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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CAMPUS UFRJ MACAÉ – PROFESSOR ALOÍSIO TEIXEIRA Professor Gilberto Dolejal Zanetti Farmacobotânica DISCIPLINA: FARMACOBOTÂNICA CARGA HORÁRIA: 60 horas-aula CARACTERÍSTICAS DO CURSO: Teórico-prático AVALIAÇÃO: média de 3 provas teórico-práticas (10,0 cada). Prova final (média 5). PROVAS ATRASADAS: realizar até a prova final com toda a matéria da disciplina. BIBLIOGRAFIA BÁSICA 1. Farmacopéia Brasileira . 5ª Ed. Atheneu. 2010. 2. Oliveira F, Akisue G e Akisue MK. Farmacognosia. Ed. Atheneu. 3. Oliveira F e Akisue G. Fundamentos de Farmacobotânica. Ed. Atheneu. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. Di Stasi LC. Plantas medicinais: Arte e ciência. Ed. UNESP. 2. Glória BA e Guerreiro SMC. Anatomia Vegetal. Ed. UFV. 3. Gonçalves EG e Lorenzi H. 2007. Morfologia Vegetal – Organografia e dicionário ilustrado de morfologia das plantas vasculares. Instituto Plantarum. 4. Gattuso MA e Gattuso SJ. Manual de procedimentos para analisis de drogas em polvo. Ed. Universidade Nacional de Rosário. 5. Judd et al. Sistemática vegetal. Um enfoque filogenético. 6. Souza VC e Lorenzi H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira. Instituto Plantarum. Errata Destaca-se que neste material tem-se escrito, por vezes, pelos e parênquima lacunoso e no entanto é usual as denominações tricoma e parênquima esponjoso, respectivamente. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO SEMANA AULAS TEÓRICAS 1 Introdução: Bases do trabalho em farmacobotânica 2 Identificação de plantas x autenticidade de drogas vegetais Plantas como insumos farmacêuticos: cultivo, colheita e pós-colheita 3 Determinação de características organolépticas de drogas vegetais Determinação de características macroscópicas da droga em pó 4 Caracterização macroscópica da folha Prova 1 5 Caracterização microscópica da folha: secção paradérmica e célula vegetal Caracterização microscópica da folha: secção transversal – epiderme e mesofilo (parênquima) 6 Caracterização microscópica da folha: secção transversal – colênquima, esclerênquima e estruturas secretoras 7 Caracterização microscópica da folha: secção transversal – feixes vasculares 8 Caracterização da raiz e do caule: cascas 9 Caracterização da raiz e do caule: lenho 10 Prova 2 Caracterização farmacobotânica da flor: introdução e verticilos externos 11 Caracterização farmacobotânica da flor: verticilos internos 12 Caracterização farmacobotânica do fruto 13 Caracterização farmacobotânica da semente 14 Prova 3 e segunda chamada 15 Prova final CONTEÚDO PROGRAMÁTICO SEMANA AULAS PRÁTICAS 1 Introdução: amostragem e montagem de exsicata 2 Plantas medicinais: categorias taxonômicas e táxons 3 A célula vegetal: lâmina temporária de grão de amido 4 Prova 1 5 Caracterização microscópica da folha: lâmina temporária de secção paradérmica e o estudo da epiderme 6 Caracterização microscópica da folha: lâmina permanente de secção transversal e o estudo da epiderme e do parênquima (mesofilo) 7 Caracterização microscópica da folha: lâmina permanente de secção transversal e o estudo do colênquima, xilema e feixes vasculares 8 Caracterização microscópica da folha: lâmina permanente de secção transversal e o estudo de xilema, floema e estruturas glandulares 9 Caracterização microscópica de folhas, raiz e caule em pó 10 Prova 2 11 Caracterização farmacobotânica flor em pó 12 Caracterização farmacobotânica do fruto 13 Caracterização farmacobotânica da semente 14 Prova 3 e segunda chamada 15 Prova final 1. Botânico 2. Físico-químico 3. Biológico 4. Microbiológico Farmacobotânica Planta Medicinal: Toda a planta que contém substâncias ativas com propriedades terapêuticas, profiláticas ou paliativas. Droga: planta ou suas partes, após processo de coleta, estabilização e secagem, para a utilização terapêutica. conforme as resoluções da ANVISA 1. INTRODUÇÃO: BASES DO TRABALHO EM FARMACOBOTÂNICA Palavra