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HEMATOLOGIA PEDIÁTRICA HEMOGRAMA Hemograma é o exame laboratorial mais solicitado, baixo custo, fornece informações qualitativas e quantitativas dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Na interpretação do hemograma devemos considerar a história clínica, exame físico, variações interlaboratoriais relacionadas ao equipamento, tipo de anticoagulante utilizado e qualidade de esfregaço, hemólise do material, quantidade do anticoagulante, tempos de coleta e realização do exame. ERITROGRAMA Ao analisarmos um eritrograma devemos incluir os valores de HT, Hb e índices hematimétricos que são determinados pelos contadores automatizados do hemograma. Reflete o que está ocorrendo na medula óssea. Conhecendo os valores normais que variam de acordo com sexo, faixa etária, podemos detectar possíveis alterações tais como: anemia e policitemia. Correlacionando com história clínica e exame físico. A descrição da análise morfológica das hemácias – exame do esfregaço periférico, faz parte do laudo do hemograma e auxilia no diagnóstico de várias doenças, como: normocromia ou hipocromia (valor do HCM), normocitose ou microcitose ou macrocitose (VCM), policromasia (hemácias jovens, volumosas e mais azuladas), anisocitose (variação no tamanho das hemácias), poiquilocitose (alteração na forma da hemácia). HEMOGRAMA – HEMÁCIAS Morfologia: formato homogêneo, bicôncavas e de tamanho relativamente uniforme, com diâmetro médio de 8micrometros. Vida média: 120 dias. Função: transporte de oxigênio dos pulmões aos tecidos; de dióxido de carbono dos tecidos aos pulmões. São os componentes mais abundantes do sangue. Apresentam características fisiológicas diferentes: período fetal x neonatal x após os 6m de vida. SEQUÊNCIA DE MATURAÇÃO DA SÉRIE ERITRÓIDE Célula-tronco pluripotente → célula tronco mieloide → BFU-E → CFU-E → Proeritroblasto → Eritroblasto basófilo → Eritroblasto policromático → Eritroblasto ortocromático → Eritrócito policromático (reticulócito) → Eritrócito. HEMATÓCRITO Corresponde ao percentual de hemácias em relação ao volume de sangue total e expresso em porcentagem (%). Diminuído = sangramentos, hemólise. Aumentado = Policitemias, diminuição do volume plasmático (queimaduras, desidratação). RETICULÓCITOS Células vermelhas sem núcleo e mais jovens. Maiores. Contêm resíduos de RNA citoplasmático. ↓: falha de produção da medula óssea (hipoplasia/aplasia). ↑: aumento da eritropoese (anemias hemolíticas). RN: normal 2,5 a 6,5%. Após 15 dias de vida: 0,5 a 1,5%. VCM Avaliação do tamanho da hemácia (média) (em fL). Valor normal = 82 – 98 fL. <80: anemias microcíticas (ferropenias, talassemias, sideroblástica, hemorragia crônica). 80-100: anemias normocíticas (perdas agudas, inflamação, hemólise, doença renal). >100: anemias macrocíticas (def B12 e folatos, aplasias, diseritropoiese). (microcitose) HCM (Hemoglobina corpuscular média) Avalia a quantidade média (peso) de Hb de cada hemácia (pg). Valores de referência = 27-33pg. Diminuída = anemias hipocrômicas. Aumentada = anemias hipercrômicas (macrocíticas). CHCM (Concentração de hemoglobina corpuscular média) Avalia a quantidade de hemoglobina por unidade de volume de hemácias (100mL) (g/dL). Correlaciona o conteúdo de hemoglobina com o volume da célula. Valores de referência: 31-35g/dL. Diminuída: anemia microcítica hipocrômica. Aumentada: hemólise – esferocitose hereditária. RDW (Red cell distribution width) Avalia a variação de tamanho das hemácias, o grau de anisocitose (%). Valor de referência: 11,8-15%. Normal: talassemias, doença crônica, esferocitose. Aumentado: deficiência de ferro, doença da hemoglobina H, doença falciforme. ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DAS HEMÁCIAS Tamanho: anisocitose (microcitose, macrocitose) – VCM. Coloração: normocromia, hipocromia, hipercromia – CHCM. Forma: poiquilocitose (hemácias em foice, esquizócitos, em lágrima, em alvo, esferócitos, ovalócitos). Distribuição: aglutinação, rouleaux. POIQUILOCITOSE E SUAS POSSIBILIDADES DIAGNÓSTICAS Acantócitos: vesícula na membrana células, ocorre na insuficiência renal, pós esplenectomia, hepatopatias. Dacrócitos: hemácias em lágrimas – anemia ferropriva, anemia megaloblástica, talassemias. Drepanócitos: hemácias em foice – anemia e traço falciforme. Eliptócitos ou ovalócitos: hemácias em forma de charuto – eliptocitose hereditária, anemia ferropriva, megaloblástica e talassemias. Esferócitos: hemácias esféricas, pequenas e hipercrômicas – esferocitose, AHAI. Esquizócitos: hemácias fragmentadas – CIVD, queimaduras, hemólise microangiopática. Estomatócitos: hemácias com área central lembrando uma boca – estomatocitose hereditária. Hemácias aglutinada: agrupamento de hemácias, ocorre hemólise causada por um anticorpo contra as hemácias – crioaglutininas nas AHAI. Hemácias em Rouleaux: hemácias empilhadas, ocorre bloqueio da carga negativa na superfície das hemácias pelas proteínas plasmáticas – comum em processos inflamatórios com VHS aumentado. Hemácias crenadas: hemácias com várias pontas pequenas – síndrome hemolítico urêmica, deficiência da piruvatoquinase. Hemácias em alvo: com halo branco na área central – ferropenia, hemoglobinopatias C, D, E, doença hepática. INCLUSÕES NOS GV E SEUS SIGNIFICADOS Anéis de Cabot – restos do fuso mitótico remanescente de mitose anômala – forma de anel ou oito (anemias hemolíticas graves). Corpúsculos de Heinz – grânulos azuis que ocorrem pela precipitação da hemoglobina oxidada (deficiência da G6PD). Corpúsculos de Howell Jolly – resto de cromatina nuclear que não foram eliminados nos GV maduros (asplenia e hipofunção esplênica). Inclusões de hemoglobina H – precipitação da cadeia beta em excesso (alfatalassemia). Pontilhado basófilo – grumos de RNA ou agregados de ribossomas que formam minúsculos grânulos no citoplasma (talassemia, intoxicação por chumbo e anemias hemolíticas). ANEMIA Situação em que ocorre redução de Hb e/ou da massa eritrocitária, com variações segundo idade, sexo e altitude em relação ao nível do mar. Anemia é definida como diminuição da contagem de GVs ou da [Hb] abaixo de 2 desvios-padrão em relação à média da idade e do sexo. Definição fisiológica: resulta na redução da capacidade de carrear o oxigênio das células vermelhas. Alterações nos índices hematimétricos relacionados à série vermelha e diagnóstico da anemia OMS – Valores de Hb e hematócrito segundo a faixa etária e sexo: CAUSAS DE ANEMIA: IDADE ANEMIA FISIOLÓGICA INVESTIGAÇÃO 1 – Identificação: idade, sexo, etnia, procedência. 2 – Queixa e duração: tempo de aparecimento da anemia ou queixas relacionadas. 3 – HPMA: sinais e sintomas relacionados, tempo de aparecimento e duração, tratamentos realizados (medicação, dose, forma e tempo de administração). 4 – ISDA: febre, anorexia, fadiga, cansaço, alterações cardíacas, palidez referida, hábito intestinal, vômitos, náuseas, dispneia, tosse, broncoespasmos, icterícia, urina escura, fezes claras, déficit de crescimento, perda de peso, atraso neuropsicomotor, dificuldade de concentração escolar, distúrbios do sono, irritabilidade em lactentes e pré escolares, dores ósseas, sangramentos cutâneo mucosos, características dos ciclos menstruais, aumento de linfonodos, hepatomegalia, esplenomegalia. 5 – Antecedentes pessoais: condições de gestação e parto, icterícia neonatal, necessidade ou não de fototerapia, internações, cirurgias, transfusões recebidas. 6 – Inquérito alimentar: dieta alimentar, quantificar quantidade de leite e derivados, alimentos ricos em ferro. 7 – Antecedentes familiares: consanguinidade, anemias na família, litíase biliar, patologias existentes entre os familiares. 8 – Epidemiologia:contato com substâncias tóxicas ou inseticidas, exposição a derivados de benzeno (tintas, verniz, removedores, querosene, gasolina), uso de medicações (antibióticos, antitérmicos, anticonvulsivantes), viagens recentes, contato com animais, inseticidas. 9 – Tratamento: medicação, dose e administração. EXAME FÍSICO INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL Exames laboratoriais: baseados na anamnese e no exame físico 1 – Hemograma e reticulócitos: hipo/hiperproliferativas. 2 – Ferro circulante: ferro sérico, capacidade total de ligação de ferro e saturação de transferrina (deficiência de ferro). 