Buscar

Avaliação Renal - Patologia Clínica Veterinária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

● Introdução: Os rins são indicadores de ava-
liação própria e de outros órgãos. Além disso, 
enfermidade renais acometem 60-80% dos cães e 
gatos senis. 
 ➤ Enfermidades Renais: Apresenta diversas 
causas, como Leptospira spp., vírus da hepatite 
infecciosa canina, produtos químicos ou fito-
tóxicos, diabetes mellitus, medicamentos como 
anfotericina e tetraciclina. 
● Urinálise: Avaliação laboratorial de extrema 
importância, sendo indicada concomitante com 
um hemograma. É um exame capaz de demonstrar 
presença de componentes anormais, excessos e 
deficiências, e morfologias anormais. 
 ➤ Amostra: Deve ser processada o mais breve 
possível; colhida a partir de micção natural, com-
pressão, cateterismo ou cistocentese. O volume 
mínimo recomendado é de 10mL e deve ser 
acondicionado protegido da luz e refrigerado, 
preservando a bilirrubina fotossensível, caso 
presente. Se não houver necessidade de cultivo 
bacteriano, o recipiente não precisa ser estéril. 
 ➤ Exame Físico: Avaliação dos aspectos visuais 
e perceptíveis da amostra. 
 ☞ Volume: É resultante da quantidade de água 
ingerida e metabólica menos a perdida pelo intes-
tino, pulmão e pele. Cães: 20-40mL/kg/dia ou 1-
2mL/kg/h. Gatos: 10-20mL/kg/dia. 
 Poliúria: É a excreção anormal aumentada 
de urina. Causas e Mecanismos: A doença renal 
crônica resulta na perda de capacidade de 
concentração urinária pelos rins por diminuição de 
sítios do ADH. A doença renal aguda em fase 
diurética resulta no aumento do fluxo sanguíneo 
em tentativa de auxiliar os rins. Na diabetes 
mellitus, o excesso de glicose não consegue ser 
filtrado, sendo diluído então na urina para 
excreção. Já na diabetes insípido, há uma falta de 
produção do hormônio diurético ADH, portanto 
pouca água é reabsorvida. Na diabetes insípido 
renal, há produção do ADH, porém não há sítios de 
ligação nos túbulos renais. Em casos de glicosúria 
renal, o local de reabsorção da glicose está 
anormal, e, portanto, a glicose não filtrada é 
diluída na urina para excreção. No hiperadreno-
corticismo e piometra, há o comprometimento da 
síntese do ADH. A polidipsia psicogênica é 
distúrbio nervoso, onde o animal apresente 
consumo alto de água em situação de ansiedade e 
estresse. O uso de diuréticos e corticosteróides 
também promovem poliúria. 
 Oligúria: É a excreção anormal diminuída de 
urina. Causas e Mecanismos: Em situação de 
desidratação e choque, o rim promove retenção 
de água para preservação da hidratação. Quando 
há obstrução de vias urinárias, o conteúdo é 
filtrado, porém impedido de ser excretado. Na 
doença renal aguda, pode haver dano isquêmico e 
consequente vasocontrição, diminuindo a taxa de 
filtração. Na doença renal crônica terminal, há 
perda do parênquima funcional, e consequente 
impossibilidade de filtração. 
 ☞ Cor: Quando normal, apresenta-se de 
amarelo ao âmbar, relacionado com a presença de 
urocromos. Os equinos podem apresentar urina 
amarronzada. É relacionada diretamente com a 
densidade e volume. 
 Palha, pálida ou amarelo-clara: Urina diluída 
associada às causas e mecanismos da poliúria. 
 
