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Impostos e Taxas

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25
ÍNDICE
ÍNDICE DE ABREVIATURAS ........................................................................................ 	3
DECLARAÇÃO DE HONRA ............................................................................................. 	4
RESUMO ............................................................................................................................. 	5
1 	INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 	6
1.1 	OBJECTIVOS ......................................................................................................... 	7
1.1.1	Objectivos gerais ...................................................................................................... 	7
1.1.2 Objectivos específicos ............................................................................................. 	7
1.2 	METODOLOGIA DE TRABALHO .................................................................... 	7
2	OS IMPOSTOS E AS TAXAS ........................................................................... 	8
2.1	Os impostos ...................................................................................................... 	8
2.2	As taxas ......................................................................................................... 	11
2.2.1	Modalidades de taxas ........................................................................................ 	11
2.2.2	Distinção entre a taxa e outras figuras afins ......................................................... 	12
2.3	A aplicação do imposto: Momentos da técnica tributária ..................................... 	13
2.4	Os efeitos económicos dos impostos ................................................................... 	14
2.5 	Distinção do Imposto de outras figuras afins ....................................................... 	15
2.6	Classificação dos impostos ................................................................................ 	17
4	O SISTEMA FISCAL EM MOÇAMBIQUE ....................................................... 	20
4.1	Impostos nacionais ........................................................................................... 	22
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 	24
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 	25
ÍNDICE DE ABREVIATURAS
IRPS	Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares
ISPC	Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes
IRPC	Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas
IVA	Imposto Sobre o Valor Acrescentado
ICE	Imposto sobre o Consumo Específico
IPRA	Imposto Predial Autárquico
IPA	Imposto Pessoal Autárquico
DECLARAÇÃO DE HONRA
	Declaramos que o presente trabalho é resultado da pesquisa efectuada pelo grupo em diversas fontes bibliográficas, e das orientações do docente da cadeira. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Maputo, aos 29 de Setembro de 2011
_____________________________________________________________
(Amélia Baptista Mangamela)
_____________________________________________________________
(Ilídio Azarias Malunguisse)
_____________________________________________________________
(Luciana Guilherme Bila)
_____________________________________________________________
(Luisa Da Conceição Malate)
_____________________________________________________________
(Omar Amade)
RESUMO
O presente trabalho subordina-se ao tema “Impostos e Taxas”. Nos subcapítulos iniciais, é apresentada uma abordagem generalizada sobre os impostos, explicando-se algumas das suas características e a classificação com maior destaque para os impostos directos e indirectos. Também é apresentada a sua distinção de outras figuras afins e os seus efeitos económicos, sendo mais adiante apresentada uma abordagem similar sobre as taxas.
A parte final do presente trabalho apresenta a abordagem sobre o Sistema Fiscal em Moçambique, sua classificação, os tipos de impostos existentes em Moçambique e a conclusão do trabalho.
1 INTRODUÇÃO
A produção, aquisição assim como a alocação de bens para a satisfação das necessidades colectivas por um ente público, é em grande parte condicionada pela existência de receitas, as quais podem ser obtidas de três fontes, nomeadamente, o património, os créditos e os impostos e taxas, donde resultam as receitas patrimoniais, as receitas creditícias e as receitas tributárias, respectivamente.
O presente trabalho debruça-se sobre as duas últimas fontes de receitas públicas citadas no parágrafo anterior – os impostos e as taxas, as quais constituem a parte integrante das receitas tributárias. Nele o grupo apresenta uma abordagem sobre os diferentes tipos de impostos e taxas e sua classificação de uma forma geral, indo desaguar na abordagem sobre o funcionamento do sistema fiscal em Moçambique.
1.2 OBJECTIVOS
1.1.1	Objectivos gerais
· Dissertar sobre os diferentes tipos de impostos e taxas.
· Analizar o funcionamento do sistema fiscal em Moçambique.
1.2.2 Objectivos específicos
· Distinguir os impostos de outras figuras afins;
· Definir e distinguir as taxas de outras figuras afins;
· Apresentar a classificação e os efeitos económicos dos impostos.
