatizados por meio deste instrumento. Neste sentido, expressões como “lei complementar estabelecerá” ou “lei complementar disporá” apenas podem ser objeto de lei complementar, e não de lei ordinária. Adotando-se o critério residual, todas as demais matérias, ou seja, aquelas em que a Cons- tituição não determina expressamente a necessidade de edição de uma lei complementar, podem ser objeto de lei ordinária. Como exemplo, podemos citar diversos artigos onde a Constituição apenas menciona que “lei estabelecerá”. Nestas situações, a regulamentação da matéria poderá ser feita por lei ordi- nária, não sendo exigida a edição de lei complementar. No que se refere ao quórum de aprovação, a lei complementar exige, para a sua aprovação, a maioria absoluta dos votos dos membros do respectivo órgão. Assim, se estivermos diante de um órgão com, por exemplo, 81 membros, a lei complemen- tar apenas será aprovada se pelo menos 41 membros votarem neste sentido. A lei ordinária, em sentido oposto, exige apenas a aprovação por parte da maioria simples. Logo, se tomarmos como exemplo a situação do órgão anteriormente mencionado (composto de 81 membros), uma lei ordinária será aprovada caso a maioria simples dos membros presen- tes em uma sessão vote neste sentido. Desta forma, caso o órgão tenha, em uma sessão, 60 membros, a lei ordinária será conside- rada aprovada caso assim seja decidido por, pelo menos, 31 membros, número que representa a maioria dos membros presentes, e não necessariamente a maioria do respectivo órgão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Art. 40. As Leis Complementares serão aprovadas pelo voto favorável da maioria absoluta dos membros da assembleia legislativa, em turno único, observados os demais termos da votação das leis ordinárias. Lei Complementar Matérias expressamente previstas no texto da Constituição Aprovação pela maioria absoluta (50% + 1 dos mebros do órgão) Lei Ordinária Matérias que não exigem a edição de lei complementar (critério residual) Aprovação pela maioria simples (50% + 1 dos membros presentes na sessão) É a própria Constituição Estadual que estabelece uma lista de matérias que apenas pode- rão ser disciplinadas por meio de lei complementar. Art. 40, Parágrafo único. Para fins deste artigo, consideram-se complementares, entre outras previs- tas nesta Constituição: I – a Lei de Organização Judiciária; II – as Leis Orgânicas do Ministério Público e do Ministério Público de Contas; III – a Lei Orgânica da Procuradoria-Geral do Estado; IV – a Lei Orgânica da Defensoria Pública; V – a Lei Orgânica da Polícia Civil; VI – a Lei Orgânica da Polícia Militar; VII – a Lei Orgânica do Tribunal de Contas; VIII – a Lei Orgânica das entidades descentralizadas; IX – a Lei Orgânica do Fisco Estadual; X – os Estatutos dos servidores civis e militares; XI – o Código de Educação; XII – o Código de Saúde; XIII – o Código de Saneamento Básico; XIV – o Código de Proteção ao Meio Ambiente; XV – o Código Estadual de Proteção contra Incêndios e Emergência; XVI – a Lei que impuser requisitos para criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municí- pios ou para sua classificação como estância de qualquer natureza; XVII – Organização e Divisão Judiciárias, bem como criação, alteração ou supressão de ofícios e cartórios judiciários; e XVIII – Lei Orgânica do Corpo de Bombeiros Militar; 8.2.2. Leis Delegadas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi As leis delegadas foram previstas na Constituição como uma forma de tentar tornar mais célere a atuação do Governador do Estado, que poderia, desde que atendidos os requisitos estabelecidos, exercer, atipicamente, a função de legislar. Sendo assim, as leis delegadas serão elaboradas pelo Governador do Estado, que deverá solicitar a delegação à Assembleia Legislativa. Art. 41-A. As leis delegadas serão elaboradas pelo Governador do Estado, que deverá solicitar a delegação à Assembleia Legislativa. A delegação, no entanto, não será ilimitada. Em sentido diverso, deverá a Assembleia Le- gislativa, caso aprove a delegação, editar uma resolução, que deverá especificar o conteúdo e os termos do seu exercício. Se a resolução determinar a apreciação do projeto pela Assem- bleia Legislativa, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. Art. 41-A, § 2º A delegação ao Governador do Estado terá a forma de Resolução da Assembleia Legislativa, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pela Assembleia Legislativa, esta a fará em votação única, vedada qualquer emenda. Não são todas as matérias que poderão ser objeto de lei delegada. Neste sentido, a Cons- tituição Estadual apresenta uma lista de assuntos que não poderão ser objeto de tal norma legislativa, sendo eles: a) os atos de competência privativa da Assembleia Legislativa; b) a matéria reservada à Lei Complementar; c) a legislação sobre organização do Poder Judiciário, do Ministério Público, do Ministério Público de Contas e do Tribunal de Contas, a carreira e a garantia de seus membros, bem as- sim, a carreira e a remuneração dos servidores de suas Secretarias; d) a legislação que instituir Planos Plurianuais, Diretrizes Orçamentárias e Orçamentos; 9. FiscALizAção conTábiL, FinAnceirA e orçAmenTáriA O controle da administração pública pode ser entendido como a soma de todas as ativi- dades, internas e externas, que possuem como objetivo garantir a preservação do interesse público e assegurar que as funções administrativas estão sendo desempenhadas de acordo com a lei. Merece destaque, neste sentido, o conceito de controle da administração pública extraído da obra de José dos Santos Carvalho Filho: Os mecanismos de controle da Administração Pública podem ser entendidos como ações que têm como objetivos fundamentais garantir o respeito aos direitos subjetivos dos usuários e assegurar a observância das diretrizes constitucionais da Administração. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 52www.grancursosonline.com.br Poder Legislativo CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA Diogo Surdi Assim sendo, teremos controle quando houver o desempenho de qualquer atividade, por parte dos três poderes ou da população, que tenha o objetivo de proteger o patrimônio público e o bem estar coletivo ante a atuação da
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