Buscar

gestão escolar 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=kJ… 1/20
Introdução
Autoria: Rosiani Teresinha Soares Machado - Revisão Técnica: Raquel Rossini
Martins Cardoso
Análise do discurso
UNIDADE 2 -  DIÁLOGOS
INTERDISCURSIVOS E INTERTEXTUAIS
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=kJ… 2/20
Você já deve ter lido sobre gêneros textuais,
como são definidos e categorizados. Mas você já
leu ou sabe algo sobre gêneros discursivos?
Os gêneros discursivos são detalhados por Bakhtin para expor suas percepções
sobre o discurso e o enunciado em contexto interacional. Um sujeito, dado como um
ser social, terá a necessidade de interagir com outras pessoas e, para tanto, o fará
por meio de textos. Para cada situação, um gênero será utilizado para compor seu
pensamento comunicativo.
Nesse sentido, fixou-se outra categoria de texto, a da tipologia. E o que os tipos de
textos determinam? Embora não seja consenso entre os estudiosos tratar de tipo ou
de agrupamentos de textos, o que se sabe é que denominam uma categoria estrita e
fechada, que abarcam os diversos e inúmeros gêneros textuais.
A intertextualidade e a interdiscursividade, embora não estejam presentes na obra de
Bakhtin com essas nomenclaturas, serão vistas nesta unidade para que você tome
conhecimento de como os textos agem em situações discursivas diversas, podendo
interagir entre si.
O carnaval também faz parte da obra de Bakhtin e está presente na análise
discursiva. Mas seria o mesmo carnaval, a festa popular brasileira? Não exatamente.
A carnavalização diz respeito ao riso, à sátira presente na literatura e nas artes e que
Bakhtin analisou em duas grandes obras literárias.
Tudo isso você verá nesta unidade.
Bons estudos!
2.1 Interdiscursividade e
intertextualidade
O termo intertextualidade, tal como o conhecemos, não é relacionado a Bakhtin ou à sua obra,
tampouco o termo interdiscursividade aparece nela. Para o filósofo russo, a intertextualidade
prevê o diálogo existente entre textos.
A questão desses termos, assim, acaba por tomar uma proporção que transcende a conceitual,
mas que tem um caráter mais amplo e significativo.
Vejamos como se dá a distinção entre interdiscursividade e intertextualidade – e se elas
realmente ocorrem – sob a visão bakhtiniana do discurso.
2.1.1 Interdiscurso e intertexto
A obra de Bakhtin, como já abordado nesta disciplina, além de ser constituída por suas
anotações e artigos, foi amplamente traduzida em diversas línguas. Na Europa, a versão
original, russa, foi traduzida para o francês, primeiramente, e é dessa obra que temos a versão
em português dando entrada nos estudos da AD no Brasil.
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=kJ… 3/20
Tal explicação se mostra útil para compreender como esses termos estariam ou não presentes
na obra do filósofo russo ou se seria um equívoco de tradução. A única presença hipotética do
termo intertextualidade, na obra, estaria vinculada à citação traduzida do francês: “Les rapports
dialogiques intertextuels et intratextuels” (BAKHTIN, 1984, p. 313). No entanto, Fiorin (2006)
indica que a obra, no francês, teria ecos de outra obra, da filósofa Julia Kristeva.
A dúvida levantada por Fiorin (2017) encontra apoio no fato de que a obra traduzida para o
francês estaria fortemente influenciada pelas reflexões de Kristeva: “a semioticista diz que, para
o filósofo russo, o discurso literário não é um ponto, um sentido fixo, mas um cruzamento de
superfícies textuais, um diálogo de várias escrituras, um cruzamento de citações” (FIORIN,
2017, p. 57).
Considerando essa situação, o linguista buscou outra tradução, dessa vez em espanhol: “Las
relaciones dialógicas entre los textos y dentro de los textos” (BAKHTIN, 1984, p. 296). Essa, de
acordo com ele, seria a tradução que mais se aproximaria da obra russa. No entanto, o termo
que ganhou o meio acadêmico, antes mesmo do termo dialogismo, foi “intertextualidade”. Para
defini-lo melhor, vamos acompanhar um pouco da trajetória de pesquisa de Fiorin (2006; 2017)
sobre esse assunto.
O linguista Fiorin (2017) afirma que o equívoco está relacionado à denominação de
intertextualidade para qualquer relação dialógica, mesmo Bakhtin distinguindo bem texto de
enunciado, muito embora um complemente o outro. O texto é o enunciado sendo expresso pelo
falante. O discurso se manifesta por meio do texto, se materializa por meio dele. Texto é um
todo dotado de signos, isto é, é da ordem da significação, enquanto o enunciado é da ordem do
sentido.
Assim, Bakhtin considera o texto além do verbal, podendo ser expresso por meio de gestos,
figuras etc. Isso porque o texto é representativo de um todo organizado coerentemente por
signos (FIORIN, 2017). O linguista propõe, desse modo, existirem relações dialógicas entre
Julia Kristeva foi quem apresentou a obra e as ideias de Bakhtin
à França. Ela é búlgara e estudava no país de Victor Hugo –
onde mora atualmente e do qual obteve a cidadania – quando
conheceu a obra do Círculo de Bakhtin, formado por intelectuais
das mais diversas áreas que estudavam o discurso. Em 1967,
ela publicou, na revista Critique, “Bakhtin, o discurso, o diálogo,
o romance” (FIORIN, 2017). 
Você sabia?
Teste seus conhecimentos
(Atividade não pontuada)
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=kJ… 4/20
textos, determinando o intertexto. Ao mesmo tempo, propõe a existência dessas mesmas
relações entre enunciados; sendo assim, poderia se pensar em interdiscurso.
Se a intertextualidade pressupõe as relações dialógicas concretizadas em textos, isso implicaria
afirmar que, de igual modo, os enunciados se relacionam entre si. A essa situação
denominamos interdiscurso: “toda intertextualidade implica a existência de uma
interdiscursividade, mas nem toda interdiscursividade implica uma intertextualidade” (FIORIN,
2017, p. 58). Um texto que não deixe claro o discurso do outro não apresenta, em sua
composição, intertextualidade, mas interdiscursividade.