· Indicar os diferentes tipos de impostos e taxas existentes em Moçambique;
· Classificar o sistema fiscal de Moçambique;
1.3 METODOLOGIA DE TRABALHO
· Levantamento bibliográfico;
· Discussão em grupo;
2	OS IMPOSTOS E AS TAXAS
2.1	Os impostos
Segundo Sousa (1996:151), o imposto pode ser definido como uma prestação patrimonial, definitiva e unilateral, estabelecida por lei a favor de uma pessoa colectiva de direito público, sem o carácter de sanção, com vista à realização de fins públicos.
Ribeiro (1997:258), define por sua vez o imposto como: “prestação pecuniária, coactiva e unilateral, sem o carácter de sanção, exigida pelo Estado com vista à realização de fins públicos.”
a) Natureza patrimonial versus natureza pecuniária da prestação tributária
De acordo com Sousa (op cit:152), não é essencial a atribuição da natureza pecuniária (relativa ao dinheiro) à prestação tributária, pelo facto de que o imposto pode consistir numa actividade ou então ser pago em espécie. Este autor cita alguns tipos de impostos que não possuem a natureza pecuniária, sendo um deles o imposto de selo, cuja prestação consiste num facto ou numa actividade quando é pago por meio de estampilhas fiscais, pois seguindo esta via de pagamento, a obrigação do imposto só fica cumprida quando se inutiliza a estampilha fiscal e não aquando da sua compra.
Importa salientar que a atribuição da natureza patrimonial, assim como a natureza pecuniária ao imposto poderá ser mais abrangente ou mais restrictiva, conforme a legislação fiscal em vigor num país em determinado período. 
Nos tempos modernos, verifica-se que as outras formas de pagamento dos impostos que não sejam por via de prestações pecuniárias, são postas a parte. Segundo Pereira, et al (2009:213), tal facto deve-se às seguintes razões:
· Essas vias de pagamento de impostos têm efeitos demasiado incertos em termos financeiros, face às crescentes e regulares funções a serem prosseguidas pelo Estado;
· Tendem a enfrentar grande resistência por parte dos cidadãos;
· Exigem métodos administrativos pesados e altamente dispendiosos;
b) Prestação definitiva
O carácter definitivo da prestação tributária resulta do facto de que, tendo sido cumprida esta prestação, não há lugar para qualquer retribuição ou reembolso ao sujeito passivo, salvo nos casos em que ocorre uma tributação indevida ou que por erro na liquidação, o contribuinte tenha pago um valor superior ao efectivamente devido.
c) Prestação unilateral
	O imposto é unilateral pois ao contrário de uma aquisição, por exemplo, na qual o comprador paga e em contrapartida recebeo bem correspondente ao valor pago, no imposto a situação é muito diferente, pois, não existe qualquer relação entre o montante do imposto pago pelo sujeito passivo e as vantagens que o mesmo possa auferir dos serviços públicos.
	Apesar de que as receitas arrecadadas pelo Estado destinam-se à satisfação das necessidades públicas, esta satisfação é feita beneficiando-se indistintamente todos os cidadãos, quer paguem os impostos ou não, portanto, o usufruto dos bens públicos não constitui de forma alguma a contrapartida específica decorrente do pagamento do imposto e nem o pagamento do imposto confere ao contribuinte o direito a uma contrapartida específica. É daí que resulta a unilateralidade do imposto.
d) Prestação estabelecida por lei
O imposto tem um carácter coactivo. A sua criação não depende da vontade do sujeito passivo e o seu pagamento é obrigatório.
e) O carácter não sancionatório
O imposto não possui a natureza de penalidade como a multa, isto é, o seu pagamento não constitui sanção de um acto ilícito.
f) O sujeito activo é um ente público
Segundo Sousa (1996:154), a prestação tributária é estabelecida a favor de uma pessoa colectiva de direito público, isto é, o sujeito activo da relação jurídica tributária, tanto poderá ser o Estado, como uma autarquia local ou qualquer outra pessoa colectiva de direito público que a lei designe como titular do respectivo crédito. Neste caso, segundo o mesmo autor, não é correcto definir o imposto como prestação devida ao Estado.
Pereira, et al (2009:214) não diverge quanto ao sujeito activo do imposto, pois considera que do imposto são beneficiários o Estado, uma autarquia local, outros níveis de governo ou outro ente público.
