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1 Luana Paixão (P6) Leucemias agudas As leucemias são um grupo de doenças que surgem de mutações genéticas em células precursoras hematopoiéticas na medula óssea. Classificam-se em leucemias agudas e crônicas, que, por sua vez, subdividem-se em linfoides (linfócitos B e T) e mieloides (plaquetas, hemácias, granulócitos), dependendo da linhagem acometida. OBS: existem leucemias bifenotípicas CAUSAS: idiopáticas, mas acredita-se que há relação com radiação, uso de fármacos imunomoduladores, toxinas, parecer genético (translocação) o Gene protooncogênico = protege células de transformação cancerígena o Gene oncogênico = após mutações (síndrome de down, neurofibromatose...) Translocação cromossômica (cromossomos 9 e 22) cromossomo Philadelphia o Pode ser identificado pelo cariótipo As agudas são mais frequentes em crianças (principalmente a LLA) 1 LEUCEMIAS LINFOCÍTICAS AGUDAS (LLA) Proliferação clonal e acúmulo na medula óssea e sangue periférico de células imaturas denominadas linfoblastos. Normalmente infiltram outros tecidos! 1.1 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Infecções recorrentes (febre, perda de peso) pela 🡓neutrófilos (< 500 ou < 100) Palidez cutâneo-mucosa, fadiga, cansaço, palpitações, dispnéia relacionadas com o grau de anemia Petéquias, equimoses espontâneas, gengivorragia e epistaxe por 🡓plaquetas (< 30.000/mm3) Infiltração do SNC e testicular Pacientes com LLA-T podem apresentar sintomas relacionados à massa mediastinal volumosa, como tosse seca, dispnéia e sintomas de compressão de veia cava superior A infiltração maciça da medula óssea pode provocar dores ósseas intensas espontâneas e à compressão do esterno (sinal de Kraver) Dores articulares com sinais flogísticos (artrite) crianças 1.2 ALTERAÇÕES LABORATORIAIS Hemograma: anemia normo/normo, leucocitose, blastos circulantes, neutropenia e plaquetopenia Mielograma: normalmente hipercelular Imunofenotipagem dos blastos da medula óssea e/ou sangue periférico Liquor cefalorraquidiano (presença de linfoblastos no SNC) Classificação citológica e citoquímica: 30% de blastos na medula óssea, caracterizados pela ausência de grânulos no citoplasma das células, e < 3% desses blastos positivos na reação de peroxidase (Px) e/ou Sudan Black (SBB) O grupo French American British (FAB) classificou as LLAs em três subtipos morfológicos ( L1, L2 e L3 ) com base no diâmetro celular, na forma do núcleo, no número e na protuberância dos nucléolos e na quantidade e no aspecto relativos do citoplasma. LLA = crianças LMA = adultos / idosos 2 Luana Paixão (P6) L1 L2 L3 2 LEUCEMIAS MIELÓIDES AGUDAS (LMA) Afetam células-mãe mielóides e interferem no processo de maturação. Encontraremos blastos de células vermelhas, que irão romper muito facilmente, levando a uma anemia, neutropenia e plaquetopenia. 2.1 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Falência medular, quadro purpúrico, sangramento gengival, equimoses... Infiltração tecidual e de órgãos (hepatoesplenomegalia e infiltração gengival) Tumores em medula e órbita (raros) Leucoestase = isquemia de múltiplos órgãos e por disfunção respiratória e do SNC (blastos > 100.000) Deve-se suspeitar de LMA durante os primeiros meses de vida (os eventos desencadeantes ocorrem in utero), em pacientes na meia-idade ou idosos, em indivíduos que estão em estado crítico ou naqueles que apresentam sinais e sintomas inespecíficos que indicam distúrbios pronunciados da hematopoese, como fadiga, mal-estar, infecções, ulcerações das mucosas, sangramento, hipersensibilidade óssea difusa, dor articular e edema. 