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Professor Doutor Flávio Galvão 1 QUADRO SINÓTICO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 1. Competência Tributária • Função da constituição em matéria tributária: i) estabelecer os princípios constitucionais tributários; ii) as imunidades tributárias; iii) núcleo definidor dos elementos da regra matriz de incidência. • A Constituição não cria tributos. É o ente político (União, Estados- membros, Distrito Federal e Municípios), que tem o poder de exercer a competência tributária para editar as leis ordinárias criadoras ou majoradora dos tributos. • Competência para instituição de tributos: Arts. 153 a 156 da CF, além das Taxas e Contribuições de Melhoria: Art. 145 da CF e Contribuições do Art. 149 da CF. • A exceção a essa regra diz respeito a possibilidade da Lei Complementar criar empréstimos compulsórios (art. 148, da CF); o imposto de competência residual (art. 154, I), além das outras contribuições sociais (§ 4º do art. 195) e, por último, o imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VIII). 1.1. Diferença entre Competência Tributária e Capacidade Tributária Ativa. • Nomenclatura corrente utilizada na doutrina para identificar que o órgão público que realiza a cobrança ou a fiscalização dos tributos é entidade diversa do sujeito ativo competente determinado pela Constituição e pela Lei (União, Estados- membros, Distrito Federal e Municípios), utilizando os recursos para o custeio de atividades próprias. • A doutrina considera tal circunstância como a transferência da capacidade tributária ativa, pelo qual a pessoa política, por meio de lei, atribui à terceira pessoa, a função de arrecadação e fiscalização dos tributos com a perspectiva da disponibilidade do tributo arrecadado. Professor Doutor Flávio Galvão 2 • Estas pessoas só poderão sê-las as Pessoas Jurídicas de Direito Público (Ex: Autarquias/Fundações Públicas) ou entidades jurídicas de direito privado perseguidoras de finalidade públicas (Ex: Contribuição no Interesse de Categorias Profissionais: art. 149, da CF, na cobrança pelos órgãos de classe das profissões regulamentadas em Lei da respectiva contribuição no interesse de categorias profissionais (OAB, CREA, CRM). 1.2. Competência tributária: Classificação • Descriminação das competências dos entes políticos. Competência cumulativa: art. 147 da c.c. o art. 155 da CF. Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. • Competência Privativa: União Federal: Impostos: Art. 153. Empréstimo Compulsório: Art. 148. Contribuições do Art. 149. Estado-membro e Distrito Federal: Impostos: Art. 155. Contribuições Sociais do Sistema Previdenciário dos Estados, Distrito Federal: §1º, do Art. 149. Municípios e Distrito Federal: Impostos: Art. 156. Contribuições Sociais do Sistema Previdenciário dos Municípios, Distrito Federal: §1º, do Art. 149. COSIP: Art. 149-A. OBS: Empréstimo Compulsório é tributo. Superação da Súmula 418 do STF. • Competência Comum: Taxas e Contribuição de Melhoria: Art. 145 • Competência Residual: art. 154, I e § 4 do art. 195. Cuidado com a interpretação do STF em que fixou a impossibilidade de criação de contribuições novas, desde que não tenham fato gerador e base de cálculo idênticas de contribuições sociais já existentes. Ou seja, é possível a criação de contribuições sociais novas que possuam Professor Doutor Flávio Galvão 3 fato gerador e base de cálculo idênticos a impostos (RE 228.321/RS – Pleno – Min. Carlos Velloso) • Competência Extraordinária: art. 154, II. Imposto Extraordinário de Guerra 1.3. Competência Tributária: Características • Privativa: Significa a competência para instituição de tributos dos entes federativos para dispor da regra-matriz de incidência dos tributos e de sua cobrança. Impossibilidade de usurpação de competências tributárias pelos entes federativos. OBS (1): Tratados Internacionais celebrados pela União. Possibilidade. Manifestação do Estado-Nação. Convivência pacífica das normas do Tratado ou Convenção com as de normas jurídicas internas. Prevalência do Tratado com a adoção do Princípio da especialidade. Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. Este artigo apresenta os tratados e convenções internacionais, como atos normativos primários, desde que ratificados por Decreto Legislativo. Tratado e Convenção Internacional no qual o Estado Brasileiro deve ser signatário, que reformam ou modificam a legislação tributária, somente produz efeitos jurídicos, com força de lei ordinária, por meio de Decreto Legislativo. Em que pese a Emenda constitucional 45/2004 ter provocado alteração na CF no que tange ao artigo 5º, Inciso LXXVIII, §3º, passando este a regular a eficácia do processo legislativo desses tratados e convenções quando dispõe de matéria relativa a direitos humanos, em matéria tributária os tratados e convenções Internacionais são ratificados por meio de Decreto Legislativo, vigorando então com força de Lei Ordinária, na conformidade do art. 98 do CTN. Portanto, pela interpretação do STF (ADIn 1.480/DF-2001), no caso de uma lei tributária interna já existente for incompatível com a norma prevista em tratado ou convenção internacional, prevalece este último, por força do princípio da especialidade, não existindo hierarquia entre eles, permanecendo em vigor a lei tributária interna existente naquilo que for compatível. Professor Doutor Flávio Galvão 4 Porém, pela mesma interpretação constitucional do STF (ADIn 1.480/DF-2001), caso uma lei interna tributária superveniente seja incompatível com o tratado ou convenção internacional, aquela não será nula, ilegítima ou inaplicável, devendo ter validade e ser eficaz, trazendo por consequência a denúncia do diploma internacional, ficando o Brasil sujeita as sanções previstas no tratado ou convenção. CUIDADO: Decreto Legislativo. A sua função é introduzir no ordenamento jurídico brasileiro os convênios internacionais e no âmbito tributário é ratificar os convênios entre os entes políticos (Estados, Municípios). Caráter de Lei Ordinária. Ato Normativo Primário. Art. 62 da CF. • Competência Indelegável: impossibilidade de transferência do poder de legislar dos entes federativos em matéria tributária, inclusive, nem mesmo delegar essas funções ao poder executivo. • Competência Incaducável: o poder de legislar dos entes federativos sobre a competência tributária atribuída pela Constituição Federal não se perde pelo transcurso do tempo. • Competência Irrenunciável: o poder de legislar dos entes federativos em razão da competência tributária atribuída pela CF de 88 não pode ser renunciada, como se fosse