Relativamente a este aspecto, conclui-se que a legislação moçambicana não diverge, pois não define o sujeito activo do imposto como sendo o Estado, mas sim como uma entidade de direito público[footnoteRef:1]. [1: “ O sujeito activo da relação tributária é a entidade de direito público, titular de direito de exigir o cumprimento das obrigações tributárias, quer directamente quer através de representante.” Art. 8, nº 1 da lei 15/2001.] 
g) Prestação destinada à realização de fins públicos
A finalidade normal e clássica do imposto consiste numa atribuição patrimonial que tem por objectivo habilitar uma pessoa colectiva de direito público com os meios necessários à realização dos seus fins. Entretanto, com o aumento das funções do Estado, hoje em dia o imposto não só possui a finalidade fiscal mas possui também a finalidade extra-fiscal. 
Impostos extra-fiscais – são aqueles que o Estado cobra para simultaneamente obter receitas e atingir outras finalidades, ou só para atingir essas finalidades. Ex.: direitos alfandegários cobrados tendo em vista a protecção da indústria nacional contra a concorrência estrangeira.
Impostos fiscais – são aqueles cujo principal objectivo de cobrança é a obtenção de receitas.
A natureza fiscal não constitui uma absoluta característica de um determinado imposto enquadrado neste grupo. Ao introduzir um imposto fiscal, o Estado não só tem em vista a obtenção das receitas, mas também, a justa repartição dos encargos pelos contribuintes, segundo o princípio de igualidade tributária, Ribeiro (1997:259-261).
Importa salientar entretanto, que todos os impostos cobrados, sejam eles fiscais ou extra-fiscais, acabam por ser usados na cobertura de despesas públicas, considerando que nenhum imposto é cobrado com o objectivo do permanente entesouramento. A diferença entre eles reside no objectivo primordial da sua cobrança.
2.2	As taxas
Segundo Sousa (1996:145), a taxa “é uma prestação tributária estabelecida por lei a favor de uma entidade que exerce funções públicas[footnoteRef:2], como contrapartida da prestação individualizada de uma actividade pública, da utilização individual de bens do domínio público ou da remoção de um limite jurídico à actividade dos particulares.” [2: Diz-se entidade que exerce funções públicas, considerando também a existência das entidades que mesmo sendo de direito privado, tenham sido legalmente concedidas a exploração de serviços de domínio público. Exemplo: a TRAC é uma concessionária de estradas e recebe por isso a taxa de portagem nas estradas por sí construidas.] 
Apesar de a taxa ser uma contrapartida da prestação de um determinado serviço, conforme explica a definição, a mesma não releva a equivalência económica entre essa prestação e o serviço prestado, uma vez que o valor deste último ou dos bens públicos, não obedece a certas regras do mercado ou de custeio.
De acordo com Sousa (op. cit.:147), as taxas não podem ser configuradas como obrigações voluntárias, dependentes da solicitação do contribuinte em usufruir de um bem público de forma individualizada, pois existem taxas cobradas por serviços obrigatórios, tais como aquelas que são cobradas pela justiça a um réu vencido numa acção civil ou pelo réu condenado em processo penal.
2.2.1	Modalidades de taxas
	Da definição acima apresentada, resultam três modalidades de taxa segundo Sousa (op. cit:loc. cit), nomeadamente:
a) Taxas devidas pela prestação de serviços públicos – temos como exemplo destas, as taxas administrativas (propinas escolares, taxas de registo civil, taxas postais, taxas portuárias, etc.) e as taxas judiciais.
b) Taxas devidas pela utilização individualizada de bens ou serviços do domínio público – como exemplo destas temos:
· Taxas devidas pelo uso comum – taxas de portagem, taxas cobradas para a visita de museus, etc.
· Taxas devidas pelo uso privativo – licença, concessão, arrendamento, uso comercial de uma área ou passeio público, etc.
c) Taxas devidas pela remoção de limites jurídicos: licenças – neste grupo encontramos as licenças de uso e porte de arma de fogo e as taxas pela emissão de documentos de residência temporária.
Relativamente ao montante das taxas, Ribeiro (1997:256), considera que este depende da finalidade que o Estado deseja alcançar, seja para simplesmente repartir as despesas ou limitar a procura de um determinado bem. 
Quando a procura de um bem é menor à oferta, a finalidade das taxas é a repartição do custo, enquanto que quando a procura é maior que a oferta, a taxa pode ter tanto a finalidade de limitar a procura ou a de repartir os custos.
