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- -1 DESIGN DO MOBILIÁRIO UNIDADE 1 - FUNDAMENTOS DO DESIGN DE MOBILIÁRIO Beatriz Chimenti - -2 Introdução O design de mobiliário é um fenômeno internacional e interdisciplinar em constante crescimento no país. Atualmente, mais e mais profissionais de design vem trabalhando lado a lado com ergonomistas, arquitetos, engenheiros, dentre outros profissionais no desenvolvimento de produtos. Diversos campos do design têm riquíssimo legado histórico em comum, com momentos de inovação e ruptura em cada uma das especialidades que compõem o campo. Então, como é possível analisar a qualidade do design? Quais são as ferramentas que auxiliam neste processo? O bom design é técnica ou intuição? Neste capítulo serão apresentados os principais postulados e características do design, com ênfase no desenho de mobiliário. Vamos partir de uma abordagem histórica, considerando que o design veio se desenvolvendo junto com o crescimento da nova civilização e acompanhando suas inovações tecnológicas. A partir daí, iremos abordar questões mais técnicas provenientes da ergonomia que auxiliam no conforto e qualidade do design, assim como suas possíveis áreas de atuação dentre os quais se destacam o design industrial e o autoral. Vamos estudar esse conteúdo a partir de agora. Acompanhe! 1.1 História do mobiliário O design expressa a aparência das coisas (ideia) e, em sentido mais amplo, a consequência das condições de sua produção (modelo), considerando que inclui o processo em seu conceito. Design é, portanto, conceito e também processo. A tarefa específica do designer é provocar a conjunção entre essas ideias e os meios disponíveis de produção. Um dos objetivos do design é tornar clara a função do produto a que se propõe, objetivando uma fácil leitura do usuário. É importante ressaltar também que o bom design deve ir além do produto em si, considerando aspectos relacionados a ergonomia, meio ambiente e sustentabilidade. Ao longo dos séculos, a profissão do designer veio evoluindo até se tornar o que é hoje em dia. A história do design nada mais é que a história das sociedades, considerando que influencia e é influenciado por todos os processos das economias modernas. Burdek (2010) afirma que o emprego da palavra design era raro até o século XIX, quando surgiu na Inglaterra e em outros países, um número grande de trabalhadores que se intitularam designers, ligados principalmente à confecção de padrões ornamentais da indústria têxtil. Por ocasião desta época, o sistema industrial de fabricação, introduzido pela Revolução Industrial, levou a necessidade de estabelecer o design como uma etapa específica do processo produtivo. Burdek (2010) cita que o design foi fruto de três grandes processos históricos que ocorreram em escala mundial entre os séculos XIX e XX. Clique abaixo para conhecer esses três processos: Industrialização Reorganização da fabricação e distribuição de bens de consumo para atingir um leque cada vez maior e mais diversificado de produtos e de consumidores. Urbanização moderna Ampliação e adequação das concentrações de população nas grandes metrópoles, com suas novas necessidades de moradia, transporte, lazer etc. Globalização Integração das redes de comércio, transportes e comunicação entre os continentes. A fim de compreender o design, devemos reconhecer que seus atributos e técnicas de disfarçar, esconder e - -3 A fim de compreender o design, devemos reconhecer que seus atributos e técnicas de disfarçar, esconder e transformar os produtos, agregando valor aos mesmos e tornando-os essenciais para o progresso das sociedades industriais modernas. 1.1.1 Estilos do mobiliário Ao longo da história os elementos do design de mobiliário incluíram a estética e a funcionalidade como fundamentos importantes para as sociedades da época. Projetados quase sempre como complemento da arquitetura, os estilos de mobiliário, simples ou elaborados, acompanharam necessariamente a história da arte e da arquitetura. Apesar do mobiliário já existir desde o período neolítico (7000 a.C.), sua história tem registros no Antigo Egito (2680 – 2407 a.C.), em que, apesar de escasso, os objetos possuíam linhas retas, em madeira maciça, quase sempre inspirados na fauna e flora local. O mobiliário grego utilizava como matéria-prima a madeira, metais, marfim, mármore e estuque e se caracterizava por móveis escassos, quase sempre utilitários e também com a fauna como elemento decorativo inspirador. Os romanos produziam mobiliários mais pesados e retangulares e além dos materiais já explorados pelos gregos, também utilizavam o osso como matéria-prima. Podemos afirmar que o mobiliário romano origina-se do móvel grego, mas distingue-se pela suntuosidade. O estilo de mobiliário românico também era pesado, escasso e rígido, predominando traços ortogonais e utilizando essencialmente a madeira maciça, muitas vezes escavada, e metais como matéria-prima. Dentre os estilos mais antigos, o gótico talvez seja o de desenho mais leve pois adotava formas curvilíneas e altamente elaboradas e esculpidas, além de pilastras e painéis para a composição do ambiente. É