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Estudo de Caso

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Legislação Aplicada a 
Segurança do Trabalho
Estudo de 
Caso
Professora Me. Mariane Helena Lopes 
Benedito
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estudo de 
caso
DIFERENÇA ENTRE EMPREGADO DOMÉSTICO E EMPREGA-
DO RURAL
Empregado Doméstico
 
De acordo com a definição contida no art. 1º da Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972 
(BRASIL, 1972), é “aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucra-
tiva à pessoa ou à família no âmbito residencial destas”.
Pode-se entender que o empregado doméstico presta serviços, de natureza não econô-
mica, à pessoa física ou à família, para o âmbito residencial destas. Sendo assim, é doméstico 
não só o empregado que exerce funções internamente, na residência do empregador, como 
de limpeza, de faxina, de cozinha, cuidando de crianças ou idosos, mas também o jardinei-
ro, o vigia da casa, o motorista etc.
Portanto, o empregador doméstico não é uma empresa, não exercendo atividades eco-
nômicas ou lucrativas, mas sim é a pessoa natural ou a família.
Pela Lei nº 5.859/1972 (BRASIL, 1972), para a existência do vínculo de emprego em questão, 
exige-se a continuidade na prestação de serviços. Dessa forma, nos dizeres de Gustavo Filipe 
Barbosa Garcia (2011, p. 197),
 a lei exige a efetiva habitualidade na prestação de serviços, de forma contínua, e não intermiten-
te, ao longo da semana. Nesta linha, não seria empregado doméstico aquele que presta serviços 
esporádicos, ou mesmo intermitentes, ou seja, em um, dois ou até três vezes na semana.
O art. 7º da Constituição Federal de 1988 indica os direitos assegurados aos domésticos. 
Contudo, deve-se ressaltar que o art. 7º, letra “a”, da CLT (BRASIL, 1943), estabelece que os 
preceitos contidos na Consolidação das Leis do Trabalho não se aplicam aos empregados 
domésticos. Entretanto, a referida exclusão não mais se aplica, desde a Constituição de 1988, 
quanto aos direitos assegurados no art. 7º, parágrafo único, da CF/1988.
 
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caso
Empregado Rural
 
O art. 7º da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1998), ao arrolar direitos dos trabalhado-
res, faz previsão quanto aos “trabalhadores urbanos e rurais”. A Lei 5.889, de 8 de junho de 
1973 (BRASIL, 1973), regulamenta o trabalho rural.
O empregado rural é definido pelo art. 2º, da citada lei, como “toda pessoa física que, em 
propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador 
rural, sob a dependência deste e mediante salário” (BRASIL, 1973).
Aplicam-se os requisitos da relação de emprego já estudados: pessoa física, pessoalidade, 
não eventualidade, subordinação e onerosidade. Entretanto, deve-se diferenciar o empre-
gado rural do empregado urbano.
Ao analisarmos o art. 2º da Lei nº 5.889/1973, observa-se que o empregado rural presta 
serviços “em propriedade rural ou prédio rústico” (BRASIL, 1973), sendo a propriedade rural 
aquela situada na zona rural; já o prédio rústico pode ser entendido como aquele que, seja 
situado na zona rural ou mesmo em zona urbana, tem como destinação a exploração de ati-
vidade agroeconômica.
Para visualizar melhor a diferença entre essas duas modalidades de empregado, deve-se 
conceituar legalmente quem é o empregador rural.
O art. 3º da Lei nº 5.889/1973 define o empregador rural como “a pessoa física ou jurídica, 
proprietária ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou tem-
porário, diretamente ou por meio de prepostos e com auxílio de empregados” (BRASIL, 1973).
Cabe destacar, ainda, o § 1º do art. 3º da Lei nº 5.889/1973, que inclui, na atividade eco-
nômica referida no artigo citado anteriormente, a exploração industrial em estabelecimento 
agrário não compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho.
Para saber o que são atividades de exploração industrial, deve-se observar o disposto 
no art. 2º, §3º a 5º, do Decreto 73.626, de 12 de fevereiro de 1974, que regulamenta a Lei nº 
5.889/1973.
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Dessa forma, consideram-se como exploração industrial em estabelecimento agrário as 
atividades que compreendem o primeiro tratamento dos produtos agrários in natura, sem 
transformá-los em sua natureza (art. 2º, §4º, do Decreto 73.626/1974).
A indústria rural em que o empregador também é considerado rural é aquela em que 
o produto agrário recebe o primeiro tratamento, desde que não ocorra a transformação de 
sua natureza in natura.
REFERÊNCIAS 
LEI Nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L5859.htm>. Acesso em: 27 de set. 2017.

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