Por exemplo, dado maior número de conflitos existentes entre os indivíduos no dia a dia, há uma maior tendência de que a procura pelos serviços de justiça seja maior, daí que interessa limitar a procura dos seviços de justiça por motívos fúteis, e para tal o Estado cobra taxas pesadas à parte vencida.
2.2.2	Distinção entre a taxa e outras figuras afins
a) Taxa e preço
Conforme Sousa (1996:148), estamos perante um preço quando o Estado vende acções de sua carteira de títulos ou lenha das matas nacionais, e temos uma taxa quando se cobra uma certa importância pela prática de um acto de registo civil ou predial. 
Os preços distinguem-se das taxas pois o valor monetário referente aos primeiros é determinado em estrita dependência dos critérios objectivos de mercado, na medida em que o mercado constitui sempre a base da formulação dos preços, e só a partir dessa base é que se efectuam as correcções julgadas convenientes em sede política, apurando-se o preço final a praticar em determinado bem ou serviço.
Diferentemente do que acontece com os preços, a fixação das taxas é independente de um critério de mercado, fundando-se em razões distintas, como a justa distribuição dos encargos públicos, ou em considerações de ordem política, como sejam o facilitar ou dificultar o acesso a certos bens ou serviços.
Segundo Sousa (op. cit.:150), são as diferenças de natureza e diversidade de critérios entre o preço e a taxa que explicam a existência de isenções de taxa, facto que não se verifica no preço por força do princípio da exclusão[footnoteRef:3]. [3: Segundo este princípio, só tem acesso ao bem oferecido quem está disposto a pagar um preço.] 
2.3	A aplicação do imposto: Momentos da técnica tributária
Existem quatro momentos da técnica tributária,estando integrados dois a dois em um processo composto por duas fases distintas, nomeadamente:
I. Definição geral e abstracta das situações a tributar e da medida do sacrifício fiscal respectivo (incidência e taxa de imposto) – nesta fase procura se responder às seguintes questões:
· Qual ou quais, dentre as várias matérias colectáveis possíveis, hão-de ser objecto de tributação? Aqui surge a questão da definição da matéria colectável.
· Qual ou quais, dentre vários métodos ou processos de avaliação da matéria colectável, hão-de ser preferidos? Aqui teremos a questão da determinação da matéria colectável.
II. Aplicação da lei ao caso concreto e através da qual se procede à fixação dos elementos essenciais da relação concreta do imposto e à efectivação da receita fiscal – nesta fase tem se em conta as seguintes questões:
· Qual ou quais, dentre os vários métodos para o estabelecimento do montante do imposto, hão de ser aplicados? Fixação da quota individual.
· Quando e como o contribuinte há-de pagar o imposto? Aqui temos a questão da cobrança.
Os momentos da técnica tributária podem ser resumidos pelas seguintes fases:
1ª Incidência – é a fase em que se definem os pressupostos tributários que fazem nascer a obrigação de imposto. É a fase em que se define a matéria colectável (incidência real) e se identificam os sujeitos passivos da relação jurídica fiscal (incidência pessoal).
A par da incidência positiva, temos a incidência negativa, a qual é integrada por normas que estabelecem isenções de impostos, quer excluindo da tributação, situações que se não fosse pela isenção, seriam objecto de tributação (incidência real negativa), quer excluindo do universo dos contribuintes, sujeitos que sem a norma de isenção são devedores do imposto (incidência pessoal negativa).
2ª Lançamento – é a fase em que se processam as operações conducentes à identificação particular dos sujeitos passivos e à determinação concreta da matéria colectável sobre a qual vai incidir o imposto.
3ª Liquidação – é a operação aritmética da aplicação de uma taxa à matéria colectável apurada na fase do lançamento, para a determinação do montante exacto do imposto devido pelo sujeito passivo.
4ª Cobrança (pagamento) – é a fase final da vida do imposto, para que este tenha toda a relação jurídica fiscal.