Avaliação 
Obs.: Durante a rotina clínica, é raro conseguir 
mensurar o volume real de produção pelo 
animal, a menos que se utilize uma sonda por 
24 horas. Por esse motivo, é feito a 
comparação com a densidade; exceto em: 
Diabetes mellitus (ambos aumentados) 
Doença renal crônica (ambos baixos) e, 
Nefropatia aguda 
 Amarelo-escura ou âmbar: Urina concentrada 
de densidade aumentada associada às causa e 
mecanismos da oligúria. 
 Alaranjado-âmbar e amarelo-esverdeada: Indica 
urina com presença considerável de bilirrubina. 
 Avermelhada: Indica u-
rina com presença de hemo-
globina (hemoglobinúria) e/ 
ou hemácias (hematúria). Se 
submetida a centrifugação, 
hemácias estarão no sedi-
mento e o sobrenadante es-
tará límpido. 
 Amarronzada: Indica urina com presença de 
hemoglobina e/ou mioglobina (lesão muscular). 
 Azul-esverdeada: Indica animal submetido à 
terapêutica com antissépticos urinários: azul de 
metileno. 
 ☞ Odor: É resultante da quantidade de ácidos 
graxos na urina, sendo individual de cada espécie. 
Herbívoros apresentam odor doce e aromático. 
Carnívoros apresentam odor picante e aliáceo. 
Machos costuma ser mais acentuado. Obs.: Essa 
avaliação está entrando em desuso visto a 
implementação de biossegurança. 
 Suis generis: Indica cheiro normal caracte-
rístico da espécie. 
 Pútrido: Pode indicar processos infecciosos. 
 Adocicado: Pode indicar presença de glicose. 
 Amoniacal: Indica presença de amônia. 
 ☞ Aspecto: Deve ser límpida. Porém, equinos 
e coelhos podem apresentar aspecto turvo visto 
presença de cristais de carbonato de cálcio e 
muco. É uma avaliação em associação com o 
exame sedimentar. 
 Turvo: Indica presença de elementos 
celulares, bactérias ou sêmen. 
 ☞ Densidade: Indica a concentração de sólidos 
em solução. Retrata a função de reabsorção 
tubular ou concentração renal. Cães: 1020-1045. 
Gatos: 1020-1050. Equinos: 1020-1045. Rum.: 1020-1045. 
 Isostenúria: É a densidade abaixo do 
esperado (1.008-1.012). Causas e Mecanismos: 
Ausência da capacidade de concentração tubular 
com comprometimento de 2/3 dos néfrons. Além 
disso, precede a hiperazotemia, exceto em alguns 
casos de doença glomerular primária. 
 ➤ Exame Químico: É a avaliação da amostra 
com o auxílio de fitas reagentes. Obs.: Caso a 
densidade esteja diminuída, todos os constituintes 
químicos estão excessivamente diluídos. 
 ☞ pH: É altamente influenciado pela nutrição, 
se alterado indica problemas sistêmicos. Her-
bívoros apresentam urina alcalina (7,5-8,5) graças 
ao bicarbonato de cálcio. Carnívoros apresen-tam 
urina ácida (5,5-6,5) graças aos fosfatos de sódio e 
cálcio. 
 Alteração Alcalina: Pode ser resultante de 
demora no processamento da amostra, com 
formação de amônia. Patologias e Mecanismos: 
Infecção bacteriana, visto metabolismo de conver-
são da ureia em amônia pelas bactérias. A 
retenção urinária vesical promove formação de 
amônia ainda na bexiga. Animais com alcalose 
metabólica ou respiratória. Administração 
terapêutica de alcalinizantes como bicarbonato de 
sódio, lactado de sódio ou citrato de sódio; para 
evitar a formação de urólitos dissolvíveis em meio 
alcalino, como o oxalato de cálcio. 
Alteração Ácida: Pode ser resultante de 
alimentação rica em proteínas, como em vacas 
lactantes ou equinos esportivos. Patologias e 
Mecanismos: Acidose metabólica ou respiratória. 
Consequência de catabolismo proteíco em 
situações de febre, jejum e diabetes mellitus. 
Administração terapêutica de acidificantes como 
cloreto de amônio, cloreto de cálcio ou fosfato 
ácido de sódio; para evitar a formação de urólitos 
dissolvíveis em meio ácido. 
 ☞ Proteínas: É um produto nobre do orga-
nismo que não é filtrado nos capilares glo-
merulares, impedindo do sua perda. Eventual-
mente, uma pequena porção pode ser filtrada 
caso apresentem baixo peso molecular, não sendo 
detectáveis pelas fitas reagentes. Obs.: Novamen-
te, caso a densidade esteja alta, a pequena porção 
fisiológica de proteína filtrada pode ser identifi-
cada. 
 Proteinúria: É patológica. Pré-renal: Indica 
doença primária não renal, como em casos de 
anemia hemolítica (hemoglobinúria), lesões 
musculares (mioglobinúria) e outros processos 
inflamatórios (g-globinúria). Renal: Indica 
aumento da permeabilidade capilar e perda 
funcional tubular ou então processo inflamatório 
com exsudato renal; como em casos de nefrose, 
cistos renais, glomerulonefrite, nefrite, pielo-
nefrite, neoplasias e hipoplasia. Pós-renal: Indica 
infecções do trato inferior, hematúria pós-renal ou 
obstrução por cálculos; como em casos de pielite, 
uretrite, cistite, uretrite, vaginite e postite. 
 ☞ Glicose: É um produto integralmente 
reabsorvida nos túbulos contorcidos proximais 
quando filtrada. Cães: máximo 180-220mg/dL. 
Gatos: máximo 290mg/dL. Grandes Animais: máximo 
150mg/dL. 
 GlicosúriaAssociada à Hiperglicemia: Causas e 
Mecanismos: Diabetes mellitus, onde o excesso 
de glicose não consegue ser filtrado, sendo diluído 
então na urina para excreção. Tratamento 