importante ressaltar que, neste período (século XIV) na Europa, a moradia era o local de trabalho. Eram edificações que contavam com poucos móveis, tapeçarias na parede e bancos próximos à lareira. No andar principal da casa havia, no cômodo da frente, uma loja ou – se o dono fosse um artista – uma oficina. A parte para morar era constituída de um único grande cômodo – o salão -, que não tinha forro. (FRANCESCHI, 2006, p. 13). Foi por ocasião do renascimento que o mobiliário ganhou uma escala mais arrojada passando a contar com extensas dimensões e um uso abundante de tecidos, principalmente adamascados, além da inserção de medalhões, figuras mitológicas e elementos da natureza. Os estilos barroco e rococó foram representados, assim como na arquitetura, pelo exagero de ornamentos, formas curvilíneas, assimétricas e volumosas, voltados para a ostentação e sempre com muitos detalhes bem trabalhados, suntuosos e integrados para um conjunto escultórico. - -4 Figura 1 - Poltrona que representa os exageros ornamentais do estilo rococó através dos brocados dos tecidos e detalhes em madeira trabalhada dourada Fonte: background shoppy, Shutterstock, 2019. No final do século XVIII, os exageros do rococó perdiam espaço, e com isso, redescobriu-se o gosto pela pureza das linhas clássicas greco-romanas. Foi uma época marcada pelo progresso e, ao mesmo tempo, devotada ao estudo de um passado distante. O “novo” período ficou conhecido como neoclássico e se expressou em diversos produtos artísticos, na arquitetura, moda e no design de mobiliário. Toda a arte e a criação de objetos estavam dentro de uma produção que remetia à antiguidade clássica, quando existiam dois tipos de artesão: um que fazia um trabalho mais elaborado e detinha todo o conhecimento das diversas etapas da produção de um objeto, artístico ou não; e outro que apenas copiava determinado objeto. Ainda no século XVIII, mudanças consideráveis nas fábricas inglesas acarretaram uma mudança na economia já que as mesmas deixaram de empregar num esquema de produção e distribuição artesanal em prol de uma produção industrial em larga escala. - -5 O mobiliário do estilo neoclássico se caracterizava por um traçado reto e simplificado, com formas simples, sóbrias e geometrizadas e utilizava como matéria-prima a madeira, preferencialmente escura e brilhante, o ferro e os metais. A partir do século XIX, o design ganhou destaque com o movimento , quando arquitetos se uniramArts and Crafts aos designers para reformar o campo do desenho e propor um retorno aos métodos e concepções artesanais de produção. Dogson (2014) afirma que este movimento artístico, liderado por William Morris e John Ruskin e criado em 1860, de reação à supressão da originalidade e à degradação da qualidade que a produção em massa provocou, preconizava o destaque ao estilo próprio e artesanal, em detrimento a produção em escala industrial. Este movimentonorteou o percurso do design de mobiliário moderno. Influenciado pelas doutrinas sociais humanistas, o recuperou o interesse pela funcionalidade eArts and Crafts reprodutividade dos bens de uso comum, vinculando o nascimento de uma nova linguagem estética às condições de produção do objeto, seja ele arquitetônico ou utilitário. CASO Com o advento da expansão colonial e do aumento significativo da população nas cidades, o hábito do chá tornou-se amplamente difundido, o que acarretou o aumento significativo na produção de taças de cerâmica. Neste cenário, o ceramista inglês Josiah Wedgwood teve grande importância na produção de seus produtos com uma concepção inovadora. Sua fábrica, fundada em 1759, na Inglaterra, foi durante muitas décadas, sinônimo de qualidade e elegância britânicas. Segundo Dogson (2014), ele implantou mudanças significativas nos meios de produção dentre as quais mais se destacam: Até então, as cerâmicas produzidas normalmente eram quase todas de argila branca vidrada. Wedgwood começou a fazer experiências de aperfeiçoamento, inventando técnicas novas e chegando a resultados inovadores nas formas, cores e métodos de produção. Suas experiências com o neoclassicismo confirmaram que o estilo fazia as classes média e alta do final do século XVIII se sentirem mais à vontade com o progresso. A partir daí o trabalho do design passou a ser realizado por artistas especialmente contratados para isso. Aos poucos, os objetos desenhados passaram a ser colecionáveis e ganharam status de obras de arte. • racionalização dos métodos de produção em sua fábrica; • criativas técnicas de marketing; • atenção ao acabamento dos produtos através da produção de objetos de qualidade superior à dos concorrentes dando grande importância à aparência de seus produtos. • • • - -6 Figura 2 - Ornamentos florais com desenhos curvilíneos e referência da natureza, típicos do movimento Arts and Crafts. Fonte: Sania Rasti, Shutterstock, 2019. O mobiliário se inspirou nas formas e linhas da natureza e por conta de ser um estilo que criticava a forma industrial de produção, se caracterizou por formas retas, porém angulosas e estilizadas, particulares motivos decorativos e arabescos, além de uma mistura de estilos de diversos