3 – Ferritina: reservas, proteína de fase aguda – elevada em infecções e inflamações aguda. 4 – Eletroforese de Hb: hemoglobinopatias (talassemias, falciforme). 5 – Coombs direto e indireto: detecção e identificação de anticorpos antieritrócitos (hemácias e plasma) – anemia hemolíticas autoimunes. 6 – Fragilidade osmótica: em temperatura ambiente e incubada – doenças de membrana – esferocitose hereditária – morfologia eritróide. 7 – Dosagens de enzimas eritrocitárias específicas: G6PD. 8 – Mielograma e biópsia de medula óssea: falências medulares primárias e secundárias (aplasia, mielodisplasia, neoplasias, infecções). 9 – Testes de função renal e hepática, endócrina, reumatológica: anemia de doenças crônicas. 10 – Dosagens de ácido fólico e vitamina B12: anemias macrocíticas, megaloblásticas. 11 – Sorologias: vírus Epstein Barr, PV B19, CMV, hepatites, HIV. 12 – Sangue oculto nas fezes e hematúria: anemia ferropriva sem resposta à terapia. 13 – Pesquisas genéticas: congênitas e síndromes. 14 – Microscopia eletrônicas: casos específicos. POLICITEMIA Definição: aumento da concentração de Hb e Ht. A OMS considera Policitemia quando: Nos homens – Hb>18,5g/dL. Nas mulheres – Hb>16,5g/dL. Primária: Policitemia vera, algumas doenças renais, Policitemia primária familiar. Secundária: algumas doenças renais, tumor SNC de fossa posterior, cardiopatia congênita cianótica, altitudes elevadas, transfusão materno-fetal ou feto fetal, Hb H (> afinidade pelo O2), doença pulmonar crônica, apneia do sono/idiopática. LEUCOGRAMA Fornece o número global dos GBs e sua contagem diferencial no sangue periférico. Na sua interpretação devem ser considerados o contexto clínico do paciente, doenças subjacentes, temperatura corporal e uso de medicamentos. A média de contagem de leucócitos na população caucasiana é de 6000-7000/mm³. Ao nascimento os neutrófilos usualmente maior do que nas crianças mais velhas e se eleva nas primeiras horas de vida. Este aumento está relacionado ao aumento de células jovens e decresce nas 72h. Os linfócitos passam a ser as células predominantes até os 4 anos. Após esse período até a vida adulta, há predomínio dos neutrófilos. O número absoluto de eosinófilos e monócitos é mais elevado nos RNs. ALTERAÇÕES LEUCOCITÁRIAS Quantitativas (% e absolutos): neutropenia, neutrofilia, eosinofilia, eosinopenia, linfopenia, linfocitose, monocitopenia, monocitose. Qualitativas: atipias, blastos, granulações tóxicas, desvio à esquerda/direita, parasitas. Neutropenias – segmentados + bastões: muito grave (<200/mm³), grave (<500/mm³), moderada (500 a 1000/mm³), leve (1000 a 1500/mm³). LEUCOCITOSE É definida pela contagem leucocitária acima de 2 desvios-padrão da média para a idade. Pode ocorrer por aumento de neutrófilos, linfócitos, eosinófilos, monócitos e eventualmente por células linfóides ou mieloides anormais. NEUTRÓFILOS Função: quimiotaxia e fagocitose. Primeira linha de defesa contra infecções bacterianas. Morfologia: células de núcleo multilobulado, com citoplasmas abundante, acidófilo e granulações delicadas e claras. NEUTROFILIA Ocorre pela maior produção de neutrófilos pela medula óssea, pela mudança de movimento de permanência ou saída dos neutrófilos da medula óssea, ou pela redução do pool marginal no sangue periférico. Os bastões representam menos que 6% e aumentam nos processos inflamatórios, mesmo na ausência de leucocitose absoluta. Neutrofilia: Adulto =>8000/mm³. RN prematuros > 7000/mm³. RN termo > 13000/mm/3. Causas de leucocitose neutrofílica – hereditárias – neutrofilia hereditária, rearranjo defeituoso da integrina em resposta a citoquinas e a quimiotáticos, distúrbios metabólicos hereditários, síndrome de hiperimunoglobulina D, urticária familiar ao frio com leucocitose. Adquiridas – hemorragia aguda, hipóxia aguda, estresse pelo calor, distúrbios endócrinos e metabólicos, doenças malignas, adm de medicamentos, rebote pós-neutropenia, adm de citoquinas, reações de hipersensibilidade, tabagismo, exercício vigoroso, envenenamento, (pré)eclampsia, dor aguda, convulsões, choque elétrico. REAÇÃO LEUCEMÓIDE Define-se