parental com glicose ou frutose promovem 
hiperglicemia induzida ao extrapolar o limiar de 
absorção. O hiperadrenocorticismo, a pancreatite 
necrótica aguda, a ingestão excessiva de açúcares 
e a administração parenteral de adrenalina 
promovem maior mobilização de glicose para a 
circulação. 
 Glicosúria Não Associada à Hiperglicemia: Causas 
e Mecanismos: Nefropatias congênitas ou here-
ditárias, onde o local de reabsorção de glicose 
apresenta defeito. Doenças renais que comprome-
tam a função de reabsorção. A glicosúria pode ser 
falso-positiva quando em uso de certos 
antibióticos (cefalosporinas) ou contaminação do 
recipiente por substâncias redutoras de açúcar 
(hipoclorito, H2O2). Além disso pode ser falso-
negativa quando há ácido ascórbico, que inibe a 
reação pela fita, principalmente associada à cães. 
 ☞ Corpos Cetônicos: São eles: ác. aceto-acé-
tico, ác. B-hidrobutírico e acetona. 
 Cetonúria: Indica a impossibilidade de 
utilização da glicose como fonte de energia como 
em casos de acidose metabólica, jejum, diabetes 
mellitus em pequenos animais, cetose em vacas 
leiteiras e ovelhas prenhes. 
 ☞ Bilirrubina: Não deve ser apresentada na 
urina. Porém, cães apresentam uma bilirrubinúria 
fisiológica, não sendo detectáveis pelas fitas 
reagentes. Obs.: Novamente, caso a densidade 
esteja alta, a pequena porção fisiológica de 
bilirrubina pode ser identificada. 
 Bilirrubinúria: Indica comprometimento do 
fluxo biliar, como em casos de hepatopatias 
(hepatite, leptospirose, neoplasias) e colestases 
intra e extra-hepáticas. 
 ☞ Urobilinogênio: É promotor da coloração da 
urina, e deve ser dosado a partir da prova 
bioquímica de Ehrlich ou correlacionado a função 
hepático-biliar. Obs.: Se apresenta problemático 
na veterinária, visto que as tiras são de uso 
humano e insensíveis ao composto. 
 Diminuído: Indica obstrução das vias biliares 
ou presença de distúrbios intestinais, impedindo a 
conversão da bilirrubina. Processos inflamatórios 
como nefrite. 
 Aumentado: Indica hepatite, cirrose hepática 
ou icterícia pré-hepática e hemolítica. 
 ☞ Sangue Oculto: Reação observada em fita 
que indica hematúria ou hemoglobinúria quando 
positivo. 
Hematúria x Hemoglobinúria: Centrifugação com 
formação de sedimento e sobrenadante 
límpido indica hematúria. Se sobrenadante 
permanecer avermelhado, indica hemoglo-
binúria ou mioglobinúria. 
Hemoglobinúria x Mioglobinúria: Após centrifu-
gação, amostra é saturada com sulfato de 
amônio e é novamente centrifugada. O sulfato 
se liga a hemoglobina, formando sedimentos e 
sobrena-dante negativo para fita reagente. Em 
caso de mioglobinúria a reação é positiva para 
fita. 
 Hemoglobinúria: Indica hemólise. Sendo 
assim, diversas causas como agentes infecciosos 
(leptospirose, babesiose), agentes químicos (co-
bre, mercúrio), transfusões sanguíneas incompa-
tíveis, anemia infecciosa equina e doenças hemo-
líticas podem provocar a alteração. 
 Mioglobinúria: Indica lesão muscular. Sendo 
assim, causas como exercício excessivo, 
mioglobinúria paralítica dos equinos e acidentes 
ofídicos por cascavel podem provocar a alteração. 
 ➤ Exame do Sedimento: Avaliação realizada 
em 5mL da amostra submetida a centrifugação, 
retirada do sobrenadante e resuspensão para 
análise não-corada em microscopia. Raros: Presen-
ça de até 0-5 sedimentos/campo. +: Presença de 
até 5-10 sedimentos/campo. ++: Presença de até 
10-15 sedimentos/campo. +++: Presença de até 
15-23 sedimentos/campo. 
 ☞ Células Epiteliais de 
Descamação Vesicais: Indi-
cam cistite e cateterização 
 ☞ Células Epiteliais de 
Descamação Renais: Indicam 
degeneração tubular aguda, 
intoxicação renal, isquemia 
renal e processo inflamatório. 
 ☞ Células Epite-
liais de Descamação 
Pélvica: Indicam pie-
lite e pielonefrite. 
 ☞ Células Epiteliais de 
Descamação Uretrais: Indi-
cam uretrite e cateteriza-
ção. 
 ☞ Células Tumo-
rais: São células dis-
mórficas, presentes em 
aglomerados. A lâmina 
é submetida a coração 
para confirmar. 
 ☞ Hemácias/Hematúria: Indica inflamações do 
trato urinário, traumas por método de colheita, 
congestão passiva e 
infarto renal, parasitas 
(dioctophima renale), 
intoxicações (cobre, 
mercúrio), problemas 
hemostáticos, estro e 
pós-parto. 
 ☞ Leucócitos/Leuco-
citúria: Indica inflamações 
renais, do trato inferior 
ou genital. 
 ☞ Cilindros: São estruturas compostas por uma 
matriz mucoproteica precipitada com proteínas e 
outros elementos. Requer albumina, estase 
urinária, debris celulares, baixa filtração 
glomerular, pH ácido, proteínas e osmolalidade a 
200-400mOsm/kg para formação, sempre na luz 
dos túbulos renais. 
 Hialino: Indica redu-
ção do fluxo tubular, 
como animal desidra-
tado ou febril. 
 Hemático: Indi-
ca hemorragias in-
tra-renais. 
 Leucocitário: Indica 
processo inflamatório 
tubular. 
 Gorduroso: Indica 
presença de gordura 
nos túbulos renais. 
 Granuloso: Indica estase 
demorada, com degene-
ração celular pelo tempo. 
 Misto: Apresenta 
mais de uma classe 
de indicações 
 