Ainda de acordo com Bakhtin, há a relação intratextual, ou seja, a presença de outras vozes
dentro de um mesmo texto. É o caso dos discursos direto, indireto e indireto livre.
Uma situação que se poderia dizer tratar-se de intertextualidade é o estilo presente em um
determinado texto. Porém, Fiorin (2006, p. 189) chama a atenção para que “o estilo, sendo um
fato do funcionamento real da linguagem, constitui-se dialogicamente”. Ou seja, não estarão
representados, em um mesmo texto, dois estilos diferentes. Vale o esclarecimento dado pelo
linguista de que a “materialidade linguístico-textual do estilo” (FIORIN, 2006, p. 189) é algo
impossível de ser encontrado em um texto ocorrendo concomitantemente em outro. Essa
situação seria do plano da interdiscursividade, pois se refere ao dialogismo constitutivo.
2.1.2 Análise de casos
Destinamos um tópico para que você compreenda, por meio da análise de alguns casos, como
se dá a intertextualidade e a interdiscursividade. Vamos iniciar com a poesia da terceira
geração romântica, que consta na obra de Fiorin (2006) e que trata de temas que remetiam ao
Relações dialógicas concretizadas em textos. 
Duas vozes no interior de um mesmo texto. 
Qualquer relação dialógica que prevê sentido. 
Intertextualidade 
Intratextualidade 
Interdiscursividade 
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=kJ… 5/20
progresso brasileiro – consequentemente, se opunha à escravidão negra, sendo, por isso,
denominada poesia libertária.
Os textos poéticos dessa geração são repletos de antíteses e hipérboles, figurascapazes de
fortalecer a linguagem usada pelos poetas que a pretendiam como extraordinária e
monumental. 
Quando dois enunciados dialogam entre si, temos um caso de interdiscursividade. É o que
Fiorin (2006) demonstra ao comparar o estilo da terceira geração romântica com o estilo
parnasiano. Vamos analisar os exemplos fornecidos pelo autor (FIORIN, 2006, p. 190-191): os
poemas “O Navio Negreiro”, Castro Alves, e “Vaso Grego”, de Alberto de Oliveira, que estão no
quadro “Poemas da terceira geração romântica e do parnasianismo”.
#PraCegoVer: o quadro traz, na coluna da esquerda, um fragmento do poema “O Navio
Negreiro”, de Castro Alves, e na coluna da direita o poema “Vaso Grego”, de Alberto de Oliveira.
 
Castro Alves usa as características do estilo da terceira geração poética, ou seja, a
grandiosidade, o tom declamatório, a exaltação e a ênfase; já Alberto de Oliveira demonstra os
atributos parnasianos em sua poesia, algo mais leve, sem dar ênfase ao grandioso,
demonstrando uma preocupação mais formal, usando um vocabulário mais rebuscado,
idealizando a arte pela arte, o objetivismo ao lidar com os temas propostos.
O que Fiorin (2006) deseja demonstrar, com a análise desses dois poemas, é que o
parnasianismo dialoga com a terceira geração romântica, sendo que essa relação não é de
concordância. Pelo contrário, o que existe é uma oposição clara de um ao outro. É deste modo
que a interdiscursividade se faz: na relação entre um discurso e outro.
O trabalho com os gêneros na escola é fundamental para que os
estudantes tenham contato com a diversidade de textos e
discursos que podem ocorrer na esfera de comunicação da
nossa sociedade. Assim, você poderá atuar com textos que
façam referência à literatura, traçando uma linha de pensamento
entre eles e outros textos do cotidiano do estudante. É o caso de
livros e filmes, músicas e poemas, propaganda e poesia, contos
e relatos, entre outras variedades que darão aos estudantes a
prática textual que faça a relação entre o que sabem e vivem e
aquilo de que tomarão conhecimento pela primeira vez.
Quadro 1 - Poemas da terceira geração romântica e do parnasianismo
Fonte: Adaptado de FIORIN (2006, p. 190-191).
Caso
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=kJ… 6/20
A intertextualidade, por sua vez, diz respeito à situação da materialidade textual que ocorre
dentro de um texto. Vamos analisar três textos. O primeiro deles é a passagem bíblica de
Coríntios, capítulo 13, intitulado “Acima de tudo o amor”, versículos 1, 6 e 7, que se encontra no
quadro “Acima de tudo o amor”.
#PraCegoVer: o quadro traz o trecho bíblico intitulado “Acima de tudo o amor”, que se encontra
em Coríntios, capítulo 13, versículos 1, 6 e 7.
 
No próximo texto, o poeta Luís Vaz de Camões deu ao amor uma roupagem de soneto, o
Soneto nº 5. Confira no quadro “Soneto nº 5, de Luís Vaz de Camões”.
#PraCegoVer: o quadro traz o poema “Soneto nº 5”, de Luís Vaz de Camões.
 
O próximo texto é a música composta por Renato Russo para ser interpretada por ele como
vocalista do grupo Legião Urbana, cuja letra está no quadro “Canção ‘Monte Castelo’, de
Renato Russo”.
#PraCegoVer: o quadro traz a letra da canção “Monte Castelo”, composta por Renato Russo e
gravada pelo grupo Legião Urbana no álbum As Quatro Estações.
 
Analisando a letra da canção do grupo Legião Urbana, percebemos a presença, nos versos
iniciais, de um diálogo com o texto dos versículos de Coríntios. Essa dialogia faz referência ao
quanto o amor é e ao que não é.
Quadro 2 - Acima de tudo o amor
Fonte: Adaptado de BÍBLIA SAGRADA (1990, p. 1.474).
Quadro 3 - Soneto nº 5, de Luís Vaz de Camões
Fonte: Adaptado de CAMÕES ([s.d.]).
Quadro 4 - Canção “Monte Castelo”, de Renato Russo
Fonte: Adaptado de MONTE CASTELO ([s.d.]).
O amor é bom
Não quer o mal
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=kJ… 7/20
Nos versículos, o discípulo Paulo deseja falar sobre o amor incondicional por meio da “Carta
aos Coríntios”. Percebemos que não há uma citação como nos versículos, mas um diálogo
entre os dois textos, ou seja, um interdiscurso.