períodos como o grego, gótico e o renascimento. A matéria-prima utilizada era a madeira, os metais e o ferro. O foi outro movimento artístico que surgiu, a partir dos princípios do , indo buscarArt Nouveau Arts and Crafts na natureza sua inspiração, destacando as formas curvilíneas e a sinuosidade e promovendo encantamento e leveza. - -7 Figura 3 - Suas principais características observadas nessa entrada de metro em Paris, eram a presença de linhas ondulantes e dinâmicas, a fim de transmitir a ideia de movimento. Fonte: FineShine, Shutterstock, 2019. Outro movimento artístico que, de certa forma, também exaltava a modernidade foi o , que tambémArt-Déco destacava estruturas geométricas com formas escalonadas e cantos arredondados e foi adotado nos mais diversos tipos de produtos da era industrial, tornando-se rapidamente uma tendência decorativa da época e largamente empregado nos principais monumentos modernos como, por exemplo, o e o Empire State Building , em Nova York, e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.Crysler Building Burdek (2010) afirma que o estilo surgiu durante a (1890 e 1910), ou seja, no início do século XX, eBelle Époque foi conhecido como a segunda Revolução Industrial por conta da exploração de novos materiais como o ferro e o vidro. Devido à forte presença e personalidade do estilo naquele período, este também recebeu o apelido de (do inglês, estilo moderno).modern style - -8 A sua popularidade na Europa foi durante os picos dos anos 20 e continuou fortemente nos Estados Unidos através da década de 30. Embora muitos movimentos de design tivessem raízes em intenções filosóficas ou políticas, o foi meramente decorativo, sendo visto como estilo elegante, funcional e ultramoderno,Art Déco através da sua inspiração nas figuras geométricas e do uso de novos materiais. O mobiliário era de caraterística mais funcional e possuía linhas curvas com valorização discreta de ornamentos geométricos florais mais simplificados, pelo revestimento em laca ou acabamento em verniz e detalhes em aço cromado. Assim como na arquitetura, os objetos acompanhavam as formas geométricas e efeitos metálicos que associavam às máquinas e, portanto, à modernidade. Dentre os materiais mais utilizados se destacavam o aço, os plásticos e a madeira. Os tecidos utilizados possuíam padrões de linhas clássicas e simétricas. Figura 4 - Os móveis possuem adoção de linhas curvas com valorização de ornamentos geométricos florais mais simplificados. Fonte: Leremy, Shutterstock, 2019. VOCÊ QUER VER? Filmes como , com direção de Woody Allen (2011), apresentam o cenárioMeia Noite em Paris da década de 20 e anos áureos da criatividade francesa de maneira inovadora e bem didática. O personagem principal se tele transporta magicamente para 1920 e janta com intelectuais como Gertrude Stein, Ernest Hemingway e Salvador Dalí. O trailer do filme você pode conferir no link < >.https://www.youtube.com/watch?v=Amf8r9V7ovs - -9 Após a Primeira Guerra Mundial, através da fundação da Escola de Artes e Arquitetura , naStaatliche Bauhaus Alemanha, que o design de mobiliário sofreu suas mudanças mais significativas, implantando uma metodologia de ensino que unia arte e ofício, produção artesanal e produção industrial. A partir de Walter Gropius em seu postulado “Arte e Técnica - uma nova unidade”, podemos afirmar que o design mudou sua linguagem formal, corroborando para a formação de um novo tipo de profissional voltado para a indústria, o designer industrial, através da adoção de materiais industriais, da supressão quase que total de adornos. O desenho do mobiliário da Escola priorizava produtos funcionais e econômicos, com desenhoBauhaus geometrizado, visando o conforto, livre de ornamentos e padronizados para serem produzidos em escala industrial. A matéria-prima era basicamente o plástico, aço, madeira, tecidos e ainda estofados em borracha. A sala do diretor da representava bem a concepção que havia em pensar o espaço e seus objetos comoBauhaus um todo, afinado com a linguagem modernista do período, que valorizava as formas geométricas. Deste modo, mobiliário, objetos decorativos, iluminação e arquitetura se unificaram, produzindo uma linguagem comum que levava em consideração as necessidades do homem coordenando espaço flexível com objetos em que se destacam a forma simples e a composição dos produtos, com cada vez mais funcionalidade. Após a Segunda Guerra Mundial, nos EUA, surgiram diretrizes do chamado Estilo Internacional. Seus fundamentos remontaram a construção da modernidade que tinha também as suas bases na Europa, porém foi naquele momento de construção de uma nova realidade mundial que o modernismo se difundiu e se concretizou como um estilo de vida e design. Nesta época, os designers Charles e Ray Eames, Max Bill, Harry Bertoia, Arne Jacobsen, entre outros, já tinham seus produtos industrializados por empresas como, por exemplo, a Herman Miller. Foi para a nova arquitetura produzida no Brasil dos anos 50 e 60 que o novo design de mobiliário brasileiro passou a ser largamente produzido por nomes como José Zanine Caldas, Lina Bo Bardi, Geraldo de Barros com a Unilabor, uma