2.2 ALTERAÇÕES LABORATORIAIS Hemograma: anemia, plaquetopenia, leucocitose / leucopenia + blastos Mielograma: medula substituída por blastos 3 Luana Paixão (P6) o Relação núcleo-citoplasma mais baixa, com cromatina frouxa, presença de vários nucléolos e citoplasma granular, com a presença de bastonete de Auer Inclusões citoplasmáticas compostas de mieloperoxidase e enzimas lisossomais Descobrir a origem mielóide do blasto o Imunofenotipagem dos blastos por meio de citometria de fluxo o Citoquímica dos blastos, pois a presença de grãos peroxidase positivos ou sudan black positivos ou uma reação de ANAE positiva permitem definir se o blasto é mielóide ou não, e ainda se há componente monocítico Ocorrências metabólicas e eletrolíticas o Hiperuricemia o Síndrome de lise tumoral durante a quimioterapia de indução o Síndrome de diferenciação da leucemia promielocítica aguda (LPA) o Hipopotassemia 3 EMERGÊNCIAS HEMATONCOLÓGICAS 3.1 NEUTROPENIA FEBRIL Define-se neutropenia como contagem absoluta de neutrófilos CAN < 500/mm3 ou entre 500 e 1.000 com previsão de declínio nas 48 horas seguintes e febre com temperatura oral > 38,3°C ou 2 medidas superiores a 38°C com intervalo de 1 hora. CAN = contagem total de glóbulos brancos (GB) x porcentagem de células polimorfonucleares (PMNs) e neutrófilos de banda 1ª febre neutropênica Primeiro episódio febril que ocorre durante um determinado período de neutropenia induzida por quimioterapia Síndrome de febre neutropênica persistente Episódio febril sem defervescência após... Pacientes de alto risco: pelo menos cinco dias da terapia antibacteriana empírica inicial de amplo espectro Baixo risco: ou após pelo menos dois dias Síndrome da febre neutropênica recrudescente Episódio febril que se repete após a defervescência inicial durante um curso de terapia antibacteriana de amplo espectro Síndrome de reconstituição mieloide Febre e um novo foco inflamatório ou progressão de um foco inflamatório preexistente na relação temporal com a recuperação de neutrófilos da aplasia 3.2 HIPERLEUCOCITOSE E LEUCOESTASE Hiperleucocitose = maior ou igual a 100 x 109/L (rápida proliferação de leucócitos e comprometimento da adesão celular, provocando a liberação de um grande número de blastos leucêmicos na circulação) obstrução microvascular hipóxia e infarto (leucoestase) 4 Luana Paixão (P6) 3.3 LISE TUMORAL A síndrome de lise tumoral é caracterizada pela destruição maciça de células malignas e conseqüente liberação do seu conteúdo no espaço extracelular. Embora possa ocorrer de modo espontâneo, a síndrome de lise tumoral aparece em geral, logo após o início do tratamento com agentes quimioterápicos citotóxicos. CLÍNICOS: hiperuricemia, hipercalemia, hiperfosfatemia, e hipocalcemia (Os sintomas associados mais comuns incluem náuseas, vômitos, diarreia, anorexia, letargia, hematúria, insuficiência cardíaca, arritmias, convulsões, tetania, na dependência de que DHE o paciente venha a apresentar.) SLT LABORATORIAL: apenas os distúrbios hidroeletrolíticos o Presença duas ou mais das seguintes anomalias metabólicas ocorrendo em 3 dias antes ou até 7 dias após o início da terapia: hiperuricemia, hipercalemia, fosfatemia hiper e hipocalcemia SLT CLÍNICA: distúrbios + repercussões o Presença de SLT laboratorial, quando é acompanhada por um aumento do nível de creatinina, convulsões, arritmia cardíaca ou morte 3.4 CIVD SECUNDÁRIA A LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA Síndrome hemorrágica adquirida, que ocorre após a ativação não controlada dos fatores pró-coagulantes, plaquetas e enzimas fibrinolíticas nos microvasos. Ocorre um depósito excessivo de fibrina, levando a obstrução, isquemia e necrose do tecido comprometido. Exames laboratoriais: Tempo de protombina (TP) e Tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPa) = estarão prolongados Hemograma: trombocitopenia Revisão do esfregaço de sangue periférico: pode-se identificar anemia hemolítica microangiopática, com esquistócitos e células do capacete Fibrinogênio baixo D-dímero aumentado Lise de células tumorais Liberam potássio, fósforo, e ácidos nucleicos São metabolizados em hipoxantina,em seguida, em xantina e ácido úrico
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