um bem jurídico livremente disponível. • Competência Inalterável: a competência tributária é matéria reservada da Constituição só podendo ser alterada por meio de Emenda à Constituição. Ou seja, todos os termos e limites jurídicos determinados na Carta Magna ao exercício da competência tributária não poderá ser alterado por normas infraconstitucionais. • Competência Facultativa: os entes federativos não são obrigados a legislar sobre a matéria tributária atribuída pela competência designada na Constituição de 88. Ou seja, nenhum Estado- membro ou Município está obrigado ao exercício da criação e cobrança dos tributos. Como exemplo disso, temos até hoje a previsão do imposto sobre grandes fortunas na Carta Magna, mas a União não Professor Doutor Flávio Galvão 5 exerceu a sua competência para criá-lo. Caso idêntico é a previsãoda competência tributária aos Estados e Municípios para criarem o sistema próprio de arrecadação do tributo necessário ao custeio de previdência dos respectivos funcionários públicos, que na grande maioria não foram ainda instituídos. OBS (2): CUIDADO. O art. 11 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2001), que dispõe ser requisito essencial da responsabilidade na gestão fiscal dos entes políticos a efetiva arrecadação de todos os tributos, não altera a característica de facultatividade do exercício da competência tributária, eis que trata-se de sanção jurídica ao ente que deixar de exercer a plena cobrança de tributos que recebe por competência da CF de 88. • Bitributação é a pretensão de mais de um ente político para tributar duas vezes o mesmo fato imponível (comportamento do sujeito de direito). Essa possibilidade se verifica com a criação do Imposto Extraordinário de Guerra pela União poder se valer da hipótese de incidência dos impostos de competência dos outros entes políticos. Outra possibilidade é a incidência de imposto federal de importação concomitantemente com os Estados- membros e Distrito Federal tributarem o ICMS na importações de mercadorias e serviços. • Bis in Idem significa a mesma pessoa política tributar mais de uma vez o mesmo fato imponível. Temos, como exemplo, o acréscimo patrimonial que serve de hipótese de incidência ao imposto de renda como também da contribuição social sobre o lucro líquido. Outro exemplo, o imposto federal de importações e o imposto sobre produtos industrializados devido na importação de produtos, como também a incidência de PIS/COFINS incidentes sobre o faturamento. 2. Princípios Constitucionais Tributários • Princípios constitucionais tributários: conceito e hierarquia no sistema jurídico • Princípio da legalidade: conceito. Art. 150, I da CF Professor Doutor Flávio Galvão 6 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; • Regime jurídico da MP: § 2º do art. 62 da CF Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei complementar; § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. • MP permissível somente para Impostos. CUIDADO: A interpretação do STF, anteriormente a Emenda Constitucional 32/2001, consolidou-se no sentido de permitir a utilização de medidas provisórias para instituição e majoração de Contribuições Sociais previstas no Art. 149, da CF, respeitando-se, a seu turno, a eficácia temporal conforme o prazo de noventa dias da edição da medida provisória. ADI-MC 1.417/DF – Pleno – Ministro Octavio Gallotti Professor Doutor Flávio Galvão 7 • Considerando o precedente anterior é possível, então, que MP possa ser utilizada para instituição de taxas e contribuições de melhoria, contudo, respeitando-se a eficácia temporal para produzir efeitos jurídicos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. OBS (1): Impossibilidade de MP para matérias de competência da Lei Complementar: • Imposto Residual: Art. 154, I, da CF. • Empréstimo Compulsório: Art. 148, da CF • Imposto sobre Grandes Fortunas: 153, VII, da CF • Contribuição Social Nova: 195, §6º, da CF • Normas Gerais em Direito Tributário: Art. 146 da CF • ICMS: Art. 155, §2º, XII e alíneas da CF Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) XII - cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 Professor Doutor Flávio Galvão 8 e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a" f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda Constitucional nº 33, de 2001) i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) • ITCMD: Art. 155, §1º, III, da CF Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: III - propriedade de veículos automotores. § 1º O imposto previsto no inciso I: III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; • ISS: Art. 156, III e §3º da CF Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II - excluir da suaincidência exportações de serviços para o exterior. III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. • Contribuição Social: Art. 195, §11º (remissão e anistia para débitos em montante fixado em lei complementar). Nova redação Emenda Constitucional 103, de 2019: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2 Professor Doutor Flávio Galvão 9 §11º. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso I e o inciso II do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) OBS (2): Aparente Exceção: mitigação em relação ao regime jurídico das alíquotas de determinados tributos, que podem ser majoradas ou minoradas sem a necessidade de lei (Decretos do Executivo ou Convênios), mas nos limites e em de acordo com as condições estabelecidas em Lei. Segue a previsão Constitucional: • § 1º do art. 153 da CF: Imposto de Importação; Impostos de Exportação; IPI e IOF. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. • Impostos dotados de extrafiscalidade, visando a manipulação das alíquotas com nítidas intenções de regulação do mercado (consumo), da inflação ou em relação aos processos industriais. • Alteração das alíquotas dos referidos impostos por meio de Decreto do Presidente da República. • Art. 177, § 4º, “b” da CF: Art. 177. Constituem monopólio da União: § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001). • Manipulação das alíquotas da CIDE- Combustíveis por meio de Decreto Presidencial. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art3 Professor Doutor Flávio Galvão 10 OBS (3): Os Convênios celebrados pelas entidades federativas São acordos de cooperação entre duas ou mais pessoas de direito público visando o aprimoramento da arrecadação e fiscalização tributárias, na conformidade do Art. 199 do CTN, em tudo subordinados a lei tributária. Os Convênios de ICMS, na previsão do Art. 155, §2º, Inciso XII, “g”, da CF, são regulados pela lei complementar, dispondo sobre a forma como, mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, as isenções, os incentivos e os benefícios fiscais em matéria de ICMS serão concedidos e revogados. Nesse caso, a Lei Complementar nº 24/75 estipula que o Poder Executivo deverá ratificar por Decreto o Convênio de ICMS, firmado pelos Estados, por meio de seus Secretários Estaduais, quando assim deliberam sobre aplicação uniforme da legislação de ICMS em todo o território nacional. Nesse sentido, os Convênios de ICMS visam integrar a legislação tributária do ICMS em face dessas desonerações tributárias, por meio do Decreto do Executivo, valendo como norma interna no âmbito estadual. Nesse sentido, temos a possibilidade de Convênios de ICMS celebrados entre os Estados da Federação definirem as alíquotas incidentes sobre o ICMS: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) XII - cabe à lei complementar: g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) OBS (4): Atenção para os casos de isenção, extinção e redução dos demais tributos, que também obedecem ao princípio da legalidade, conforme previsão do §6º, do Art. 150 da Constituição Federal. §6º. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2 Professor Doutor Flávio Galvão 11 contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) OBS (5): CUIDADO: Decreto Legislativo. A sua função é introduzir no ordenamento jurídico brasileiro os convênios internacionais e no âmbito tributário é ratificar os convênios entre os entes políticos (Estados, Municípios). Caráter de Lei Ordinária. Ato Normativo Primário. Art. 59, Inciso VI da CF. OBS (6): CUIDADO: As Resoluções. Previsão do Art. 59, Inciso VII, da CF. Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. É um mecanismo, estabelecido pela Constituição Federal, para dispor sobre matéria tributária de competência do Senado federal em matéria de alíquotas de determinados impostos. É, então, um ato normativo primário. Em matéria de ICMS, temos a previsão do Inciso IV, do Art. 155, da CF, que determina que resolução do Senado Federal fixarão as alíquotas máximas de ICMS. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; A seu turno Resolução do Senado, deiniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações de caráter interestadual, previsão do Inciso IV, do §2º, do art. 155, da CF. § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 Professor Doutor Flávio Galvão 12 Ainda, em matéria de ICMS, vamos encontrar a previsão do Art. 155, §2º, Inciso V, “a”, da CF, que dispõe de resolução para definir as alíquotas máximas e mínimas nas operações e prestações internas, como também, fixar as alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados (Art. 155, §2º, Inciso V, “b”). V - é facultado ao Senado Federal: a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; O ITCMD terá sua alíquota máxima fixada pelo Senado Federal por meio de resolução. O ITCMD tem a alíquota máxima fixada pela Resolução 9/92, que a fixa em 8% (Art. 155, §1º, Inciso IV). § 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; Outro exemplo é em relação ao IPVA, o Senado poderá estabelecer por resolução alíquotas mínimas para o imposto, na previsão do Inciso I, §6º, do art. 155, da CF (Projeto Resolução do Senado Federal nº 15/2017). § 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) • Princípio Constitucional da não-cumulatividade: II, § 3º do art. 153, e art. 155, § 2º, I da CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 3º - O imposto previsto no inciso IV: II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155§2 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155§2 Professor Doutor Flávio Galvão 13 I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; • Princípio da irretroatividade tributária: art. 150, III, a, da CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; • Princípio constitucional que atinge diretamente não propriamente a cobrança dos tributos, mas, o plano de vigência da lei tributária. • Ou seja, a lei tributária deve atingir o fato imponível ocorrido após a vigência da lei não podendo atingir os fatos geradores já ocorridos. • A lei tributária se projeta para o futuro atingindo as relações jurídicas e os fatos da realidade que ainda estão por acontecer. • O princípio da irretroatividade tributária traz a consagração do princípio constitucional da segurança jurídica, em que o cidadão contribuinte deve saber antecipadamente qual é a norma vigente e aplicável ao fato ou relações jurídicas realizadas por ele que implicarão no dever de recolhimento dos tributos. Professor Doutor Flávio Galvão 14 • A norma do art. 106 do CTN, que determina a aplicação retroativa da lei tributária. Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. • As leis interpretativas são normas jurídicas que explicam o conteúdo e dão conceito aos institutos jurídicos contidos em outras normas jurídicas • Jamais uma lei interpretativa pode inovar ou irradiar efeitos jurídicos sobre os fatos ou relações jurídicas que estavam sob a égide do comando da lei interpretada, já ocorridos e acabados no passado. • Ou seja, uma lei interpretativa não pode provocar onerosidade tributária ou agravamento da situação do contribuinte com aplicação de penalidades aos fatos imponíveis regidos pela lei interpretada. • A lei mais benigna retroage a favor do contribuinte, no tocante as infrações tributárias e penalidades tributárias. Esta regra nunca será aplicada em relação ao não-pagamento do tributo, no caso de eximir o contribuinte do cumprimento da obrigação tributária com posterior entrada em vigor de lei que estabeleça uma isenção. • A leis mais benigna em relação a aplicação de penalidades e infrações tributárias somente será aplicada no caso do ato não estiver transitada em julgado em decisão administrativa ou judicial. Professor Doutor Flávio Galvão 15 • Princípio da anterioridade tributária: Art. 150, III, b, e c, combinada com o §1º do Art. 150 e § 6º, do Art. 195 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedaçãodo inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.203) Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". • Conceito: Norma Jurídica Constitucional que afeta a eficácia da norma tributária. Aplicabilidade à Administração Fazendária e Poder Legislativo • Impossibilidade de cobrança retroativa ainda que a norma tenha eficácia no exercício seguinte. Obediência ao princípio constitucional da segurança jurídica, para atingir fato imponível futuro. • Garantia Individual do Contribuinte – Entendimento do STF ADI nº 939-7 (1993). Direito Fundamental. Cláusula Pétrea (Impossibilidade de Supressão) • Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003, acréscimo da Alínea “c”. Exercício financeiro seguinte. http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art150iiic http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art12 Professor Doutor Flávio Galvão 16 OBS (1). Atenção para o art. 104, do CTN, que se encontra derrogado em parte em face da Constituição de 1988, pelo princípio da anterioridade, por conta de ser somente aplicado em relação ao imposto de renda, mas não em relação aos demais tributos que incidam sobre o patrimônio do contribuinte, além de que existe entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal que a extinção e redução de isenções podem ser aplicadas de imediato, exceto aquelas que são concedidas a prazo certo e sob determinadas condições. Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. (Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 1975) • Possibilidade da lei ser publicada entre 03/10 a 31/12. Postergação dos noventa dias subsequentes para o exercício fiscal seguinte. • Exceções a Alínea “b”, do Inciso III, do Art. 150: Imposto de Importação Imposto de Exportação IPI IOF Imposto Extraordinário de Guerra Empréstimo Compulsório Calamidade Pública e Guerra Externa • Exceções a Alínea “c”, do Inciso III, do Art. 150 Imposto de Importação Imposto de Exportação IOF Imposto Extraordinário de Guerra Empréstimo Compulsório Calamidade e Guerra Externa Base de Cálculo do IPVA e IPTU Conclusões: a) Tributos que são exigidos ou aumentados imediatamente: II, IE, IOF, IEG e Empréstimo Compulsório Calamidade e Guerra Externa; b) O IPI não respeita a regra da anterioridade anual, mas, somente poderá ser exigido após 90 dias da publicação da lei que o aumentou; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp24.htm#art13 Professor Doutor Flávio Galvão 17 c) IR e alterações na base de cálculo do IPTU e IPVA, somente podem ser aumentados respeitando unicamente a regra da anterioridade anual. • As Contribuições Sociais previstas no art. 195, obedecem a regra da anterioridade nonagesimal estabelecida no §6º, do art. 195. • Contribuições Sociais Novas (§4º, do art. 195), enquanto novas fontes de custeio do sistema de seguridade social, sem previsão no texto constitucional submetem-se, de igual modo, unicamente, ao princípio da anterioridade nonagesimal. • As Contribuições Sociais Previdenciárias dos Estados, Distrito Federal e Municípios, previstas no §1º, do art. 149, da CF, obedecem a regra da anterioridade nonagesimal conforme o art. 195, §6º, da Carta Magna. • A CIDE/CICP e COSIP, previstas no art. 149, da CF, obedecem a regra geral do exercício financeiro seguinte + 90 dias: alíneas “b” e “c”, do Inciso III, do Art. 150. • O Empréstimo Compulsório relativo a investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (art. 148, III), obedece somente a eficácia temporal relativa ao exercício financeiro seguinte, conforme a alínea “b”, do art. 150, Inciso III. • O Imposto de Competência Residual: art. 154, II, da Constituição Federal, obedece a regra geral da anterioridade relativa ao exercício financeiro seguinte + 90 dias. • Taxas e Contribuição de Melhoria; exercício financeiro seguinte + 90 dias, obediência a regra geral do princípio constitucional da anterioridade. OBS (2). CUIDADO: CIDE-COMBUSTÍVEL. EXCEÇÃO: Art. 149, §2º, Inciso II combinado com o Art. 177, §4º, Inciso I, “b”, não precisa aguardar o exercício financeiro seguinte, mas obedece a regra da noventena. OBS (3). CUIDADO: ICMS-COMBUSTÍVEL. EXCEÇÃO: Art. 155, §4º, Inciso IV, Alínea “c”, não precisa aguardar o exercício financeiro seguinte, mas obedece a regra da noventena. • Prazo de Pagamento de Tributos: Súmula Vinculante nº 50 do Supremo Tribunal Federal: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. OBS (4). CUIDADO. Revogação de Isenção: não obedece a regra geral do princípio da anterioridade, nesse sentido o contribuinte imediatamente estará submetido a eficácia da lei Professor Doutor Flávio Galvão 18 que impõe o tributo, inclusive, relativamente ao ICMS e Tratados Internacionais Revogados, salvo aquelas concedidas a prazo certo e sob condição, pelo qual não poderão ser revogadas antes do prazo previsto de sua eficácia plena pela Lei isentiva. O Supremo Tribunal Federal na ADI nº 4.016/PR, na esteira do Voto do Ministro Gilmar Ferreira Mendes, entende que no caso de mera alteração dos índices de correção monetária do tributo; que reduzem ou extinguem descontos no pagamento do tributo ou até mesmo no caso de revogação de isenções, não se tem a obediência ao princípio da anterioridade. Nesse sentido, muita atenção também para a Lei Complementar ISS. Isenção Heterônoma. Serviços para o exterior considerados como não incidentes de ISS. Sua revogação não obedece as alíneas “b” e “c”, do Inciso III, do Art. 150 da CF. Retorno a condição de tributação do sujeito passivo de maneira imediata, não precisa aguardar o exercício financeiro seguinte e tampouco os 90 (noventa) dias de publicação da lei que revoga a isenção. OBS (5). CUIDADO. A redução de benefício fiscal implica em aumento de tributo, devendo se submeter a regra da anterioridade de acordo com o regime jurídico da espécie tributária. • Princípio da Igualdade tributária: art. 150, II, da CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; • Conceito. Igualdade perante a Lei. Igualdade na Lei. • Igualdadeperante a Lei: objetivo do aplicador da lei que deve impor o conteúdo da norma jurídica a todos aqueles que realizarem a conduta descrita na hipótese legal. • Igualdade na Lei: proibição ao legislador de impor critérios de diferenciação entre os cidadãos baseados no arbítrio, estabelecendo diferenças jurídicas sem fundamento jurídico razoável. • Princípio constitucional tributário autoaplicável destinado ao legislador infraconstitucional no momento do exercício de sua competência tributária. Tem por função limitar a atuação do Professor Doutor Flávio Galvão 19 legislador, proibindo a adoção de privilégios tributários a determinada categorias de contribuintes, devendo aquele estabelecer critérios de diferenciação entre contribuintes a ponto de equipará-los de maneira justa e razoável, em face dos níveis de riqueza que se apresentam. • Princípio da capacidade contributiva: art. 145, § 1º da CF Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. • Legislador: Destinatário da Norma Constitucional • Critérios de diferenciação entre contribuintes por meio de seu grau de riqueza, independente de sua disponibilidade financeira. • Aplicação aos impostos “sempre”. • Contribuições