cooperativa paulista que produziu móveis extremamente afinados com a modernidade do período. No final dos anos 60, surgiu uma nova tendência visual, inaugurando o que para muitos historiadores determinou a pós-modernidade, que questionava os padrões instaurados pela sociedade moderna nos anos 50 e sua crescente fé no capitalismo e consumo. Deste período, surgiram as primeiras manifestações de um design mais lúdico e, podemos dizer, brincalhão. Ele desconstruiu a lógica modernista ao descontextualizá-la, começando com a Pop Arte que provocou novas relações com o design. Crivelaro (2015) afirma que a décadade 60 representou a realização de projetos culturais e ideológicos VOCÊ SABIA? Durante as décadas de 50 e 60 o Brasil passava por um cenário de economia muito favorável. Tal fato incentivou a abertura de empresas novas, e junto delas, as primeiras tentativas de design. Dentre as empresas espalhadas pelo país, uma delas que ganhou destaque no setor foi a Móveis Preto & Branco. Ela foi formada por jovens arquitetos que começaram a desenhar móveis para ambientes modernos e ajustados à nova condição de vida, em que a funcionalidade se adequava a um desenho mais modernista. Através de uma produção praticamente artesanal, inicia-se uma série de experiências de desenho e execução industrial que trouxe ao móvel moderno brasileiro uma maturidade que o colocou em destaque no panorama internacional. - -10 Crivelaro (2015) afirma que a década de 60 representou a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos lançados na década de 50, anos que foram marcados por uma crise no moralismo rígido da sociedade, uma expressão remanescente do sonho americano que não conseguia mais empolgar a juventude do planeta. Foi neste momento que a Pop Arte buscou nos ícones sociais de consumo representantes para o seu próprio questionamento. Questões estas, ainda presentes hoje, que começaram a ser trabalhadas naquele momento dando início a uma grande revolução comportamental, como o surgimento do feminismo e os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. Na Europa, assim como nos EUA, estudantes e trabalhadores tendiam a estabelecer desafios para todas as instituições e autoridades. De muitas formas, apesar do aspecto tumultuado politicamente falando, os anos 60 foram divertidos, e o mesmo se pode dizer do mobiliário que nasceu naquele momento. Conforme relata Crivelaro (2015), os objetos deste período discutiam a inventividade do século XX, e expressavam perfeitamente a irreverência, a iconoclastia e a experiência conturbada naquele tempo. Por conta de sua natureza efêmera, os infláveis e os pufes em forma de saco de feijão foram amplamente usados, e estão aí até hoje. Móveis e ambientes ainda seguiam a linha mais sóbria, usando os aços cromados do período anterior. No entanto, cada vez mais a liberdade criativa e questionadora da época começava a ganhar espaço, principalmente na Itália onde surgiram os grupos mais criativos e questionadores a partir dos anos 70, que se intitulavam “Anti-Designers”. Segundo Burdek (2010), os anos 80, o design foi tomado pela globalização rasante que se desdobrou no eixo Ásia-Europa-América, fazendo com que as diferenças socioculturais de cada usuário se tornassem cada vez mais graves para que fossem observadas de forma adequada, à distância, e úteis para estabelecer consequências para a política de produtos e sua configuração. 1.2 Antropometria e ergonomia A palavra ergonomia vem da origem grega (trabalho) e (lei ou normas) e é o estudo científico daErgos Nomos relação Homem x Meio, métodos e espaço de trabalho. Grandjean (1998) afirma que a ergonomia tem como objetivo elaborar um corpo de conhecimentos que deve resultar numa melhor adaptação dos meios tecnológicos e dos ambientes ao homem. Trata-se, portanto, de um corpo de conhecimentos sobre as capacidades, limites e outras características do desempenho humano em relação a qualquer atividade ou produto. Nasceu informalmente na Pré-história através dos primeiros utensílios de sobrevivência ainda bastante rudimentares como armas, ferramentas, vestimentas, etc. Os ergonomistas são profissionais que têm conhecimento sobre o funcionamento humano e estão prontos a atuar nos processos projetuais de situações de trabalho, interagindo na definição do mobiliário e ambiente físico de trabalho. A área da ergonomia ambiental se caracteriza pela aplicação de condições ambientais favoráveis aos trabalhadores em seu espaço/célula de trabalho e é fundamentada na NR17. - -11 Considerando que as bases da ergonomia são a intuição criativa e o bom senso, seu desenvolvimento se deu ao longo da história com destaque na Idade média com os avanços tecnológicos da engenharia e do período pré- industrial. Ainda durante esta época, teve seus estudos baseados nas vestimentas de guerra ou armaduras medievais, milimetricamente estudadas para garantir algum conforto e segurança para os usuários. Figura 5 - A armadura medieval elaborada para uma criança exemplifica os detalhes sobre as medidas corporais, assim como, o uso de materiais que tornassem a roupa minimamente confortável e segura. Fonte: Elaborada pela autora, 