 
 Céreo: Indica 
redução intensa 
do fluxo tubular. 
 
 ☞ Espermatozoides: É 
um achado sem relevância 
clínica. 
 ☞ Muco: É de difícil visualização, e se estiver 
em quantidade aumentada indica processos infla-
matórios. Exceto em casos de equinos, onde é 
fisiológico. 
 ☞ Bactérias: É aceitável até 1 cruz por conta 
de contaminação do trato inferior ou cateterismo. 
Se colhida por cistocentese, a quantidade deve ser 
rara. Obs.: Seu resultado deve ser comparado com 
outros indicativos para determinar infecção x 
contaminação. 
 ☞ Cristais: Podem ser achados acidentais em 
casos de pacientes saudáveis, ou motivos de 
consulta em pacientes doentes. 
 Formação: O aumento da concentração de 
substâncias cristalogênicas oferecidas na dieta, o 
pH urinário, predisposição genética, drogas, 
refrigeração da amostra. 
 Cristais de Urinas Ácidas: Oxalato de cálcio em 
casos de hipercalcemia ou ingestão de etilenogli-
col, forma urólitos indissolúveis. Urato Amorfo em 
casos de anomalias porto-vasculares ou refrigera-
ção da amostra. Ácido Úrico em casos de ano-
malias porto-vasculares, mas geralmente de pou-
co significado clínico. 
 
 Cristais de Urinas Alcalinas: Fosfato Amorfo 
em casos de refrigeração da amostra. Fosfato Tri-
plo (Estruvita), em casos de infecções bacterianas, 
forma urólitos dissolvíveis. Carbonato de cálcio, 
de maneira fisiológica e sem valor clínico. 
 
 
 Cristais de Bilirrubina: Preci-
pitação em casos de bilirrubinúria. 
Cristais de Biurato de 
Amônia: Indica shunt porto-
sistêmico ou hepatopatias 
de impedimento da con-
versão da amônia em 
ureia. Porém, é fisiológico 
em dálmatas e bulldogs. 
 Cristais de Cistina: Indi-
ca desordens metabólicas 
de origem proteica. 
 