derivada do grego droga, medicamento, remédio, veneno P h a r m a k o n B o t a n e planta, vegetal trata da autenticidade de drogas vegetais visando o controle de qualidade. F a r m a c o b o t â n i c a Morfologia Anatomia Testes organolépticos droga inteira, rasurada, triturada ou em pó Características macroscópica Características microscópicas Características organolépticas exsicata Lâmina histológica Droga em pó Laudo técnico e contra-prova Métodos de trabalho em Farmacobotânica Outros instrumentos que podem ser utilizados: Perfil cromatográfico (cromatogramas) e perfil eletroforético (eletroferograma), utilizando a quimiotaxonomia e a determinação de genes com a biologia molecular. - Fazer quarteamento, amostra final de no máximo 100 g - É permitido até 2% de mistura desde que não prejudicial à saúde. Caracterização dos ensaios em farmacobotânica As análises fornecem subsídios que contribuem na padronização dos insumos farmacêuticos, permitindo a diferenciação inclusive entre espécies botanicamente muito próximas. • Baixo custo do material • Tempo reduzido de análise • Alto grau de reprodutibilidade dos dados 2. Identificação de plantas x autenticidade de drogas vegetais Plantas farmacopéicas x Plantas não farmacopéicas Camomila Carqueja Espineira-santa Marcela Pata-de-vaca Pitangueira baleeira baldrame Erva-de-bicho Ginco mulungu Tansagem sistemática Trata de regrar as práticas na classificação de um organismo. Trata da teoria para ordenar a classificação dos organismos. taxonomia taxis + namus = arranjar + regras sys + histanai = junto + colocar Espécie população indivíduos * Categoria taxonômica lineana Categorias taxonômicas Táxons Domínio = império Reino * Divisão (filo) Classe * Ordem * Família Tribo Gênero * Espécie* Eukaria Plantae Angiospermae Magnoliopsida Celastrales Celastraceae ------ Maytenus Maytenus ilicifolia CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA BOTÂNICA nome genérico + epíteto específico + autoria Vitis vinifera L. Cuidar A diferença entre autor e determinador. A sinonímia botânica de uma espécie. Uso de artigo definido antes do NC. Uso de letras maiúsculas e minúsculas. Linneu Nome científico da espécie Observações 1. Luehea divaricata Mart. et Zucc. Et ou &: Usa-se no caso de 2autorias 2. Tillandsia tomentelii De Luca et al. et al. ou & al.: usa-se no caso de mais de 2 autores. 3a. Maytenus ilicifolia (Schrad.) Planch. Uso de nomes entre parenteses: (Schrad.) é o autor do táxon que sofreu alteração e Planch. é o autor que fez alteração. 3b. Maytenus ilicifolia Martius ex. Reissek 2 autores: o segundo tornou válido a citação do primeiro. 4. Tabebuia avellanedae Lorentz ex Criseb. 5. Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos Nome legitimo Nome ilegitimo Nome legitimo Nome aceito • Maytenus cf. ilicifolia (Schrad.) Planch. - Espécie com determinação a conferir • Maytenus sp. - Uma espécie • Maytenus spp. - Várias espécies Na teoria tem-se uma grande discussão sobre os conceitos de espécie. Conceitos horizomtais (atemporais): Biológico, ecológico, fenético (morfológico). Conceitos verticais (temporais): evolutivo, cladístico, filogenético . E S P É C I E do latim: tipo Na prática as espécies são reconhecidas por suas diversas características fenéticas. A unidade básica conceitual de espécie é a população, com as variações intrapopulacionais dado o dimorfismo, idade, sazonalidade,raças geográficas e químicas. Cada espécie apresenta uma faixa limitada de variação em seus caracteres Viabiliza o conhecimento dos limites da diversidade intraespecífica Possibilita a diagnose das espécies e, consequentemente, a sua classificação taxonômica, que se baseia na descontinuidade da variabilidade dos caracteres. 1. Variedade (Var.) Grupo de indivíduos de uma espécie que apresenta característica(s) constante(s), herdadas geneticamente, que as passam de geração para geração. Brassica olracea L. var. acephala DC. 2. Clone (cl.) Conjunto de indivíduos obtidos vegetativamente, e, por isto mesmo, geneticamente igual ao seu antecessor. 