2019. VOCÊ QUER LER? A NR17 é uma norma regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Leia mais sobre esta norma no link < >.http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm - -12 Fonte: Elaborada pela autora, 2019. Por ocasião da chamada segunda Revolução Industrial, ocorrida no início do século XX, Henry Ford e Frederick Taylor desenvolveram princípios severos das linhas de produção em massa através do Fordismo e do Taylorismo respectivamente. Clique nas abas para saber mais: Princípios de Taylor - análise racional e instituição da técnica correta de trabalho; - análise técnica do engenheiro industrial; - adaptação do homem ao trabalho; - pagamento diferenciado por produção. Princípios de Ford - organização do trabalho em linhas de montagem; - ritmo determinado pela velocidade da esteira; - posto de trabalho fixo; -produção em grandes volumes. A teoria de Frederick Taylor surgiu para sistematizar todo o trabalho desenvolvido dentro das fábricas através da observação empírica do trabalho, do controle e do planejamento de todo o processo de trabalho. Muitas mortes e acidentes de trabalhos foram consequências dos princípios acima descritos, o que começou a indicar estudos relativos à segurança do trabalho e ergonomia. Mas foi durante a Segunda Guerra Mundial, em virtude dos milhares de acidentes aéreos com perdas humanas ocorridas pela dificuldade de interação entre homem x máquina, que a ergonomia se desenvolveu através de estudos com equipes multidisciplinares de engenheiros, psicólogos e médicos que se uniram para adequar as inovações tecnológicas às características físicas, psíquicas e cognitivas. A partir daí, já no meio do século XX, a produção industrial passou a ter significativas melhorias através de estudos de organização de "tempo e método" nos espaços de trabalho. Segundo Itiro (1990), a ergonomia, em seu caráter multidisciplinar, utiliza resultados das pesquisas descritivas da fisiologia, psicologia, organização do trabalho, medicina do trabalho, percepção ambiental, antropometria, engenharia, arquitetura e moda para o design de produtos, proporcionando ao usuário diversas qualidades. Clique abaixo para conhecer algumas dessas vantagens: melhores condições de trabalho ou uso do produto; aumento da produtividade; bem-estar e conforto; qualidade e segurança. VOCÊ QUER VER? A comédia , com direção de Charles Chaplin (1936), traz de forma inusitadaTempos Modernos e divertida um operário de fábrica numa linha de montagem. A produção faz uma crítica do sistema de trabalho fordista e taylorista da época. Você pode ver o filme completo no link < >.https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4 - -13 A atuação eficaz do designer irá garantir projetos que eliminem alguns riscos antecipados e neutralizem aqueles inerentes às atividades no manuseio de um produto. A ergonomia entra, portanto, como diferencial para o design através do controle da qualidade nos processos de produção e matérias. A qualidade ergonômica de um produto passa necessariamente pela sua adequação antropométrica, considerando-se que produtos de qualidade devem estar adequados à população usuária através de tabelas antropométricas. Quaresma (2001) afirma que a antropometria trata das medidas físicas corporais, em termos de tamanho e proporções,que são dados de base para a concepção ergonômica de produtos. Clique abaixo para saber mais: Os estudos antropométricos permitem: - verificar o grau de adequação dos produtos aos seus usuários; - fornecer dados sobre as medidas do corpo humano que descrevam com confiabilidade as características do grupo, raça ou descendência estudada; - publicar os dados de forma que possam ser usados com facilidade e segurança para comparações e deduções. A ergonomia atrelada a um estudo antropométrico da população usuária são recursos relevantes na produção de produtos de qualidade, confortáveis e seguros. 1.2.1 Dimensões humanas e de seus espaços Considerando que posturas naturais do corpo – posturas de tronco, braços e pernas que não envolvem trabalho estático – e movimentos naturais são condições necessárias para um trabalho eficiente, é imprescindível a adaptação do local de trabalho ou do produto às medidas do corpo e sua mobilidade. Grandjean (1998) afirma que através dos estudos antropométricos, temos que nos contentar em satisfazer às necessidades da maioria, tomando como base as medidas que são representativas da grande maioria da população. Como vimos anteriormente, a ergonomia e a antropometria aplicadas ao design de produtos têm grande importância para o projeto pois configuram-se como diferencial do mercado garantindo conforto, segurança e melhor adaptabilidade do produto ao homem. Para garantir a eficácia de um projeto de produto, é fundamental, portanto, que se consulte as medidas corporais de autores renomados para uma melhor adaptação do produto as necessidades a que se propõe. Abaixo vamos exemplificar algumas figuras antropométricas amplamente utilizadas em estudos e projetos de design brasileiro pela sua adaptabilidade ao nosso biótipo, muito semelhante ao europeu. Vimos que a ergonomia estuda e garante a