Sociais: §9º, do Art. 195, por força de diferenciação de alíquotas em função de atividade econômica, utilização de mão-de-obra ou porte da empresa. • Taxas: princípio da retributividade em face do serviço prestado e poder de polícia realizado. • A capacidade contributiva também se presta como instrumento de extrafiscalidade, enquanto finalidade não arrecadatória, mas que visam inibir e reprovar condutas indesejáveis dos contribuintes, tudo em prol do cumprimento dos demais princípios constitucionais que compõem o sistema. • O contexto jurídico de aplicação do princípio da capacidade contributiva determina a adoção de Professor Doutor Flávio Galvão 20 técnicas de aferição da mensuração pessoal da riqueza do contribuinte em matéria de impostos. • Nesse sentido, temos subprincípios de aplicação da capacidade contributiva, tais como a progressividade e a seletividade contidas na CF de 1988. • Princípio da Progressividade Fiscal e Extrafiscal: • A progressividade fiscal corresponde a aplicação de alíquotas diferenciadas, na medida do aumento do grau de riqueza do contribuinte, revelado na base de cálculo do tributo. • Temos o Imposto de Renda como imposto progressivo previsto no Art. 153, §2º, I, será informado pelos critérios de generalidade, universalidade e progressividade, correspondendo o alcance da lei tributária do imposto sobre a renda àqueles que tenham realizado a hipótese de incidência do tributo, abrangendo todas as rendas e proventos auferidos pelos contribuintes, com aplicação de alíquotas variadas em de acordo com o aumento da base de cálculo. OBS (1): Por reiterada posição jurisprudencial do STF, restou definido que o Poder Judiciário não pode autorizar a correção monetária da tabela progressiva do imposto sobre a renda pessoa física na ausência de lei para tanto (RE 388.312). • O imposto territorial rural apresenta-se como progressivo, na conformidade do Art. 153, §4º, I, da CF de 1988, fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. • O imposto sobre a propriedade territorial e predial urbana de competência municipal e distrital é um imposto progressivo, levando em consideração alíquotas progressivas em razão da localização, valor e uso do imóvel, na esteira do Art. 156, §1º, Incisos I e II, bem como o Art. 182, §4º, Inciso II, ambos da CF, de 1988. Esta última progressividade está relacionada com a progressividade do IPTU no Professor Doutor Flávio Galvão 21 tempo, em caso de descumprimento de exigência pelo poder público municipal de adequado aproveitamento de solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado. Aplicação da Súmula 668 do STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo para destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.” • O imposto de transmissão causa morte e doação, previsto no Art. 155, Incisos I a IV, da CF de 1988, combinado com a Resolução do Senado federal nº 9/92 é um imposto progressivo, inclusive, conforme interpretação constitucional do STF em repercussão geral no AgR-RE 542.485, Precedente RE 562.045/RS. • O imposto sobre a propriedade de veículos automotores é um imposto progressivo, na conformidade do Art. 155, §6º, Inciso II, da CF de 1988, aplicando-se alíquotas progressivas em razão do tipo e utilização do veículo. OBS (2): Salientamos, que o ITBI, imposto sobre transmissão de bens imóveis inter vivos, de competência municipal, não terá aplicação da progressividade fiscal ou extrafiscal, conforme interpretação do STF, Súmula 656: “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o ITBI com base no valor venal do imóvel.” OBS (3): Não se pode confundir a progressividade fiscal, como princípio constitucional corolário da capacidade contributiva e isonomia fiscal, com a técnica de tributação conhecida como proporcionalidade. • A proporcionalidade significa a aplicação de uma alíquota única sobre uma base de cálculo variável. Ainda, que se possa afirmar que seja a proporcionalidade um mecanismos “neutro” de justiça fiscal, por meio do qual se induz que o pagamento do tributo pelo contribuinte seja proporcional a expressão econômica de sua riqueza, aplicando-se uma alíquota única. Professor Doutor Flávio Galvão 22 • Na verdade, a proporcionalidade é um aspecto da regressividade tributária, pois, justa não se apresenta na medida que não nivela os desiguais na medida de suas desigualdades. Não é crível sugerir, que o princípio constitucional da isonomia esteja sendo cumprido, quando se aplica uma única alíquota, àqueles que tenham rendas ou riquezas distintas. • Imposto de Renda e ITR: Art. 153, § 2º, I e § 4º, I • IPTU: Art. 156, § 1º, I e II e Art. 182, §4º, II, da CF • ITCMD: Art. 155, Inciso I e IV, da CF c/c Resolução do Senado Federal nº 9/92. Interpretação Constitucional STF RE 562.045. • IPVA conforme o Art. 155, §6º, Inciso II, da CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. § 2º O imposto previsto no inciso III: I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei; § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 Professor Doutor Flávio Galvão 23 I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)IPTU Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IPTU Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. (Regulamento) § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; ITCMD Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; RESOLUÇÃO Nº 9 - DE 5 DE MAIO DE 1992. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 Professor Doutor Flávio Galvão 24 Faço saber que o senado Federal aprovou, nos termos do inciso IV, do § 1º, do artigo 155 da Constituição, e eu, Mauro Benevides, presidente , promulgo a seguinte Resolução: Art. 1º A alíquota máxima do Imposto de que trata a alínea "a", inciso I, do art. 155 da Constituição Federal será de oito por cento, a partir de 1º de janeiro de 1992. Art. 2º As alíquotas dos Impostos, fixadas em lei estadual, poderão ser progressivas em função do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber, nos termos da Constituição Federal. Art. 3º Essa Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. IPVA § 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) • Princípio da seletividade fiscal: art. 153, § 3º, I e art. 155, § 2º, III da CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 3º - O imposto previsto no inciso IV: I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; • Princípio constitucional, enquanto, técnica de tributação aplicável aos chamados impostos indiretos, notoriamente ao ICMS e ao IPI, com a ressalva de que a sua adoção pelo legislador ordinário dos Estados-Membros e Distrito Federal é