Já os trechos do poema de Camões (sublinhados) são citados como estão no poema, de forma
original. Assim, o que temos é uma intertextualidade, um trecho de um poema sendo usado
em uma letra de música, embora os sentidos ou objetivos discursivos sejam bastante
diferentes.
É desse modo que intertextualidade e interdiscursividade vão agir no texto. São as relações
dialógicas que ocorrem entre textos e entre enunciados.
Não sente inveja
Não se envaidece
2.2
Carnavalização
Brasil, o país do futebol e do carnaval! É assim que muitos conhecem nosso país. É essa
imagem que se tem do Brasil fora de seu território, na maioria das vezes.
Carnaval é folia, é animação, é alegria e fantasia. Mas será que é essa a concepção
bakhtiniana de carnaval? Qual a relação de carnaval com a AD? Este será o assunto deste
tópico, que vai tratar do conceito de carnavalização e seus princípios na AD.
2.2.1 Conceito
Introduzimos este tópico, que abordará a carnavalização, com uma alusão ao carnaval no
Brasil, a festa popular que ocorre geralmente em fevereiro, pois certamente é a primeira noção
que lhe viria à cabeça. 
Não será bem nesse sentido que trataremos o assunto e, por isso, pensamos ser melhor e mais
conveniente trazer a você o termo dicionarizado. Carnaval é, “no mundo cristão medieval,
período de festas profanas que se iniciava, geralmente, no dia de Reis (Epifania) e se estendia
até a quarta-feira de cinzas, dia em que começavam os jejuns quaresmais” (FERREIRA, 2009,
[s.p.]). Ou seja, o termo carnaval é associado à festa, momento de alegria coletiva.
Carnavalização, no entanto, é o termo utilizado por Bakhtin (1984, p. 173, grifo no original e
tradução da autora), que traz o seguinte registro: “o carnaval é uma grandiosa cosmovisão
universalmente popular dos milênios passados”. Voltemos ao dicionário para chegar à
compreensão do que seria o significado desse termo carnavalização: “influência e/ou
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=kJ… 8/20
transposição do carnaval para a literatura. [Termo criado pelo russo Mikhail Bákhtin em 1928]”
(FERREIRA, 2009, [s.p.]). Ainda de acordo com o dicionário, a carnavalização teria relação
direta com a influência exercida pelo carnaval em distintas situações culturais. “[A
carnavalização é tema interdisciplinar que, a partir das teorias de Bakhtin, tem sido objeto de
estudo no campo da teoria literária, da antropologia, da sociologia, etc.]” (FERREIRA, 2009,
[s.p.]). O lexicólogo faz referência ao filósofo russo em sua descrição, o que determina sua
importância para a compreensão do termo.
Bakhtin vai usar a carnavalização para traçar a compreensão da obra de Rabelais em seu livro
A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: O Contexto da Obra de François
Rabelais, em que o filósofo russo percebe quão forte essa cultura popular está representada.
Fiorin (2017, p. 97) define carnavalização como sendo “a transposição para a arte do espírito
carnavalesco”. Tal conceito, de acordo com o linguista, é desenvolvido por Bakhtin no capítulo
IV da obra citada, já que, para o filósofo russo, somente por meio do que representa o carnaval,
ou seja, essa cultura popular determinada pelo riso e pela alegria, poderia ser entendido o que
Rabelais desejava comunicar em seu texto.
Problemas da Poética de Dostoiévski é outra obra utilizada por Bakhtin para elaborar suas
reflexões sobre o gênero literário e, com isso, chegar àquele presente na obra, quer seja, o
gênero cômico-sério helenístico, sobretudo a sátira menipeia (FIORIN, 2017). É neste último
gênero que consta o olhar carnavalesco que Dostoiévski tinha do mundo: o todo
moderadamente alegre.Para abordar a carnavalização, Faraco (2009) traz o sentido de polifonia em Bakhtin. A
explicação tem início na ideia que o filósofo russo tem do que é viver, do que é existir como ser
humano. Para ele:
Nessa concepção, a realidade do ser humano estaria ligada ao diálogo. Somente pela via da
comunicação o ser significa sua vida. Assim, Faraco (2009, p. 77) vai defender o mundo
polifônico de Bakhtin, “no qual a multiplicidade de vozes plenivalentes e de consciências
independentes e não fundíveis tem o direito de cidadania – vozes e consciências que circulam e
interagem num diálogo infinito”.
É interessante esclarecer a você que polifonia não indica a quantidade de vozes presentes no
discurso, mas a igualdade dada a essas vozes.
A intenção de Bakhtin, ao relacionar polifonia e discurso, é ir contra o monologismo, superá-lo,
na tentativa de criar um mundo polifônico, uma utopia, como aponta Faraco (2009). 
2.2.2 Princípios da carnavalização
Como você viu no tópico anterior, Bakhtin não trata do carnaval como uma festa popular ou
como um período de folia, do modo como ocorre em nosso país. Ele a vê como uma festa que
envolve a vivência do indivíduo.
A vida, por sua própria natureza, é dialógica. Viver significa participar do diálogo: fazer perguntas,
prestar atenção, responder, concordar e assim por diante. Neste diálogo uma pessoa participa
integralmente e ao longo de toda a sua vida: com os olhos, lábios, mãos, alma, espírito, com todo o
seu corpo e ações. Ele investe todo o seu eu no discurso, e esse discurso entra no tecido dialógico
da vida humana, no simpósio mundial. (BAKHTIN,1984, p. 293) 
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=kJ… 9/20
Nessa projeção carnavalesca que o filósofo russo nos apresenta, a vida segue seu fluxo
normal. Tudo aquilo que aprisiona, que retrata o medo, a insegurança de viver em sociedade, é
suspenso ou posto abaixo. As pessoas se aproximam umas das outras sem preocupações e
traçam discursos de modo espontâneo, sem se importar com regras que ditam as relações
sociais hierarquizadas (FIORIN, 2017). O risco dita a quebra de dogmas, de padrões morais, do
autoritarismo.
Bakhtin tem uma visão que percebe o mundo sob diferentes categorias, conforme o quadro
“Categorização do mundo percebido por Bakhtin”.