eficácia, segurança e adequação dos produtos ao homem. Como atividade prática, escolha um produto eletrodoméstico da sua casa e o analise segundo os principais critérios ergonômicos: quanto à segurança (possibilidade de gerar algum acidente ao usá-lo), conforto, facilidade no uso e estética. - -14 Figura 6 - Referências corporais para a tabela de medidas antropométricas de adultos britânicos - utilizada para projetos no Brasil, modelo 1. Fonte: GRANDJEAN, 1998, p. 36. Figura 7 - Referências corporais para a tabela de medidas antropométricas de adultos britânicos – utilizada para projetos no Brasil, modelo 2. Fonte: GRANDJEAN, 1998, p. 37. - -15 Figura 8 - Tabela de medidas corporais antropométricas de adultos britânicos utilizada para projetos no Brasil, modelo 3. Fonte: GRANDJEAN, 1998, p. 39. - -16 Com o uso de tabelas antropométricas, atrelado aos princípios da ergonomia, é possível projetarmos mobiliários adaptados a nossa população usuária, garantindo conforto e eficácia, e fazendo disso, um diferencial competitivo no mercado de design. 1.2.2 Objetos, mobiliário de convívio, trabalho e vivência O morar de hoje acompanha a mudança do status social do brasileiro. A abertura e crescimento da economia, o acesso à informação e à cultura, as necessidades individuais e especiais, os (novos) conceitos de família, tudo forma um conjunto que precisa ser trabalhado e conciliado de forma que cada um se encontre naquele universo multifuncional que se constrói entre paredes. Todos nós nos lembramos de algo especial que diz respeito a algum lugar que vivemos – aquele cheiro da infância, aquele objeto relíquia de família, o jeito que nossos quartos eram arrumados. A forma como estas lembranças influenciam nossas vidas, muitas vezes de forma não perceptível, tende a influenciar na formação do indivíduo e no seu jeito de ver o mundo, e lidar com ele. E atender estas necessidades é muito mais que simplesmente decorar. É pensar como aquele espaço se comportará e se moldará à vida daquele que o construiu e, principalmente, como fazer isso de forma que atenda ao mesmo tempo a toda a diversidade de exigências que compõem o nosso cotidiano. O design de mobiliário abrange, portanto, cadeiras, chaises, mesas, sofás, camas, mesas de apoio, dentre outros inúmeros produtos, e estão sempre presentes no cotidiano dos usuários. Tornaram-se objetos de desejo muitas vezes com características e destaques de obras de arte no ambiente construído. Vimos que a antropometria é a ciência que confere medidas humana dentro de um parâmetro de conforto e adaptação para cada população usuária. Para entender melhor se você se encontra dentro dos parâmetros dos mobiliários, nada melhor que praticar. Dentro da sua casa, escolha ao menos um móvel e tire as principais medidas dele com base nas tabelas apresentadas acima. Depois, tire as suas medidas corporais correspondentes e verifique se estão adequadas e confortáveis em relação ao uso e praticidade do seu produto. Como sugestão, procure escolher cadeiras, sofás e mesas de estudo. VOCÊ SABIA? Você sabia que atualmente o setor hoteleiro vem investindo numa modalidade nova de design chamada Hotel Design? São hotéis altamente sofisticados que possuem peças de design, na maioria das vezes exclusivas, que garantem sofisticação e personalidade aos projetos. Veja mais sobre este assunto no link < >.http://www.estelanetto.com.br/decoracao-hoteleira-tendencias/ - -17 1.3 Mercado moveleiro e tendências O principal objetivo da produção de artefatos nas sociedades capitalistas é um processo do qual o design faz parte, já que trata-se de um processo de resolução problemas atendendo às necessidades físicas e psíquicas dos homens na sociedade. É ainda um importante elemento que agrega valor à economia de um país. Nas sociedades contemporâneas, o que é descrito como progresso é, em larga amplitude, sinônimo de uma série de medidas provocadas pelo capital industrial. Entre os benefícios estão mais alimentos, melhores transportes e maior abundância de bens, dentre os quais o design está inserido em todos os campos. Burdek (2010) exemplifica sobre o papel do design na economia quando afirma que, no início do século XXI, 10% do PIB da Grã- Bretanha já incluía produtos produzidos pelo design e seus serviços. Filho (2006) afirma que o design é uma atividade mais significativa do que se costuma reconhecer, especialmente em seus aspectos econômicos e ideológicos, pois trata da capacidade de moldar os mitos numa forma sólida, tangível e duradoura, de tal modo que pareçam ser a própria realidade. Para os empresários, a utilização desses mitos é fundamental para o sucesso comercial. Todo produto, para ter êxito, deve incorporar tais conceitos, que o tornarão comercializável. Portanto, o principal objetivo da produção de artefatos nas sociedades capitalistas, é um processo do qual o design faz parte. Qualquer que seja o grau de imaginação artística aplicado no design de objetos, ele não é feito para dar expressão à criatividade e à imaginação do designer, mas para tornar os produtos vendáveis e lucrativos. Ainda segundo o autor, o ambiente não é um contexto absoluto, é uma construção