facultativa, quando da instituição do ICMS e será http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155§2 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155§2 Professor Doutor Flávio Galvão 25 obrigatória ao legislador federal, na instituição do IPI. • Princípio Constitucional do Não-Confisco: art. 150, IV, da CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV - utilizar tributo com efeito de confisco; • É proibido à União, aos Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios, utilizar tributo com efeito de confisco. • Princípio constitucional de extremamente vago e de pouca delimitação objetiva, por critérios jurídicos, para aferição do que seria atividade confiscatória do Estado no momento da instituição e cobrança do tributo. • Com efeito, busca-se por este princípio constitucional tolher a iniciativa, por meio da atividade tributária, de atingir o mínimo indispensável a sobrevivência digna da pessoa humana, quando se tratar de tributos incidentes na pessoa física do contribuinte, como também, inibir a prática de instituição de obrigações tributárias, que afetam por completo o livre exercício de atividades econômicas, com elevada carga tributária incidente. • O efeito confiscatório do tributo atrela-se em ofensa a capacidade contributiva, enquanto tributação excessiva, aniquilando a riqueza do contribuinte e atingindo por completo o seu direito de propriedade, como critério subjetivo e adotando-se como critério objetivo, uma alíquota elevada de tributo, sempre, tomando por base, a carga tributária total incidente sobre o patrimônio. • O Princípio do não confisco, em tese, não se aplica aos chamados impostos de caráter extrafiscal, como Professor Doutor Flávio Galvão 26 por exemplo, o imposto de importação, de exportação, IPI e IOF, que poderão conter alíquotas extremamente gravosas como vistas a regulação do mercado. • Em razão do critério de extrafiscalidade aplicado ao IPTU e ITR, quando vinculados ao cumprimento da função social da propriedade e progressivo no tempo, não será considerado confiscatório o manejo das alíquotas elevadas para atingir tal objetivo. • Com relação as taxas, o efeito confiscatório na seara tributária apresenta-se no descompasso existente entre a cobrança elevada e o custo efetivo da prestação estatal aferido em sua base de cálculo. • No mesmo sentido, em relação as contribuições de melhoria, quando existe uma falta de correspondência entre a valorização imobiliária experimentada pelo contribuinte, em razão da obra pública realizada, com o montante do tributo cobrado. • No tocante as contribuições, existe confisco na falta de proporção entre o valor cobrado pelo Estado e a finalidade pretendidacom a arrecadação do tributo, com a noção do benefício que deverá ser atingido ou mesmo quando inexiste a finalidade pretendida contida na lei. • Notoriamente, vamos encontrar o efeito confiscatório com a aplicação de pesadas e excessivas multas tributárias, que extrapolam o limite do razoável, de cunho a evidenciar receita adicional além da tributária, com características evidentes de atingir a totalidade do patrimônio do contribuinte. A jurisprudência do STF já consolidou entendimento, considerando confiscatória a penalidade tributária aplicada acima do patamar de 300% sobre o valor do bem ou da operação, em razão da falta de emissão de nota fiscal (ADI n. 1.075/DF). Professor Doutor Flávio Galvão 27 • Princípio Constitucional da Limitação ao Tráfego: art. 150, V, da CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; • É proibido à União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios, estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. • É a chamada proibição de tributação incidente pelo mero traspasse das fronteiras dos Estados, Distrito Federal e Municípios. • Princípio Constitucional da Uniformidade Tributária: art. 151, I, da CF Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; • Princípio Constitucional do Art. 151, II, da CF de 1988 • É proibida à União Federal tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes Professor Doutor Flávio Galvão 28 públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes. • Princípio Constitucional do art. 151, III, da CF Art. 151. É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios • É vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. • O instituto da isenção tributária só pode ser utilizado pelo ente competente, que recebe a aptidão legislativa plena para instituir ou majorar os tributos, proibindo-se a interferência da União Federal na competência dos Estados, Distrito Federal e Municípios para isentar os respectivos tributos. • Este princípio constitucional possui duas ressalvas. • A primeira relativa ao ISS, previsto no Art. 156, §3º, II, da CF de 1988, onde se permite que a Lei Complementar em matéria de ISS possa outorgar isenções de serviços destinados ao exterior. • A segunda, vincula-se a possibilidade de Tratados e Convenções Internacionais sobre matéria tributária concederem isenções de tributos estaduais e municipais, conforme entendimento do STF (ADI 1.600/DF). • Princípio Constitucional do art. 152 Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. • Princípio Constitucional do § 5º do art. 150 Professor Doutor Flávio Galvão 29 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. • Princípio Constitucional do § 6º do art. 150 • É a previsão constitucional que impõe a estrita legalidade para qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições. • Ou seja, para as matérias acima elencadas a União, os Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios deverão editar as leis específicas para concedê-las, regulando detalhadamente para cada tributo ou contribuição, sem prejuízo da edição de Convênios de ICMS (Art. 155, §2º, XII, Alínea “g”, regulados pelos Estados-Membros e Distrito Federal, conforme a Lei Complementar nº 24/1975. • Princípio do § 7º do art. 150 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) • A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. • É a previsão constitucional da Substituição Tributária pra frente, ou seja, a Carta Magna autoriza a cobrança de imposto ou contribuição do http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art150§6 Professor Doutor Flávio Galvão 30 responsável tributário, antecipadamente a realização do comportamento tributável do sujeito passivo. 