#PraCegoVer: o quadro apresenta duas colunas que se relacionam e uma linha abaixo delas. A
coluna da esquerda apresenta elementos da categorização de Bakhtin, enquanto a da direita
apresenta suas explicações. A linha inferior traz palavras que também definem essa visão de
mundo do filósofo russo.
A carnavalização é definida por essas categorias como forma de demonstrar as situações que
podem ser vividas de modo libertador em sua concretude, porém não como algo subjetivo, mas
próprio do coletivo.
É importante que você compreenda que tudo o que Bakhtin vai abordar sobre carnavalização
está no plano da literatura. Aliás, é a literatura que dará voz ao desejo polifônico do filósofo
russo. Nela, observa-se o dialogismo que indica o carnaval caracterizado em outros discursos
que não aqueles oficiais, pertencentes aos padrões éticos e morais.
Gregório de Matos é um exemplo desse dialogismo. O poeta, um dos maiores e mais
conhecidos nomes da poesia satírica, escarnecia seus próprios poemas, suas próprias visões
ora religiosas, temerosas a Deus, a quem venerava, ora reconsiderando as regras da
sociedade e o sacro.
No poema “Ao divino sacramento”, é possível compreender o quanto é forte a presença da
temeridade a Deus e a tudo o que ele representa. O medo de pecar porque ama e a certeza de
não se sentir à altura de receber os benefícios da divindade por causa desses pecados são
fortemente marcados no poema. No verso inicial, por exemplo, o poeta diz que “a fé é muito
animosa, mas a culpa mui cobarde” (FIORIN, 2017, p. 103).
Quadro 5 - Categorização do mundo percebido por Bakhtin
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
O capítulo “Carnavalização”, de autoria de Discini (2006,
p. 55-95), traça detalhamentos que consideramos
importantes para você ampliar seus conhecimentos. O
texto trata da cosmovisão carnavalesca, da imagem
grotesca nas artes e na literatura, e de sua
degeneração, além da relação entre carnavalização e
polifonia, tudo exemplificado e cuidadosamente
analisado para que você se aprofunde no tema. 
Você quer ler?
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 10/20
Em outro poema, no entanto, Gregório de Matos nega esse discurso, o amor incondicional,
aquele que o faz pecar e ir contra os desígnios divinos. Em “Definição do amor”, o poeta traça
uma relação contrária com o amor, depreciando-o durante todo o poema. É latente a presença
da sátira carnavalesca que atribui ao amor aspectos carnais, de desejos sexuais, um amor
erotizado, que não apresenta sentimentos, contrariando o amor sentimento, que de tão intenso,
poderia ser maldito, um pecado.
No classicismo, podemos ver as características que seguem.
A obra de Rabelais deu a Bakhtin a condição de estudo e análise do que ele chamou de
carnavalização, a filosofia do riso, a sátira presente nas artes e na literatura. É nas artes, por
sinal, que veremos a presença da carnavalização em períodos como o classicismo, em que o
grotesco, o bizarro carnavalesco se opunha ao belo, ao perfeito. A arte estatutária é exemplo
dessa ambivalência, pois inverte essa situação: vai mostrar o corpo deformado, com suas
imperfeições, ainda não acabado, mais próximo ao início da vida, ou disforme pela ação do
tempo, aproximando-se da morte.
O grotesco representado na literatura é, de igual modo, ambivalente. Caracteriza a
carnavalização por meio do riso, da profanação, repensando o sério, as verdades absolutas.
Fiorin (2017) diz que se trata de uma literatura voltada àquilo que é tido como superior na
sociedade humana, sobretudo à política e à religião, que serão descaracterizadas e satirizadas.
Sendo ambivalente, essa literatura vai agir sobre opostos.
“A carnavalização constrói um mundo utópico em que reinam a liberdade, a igualdade, a
abundância, a universalidade. Ao mesmo tempo, opera com a categoria da excentricidade,
onde as coisas estão às avessas” (FIORIN, 2017, p. 105).
O corpo humano é visto como perfeito. 
Um corpo acabado, sem qualquer defeito, proporcional em suas curvas e delineamentos
físicos. 
São estátuas de corpos jovens, no auge da beleza e da perfeição. 
Por serem puros, demonstrarão a sexualidade de modo sutil. 
Seios pequenos nas mulheres, pênis diminuto nos homens. 
É a representação da vida plena, pura e simplesmente. 
Morte. 
Velhice. 
Pureza. 
Nascimento 
Juventude 
Pecado 
 
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 11/20
Sendo a sátira um dos gêneros literários carnavalescos, fará paródia com textos mais sérios. A
sátira é zombeteira, ridicularizadora; ao mesmo tempo, é alegre, festiva, prazerosa. Na obra de
Rabelais, estudada por Bakhtin, a sátira está presente na fala de seus personagens, os
gigantes Gargântua e Pantagruel, que parodiam textos consagrados, ridicularizando-os.
No Brasil, Fiorin (2017) destaca a literatura satírica de Juó Bananére, pseudônimo e
personagem de Alexandre Ribeiro Marcondes Machado. Segundo o linguista, o autor satirizava
Camões, Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, entre outros.
Alexandre Ribeiro Marcondes Machado foi um escritor
brasileiro do começo do século XX. Em sua obra, utilizava
um idioma denominado macarrônico, que misturava o
italiano com o português, utilizando abertamente a oralidade
transcrita como se apresentava. Para ter contato com sua
biografia e obra, sugerimos o acesso ao site, onde você
poderá, inclusive, ouvir um dos seus "sunettos", o "Sunetto
Futuriste".
Acesse
(http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/juo-bananere-sunetto-futuriste-pra-marietta)
Você o conhece?
2.3 Bases teóricas dos gêneros
discursivos
A ideia de gênero textual foi atribuída a Bakhtin, pois foi ele quem categorizou os enunciados de
acordo com o conteúdo, o estilo e sua composição. É o enunciador quem determina o gênero
que usará, de acordo com sua necessidade comunicativa, ou seja, com a finalidade real de
interação com outro indivíduo.
A questão dos gêneros é tratada de modo diversificado pelos estudiosos do tema. Neste tópico,
você verá sobre a situação de gênero que envolve o discurso, sendo que, para tanto, será
necessário abordar, além desses, o que se determina por tipo textual, primeiro dos nossos
assuntos. 