2.4	Os efeitos económicos dos impostos
Os impostos originam efeitos económicos decorrentes dos seguintes fenómenos:
a) A repercussão
É um fenómeno que consiste no facto de o contribuinte, recorrendo aos mecanismos do mercado, transferir para outrem, total ou parcialmente o sacrifício fiscal. Este fenómeno tem consequências como o aumento do preço do produto quando a repercussão é progressiva (transferência da carga fiscal do vendedor ou produtor para o comprador), ou a diminuição do lucro em caso duma repercussão regressiva (caso em que o vendedor ou produtor suporta os impostos à custa da diminuição do seu lucro, para evitar uma previsível quebra da procura do seu produto, resultante do aumento do preço, decorrente da incidência do imposto).
b) A amortização do imposto
Esta tem como consequência a redução do valor patrimonial de um determinado bem, devido à incidência do imposto.
c) A remoção do imposto
	A incidência do imposto nos rendimentos de um determinado agente económico, faz com que este procure soluções para cobrir o decréscimo originado pela incidência do imposto, seja resignando-se face à perda do seu rendimento face à incidência do imposto, ou desenvolvendo uma outra actividade que lhe permita obter maiores rendimentos para cobrir o défice. Neste último caso, a tendência de remover o imposto acaba por contribuir para o crescimento económico.
d) A difusão do imposto
	Suponha-se que é introduzido um imposto que incide sobre o rendimento de trabalho. Caso não haja possibilidade de remoção, verificar-se-à uma redução dos rendimentos disponíveis, o que implicará uma redução do consumo de bens supérfluos. Por força das estruturas próprias da economia de mercado, essa redução irá reflectir-se sobre a actividade económica dos produtores desses bens e indirectamente no mercado de trabalho e no mercado de capitais. 
2.6 	Distinção do Imposto de outras figuras afins
a) Imposto e taxa
		O critério tradicional estabelece a distinção com base no facto de o imposto ser principal fonte de financiamento dos serviços públicos indivisíveis e a taxa ser o suporte dos serviços divisíveis isto é, daqueles serviços públicos que prestam vantagens individualizadas a quem os utiliza.
		O Estado e as outras individualidades públicas prestam serviços cuja utilidade não é divisível pelos cidadãos. A defesa nacional e a diplomacia configuram bons exemplos de serviços públicos indivisíveis a suportar através do imposto.
		Há todavia, outros serviços públicos dos quais os particulares retiram utilidades individualizáveis. Tais são, entre outros, os casos dos serviços de educação e de justiça, serviços divisíveis, cuja cobertura financeira, ou parte dela, pode ser obtida através do pagamento de taxas por parte dos particulares que utilizam esses serviços.
		Os fiscalistas tendem a separar o imposto da taxa atendendo a natureza do respectivo vínculo jurídico pelo facto de ser no ponto de vista financeiro a divisibilidade é um critério seguro, mas insuficiente do ponto de vista jurídico.
		A taxa tem a sua origem num vínculo sinalagmático. Quem paga uma taxa já recebeu ou tem a receber uma contraprestação. Já se pretendeu distinguir imposto e taxa com base na ideia de voluntariedade.
		Os impostos seriam obrigatórios enquanto que as taxas teriam uma base voluntária, resultado maioritariamente de solicitação do particular interessado. Um tal entendimento não pode ser aceite porquanto em regra, e no mero plano factual existe voluntariedade quer no imposto quer na taxa.
		Em regra o contribuinte coloca-se voluntariamente na situação prevista no plano de incidência do imposto, do mesmo modo que o faz na taxa.
		Há casos em que a voluntariedade não se verifica na relação jurídica da taxa. Como exemplos, podem apontar-se as taxas de registo civil e registo predial, cuja a utilização, por vezes, não é facultativa.
b) O Imposto e as contribuições especiais
		As contribuições especiais podem definir-se como prestações exigidas a determinados contribuintes em razão de uma vantagem particular e concreta que estes reflexamente auferem do funcionamento do determinado serviço público ou em razão da maior despesa pública que sua actividade provoca.
		Em termos jurídicos, as contribuições especiais são recondutíveis à figura do imposto, uma vez que a vantagem não é directamente prestada ao contribuinte que dela beneficia reflexa e indirectamente.
c) O imposto e a requisição administrativa
		A requisição administrativa consiste um acto através do qual, verificadas as situações de excepção previstas na lei, um órgão da administração exige dos particulares, mediante justa indemnização, a prestação de diferentes serviços, a cessão de coisas móveis ou a utilização temporária de certos bens para ocorrer a necessidade urgentes.