3. Imunidades Tributárias • Norma constitucional demarcatória da competência tributária. É a impossibilidade da tributação de pessoas, bens situações jurídicas resultantes da vontade da Constituição Federal. • Constitui-se a Imunidade como Direito Público Subjetivo do sujeito de direito beneficiado pela norma constitucional exonerativa. • A imunidade tributária significa a incompetência dos entes políticos no intuito de estabelecer a obrigação tributária dos sujeitos de direito ou relações jurídicas imunes. • A imunidade tributária é uma forma qualificada na Carta Magna de não-incidência por supressão do Poder de Tributar dos entes federativos. • A imunidade tributária impede a incidência da lei ordinária sobre tributação em face dos sujeitos de direito imunes. • As imunidades tributárias atingem somente a obrigação tributária principal, o dever de pagar o tributo, ficando ao largo as obrigações acessórias, que significam os deveres instrumentais tributários de fazer ou não fazer em face do cumprimento da obrigação tributária principal. • Ou seja, determinado contribuinte pode estar imune no tocante a obrigação de pagar o imposto sobre a renda, porém, deverá entregar a declaração de imposto de renda anual, visando o controle da fazenda pública, por meio da fiscalização tributária, do correto cumprimento da lei e da Constituição. 3.1. Diferenças entre Imunidade e Isenção • A imunidade decorre do texto da Constituição. As isenções são decorrentes de previsão legal. • Na imunidade não há o que se falar de existência de relação jurídica tributária, vez que a norma que imuniza impede o nascimento da obrigação tributária e o exercício da competência tributária. As Professor Doutor Flávio Galvão 31 isenções retiram um dos elementos da regra-matriz de incidência tributária,definindo os contornos da obrigação tributária no plano legal. • As imunidades são interpretadas de maneira ampla e as isenções são interpretadas literalmente, conforme o inciso I, do art. 111 do CTN. 3.2. A Imunidade e as Espécies Tributárias • A imunidade tributária atinge as taxas, conforme o art.5º., incisos XXXIV; LXXIII; LXXIV; LXXVI e LXXVII, da CF. Art. 208 I, da CF. Art. 226, § 1º. Art. 230, § 2º.: XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insufiência de recursos. LXXVI – são gratuitos, para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito. LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I – ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiverem acesso na idade própria. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 1º. O casamento é civil e gratuita a celebração. Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando a sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. § 2º. Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos Professor Doutor Flávio Galvão 32 • As imunidades são aplicáveis as Contribuições Sociais: Art. 195, § 7º. Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (...) § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. • Contribuição Social e de Intervenção no Domínio Econômico não incidirão (Imunidades) sobre as receitas decorrentes de exportação: Art. 149, § 2º., Inciso I, da CF. Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (...) § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) OBS: Não existe na Constituição imunidades especificas para as contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. OBS: Temos, ainda, Imunidades Específicas de determinados impostos tais como: • Imunidade do ICMS na operação que destine combustível a outro Estado da Federação (art. 155, §2º, X, “b”, da CF); • Não incidência de ITBI sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica (art. 156, §2, I, da CF); • A imunidade da transmissão de bens imóveis decorrentes de extinção de pessoa jurídica, a não ser que o adquirente tenha como atividade preponderante a compra e venda e a locação de imóveis http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art12 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art12 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art1 Professor Doutor Flávio Galvão 33 ou o arrendamento mercantil em relação ao ITBI (art. 156, §2º, I, da CF); • A não incidência de ITR sobre pequenas glebas rurais, assim definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, §4º, II, da CF). 3.3. Imunidade recíproca: art. 150, VI, a, da CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; • Respeito aos Princípios Federativos e da Autonomia das Pessoas Políticas. Ausência de capacidade contributivas das pessoas políticas de direito público, eis que os recursos obtidos são exclusivamente destinados a prestação de serviços públicos que lhes incubem por expressa dicção da lei. • As taxas, contribuições de melhoria e contribuições sociais não sofrem óbices de incidência em face da imunidade recíproca. • A imunidade recíproca alcança o IGF; o ITR; o ITCMD; o IPVA; o IPTU; o ITBI; o IR; o ISS. • A imunidade das entidades políticas que compõem a federação brasileira alcança também o Imposto de Importação, o Imposto de Exportação, o ICMS na Importação, o IPI na Importação e o IOF. Extensão: § 2º do art. 150, da CF. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. • Autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de Professor Doutor Flávio Galvão 34 serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei. • As autarquias temos a aplicação da antiga Súmula nº 73, do STF: “A Imunidade das autarquias, implicitamente contida no Art. 31, V, ‘a’, da Constituição Federal, abrange tributos estaduais e municipais.” • As fundações públicas são pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração Pública Indireta criada pelo Estado para a prestação de certos serviços públicos típicos, consistente num patrimônio público personalizado e regido por normas de direito público, afetado à consecução de um determinado fim público. • Nesta seara temos a inclusão das autarquias de regime especial: agência executiva; agência reguladora e associação pública. • Agência executiva é uma autarquia ou fundação pública que celebra contrato de gestão com o respectivo ministério supervisor com a finalidade de cumprir certos objetivos e metas no desempenho de atividades estatais (Lei no. 9.649, de 27 de maio de 1998). • Agência reguladora é entidade de direito administrativo com alto grau de especialização técnica, integrante da Administração Pública, com a finalidade de regular um setor específico da atividade econômica. Exemplos: Agência Nacional das Águas; Anatel; ANP; Agência Nacional de Aviação Civil; Agência Nacional de Energia Elétrica; ANTT; Agência Nacional de Saúde;Agência Nacional de Vigilância Sanitária. • Associação Pública é o consórcio público, como uma associação pública, com personalidade de direito público, conforme a previsão da legislação civil (Código Civil). • A parte final do parágrafo segundo deixa evidente que o patrimônio, renda e serviços imunes das autarquias e fundações mantidas pelo poder público devem estar vinculados a sua finalidade essencial ou às delas decorrentes. • Neste sentido, não se presta o patrimônio de uma autarquia, por exemplo, que não estando vinculado às finalidades essenciais da mesma, possa estar alcançado pela imunidade. Caso concreto da Professor Doutor Flávio Galvão 35 jurisprudência nós temos com o não alcance da imunidade aos terrenos baldios das autarquias. (STF RE 98.382) • A imunidade recíproca não se aplica nos casos das entidades mencionadas efetuarem a aquisição de bens sujeitos ao ICMS e ao IPI. As entidades imunes irão se sujeitar ao ICMS e ao IPI incidentes nas compras de mercadorias e produtos, eis que atuam na condição de consumidoras finais arcando com os tributos incidentes no preços dos respectivos bens. • Vigora na interpretação do STF sobre o assunto a interpretação de cunho formal, que não privilegia o fenômeno da interpretação econômica, ficando sem valia a figura do contribuinte de fato na relação jurídico-tributária do ICMS e do IPI. • Observar a aplicação da antiga Súmula nº 591 do STF: “A imunidade ou isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do IPI”. Exclusão: § 3º do art. 150, da CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel • Empresas públicas e sociedades de economia mista, a estas últimas se aplicando a antiga Súmula 76 do Supremo Tribunal Federal, que consigna As sociedades de economia mista não estão protegidas pela imunidade fiscal do Art. 37, V, a, Constituição Federal. • Tomar cuidado com determinadas empresas públicas ou sociedades de economia mista que exercem funções típicas de estado ou prestam serviços públicos de caráter obrigatório e exclusivos do Estado, daquelas que puramente são instrumentos do Estado e de sua participação na economia, com caráter de monopólio estatal e com participação majoritária de capital estatal. Professor Doutor Flávio Galvão 36 • As empresas públicas que desenvolvem funções típicas de Estado e prestam serviços públicos de caráter obrigatório estão imunes e temos como exemplo na jurisprudência do STF, RE 407.099, a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), que desempenha atividade estatal, enquanto serviço próprio da União, em regime de exclusividade, inclusive, quando também os correios realizam serviços não tipicamente postais, em regime de concorrência. • A imunidade da empresa de correios e telégrafos atinge o IPTU de seus prédios próprios, bem como o ISS sobre os serviços prestados; em relação ao IPVA dos veículos que sejam utilizados para a realização do serviço; o ICMS sobre o serviço de transporte. • Nas mesmas condições temos a aplicação da imunidade à INFRAERO, conforme entendimento do STF, no RE-AgR 363.412. • Temos também os exemplos da Jurisprudência do STF nesse sentido: • CAERD. Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia. Sociedade de Economia Mista prestadora de serviços públicos de saneamento básico, abastecimento de água e esgotos sanitários. Ação Cautelar nº 1.550-2; • CODESP. Companhia das Docas do Estado de São Paulo. Sociedade de Economia Mista, que tem por missão executar serviços de administração de porto marítimo sob a reserva de monopólio estatal. RE 265.749; • Hospital Nossa Senhora da Conceição SA. Sociedade de Economia Mista prestadora de serviços de saúde, com capital majoritariamente estatal. RE 580.264; • Casa da Moeda do Brasil. Empresa pública estatal, que exerce a prestação de serviços de emissão da moeda, enquanto atividade de monopólio estatal. RE 610.517. • As concessionárias do serviço público, que prestam serviços públicos remunerados por preços ou tarifas submetem-se à tributação. • O promitente comprador de bem imóvel público não estará alcançado pela imunidade recíproca. Professor Doutor Flávio Galvão 37 • Imunidade tributária dos cartórios e tabelionatos: agentes privados delegatários de serviços públicos, visando o lucro e são remunerados pelo Estado no exercício das suas funções em plena relação de mercado pelos serviços que prestam. Não estão abrangidos pela Imunidade. Posição majoritária do STF. (ADIn nº 3.089). • Imunidade Tributária Recíproca aplicada as embaixadas ou consulados. Ação Cível Originária nº 1.473 do STF. 3.4. Imunidades dos templos de qualquer culto: art. 150, VI, b, da CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre; b) templos de qualquer culto; • Conceitos. O Estado brasileiro é laico e nesse sentido protege o exercício de manifestação de credos religiosos como ínsita característica do liberalismo político e preservação do Estado de Direito. • Imunidade de Impostos, o que não afeta a obrigatoriedade de pagamento de outros tributos, tais como as taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. • O culto significa o prestígio a realização de valores transcendentais do ser humano de caráter pacífico e realçando os bons costumes, restando vedada a imunidade de cultos de inspiração e instigação a violência física de qualquer natureza, inclusive, psíquica ou moral. • Está inserido aí o culto da fé cristã apostólica romana; o culto das igrejas pentecostais; o budismo; o xintoísmo; o espiritismo; a umbanda; o candomblé; a maçonaria. Limites: § 4º do art. 150, da CF Professor Doutor Flávio Galvão 38 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. • Não deve existir a incidência dos seguintes impostos: • IPTU: sobre o prédio onde é realizado o culto; sobre a residência de propriedade do culto onde os membros do culto residem; sobre o local que se destina ao aprendizado da liturgia; • IPVA: sobre os veículos do culto utilizados no trabalho eclesiástico; • ITBI: incidente na aquisição pelo culto de imóveis destinados ao templo; • IR: incidente sobre a receita auferida dos dízimos e doações dos fiéis ou sobre as aplicações financeiras do templo; • IOF: incidente sobre as operações financeiras dos templos, que estejam ligadas às suas atividades essenciais; • ISS: incidente sobre todos os serviços religiosos; • O intérprete da imunidade deve tomar cuidado com a possibilidade de desoneração tributária no momento em que os cultos exercem atividades ou são proprietários de bens, que não estejam diretamente vinculados as suas finalidades essenciais, mas, que indiretamente permitem a obtenção de recursos para a manutenção de suas atividades. • Vigora nesse caso a interpretação ampliativa que leva em consideração o exercício de atividades correlatas das entidades
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