2.3.1 A tipologia textual
Antes de abordar o gênero, vamos falar sobre tipologia textual. Essa é uma categorização
relativamente nova e que, assim como ocorre com os gêneros, não é unanimidade entre os
estudiosos do texto e do discurso, tanto que alguns deles não determinam como tipo textual,
mas como outra forma de subcategorizar os gêneros textuais.
http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/juo-bananere-sunetto-futuriste-pra-marietta
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 12/20
É o caso de Dolz e Schneuwly (2004), que fazem uso do grupamento de gêneros para
desenvolver uma categorização de gêneros textuais de acordo com, segundo os autores, os
domínios sociais de comunicação, as capacidades de linguagem dominantes e com os
aspectos tipológicos. Esses agrupamentos englobam os aspectos tipológicos do narrar, do
relatar, do argumentar, do expor e do descrever ações.
Já Marcuschi (2008) diferencia bem tipologia de gênero textual, muito embora deixe claro que
os definir seja algo raro de ocorrer de modo tão abertamente. Vejamos esses conceitos
determinados pelo autor em suas próprias palavras, iniciando pelo tipo textual:
Segundo o autor, os tipos textuais comportam poucas categorias, como a narração, a
argumentação, a exposição, a descrição e a injunção. Ainda de acordo com o linguista, são
categorias que não permitem aumento, ou seja, novas divisões de acordo com um novo gênero
que possa surgir. Isso, se ocorrer, destinará o texto para uma ou outra categoria já existente.
Para gênero textual, o autor traz a seguinte definição:
São, ainda conforme o linguista, entidades que atuam em diversas e variadas situações
comunicacionais, podendo ser apresentadas de modo mais aberto e amplo, compondo uma
variedade bem maior que os tipos textuais, e bem mais flexível, pois são determinados pela
necessidade do falante.
O autor faz referência ao pensamento bakhtiniano sobre linguagem para defender sua posição
conceitual. Realmente, Bakhtin (1997), em Estética da Criação Verbal, no capítulo destinado
aos gêneros do discurso, defende que os enunciados são a língua em funcionamento. São os
sujeitos que interagem em certa atividade social, tanto oralmente quanto por escrito. Para
Bakhtin (1997, p. 261), os enunciados: 
Tipo textual designa uma espécie de construção teórica {em geral uma sequência subjacente aos
textos} definida pela natureza linguística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos
verbais, relações lógicas, estilo}. O tipo caracteriza-se muito mais como sequências linguísticas
(sequências retóricas) do que como textos materializados; a rigor, são modos textuais.
(MARCUSCHI, 2008, p. 154)
Gênero textual refere os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros
textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões
sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e
estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas.
(MARCUSCHI, 2008, p. 155)
 [...] refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só por seu
conteúdo (temático) e pelo estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais,
fraseológicos e gramaticais da língua, mas, acima de tudo, por sua construção composicional.
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 13/20
Assim, o filósofo russo concebe esses três elementos, quais sejam, o conteúdo temático, o
estilo e a construção composicional para reafirmar o enunciado com suas individualidades de
acordo com o uso comunicativo. Em seguida, Bakhtin (1997, p. 262) apresenta o que podemos
eleger como definição para o que sejam os gêneros do discurso: “tipos relativamente estáveis
de enunciados”.
Encerrando nosso detalhamento sobre tipologia textual, sempre indicando a situação do gênero
como norte para atribuir conceitos e categorias, trazemos a abordagem de Marcuschi (2008, p.
158), o qual diz que, para a tipologia textual, têm-se, então, sequências linguísticas
identificadas como orientadoras do texto; para o gênero textual, por sua vez, “os critérios de
padrões comunicativos, ações, propósitos e inserção sócio-histórica”.
2.3.2 Gêneros textuais
No tópico anterior, tratamos sobre a tipologia textual, porém não haveria como fazê-lo sem
mencionar o gênero, mesmo que de modo superficial.
Este tópico, contudo, será destinado ao gênero do modo como Bakhtin o vê, ou seja, de acordo
como os gêneros do discurso.
Julgamos necessário trazer para você a visão de gênero textual como algo destinado à
compreensão dos atos comunicativos que são travados tanto no dia a dia, quanto nas esferas
acadêmicas, científicas, jornalísticas, jurídicas etc. Desse modo, o gênero deverá ser
amplamente estudado na escola, como conteúdo escolar. Porém, assim como acontece com
outras teorias científicas da linguagem, a interpretação dada ao conceito firmado por Bakhtin foi
distorcida.
Vamos nos apoiar em Fiorin (2017) para explicar a você como isso ocorreu. O linguista aponta
que alguns livros didáticos distorceram o que Bakhtin conceituou como gênero discursivo,
passando a indicar o gênero como um produto e seu ensino, uma norma que estabeleceria o
texto dentro de padrões rígidos de produção e de compreensão.
É certo que a noção de gênero organizará os textos de acordo com aquilo que eles têm em
comum. É o que se viu historicamente, sobretudo na literatura, em que os textos ora seguiam a
rigidez estrutural proposta pelo momento literário, ora eram mais livres, sem o rigor dessa
estrutura já estabelecida como norma (FIORIN, 2017).
Em Bakhtin, o gênero não chega a ser teorizado, pois o que importa é como um texto é
composto, como ele se constitui como enunciado em um processo interativo. Segundo o
pensador russo, é de suma importância o estudo dos gêneros dos enunciados porque são eles
que determinam os fatos linguísticos que os linguistas e filólogos estudam, por exemplo. 
Durante a história da humanidade, os discursos foram
proferidos por figuras célebres ou mesmo por pessoas
sem qualquer reconhecimento maior. Há em comum,
nesses casos, o enunciado transmitido e a comunicação
realizada. Um dos grandes discursos históricos foi
proferido pelo reverendo Martin Luther King, um ativista
pelos direitos dos negros nos Estados Unidos, a uma
multidão de milhares de pessoas em Washington. O
título do discurso é: "Eu Tenho um Sonho".
Você quer ver?