As diferenças entre o imposto e a requisição administrativa são:
		Em primeiro lugar, enquanto o imposto é um meio normal de obtenção de receitas, a requisição é sempre um meio excepcional de satisfação de necessidades públicas.
		Em segundo lugar, o imposto tem em vista a satisfação de necessidades gerais, destinando-se a requisição a fazer face a necessidades concretas e individualizadas de natureza excepcional e urgente.
		Em terceiro lugar, o imposto consiste numa prestação unilateral e difinitiva, a favor de uma pessoa colectiva de direito público que, por isso, não fica adstrita a nenhum dever de prestar específico, isto é, não fica obrigada a nenhuma contraprestação individualizada a favor do contribuinte.
		Um quarto factor distintivo reside no nascimento das respectivas relações jurídicas.
		Com efeito a relação jurídica de imposto tem na verificação dos pressupostos previstos na norma de incidência o seu facto gerador, não cabendoa administração qualquer juízo sobre a oportunidade ou sobre o modo da sua cobrança.
		Por ultimo, enquanto na maior parte dos casos, o imposto se traduz numa prestação pecuniária, a requisição tem em vista a satisfação de satisfação de necessidades concretas e individualizadas de natureza excepcional.
 
2.6	Classificação dos impostos
Existem várias classificações dos Impostos. A diversidade assenta nas diferenças existentes entre os vários impostos, seja quanto ao objecto, processo de determinação da matéria colectável, liquidação e cobrança, seja quanto a natureza das respectivas taxas, seja no que respeita ao seu âmbito territorial.
a) Impostos estaduais e não estaduais
Esta classificação toma como critério de distinção a qualidade do sujeito activo do imposto. Serão estaduais os impostos que têm como sujeito activo o Estado.
Como impostos não estaduais serão considerados todos aqueles em que o credor é uma pessoa colectiva de direito público distinta do estado, como será o caso das regiões autónomas, das autarquias locais e dos institutos públicos.
b) Impostos gerais e locais
Atendendo ao âmbito territorial de aplicação dos impostos verifica-se que há impostos que são de aplicação a todo o território nacional (são os impostos gerais), enquanto outros tem o seu campo de aplicação restrito a um espaço delimitado do território nacional, nomeadamente de uma autarquia (são impostos locais).
c) Impostos Directos e Indirectos
A mais conhecida e generalizada classificação do Imposto é a que separa os impostos directos e indirectos. Para esta distinção têm sido avançados vários critérios, quer económicos quer jurídicos.
Entre os critérios económicos mais utilizados contam-se o da repercussão, o da permanência ou intermitência das faculdades contributivas e da manifestação imediata ou mediata da riqueza tributável.
I – Assim, de acordo com o critério da repercussão seriam indirectos os impostos em que o sujeito passivo da obrigação de imposto pode transferir o sacrifício do imposto para outrem que com ele se relaciona no circuito económico. Seriam directos os impostos em que tal transferência não é possível.
Nestes termos seriam directos os impostos sobre o rendimento e o património e indirectos os impostos sobre a despesa ou consumo.
Este critério depara com duas dificuldades significativas. Respeita a primeira dificuldade ao facto de também os impostos directos serem repercutíveis, como acontece por exemplo com o IRC que, enquanto custo do exercício, pode ser transferido através do preço dos bens e serviços.
A segunda dificuldade reside na circunstância de a repercussão do imposto ser um fenómeno fundamentalmente dependente das condições do mercado, sendo que a repercussão será tanto menos viável quanto mais o mercado se aproximar da concorrência perfeita.
II – Atendendo ao critério da permanência ou intermitência das faculdades contributivas, serão directos os impostos que recaem sobre factos estáveis que respeitam as faculdades contributivas permanentes ou duradouras, e indirectos aqueles impostos que incidem sobre manifestações transitórias e acidentais de riqueza.
Seriam directos os impostos sobre o rendimento e o património e indirectos os impostos sobre o consumo ou a despesa.
III – Um terceiro critério económico aponta para o facto de os impostos directos atingirem manifestações imediatas da capacidade contributiva, como o rendimento, o capital ou património, enquanto que os impostos indirectos atingiriam manifestações mediatas da capacidade contributiva expressas no consumo ou em transferências de bens.
Para a distinção têm sido avançados igualmente critérios jurídicos que atendem basicamente a actividade administrativa no processo de liquidação e cobrança dos impostos.