 Cristais de Coles-
terol: Observado em 
animais com hiperco-
lesterolemia. 
 
 Cristais de Leucina: 
Indica doenças hepáticas, 
sendo mais observados em 
humanos. 
 Cristais de Tirosina: 
Indica doenças hepáticas, 
sendo mais observados em 
humanos. 
 Cristais de Sulfa: Observado 
em animais em uso terapêutico 
de sulfas. 
 ☞ Outros Elementos: No sedimento pode ainda 
haver fungos, leveduras, ovos, parasitas, etc. 
 
Cristais x Urólitos: Os cristais formam os urólitos. 
Porém é possível apresentar cristalúria sem 
urólitos. Como também é possível apresentar 
urólitos sem cristalúria. 
 ☞ Contaminantes: Fibras, pólen, talcos, gor-
duras. 
 
● Provas Bioquímicas: 
 ➤ Dosagem de Ureia: A ureia é produzida no 
fígado a partir da arginina originada do ciclo da 
amônia. A ureia é então, filtrada nos capilares 
glomerulares, com uma parte sendo 25%-40% 
reabsorvida nos túbulos e 60% sendo excretada naurina. 
 ☞ Aumento: 
 Causas Extra-Renais: Situações que levem ao 
aumento na síntese, como aumento da ingestão 
proteica ou hemorragia do trato GI, visto que 
hemácias apresentam proteínas. Ou então 
situações de catabolismo tecidual resultante de 
febre, trauma muscular, corticoides e tetra-
ciclinas. 
 Causas Renais: Situações pré-renais, onde há 
acúmulo de ureia por falta de perfusão tecidual, 
como em casos de diminuição do fluxo ou da pres-
são glomerular, hipotensão e choque, insuficiência 
cardíaca, aumento da pressão osmótica e desidra-
tação. Ou então, situações renais, onde há perda 
funcional de no mínimo 75% dos néfrons, 
impossibilitando a filtragem e acumulando a ureia 
na circulação. Por fim, há situações pós-renais, 
onde a ureia não consegue ser excretada e é 
reabsorvida, como em casos de ruptura ou 
obstrução das vias urinárias. 
 ☞ Diminuição: 
 Inibição da Produção: Situações de insufi-
ciência hepática que leve ao acumulo amônia na 
circulação; ou então desnutrição proteica. 
 Aumento na Excreção: Situações de poliúria e 
polidipsia ocasionados por situações já esclare-
cidas anteriormente no documento; ou então final 
de uma gestação, onde há um grande catabolismo 
e utilização das reservas proteicas. 
 ➤ Dosagem de Creatinina: A creatinina é pro-
duzida de maneira constante a partir do meta-
bolismo muscular da creatina e fosfocreatina. 
Portanto, não sofre influência de dieta ou sexo; e 
sim, apenas da massa muscular. Sua excreção 
pelos glomérulos é de 100%, sendo o comparativo 
referência para avaliação de índice de filtração 
glomerular. 
 ☞ Aumento: 
 Pré-Renal: Indica diminuição do fluxo sanguí-
neo, portanto, menor filtração e excreção. 
 Renal: Indica comprometimento renal de 
maneira que diminua a filtração. 
 Pós-Renal: Indica comprometimento de ex-
creção, como situações de ruptura ou obstrução 
das vias urinárias. 
 ➤ Dimetilarginina Sintética (SDMA): É uma 
substância cada vez mais estudada. É produzida 
constantemente no núcleo de todas as células 
sanguíneas a partir da metabolização da arginina. 
Após filtração, é totalmente excretada na urina, 
sendo um excelente marcador comparativo para 
avaliação da função renal, visto que, diferente da 
creatinina, seus valores não se alteram a depender 
da musculatura. Portanto, consegue reduzir o 
tempo para diagnóstico em 6 a 17 meses. 
Azotemia: Aumento de ureia e creatinina sem 
apresentação de sinais clínicos. 
Uremia: Aumento de ureia e creatinina acompa-
nhados de sinais clínicos como odor urêmico, 
úlceras na mucosa oral, diarreia profusa e 
sanguinolenta, e vômitos. 
Ureia : Creatinina 
Pré-renal: Fluxo reduzido aumenta reabsorção 
da ureia, portanto a razão estará alta. 
Média: 55,3 / Intervalo: 10-260 
 ➤ Eletrólito - Sódio: É substância filtrada nos 
capilares glomerulares e reabsorvida para circu-
lação por meio da bomba sódio-potássio. 
 ☞ Hiponatremia: Indica perda de capacidade 
de reabsorção e consequente excreção aumen-
tada na urina. Ocorre em casos de nefropatia 
crônica generalizada observada em cães e equi-
nos; e casos de falha renal aguda em bovinos. 
 ➤ Eletrólito - Potássio: É substância filtrada 
nos capilares glomerulares, reabsorvida nos túbu-
los contorcidos, e excretada nos túbulos distais pe-
la bomba sódio-potássio. 
 ☞ Hipocalemia: Indica perda de potássio por 
redução do fluxo tubular, como em casos de 
doença renal crônica (estágio 2 e 3). 
 ☞ Hipercalemia: O potássio não consegue ser 
excretado de forma ativa e é então retido, 
diminuindo também o sódio. Ocorre em casos de 
nefropatia com oligúria ou anúria, e doença renal 
crônica (estágio 4); visto perda funcional do epi-
télio. 
 ➤ Eletrólito - Fósforo: É substância excretada 
de forma ativa nos túbulos renais. 
 ☞ Hiperfosfatemia: Indica comprometimento 
renal por incapacidade de realizar a excreção em 
situação de perda na velocidade ou capacidade, 
retendo o fósforo. Ocorre em casos de nefropatia 
crônica progressiva ou doença renal generalizada. 
Pode desenvolver hiperparatireoidismo secundá-
rio renal, visto que o aumento do fósforo estimula 
a mobilização do cálcio ósseo pelo paratormônio. 
 ➤ Eletrólito - Cálcio: É substância que pode ser 
perdida em decorrência da retenção do fósforo ou 
por mecanismo dos túbulos renais. 
 ☞ Hipocalcemia: Ocorre em nefropatias crôni-
cas e hiperparatireoidismo secundário renal. 
● Testes de Clarence Renal: É a taxa de depura-
ção renal, que pode ser provada em suspeitas de 
doença renal sem sinais clínicos ou aumento de 
ureia e creatinina. 
 ➤ Metodologia: Colheita de urina por 24 horas 
e de amostra sérica na metade do tempo. Em 
seguida deve ser realizado o seguinte cálculo: 
𝐶𝑙𝑒𝑎𝑟. =
𝑣𝑜𝑙. (𝑚𝐿) ∗ 𝑐𝑟𝑒𝑎𝑡. 𝑢𝑟𝑖(𝑚𝑔/𝑚𝐿)
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜(min. ) ∗ 𝑐𝑟𝑒𝑎𝑡. 𝑠é𝑟(𝑚𝑔/𝑚𝐿) ∗ 𝑝𝑒𝑠𝑜(𝑘𝑔)
 