3. Híbrido Indivíduo que resulta do entrecruzamento de individos de espécies diferentes. ex: orquídeas, hortelãs, cactos, palmeiras, coqueiros e manjericões. PRINCIPAIS CATEGORIAS INFRA-ESPECÍFICAS A determinação botânica de uma espécie, ou seja, sua identificação, deve ser realizada por um especialista e o trabalho resulta em um laudo técnico. A farmacobotânica se ocupa apenas da autenticidade de insumos farfmacêuticos de origem vegetal. Na determinação botânica o exemplar estudado é exsicatado e depositado em um herbário, como contra-prova e registro do trabalho técnico realizado. No laudo técnico deve constar o registro de tombamento da exsicata no herbário. 3. PLANTAS COMO INSUMOS FARMACÊUTICOS Planta medicinal drogas medicamento • CULTIVO • COLHEITA • PÓS-COLHEITA • CONSERVAÇÃO DE DROGAS VEGETAIS • ANÁLISE DE DROGAS VEGETAIS • TECNOLOGIA FARMACÊUTICA • CONTROLE DE QUALIDADE CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS mercadológico O cultivo deve ser realizado com plantas domesticadas e sob as mesmas condições preconizadas para se obter o maior percentual de substâncias ativas desejadas. Brasil: Culturas de clima subtropical e tropical COLHEITA DE INSUMOS VEGETAIS OBJETIVO obtenção de drogas com o máximo de S.A. de forma homogênea. • Constância da composição química, garantindo a uniformidade do produto final. Ex: alcaçus - Glycyrrhiza glabra L. - cascas e rizomas - deve conter 4 % de ácido glicirrizínico. * Todo o coletor de plantas medicinais deve ser cadastrado no IBAMA desde 1998. QUESTÃO LEGAL • Observar a lei 9605/1998 e cadastrar-se junto ao IBAMA conforme portaria 113/1997 e lei 6938/1981, com redação dada pela lei 7804/1989 – artigo 17. Parte da planta Época de colheita Raiz e caule Outono /inverno – processos vegetativos estacionados Folha Antes da florada Flor Em botões florais: alfazema e cravo-da-índia Em plena florada: marcela, calêndula, camomila Fruto Antes da maturação: anis-estrelado, abacateito, macieira Semente madura e antes da deiscência do fruto PÓS-COLHEITA 1. TRATAMENTO INICIAL • eliminação de elementos estranhos e indesejáveis. • lavagem rápida – para eliminar massa de terra aderente. • utilização de água hipoclorada ou ozonizada (< a contaminação). • mondagem – retirada da camada externa de qualquer órgão, para eliminação de impurezas. • partes volumosas são cortadas em pedaços para facilitar a secagem. Agente desinfectante Concentração (%) Facilidade de remoção Tratamento (min) Eficácia Hipoclorito de calico 9-10 +++ 5-30 ++++ Hipoclorito de sódio 2 +++ 5-30 ++++ Peróxido de hidrogênio 10-12 +++++ 5-15 +++ Água de bromo 1-2 +++ 2-10 ++++ Nitrato de prata 1 + 5-30 +++ Cloreto mercúrico 0,1-1 + 2-10 ++ 2. DESINFECÇÂO Visa a inativação de enzimas • Consiste em submeter rapidamente o insumo a altas temperaturas, no vácuo ou não, antes da secagem. • Utiliza-se autoclave: 70-110 ºC e pressão controlada. Em regra: 80 ºC (15-30 min). Ex: Brassica nigra (L.) Koch. 3. ESTABILIZAÇÃO EM PLANTAS MEDICINAIS • É importante em drogas cardiotônicas, pois enzimas desdobram a cadeia glicosídica reduzindo a atividade farmacológica. • Digitalis lanata (0,165 % de digoxina e 0,097 % de digitoxina) • Digitalis purpurea (0,123 % de digitoxina) 103 ºC por 3 min. e secagem subseqüente a 40 ºC. • Visa eliminar água da planta: Evita contaminação e promove a redução de volume do mesmo. 