IV – Um primeiro critério fica a dever-se a Otto Mayer que distingue os impostos directos e indirectos com base na existência ou não de lançamento administrativo.
Seriam directos os impostos em que após a verificação doas pressupostos de facto, existe um processo administrativo de lançamento do imposto destinado a determinar o sujeito passivo, a matéria colectável e a colecta.
Seriam indirectos os impostos cobrados sem dependência de processo de lançamento administrativo, impostos onde, geralmente, se verifica um auto lançamento por parte de contribuinte, limitando-se, normalmente, a actividade da administração fiscal às operações de cobranças e de fiscalização do cumprimento da obrigação de imposto.
V – um segundo critério jurídico, de grande aceitação na doutrina francesa, é o critério do rol nominativo.
Segundo tal critério são impostos directos aqueles cujo lançamento tem na sua base a elaboração prévia de um mapa anual, constituído por verbetes individuais, onde se identifica cada um dos contribuintes, a matéria colectável e a colecta, donde são extraídos os conhecimentos de cobrança.
Trata-se de impostos em relação aos quais é possível a administração fiscal dispor previamente de um rol nominativo, de uma lista nominativa dos diversos obrigados tributários e donde consta o montante devido.
4	O SISTEMA FISCAL EM MOÇAMBIQUE
De acordo com Waty[footnoteRef:4] receitas publica é um recurso patrimonial obtido, num periodo financeiro, pelo Estado, ou outros entes públicos ou com funções públicas, para cobrir necessidades públicas. [4: Waty, TA, Introdução às Finanças Públicas e Direito Financeiro, p 187] 
As receitas têm como objectivo primordial o financiamento da actividade financeira do Estado, sem embargos de outras funções extrafinanceiras, e são de uma grande diversidade que advém do acréscimo das funções do Estado moderno.
De acordo com esta definição podemos identificar três elementos, de natureza objectiva, subjectiva e teleológica, a saber:
Elemento objectivo, que constitui um recurso patrimonial, obtido num determinado periodo financeiro.
Elemento subjectivo onde se descobre as referências aos possíveis beneficiários dos recursos: O Estado em primeiro lugar, outros entes públicos ou com funções públicas.
Elemento teleológico aqui a finalidade dos recursos orçados tem de ser a satisfação de necessidades públicas através da cobertura das necessidades públicas.
Tipos de receitas
As receitas podem ter as seguintes grandes modalidades:
· Receitas patrimoniais
· Receitas tributárias
· Receitas creditícias
Nestas receitas iremos tratar com mais ênfase as receitas tributárias que tem mais expressão no conjunto das receitas do Estado.
São consideradas receitas tributárias:
· O imposto
· As taxas; e
· As contribuições específicas 
O imposto é uma prestação patrimonial coactiva, positiva, definitiva, nao sinalagmática, sem caracter de sanção, estabelecida por lei a favor duma entidade pública, para a satisfação de necessidades públicas e redistribuição de riquezas independente de qualquer vínculo anterior.
A taxa é uma espécie tributária que corresponde a uma prestação patrimonial, legal, a favor de ente público como contraprestação específica e individual de um serviço público ou de remoção de obstáculo jurídico ao comportamento da actividade de particulares. 
As taxas podem ser tarifas ou licenças, admnistrativas ou jurídicas.
Podemos ainda, conforme o seu destinatario, falarmos das taxas gerais, taxas consignadas e taxas emolumentares.
Segundo a Legislaçao Fiscal da Republica de Moçambique 3ª Ediçao, Lei 15/2002, de 26 de Junho o sistema tributário da República de Moçambique assenta em critérios de justiça social e o regime juridico-fiscal segue os princípios da legalidade tributária de equidade, da eficiencia e da simplicidade do sistema tributário.
Tem como objectivo 
Definir as garantias e obrigações do contribuinte e da admnistração tributária, determina os procedimentos básicos de liquidação e cobrança de impostos e institui o regime geral de infrações tributárias. 
Fins da tributação
Visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e de outars entidades públicas e promove justiça social, a igualdade de oportunidades e a necessária redistribuição da riqueza e do rendimento. Respeita os princípios da generalidadeda igualidade, da legalidade, da não retroavidade, da justiça material e da eficiência e simplicidade do sistema tributário.