pela leucometria maior que 50.000 leucócitos/mm³, associada ao aumento no número de células mieloides imaturas. Há desvio escalonados – mielócito – promielócito, podendo chegar a mieloblasto, o que diferencia da Leucemia Mielóide Crônica e Leucemia Mielomonocitica Juvenil. Causas: infecções piogênicas, doenças inflamatórias (GNDA), insuficiência hepática, acidose diabética, Down. EOSINÓFILOS Mediação de processos inflamatórios, alérgicos, parasitoses, distúrbios neoplásicos. São células de 8- 12um, citoplasma abundante, rico em grânulos eosinófilos e núcleo bilobulado, de cromatina densa. Causas de eosinofilia: doenças alérgicas, infestações parasitárias, medicamentos (aspirina), micoses, doenças infecciosas (escarlatina, eritema e clamidíase), doenças reumatológicas (lúpus, artrite), hematopoiéticas (leucemia mieloide crônica, Policitemia, Hodgki), deficiência de IgA, colite ulcerativa e hipopituitarismo. Leve = 500-1500cel/mm³. Moderada 1500- 5000cel/mm³. Grave > 5000cel/mm³. Síndrome hipereosinofílica: define a contagem de eosinófilos no sangue periférico acima de 1500cel/mm³, na ausência de causa secundária identificável. CAUSAS DE EOSINOFILIA Doenças alérgicas e autoimunes. Hipersensibilidade medicamentosa: penicilina, nitrofurantoína, sulfas. Doenças parasitárias: protozooses, nematóides, trematoides, cestoides, ectoparasitoses. Doenças cultaneas: pênfigo, síndrome de descamação familiar, herpes gestacional, foliculite pustular eosinofílica. Hematopoiéticas – leucemias. Policitemia, doença de Hodgkin. Síndrome hiperosinofílica idiopática. Outras causas – pós radioterapia, dialise peritoneal, deficiência de IgA. LINFÓCITOS Os linfócitos são apresentados por 3 populações distintas: Linfócitos T: tem função na resposta imunológica mediada por linfócitos B. os subtipos são helper (CD4 60-70%) e supressor (30-40%). Linfócitos B: CD20 5-15% responsáveis pela resposta imunológica humoral. Linfócitos NK: (CD56) são a minoria, destroem as células alvos sem a participação da molécula de histocompatibilidade principal, agindo sobre as células tumorais e as células diversas infectadas por vírus. CAUSAS DE LINFOCITOSE Constitucionais – síndrome de DiGeorge e rearranjo defeituoso da integrina. Adquiridas: infecções virais, certas infecções bacterianas (coqueluche, brucelose e tuberculose), malária, fase aguda de Chagas, linfocitose transitória relacionada com o estresse, adm de adrenalina, contração muscular vigorosa, adm de citocinas, reações alérgicas a medicamentos, leucemias linfoides e síndromes linfoproliferativas, doença do soro, doença de Gaucher, timoma, vasculites, pós- esplenectomia. Atípica: infecções virais (HIV, Epstein-Barr, Citomegalovirus, Hep B), bacterinas, por protoxoários, imunizações, doenças do soro, doença do enxerto versus hospederios, hipersensibilidade a medicamentos, lúpus, sarcoide, Hodgkin. MONÓCITOS Função: participam da fagocitose de células mortas, corpos estranhos, apresentação de antígenos, reaçõesinflamatórias e destruição de microrganismos e células tumorais. São células ovaria, núcleo grande com cromatina delicada. Citoplasma abundante, granulações finas, podem apresentar pequenos vacúolos. Monocitose > 800/mm³. Causas de monocitose: BASÓFILOS 0,5% do total dos linfócitos. Produzem diversos mediadores inflamatórios – histamina. Possuem receptores de IgE na membrana citoplasmática. São células relativamente grandes, citoplasma abundante, róseo e rico em grânulos basofílicos (grosseiros). Basofilia – 100-150mm³. Causas: Leucemia mieloide aguda e crônica, LLA philadelphia +, distúrbios mieloproliferativos, Hodgkin, basofilia reacional. Policitemia, metaplasia mieloide, pós esplenectomia, varicela, mixedema. NEUTROPENIA Nas crianças de 2 semanas de vida até 1 ano de idade, a neutropenia é definida pela contagem absoluta de neutrófilos abaixo de 1000/mm³, e, após 1 ano de idade, abaixo de 1500mm³. Causas: produção inadequada pela medula óssea, destruição pelos macrófagos da medula óssea e por outras células reticuloendoteliais, liberação medular defeituosa, redistribuição dentro do sistema vascular, retenção no baço, sobrevida intravascular