social, condicionada cultural e historicamente. No contexto do mercado imobiliário, somam-se a isso os valores simbólicos e culturais, imagens e representações difundidas pela publicidade e pela mídia, criando um imaginário coletivo, um design que se converte em sonho de consumo. É essa imagem que o mercado oferece numa tentativa de atraí-lo: cores, formas e materiais que se repetem, conceitos de lazer diversificados e inovadores. O consumidor é influenciado por uma infinidade de revistas, sites, showrooms e lojas com o conceito “faça você mesmo” e imagens difundidas pela mídia, pelas novelas e pelo cinema. Isso cria um imaginário coletivo, um design que se converte em sonho de consumo do consumidor e é essa imagem que o mercado oferece numa tentativa de atraí-lo. 1.3.1 Autoral x Industrial Dogson (2014) afirma que o design, seja ele autoral ou industrial, catalisa a formação de novos modelos de consumo, novas formas de organização ente pequenas empresas e grandes conglomerados, novaslogicas de agregação de valor, nas quais o maior diferencial é a criatividade. O design também possui um viés emocional e isso vem sendo estuado desde a Bauhaus. Gropius VOCÊ QUER LER? O design tem inúmeras áreas de atuação e diversas metodologias de projeto. O livro “Design do Objeto”, de João Gomes Filho (2006) apresenta de forma ilustrada, didática e sintética tais atuações no mercado do design. Aproveite e leia o livro completo no seguinte link: <https ://books .google .com.br/books?hl=pt- BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWEHLZqL&sig=yPffk1XsnJGlOw9DrTN3XWy7qlM#v=onepage&q=design%20e%20ergonomia&f=false >. - -18 O design também possui um viés emocional e isso vem sendo estuado desde a Bauhaus. Gropius entendia o funcionalismo no design na forma de que deveria satisfazer as necessidades físicas e psíquicas dos usuários mediante os produtos. “Especialmente as questões de beleza da forma eram para ele de natureza psicológica. A tarefa de uma escola superior deveria ser não apenas o ensino da apropriação de conhecimento e com isto educar a compreensão, mas também os sentidos. (BURDEK, 2010, p. 43). Neste cenário, podemos afirmar que o design autoral, na maioria dos casos, é fruto da história de vida do designer. Suas tendências criativas são frutos de experiências da infância e seus brinquedos favoritos, que por sua vez, ativam memórias que, ao longo de sua trajetória profissional, vão ganhando novas dimensões na área da criação e acabam norteando um caminho específico que conceituam seus produtos. Designers brasileiros vêm, cada vez mais, sendo conhecidos pelo tipo de material ou processo criativo que utilizam na concepção de seus produtos, Neste cenário, o design industrial também tem um papel fundamental na indústria criativa, contribuindo para a economia agregando valor e competitividade aos setores tradicionais e produzindo objetos diferenciados. Segundo Lobach (2001), design industrial é toda atividade que tende a transformar em produto industrial passível de fabricação, as ideias para a satisfação de determinadas necessidades de um indivíduo ou grupo. Na sociedade industrial o objetivo de quase toda atividade é a elevação do crescimento econômico e do nível de vida. A produção do design industrial através da criação de produtos entra justamente nesse nicho, ou seja, na satisfação de necessidades dos usuários. O processo se inicia com a pesquisa de necessidades, a partir das quais se desenvolverão as ideias para satisfação em forma de produtos industriais. E na transformação destas ideias em produtos que o designer industrial participa ativamente. No Brasil, tanto o design autoral quanto industrial tem um papel fundamental para a economia do país. Entretanto, o design, apesar de amplamente disseminado em algumas regiões do país, ainda sofre restrições, principalmente devido ao papel das ações institucionais que norteiam os investimentos de empresas. No entanto, a importância do design brasileiro, já difundida no mercado internacional, não deve ser subestimada, pois abrange ideias e valores muito particulares de nossa cultura riquíssima, corroborando para um futuro promissor e duradouro do design brasileiro. 1.4 Tipologias O design de mobiliário pode ser dividido em tipologias distintas que variam conforme o público alvo, padrão de acabamento e adequação ao ambiente ou tipo de uso. Apresentaremos a seguir, as principais tipologia do mercado nacional e suas aplicações. VOCÊ O CONHECE? Zanini de Zanine é carioca, designer de produto pela PUC-RIO e filho do arquiteto Zanine Caldas. É atualmente um dos nossos mais bem-sucedidos designers brasileiros e que transita entre projetos de design autoral de edição limitada e industrial com produção em larga escala. Saiba mais sobre o artista em: < >.https://www.westwing.com.br/revista/lifestyle/zanini-de-zanine/ - -19 1.4.1 Modulados x Planejados x Sob Medida Atualmente a indústria moveleira brasileira se desenvolve em produtos modulados, planejados e sob medida. Diferentemente do design autoral, a economia criativa, neste setor, vem sendo amplamente difundida em todo o país com inúmeras lojas de produtos principalmente