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Frutos, responsabilidade civil do possuidor e benfeitorias Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. • A aquisição dos frutos está subordinada a duas condições: - Que tenham sido separados › Percebidos: Frutos que já foram separados da coisa principal ao tempo da citação e colhidos na constância da boa-fé; › Pendentes: Frutos q ainda aderem naturalmente à coisa e não podem ser colhidos, posto não separados da coisa principal, no momento que cessa a boa-fé, sendo considerado bens imóveis por natureza; › Colhidos com antecipação: Frutos percebidos prematuramente, quando ainda eram pendentes; › Percepiendos: Os que derivam ou podiam ter sido colhidos, mas não foram. - Que a percepção tenha ocorrido antes de cessar a boa-fé - Art. 1.215: Momento da colheita Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. - Art. 1.206 e §único do art. 1.214: Responsabilidade do possuidor de má- fé. Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. Art. 1.214 - Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. - Prevalece prévia relação negocial entre o possuidor e o retomante do bem no que se concerne ao destino dos frutos. • Responsabilidade civil do possuidor: - Possibilidade de imputação de responsabilidade civil ao possuidor pela perda ou deterioração da coisa que vem a ser retomada, seja em demanda petitória ou possessória → especificamente, dever de indenizar - Art. 1.217: Prova da culpa ou dolo Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. ↳ Responde pela perda ou deterioração da coisa possuída quando lhe der causa › Bem infungível: Não se provando a culpa, o risco da perda ou deterioração será única e exclusivamente do retomante → Aplicando o brocardo res perito domino - art. 238 CC Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. - Art. 1.218: Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. ↳ Ainda que o evento lesivo tenha sido determinado por força maior • Direito às benfeitorias: - Benfeitorias: Obras ou despesas efetuadas para fins de conservação, melhoramento ou embelezamento → São ações que originam despesas e bens - Melhoramentos que tenham finalidade evitar a deterioração da coisa e permitir sua normal exploração, incrementar sua utilidade, aumentando objetivamente o valor do bem ou de oferecer recreação e prazer a quem dele desfrute. - Art. 1.219: Possuidor de boa-fé Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá- las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. ↳ O possuidor de boa-fé exercita o direito de retenção da coisa principal até o ressarcimento pelas benfeitorias necessárias e úteis. - Art. 1.220: Possuidor de má-fé Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. - Art. 1.222: Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. ↳ O possuidor de má-fé introduziu melhoramento na coisa já consciente de que se beneficiava de um bem de outrem → Carece de aptidão para exercer um direito que pressupõe legitimidade de causa, restando apenas a via indenizatória. - Art. 1.221: Permite a compensação das benfeitorias com os danos. Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem.
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