diminuída ou do rápido egresso para os tecidos. Leve – 1000-1500cél/mm³. Moderada – 500-1000mm³. Grave - <500mm³. LINFOCITOPENIA No adulto e nas crianças mais velhas linfocitopenia é definida quando o número absoluto de linfócitos estiver abaixo de 1000cél/mm³ e no primeiro ano de vida quando estiver inferior a 2500cél/mm³. Causas: Hereditárias – síndrome de imunodeficiência congênita. PANCITOPENIA Se caracteriza pela presença de anemia, leucopenia e trombocitopenia. Pode ocorrer por substituição em situações, tais como: leucemias e linfomas ou por insuficiência da medula óssea. Também pode ocorrer por retenção das células no baço aumentado ou pela destruição de células maduras. ANORMALIDADES MORFOLÓGICAS DOS LEUCÓCITOS Granulações tóxicas: doenças infecciosas, doenças inflamatórias, doenças autoimunes, toxemia, gestação, uso de fator de estimulante de colônias de granulócitos e monócitos. Corpúsculos de Dohle (inclusões citoplasmáticas azuis mais comumente vistas nos neutrófilos): doenças infecciosas, inflamatórias, autoimunes, gestação, cirurgias, traumas, infarto, uso de fator de estimulante de colônias de granulócitos e monócitos, plaquetopenia familiar associada a mutação gene MYH9. Grânulos de Alder-Relly (inclusões azurofílicas citoplasmáticas): mucopolissacaridose, síndromes mielodisplásicas, mutações das mieloperoxidase, síndrome de Chediak-Higashi. Vacuolização no citoplasma: doenças infecciosas, conservação do sangue no EDTA (ácido etilenodiamino tetra acético). Hipersegmentação nos neutrófilos (>5% dos neutrófilos com mais de 5 lóbulos): deficiência de vit B12 ou folatos, síndromes mielodisplásicas, anemia ferropriva, uso de corticosteroide e hidroxiureia, queimaduras extensas, insuficiência renal crônica. Hiposegmentação nos neutrófilos: anomia de Pelger- Huet, síndrome mielodisplásicas, síndromes mieloproliferativa (raramente). PLAQUETAS Valores normais: 150.000-450.000/mm³. Fisiopatologia: falha de produção, destruição periférica, sequestração, artefatos de técnica. Classificação: adquiridas, congênitas/hereditárias. VPM (volume plaquetário médio) Necessita melhor padronização da metodologia. Hoje: cada laboratório define seu próprio valor de referência em função da população atendida e dos equipamentos utilizados. Aparelhos de impedância: VPM 8-13fL. Aparelhos com sistema óptico: VPM 7,4-11,2fL. Macroplaquetas, microplaquetas, normais. PÚRPURAS CONGÊITAS Cuidado com o diagnóstico das púrpuras congênitas, evitando classifica-las de forma equivocada como PTI, pois implica tratamento diferente. VPM é fator importante para o diagnóstico. Síndrome de Wiskott-Aldrich = VPM diminuído pela presença de microplaquetas. Síndrome de Bernard-Soulier = VPM aumentado pela presença de macroplaquetas. PLAQUETOPENIAS Produção reduzida: medicações, QT, RDT, infecções, infiltração neoplásica, aplasia. Aumento destruição: PTI, PTT, CIVD, medicações. Distribuição anormal: hiperesplenismo, hemangiomas gigantes, hemodiluição. Hereditárias: trombastenia de Glanzmann, síndrome de Bernard Soulier, macrotrombocitopenias hereditárias relacionadas ao gene MYH9. CRITÉRIOS 1 – A medicação precede a trombocitopenia, com normalização das plaquetas após a suspensão da medicação. 2 – Única medicação utilizada antes da trombocitopenia. Com a suspensão as plaquetas normalizam. Mesmo utilizando outros medicamentos as plaquetas se mantêm normais. 3 – Exclusão de outras causas de pancitopenia. 4 – Novo contato com a medicação em questão resulta mais uma vez em trombocitopenia. PLAQUETOPENIAS NEONATAL Imunomediadas: aloimune, autoimune, medicamentos, TPI materna. Adquiridas: infecções congênitas, sepse, falências medulares, SMP transitória (Down), neoplasias. Congênitas: S. Wiskott Aldrich, GATA 1, Bernard Soulier, Pseudo von Willebrand. Outras: hiperbilirrubinemia, fototerapia, medicamentos, Policitemia/AHRN. TROMBOCITOSES Trombopoetina: fígado, rins, medula óssea. CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA INVESTIGAÇÃO DAS ANEMIAS FLUXOGRAMA: INVESTIGAÇÃO DE ANEMIAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
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