modulados e planejados. Ao longo dos últimos anos, a concorrência vem se apresentando cada vez mais acirrada muito em função do número de empresas no setor moveleiro que vem crescendo, principalmente na região sul do país. A principal vantagem dos móveis modulados e planejados é são produzidos em medidas padronizadas de fábrica, podendo ser compostos em diversos layouts flexíveis para cada situação e ambiente em questão. Sua aplicação vem sendo amplamente utilizada em função da especulação imobiliária brasileira com as construções de apartamentos cada vez mais reduzidos, gerando a necessidade de mobiliário com células funcionais (modulares), multifuncionais e retráteis. Neste cenário, os móveis modulados e planejados sob medida têm um papel fundamental como recurso de personalização dos projetos, principalmente para os consumidores da classe média que passaram a ter acesso a este recurso muito em função da acirrada concorrência e da facilidade nas formas de pagamentos. De acordo também com a ABIMÓVEL - Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário -, os modulados são uma tendência de consumo da classe média, porque além de qualidade e funcionalidade, o consumidor recebe orientações projetuais para otimizar o aproveitamento do espaço. Cada fábrica ou loja de móveis modulados e planejados possui materiais, processos produtivos, padrões de corte, acessórios e serviços exclusivos que os caracterizam como diferencial de design. Atualmente, segundo o SEBRAE /SC, os móveis domésticos representam 60% da demanda nacional de mobiliário. Já o móvel sob medida torna-se mais adaptado às condições do ambiente e a especificidade de cada cliente, abrangendo um público alvo mais especifico e em geral classe sociais mais abastadas muito em função também dos valores mais altos cobrados e da exclusividade do projeto por conta das particularidades de cada local. Apesar deste diferencial financeiro, os móveis planejados, modulados ou sob medida, em muitos casos, apresentam inadequações dimensionais às características antropométricas da população usuária, acarretando espaços subutilizados e mal aproveitados. 1.4.2 Móveis soltos Os móveis soltos podem ser classificados tanto no âmbito da produção autoral, quanto na produção industrial, conforme já apresentado nos capítulos anteriores. Independente desta classificação, tratam-se de mobiliário versátil em cores, padrões e dimensões e amplamente flexíveis quanto ao seu uso. Podem ser encontrados em lojas mais populares de móveis quanto lojas especializadas em design autoral. Filho (2006) afirma que os materiais utilizados podem variar de acordo com a utilização, necessidade de resistência, exposição ao calor, exposição à umidade, ou ainda ao nível de acabamento desejado. É importante ressaltar que o uso de moveis soltos é abundante no mercado muito em função de sua flexibilidade no uso e boa mobilidade, principalmente quando nos referimos ao aproveitamento de pequenos espaços de apartamentos. Síntese Chegamos ao final do capítulo. Aprofundamos e ampliamos nossos conhecimentos sobre o design, suas áreas de atuação e oportunidades no mercado mundial e brasileiro. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: Nesta unidade, você teve a oportunidade de: - -20 Neste capítulo, você teve a oportunidade de: Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • compreender os fundamentos da história do design de mobiliário e sua relação com a sociedade de cada época; • compreender a importância da adoção de métodos e técnicas ergonômicas aliadas a antropometria para um projeto que alia conforto, segurança e eficiência; • aplicar os critérios de antropometria ao design ampliando sua abrangência no que se refere ao público- alvo através da adoção das tabelas antropométricas; • compreender que o design tem potencialidades que perpassam processos autorais e industriais.Bibliografia BRASIL, Guia Trabalhista. Disponível em: <NR17, Norma Regulamentadora. http://www.guiatrabalhista.com. br/legislacao/nr/nr17.htm.>. Acesso em: 16/07/2019. BURDEK, B. E. : história, teoria e prática do design de produtos. Tradução Feddy Van Camp. São Paulo:Design Blucher, 2010. CRIVELARO, M. . São Paulo: Erica, 2015.História e desenvolvimento de mobiliário DIFFRIENT, N. H. : 4. Human strength and safety, 5. Controls and displays, 6.4/5/6: a portfolio of information Designing for people. Cambridge: MIT Press, 1981. DOGSON, M.; GANN, D. . São Paulo: Editora L&PM, 2014.Inovação FILHO, J. G. : bases conceituais. São Paulo: Escrituras, 2006. Disponível em:Design do objeto < h t t p s : / / b o o k s . g o o g l e . c o m . b r / b o o k s ? h l = p t - BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWEHLZqL&sig=yPffk1XsnJGlOw9DrTN3XWy7qlM#v=onepage&q=design%20e%20ergonomia&f=false >. Acesso em: 20/07/2019. FORTY, A.; SOARES, P. M. . São Paulo: Cosac & Naify, 2007.Objetos de desejo design e sociedade desde 1750 FRANCESCHI, R. B. : diretrizes projetuaisA relação entre a moradia, profissional autônomo e mobiliário para estação de trabalho residencial ligada às atividades de projeto. São Paulo, 2006. 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