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 14/20
Para Bakhtin (1997, p. 282):
Sobre as três esferas que compõem o enunciado, Bakhtin afirma que há uma integração entre a
linguagem utilizada pelo indivíduo e sua condição como ser social. É a língua que traduz aquilo
que o ser humano quer comunicar, e essa comunicação ocorre de modo interativo por meio de
enunciados. Estes, por sua vez, são constituídos por três características que o determinarão
como tal. 
Acesse (https://www.youtube.com/watch?
v=aWlhPFHOl-Y&ab_channel=OTEMPO)[...] ignorar a natureza do enunciado e as particularidades de gênero que assinalam a variedade do
discurso em qualquer área de estudo lingüístico leva ao formalismo e à abstração, desvirtua a
historicidade e a vida. A língua penetra na vida através dos enunciados concretos que a realizam, e
é também através dos enunciados concretos que a vida penetra na língua. 
Conteúdo temático 
Por conteúdo temático podemos compreender o objeto
enunciativo. Não é o assunto que domina o conteúdo,
mas o sentido nele presente. Uma dissertação sobre o
meio ambiente poderá tratar de diversos assuntos,
como o degelo no Ártico, o desmatamento da Floresta
Amazônica, a poluição do ar em Nova Delhi etc. No
entanto, o conteúdo temático não mudará. 
Construção
composicional 
A maneira de organizar o texto diz respeito à
construção composicional. No exemplo dado, o da
dissertação, há uma estrutura que a compõe e que não
poderá ser alterada. Introdução, desenvolvimento e
conclusão devem compor o texto nessa ordem, caso
contrário, a compreensão textual será seriamente
comprometida. 
Estilo verbal 
Por fim, o estilo verbal diz respeito à seleção dos
recursos linguísticos que serão adotados para a
construção do enunciado. Esses recursos são da
ordem lexical, fraseológica e gramatical. Assim,
voltando ao exemplo da dissertação, o estilo
selecionado deverá se ater a esse gênero. Não
poderá, por exemplo, ser produzida com rimas e
estrofes, estilo próprio da poesia. 
https://www.youtube.com/watch?v=aWlhPFHOl-Y&ab_channel=OTEMPO
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 15/20
São esses três elementos que compõem o enunciado, de modo que se fundam em seu interior,
como mostra a figura “Enunciado e as características propostas por Bakhtin”.
#PraCegoVer: a figura mostra a palavra “ENUNCIADO” em letras maiúsculas na parte de cima,
dela saem três flechas que apontam para: “conteúdo temático”, abaixo à esquerda; “construção
composicional”, abaixo no meio; e “estilo verbal”, abaixo à direita.
Todos esses elementos são próprios de determinada esfera comunicativa, já que “qualquer
enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da
língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciado, sendo isso que denominamos
gêneros do discurso” (BAKHTIN, 1997, p. 279, grifos no original).
Além dessa composição que abarca os elementos constituintes do enunciado, Bakhtin propôs
uma divisão dos gêneros em primários e secundários. Os gêneros primários são aqueles
usados cotidianamente, em que prevalece a oralidade, produzidos espontaneamente de acordo
com os atos instantâneos de interação. São os bate-papo familiares, as piadas contadas em
reuniões de amigos, as conversas telefônicas, as mensagens de e-mail ou via chat etc.
Os gêneros secundários são os enunciados produzidos de forma mais cuidadosa, que exigem
um preparo maior em sua produção. São basicamente escritos, mas não somente. Uma
palestra, um discurso político ou parlamentar, um sermão são da ordem da oralidade. O artigo
científico, a lei, o trabalho de conclusão de curso, a poesia, o editorial, tudo pertence à ordem
dos gêneros secundários e são bem mais escritos do que orais.
Dada sua situação de produção, os gêneros secundários têm a característica de assimilar os
gêneros primários, acarretando em modificações, como o caso de um diário que poderá ser
publicado, sucedendo, assim, em obra literária.
Daí surge a interdependência genérica, dada por Fiorin (2017) como a forma como os
gêneros secundários usam os primários de modo influenciador, ocorrendo, também, o contrário.
Há, ainda, a situação de hibridismo, ou seja, quando um gênero secundário lança mão de outro
gênero igualmente secundário em sua estrutura interna ou, ainda, reproduz seu estilo verbal,
sua composição ou conteúdo temático. Veja o exemplo no quadro “Hibridismo no gênero
cardápio de restaurante”.
Figura 1 - Enunciado e as características propostas por Bakhtin
Fonte: Elaborada pela autora.
Teste seus conhecimentos
(Atividade não pontuada)
Quadro 6 - Hibridismo no gênero cardápio de restaurante
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 16/20
#PraCegoVer: o quadro é apresentado como um cardápio do dia, mas passa mensagens de
carinho e afeto como se fossem pratos. Por exemplo: carinho escancarado ao molho amoroso.
A estrutura composicional e o estilo não deixam dúvidas de que se trata de um cardápio, no
entanto, o hibridismo reside na mudança do tema comida ou bebida para sentimento.
A maleabilidade e a flexibilidade também são características dos gêneros. Uma receita médica
ou uma saudação a um juiz seguirão uma padronização menos flexível do que uma saudação
ao filho ou à esposa no início do dia. Mesmo assim, lembra Fiorin (2017), deve haver
transferência de um para outro. É o caso de uma aceitação como “sim, meu comandante”,
proferida por um amigo a outro.
De qualquer modo, sempre haverá um gênero a ser usado de acordo com a situação
comunicativa que se estabelecerá.
2.3.3 Aforização
O sentido dado a um enunciado pode ser modificado ou mesmo alterado de acordo com a
intenção de quem o utiliza. Caso alguém queira dar um valor maior àquilo que quer expressar,
poderá usar de artifícios como a produção de enunciados que não foram expressos pelo
enunciador.
Pensemos em uma manchete de uma notícia qualquer como esta: Estudantes retornam às
aulas se houver segurança. Logo em seguida, entre aspas, a seguinte informação: “Meu filho
não volta para a escola do jeito que está”. No corpo da notícia, no entanto, não há qualquer
referência à fala da mãe, que nunca disse o que foi relatado pelo jornalista. O que houve, na
realidade, foi uma artimanha do jornalista para chamar a atenção do leitor sobre a indignação
das mães sobre o estado precário de segurança na escola.