Modalidades de cobrança
	A cobrança das dívidas tributarias pode ocorrer sob forma de pagamento voluntário ou coercivo.
	Constitui pagamento voluntário de dívidas tributarias o efectuado dentro do prazo estabelecido nas leis tributárias.
4.1	Impostos nacionais
1- Tributaçao directa
IRPS – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares- incide sobre o valor global anual dos rendimentos, mesmo quando proveniente de actos ilicito e o seu regime tem em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar.Lei 33/2007, de 31 de dezembro
ISPC- Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas – devido pelas pessoas singulares ou colectivas que desevolvam actividades agricolas industiais ou comerciais e ainda os exportadores e importadores. Lei 5/2009, de 12 de janeiro
IRPC – inscide sobre os rendimentos obtido, ainda que proveniente de actos ilicitos, no periodo da tributaçao, pelos sujeitos passivosdo IRPC. Lei 34/2007, de 31 de dezembo
2- Tributaçao indirecta
IVA –Imposto Sobre o valor acrescentado das transmiçoes de bens e prestaçoes de serviço realizado no territorio Moçambicano bem como imprtaçoes de bens.LEI 32/2007 DE 31 DE Dezembro
ICE – Imposto sobre Consumo Especificos tributa de forma selectiva o consumo de determinados bens de consumo considerados de luxo, soperflus, nocivos a saude ou perigosos para o consumo humano. Decreto 52/98 de 29 de Setembro
Direitos Aduaneiros- inscidem sobre as mercadoruias importadas e exportadas no territorio aduaneiro. LEI 6/2009 de 10 de Março.
Imposto de Selo – inscide sobre todos os documentos livros papeis e actos designados em tabela propio. Decreto 6/2004 de 1 de Abril
Sisa – inscide sobre transmi,coes a titulo onerozo do direito de propriedade ou de figuras parcelares desse direito,sobre bens e imoveis. Decreto 46/2004
Imposto Especial Sobre o Jogo. Lei 8/94 de 14 de setembro
Imposto de Resconstruçao Nacional. Decreto 4/87 de 30 de Janeiro
Imposto sobre Veiculos. Decreto 19/2002 de 30 de julho
3- Outro impostos ou taxas estabelecidas por lei
Taxa sobre combustiveis
Imposto sobre a produçao mineira. Lei 11/2007 de 27 de junho
Imposto sobre a superficie. Lei 11/2007 de 27 de junho
Imposto sobre a produçao de petroleo. Lei 12/2007 de 27 de junho
4- Impostos autarticos lei 1/2008 de 16 de janeiro
IPA – Imposto Pessoal Autartico l
IPRA –imposto predial autartico
Imposto Autartico de veiculos
Imposto Autartico da Sisa
Contribuiçao de Melhorias
Taxas por Licenças Concedidas e por Actividade economica
Tarifas e taxas pela Prestaçao de serviço
5	CONCLUSÃO
Um dos aspectos que permitem a fácil distinção entre o imposto e a taxa é a unilateralidade de que o imposto é característico, sendo que a taxa é bilateral. Com efeito, ao contrário do imposto, que não confere a quem o paga o direito a nenhuma contrapartida directa e imediata ligada a esse pagamento, a taxa é sempre a contrapartida individualizada de algo que se recebe em troca, seja um serviço concretamente prestado, seja a utilização de um bem do domínio público, ou a remoção do limite legal ao exercício de determinada actividade.
Os efeitos dos impostos na economia estendem-se desde o nível micro até ao nível macroeconómico, pois devido à difusão, a sua incidência é sentida por todos os indivíduos, independentemente da ligação ou não entre os sectores económicos em que estejam enquadrados, ou do nível social.
Importa sublinhar que apesar do facto de a incidência do imposto poder resultar na redução do poder aquisitivo do comprador ou consumidor, doutro lado a existência do imposto pode estimular o crescimento económico pelo efeito da remoção.
6	BIBLIOGRAFIA
SOUSA, Domingos Pereira. Finanças Públicas. Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 1996.241p.
RIBEIRO, Joaquim José Teixeira. Lições de Finanças Públicas. 5. Ed. Coimbra Editora, 1997. 468p.
PEREIRA, Paulo Trigo; et. al. Economia e Finanças Públicas. 3. ed. Escolar Editora, 2009. 604p.

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