Referência (cão): 2,4 a 5,0mL/min/kg 
● Testes de Analitos: Dosa-se ureia, creatinina 
ou eletrólito em colheita de sangue e urina. Em 
seguida, deve ser realizado o seguinte cálculo: 
𝐹𝑋 =
𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑢𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎
𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑠é𝑟𝑖𝑐𝑎
 
Se < 1 – Normal 
Se > 1 – Azotemia Pré-Renal (desidratação) 
Se = 1 – Azotemia Renal (isostenúrica) 
Caso seja dosado Ureia e Creatinina, é possível 
deduzir a habilidade excretória. 
Se, Taxa Urinária > Taxa Sérica – Normal 
Se, Taxa Sérica > Taxa Urinária – Azotemia 
● Outros Exames: 
 ➤ Proteínas Totais Séricas: Não devem ser 
perdidas na urina, portanto permite avaliar grau 
de desidratação e perda proteína renal. A 
albumina é usada como principal referência. 
 ➤ Hemograma, Eritrograma e Leucograma: 
Permitem avaliar o estado geral de saúde, além de 
identificar processos inflamatórios ou de deficiên-
cia na produção de eritropoietina pelos rins. 
 ➤ Lipídios: Pacientes renais costumam apre-
sentar hipercolesterolemia. 
Proteína : Creatinina 
É uma razão solicitada em exame bioquímico 
específico quando já se observa exames alterados. 
Permite comparar a quantidade de proteína perdida 
pelos glomérulos. 
𝑈𝑃𝐶 =
𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒í𝑛𝑎 𝑈𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎
𝐶𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑈𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎
 
Normal: <0,5 
Limítrofe: 0,5 – 1,0 
Proteinúria Glomerular: > 1,0

Outros materiais