Essa é uma situação de aforização, que se distingue do texto não em sua dimensão, mas de
acordo com sua natureza. São duas forças enunciativas que se contrapõem entre si, a do texto
e a da aforização. De acordo com Maingueneau (2006), a enunciação poderá ser aforizante ou
textualizante. O autor afirma que: 
Assim, o enunciado tem valor de pensamento expresso pelo enunciador. Na aforização, a
consciência do falante se aproxima do modo como o enunciado é expresso, conforme mostra a
figura “Enunciação aforizante e textualizante”.
[...] todo gênero de discurso define duas posições correlativas de produtor e de receptor, dois papéis
em interação. A enunciação aforizante, ao contrário, institui uma cena de fala em que não há
interação entre dois protagonistas colocados no mesmo plano. O enunciador aforizante, o
aforizador, fala a uma espécie de “auditório universal” (Perelman), e não a um destinatário
especificado pelo gênero de discurso. (MAINGUENEAU, 2006, p. 117)
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 17/20
#PraCegoVer: a figura mostra a palavra “enunciação”, dela saem duas flechas que apontam
para: “aforizonte”, à esquerda – e desta saem outras duas flechas que apontam para “primária
(destacada por natureza)” e “secundária (destacada de um texto)”; e “textualizante”, à direita.
No plano da aforização, existem aquelas consideradas primárias, destacadas por natureza, e as
secundárias, destacadas do texto (MAINGUENEAU, 2006). Nas primárias, somente poderá ser
compreendida a situação de discurso em que os elementos que darão sentido ao que foi
expresso possam ser facilmente encontrados, definindo, com isso, tratar-se de uma aforização.
O autor traz o exemplo de ditados populares, que só poderão ser considerados aforizações se
puderam ser usados em contextos próximos ou iguais aos sentidos dados pelos ditos
populares.
Já as aforizaçõessecundárias se referem àquelas que são destacadas em um texto e que
podem variar de acordo com o cenário que se apresenta para nós. No entanto, Maingueneau
(2006, p. 119) chama a atenção de que “o intérprete é forçado a construir uma alteridade, a
encontrar o ponto de vista ao qual a aforização se opõe”, independentemente da cena que se
apresente.
Trata-se de conceber uma perspectiva de pensamento contrária, como na sentença: Não creio,
de modo algum, que a Argentina alcance números elevados na economia nos próximos meses,
visto que está vivenciando uma recessão enorme há vários anos. A aforização pode ser
confirmada na negação de algo que se apresenta como impossível e que pode ser confirmado.
Figura 2 - Enunciação aforizante e textualizante
Fonte: Adaptada de MAINGUENEAU (2006, p. 117).
Leia o texto que segue sobre o carnaval em Bakhtin:
“O carnaval de que trata Bakhtin é um espetáculo muito
diferente do carnaval de nossos dias. Não é apenas um
período de cessação do trabalho nem é uma apresentação a
que se assiste. Não tem palco, não tem ribalta, não tem atores,
não tem espectadores. Todos participam dele ativamente. Por
isso, não é uma festa que se presencia, mas que se vive”
(FIORIN, 2017, p. 100).
A partir do trecho lido, expresse, em um texto curto de
aproximadamente 25 linhas, como o carnaval foi usado por
Bakhtin para transcrever suas impressões sobre a obra de
Vamos Praticar!
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 18/20
Rabelais e sobre a sátira encontrada na literatura e nas artes.
Nesta unidade, você viu sobre as relações dialógicas interdiscursivas
e intertextuais. Para tanto, levamos até você situações que
expressam a interdiscursividade, que prevê a relação dialógica com
sentido, e a intertextualidade, a qual diz respeito às relações
dialógicas concretizadas em textos. Para explanar tais conceitos,
analisamos casos em que essas situações prevalecem. Esperamos
que esses assuntos possam ser usados para ampliar seus
conhecimentos. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Conclusão
compreender as relações dialógicas interdiscursivas e intertextuais;
entender como se dá a carnavalização em Bakhtin;
identificar o que são tipos textuais;
compreender como Bakhtin vê os gêneros textuais, isto é, de
acordo com os gêneros do discurso;
entender a aforização presente na discursividade.
ALVES, C. O Navio Negreiro. Portal Domínio Público. [s.d.]. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000068.pdf
(http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000068.pdf). Acesso em: 25
nov. 2020.
BAGNO, M. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola
Editorial, 2012. 
Referências
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000068.pdf
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 19/20
BAKHTIN, M. M. Rumo a um retrabalho do livro de Dostoiévski (1961). Toward a
Reworking of the Dostoevsky Book. Tradução da autora. In: BAKHTIN, M. M.
Problems of Dostoevsky's Poetics. Minneapolis; Londres: University of Minnesota
Press, 1984. p. 283-302. Disponível em:
https://monoskop.org/images/1/1d/Bakhtin_Mikhail_Problems_of_Dostoevskys_P
oetics_1984.pdf
(https://monoskop.org/images/1/1d/Bakhtin_Mikhail_Problems_of_Dostoevskys_
Poetics_1984.pdf). Acesso em: 25 nov. 2020. 
BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. (1979). Tradução do francês de Maria
Ermantina G. C. Pereira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. Disponível em:
https://netlli.wordpress.com/2011/09/08/obras-de-bakhtin-disponiveis-em-pdf-em-
nosso-banco-de-dados/ (https://netlli.wordpress.com/2011/09/08/obras-de-
bakhtin-disponiveis-em-pdf-em-nosso-banco-de-dados/). Acesso em: 25 nov. 2020. 
BÍBLIA SAGRADA. Primeira Epístola aos Coríntios. Capítulo 13, versículos 1, 4-7. In:
BÍBLIA SAGRADA. Ed. Pastoral. São Paulo: Sociedade Bíblica Católica Internacional
e Paulus, 1990. p. 1474. 
CAMÕES, L. V. de. Amor é fogo que arde sem se ver. Soneto nº 5. Portal Poemas de
Camões. [s.d.]. Disponível em: http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/camoes.html
(http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/camoes.html). Acesso em: 25 nov. 2020.
DOLZ, J.; SHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita –
elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: SHNEUWLY,
B; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização Roxane
Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. p. 35-59. 
DISCINI, N. Carnavalização. In: BRAIT, B. (org.). Bakhtin: outros conceitos-chave. 2.
ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 55-95. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3518/epub/0?
code=Mmu3e7XLAToxHrA8tO1EV65r18QM+WXWtGpYuJvpwdNqBwWQx+YoCLXr
q37N4IoGwJ4U92Cx4WbtV/MfrrT/ag
(https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3518/epub/0?
code=Mmu3e7XLAToxHrA8tO1EV65r18QM+WXWtGpYuJvpwdNqBwWQx+YoCLXr
q37N4IoGwJ4U92Cx4WbtV/MfrrT/ag). Acesso em: 25 nov. 2020. 
EU TENHO um sonho. (I Have a Dream). Discurso completo de Martin Luther King.
Estados Unidos, 28 ago. 1963. 1 vídeo (6 min). Publicado pelo jornal O Tempo. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aWlhPFHOl-
Y&ab_channel=OTEMPO (https://www.youtube.com/watch?v=aWlhPFHOl-
Y&ab_channel=OTEMPO). Acesso em: 27 nov. 2020.
FARACO, C. A. Linguagem & diálogo: as ideias linguísticas do círculo de Bakhtin.
São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed.
Curitiba: Positivo, 2009. 1 CD-ROM. 
FIORIN, J. L. Linguagem e ideologia. 6. ed. São Paulo: Ática, 1998. Disponível em:
https://gfufma.hypotheses.org/files/2018/08/FIORIN-J.-L.-Linguagem-e-
Ideologia.pdf (https://gfufma.hypotheses.org/files/2018/08/FIORIN-J.-L.-
Linguagem-e-Ideologia.pdf). Acesso em: 25 nov. 2020. 
FIORIN, J. L. Interdiscursividade e intertextualidade. In: BRAIT, B. (org.). Bakhtin:
outros conceitos-chave. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 163-195. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3518/epub/0?
https://monoskop.org/images/1/1d/Bakhtin_Mikhail_Problems_of_Dostoevskys_Poetics_1984.pdf
https://netlli.wordpress.com/2011/09/08/obras-de-bakhtin-disponiveis-em-pdf-em-nosso-banco-de-dados/
http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/camoes.html
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3518/epub/0?code=Mmu3e7XLAToxHrA8tO1EV65r18QM+WXWtGpYuJvpwdNqBwWQx+YoCLXrq37N4IoGwJ4U92Cx4WbtV/MfrrT/ag
https://www.youtube.com/watch?v=aWlhPFHOl-Y&ab_channel=OTEMPO
https://gfufma.hypotheses.org/files/2018/08/FIORIN-J.-L.-Linguagem-e-Ideologia.pdf
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3518/epub/0?code=Mmu3e7XLAToxHrA8tO1EV65r18QM+WXWtGpYuJvpwdNqBwWQx+YoCLXrq37N4IoGwJ4U92Cx4WbtV/MfrrT/ag
11/04/2022 22:09 Análise do discurso
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=YwdQhT302NrL%2bT4S5usSqQ%3d%3d&l=VTHjQiMVD8iX6bmCzpEPeA%3d%3d&cd=k… 20/20
code=Mmu3e7XLAToxHrA8tO1EV65r18QM+WXWtGpYuJvpwdNqBwWQx+YoCLXr
q37N4IoGwJ4U92Cx4WbtV/MfrrT/ag
(https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3518/epub/0?
code=Mmu3e7XLAToxHrA8tO1EV65r18QM+WXWtGpYuJvpwdNqBwWQx+YoCLXr
q37N4IoGwJ4U92Cx4WbtV/MfrrT/ag). Acesso em: 25 nov. 2020. 
FIORIN, J. L. Da necessidade da distinção entre texto e discurso. In: BRAIT, B.;
SOUZA E SILVA, M. C. Texto ou discurso? São Paulo: Contexto, 2012. 
FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. 2. ed. São Paulo: Contexto,
2017. 
JUÓ Bananére: Sunetto Futuriste (pra Marietta). Portal Cultura, 30 nov. 2015.
Disponível em: http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/juo-bananere-
sunetto-futuriste-pra-marietta
(http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/juo-bananere-sunetto-
futuriste-pra-marietta). Acesso em: 25 nov. 2020. 
MAINGUENEAU, D. Texto, discurso e aforização. Tradução de Ana Raquel Motta. In:
BRAIT, B. (org.). Bakhtin: outros conceitos-chave. 2. ed. SãoPaulo: Contexto, 2006. p.
111-130. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3518/epub/0?
code=Mmu3e7XLAToxHrA8tO1EV65r18QM+WXWtGpYuJvpwdNqBwWQx+YoCLXr
q37N4IoGwJ4U92Cx4WbtV/MfrrT/ag
(https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3518/epub/0?
code=Mmu3e7XLAToxHrA8tO1EV65r18QM+WXWtGpYuJvpwdNqBwWQx+YoCLXr
q37N4IoGwJ4U92Cx4WbtV/MfrrT/ag). Acesso em: 25 nov. 2020. 
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São
Paulo: Parábola Editorial, 2008. 
MONTE Castelo. Portal Letras, [s.d.]. Disponível em:
https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/22490/ (https://www.letras.mus.br/legiao-
urbana/22490/). Acesso em: 25 nov. 2020. 
OLIVEIRA, A. de. Vaso grego. Portal Escritas.org, [s.d.]. Disponível em:
https://www.escritas.org/pt/t/4684/vaso-grego
(https://www.escritas.org/pt/t/4684/vaso-grego). Acesso em: 25 nov. 2020.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3518/epub/0?code=Mmu3e7XLAToxHrA8tO1EV65r18QM+WXWtGpYuJvpwdNqBwWQx+YoCLXrq37N4IoGwJ4U92Cx4WbtV/MfrrT/ag
http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/juo-bananere-sunetto-futuriste-pra-marietta
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3518/epub/0?code=Mmu3e7XLAToxHrA8tO1EV65r18QM+WXWtGpYuJvpwdNqBwWQx+YoCLXrq37N4IoGwJ4U92Cx4WbtV/MfrrT/ag
https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/22490/
https://www.escritas.org/pt/t/4684/vaso-grego

Continue navegando