4. SECAGEM DE PLANTAS MEDICINAIS SECAGEM NATURAL •Processo brando permitido em regiões ou estações com baixa umidade relativa no ar. • Secagem na sombra: a secagem é lenta. • Secagem no sol: evaporação de componentes voláteis ou destruição de termolábeis. Pode alterar, por oxidação, certos tipos de S. A. •Secagem mista: leva-se primeiro ao sol por algumas horas e passa-se à sombra. • Partes lenhificadas: podem ser secas diretamente no sol • Partes não lenhificadas: devem ser secas na sombra ou a meia-sombra • Espalha-se o material em camadas finas: 3 cm para folhas 15-20 cm para flores • Permitir a circulação de ar para proporcionar uma secagem uniforme • Revolve-se de 3 em 3 horas SECAGEM ARTIFICIAL • Emprega-se comumente estufas com ar circulante. • Este processo é recomendado em escala comercial ou de pesquisas e também para locais frios e chuvosos, bem como para órgãos carnosos e suculentos. • A temperatura máxima geralmente fica entre 38 a 40 ºC. • As embalagens aconselhadas são as porosas ou frascos de vidros escuros. • Manter hermeticamente fechados. • Primar pela identificação do material. • Embalagens metálicas podem reagir com ác. Orgânicos. • Óleos voláteis e fixos, atacam embalagens plásticas. • Gomas e resinas devem ser armazenadas em barris ou caixas de madeira. EMBALAGEM DE DROGAS VEGETAIS TEMPO MÁXIMO PERMITIDO DE ARMAZENAMENTO DE DROGAS VEGETAIS As farmacopéias proíbem o uso de drogas armazenadas por mais de um ano. 2 anos: uso de plástico e papel krafft duplo. ESTOCAGEM DE DROGAS VEGETAIS AMBIENTE: TEMPERATURA, UMIDADE E LUMINOSIDADE • Ambiente seco e temperatura entre 5-15 ºC. • depósitos de alvenaria e cerâmica. • pé direito alto: boa ventilação. • Iluminação mínima. • colocar sobre estrado ou em varais. desinfecção e desinfestação periódica: vapores tóxicos de p-diclorobenzeno e de brometo de metila. = Sensorial, que sensibiliza os sentidos. são características importantes na avaliação do estado de conservação e também na autenticidade de drogas vegetais. 4. Determinação de características organolépticas As propriedades organolépticas advêm de características percebidas pelos sentidos humanos, como a cor, o paladar, o odor e a textura. Cor Sabor Odor Textura Designação de cores Branco, brancacento ou esbranquiçado, azul, alaranjado, rósea, marrom, vermelho, cinza, verde, amarelo, etc. Descrição de cores A cor dominante deve ser colocada em primeiro lugar numa descrição da droga. Ex: azul- esverdeado, verde-azulado, vermelho-violáceo, violeta-avermelhado, vermelho- amarronzado, marrom-avermelhado, etc número de cores presentes na droga Discolor ou bicolor; concolor Brilho presente na droga Opaca; luzidia Adjetivos usados para complementar a descrição de cores ligeiramente (ex. ligeiramente amarelado), fluorescente (ex. amarelo fluorescente), intenso (ex. amarelo intenso), pálido (ex. amarelo pálido), escuro (ex. verde escuro), maculada, variegata, etc Quando as cores apresentam-se com nuances diferentes ao padrão de uma droga tem- se um indicativo de mau processamento, contaminação ou indícios de deterioração. As drogas apresentam nuances de cores que são singulares e que por isso mesmo podem ser comparadas com um padrão específico. C O R Sistema de cores Alguns métodos de nomear cores mais conhecidos são os métodos Munsell, ISCCou NBS, HSI ou HSV, Pantone. Sistema de cores Munsell Todas as cores estão organizadas tridimensionalmente conforme a luminosidade (claridade), tonalidade (matiz) e croma (saturação). Desta forma, cada cor tem uma notação específica. Usando a nomenclatura Munsell H V/C (Tonalidade Luminosidade/Saturação), o azul-vivo teria a notação 5R 6/14. 5R = tonalidade ou matiz (azul), 6 = valor da luminosidade (moderadamente clara) e 14 = saturação Azedo: gosto causado pela ação dos ácidos, Em que a intensidade da sensação gustativa depende da concentração do íon hidrogênio. Salgado: Gosto provocado por sais ionizados. Os ânions também participam dessa sensação. Doce: Gosto causado por algumas categorias de substância químicas como os çúcares, álcoois, aldeídos, cetonas, amidas, ésteres e aminoácidos. Amargo: Gosto causado por várias substâncias quase que inteiramente orgânicas. Umami (do japonês: saboroso). Gosto identificado por receptores específicos espalhados pela língua, os TmGluR4, provocado pelo aminoácido glutamato monossódico que intensifica o sabor dos alimentos. O sabor é uma propriedade percebida com o paladar. Os estímulos conhecidos como paladar são misturas de quatro sabores básicos: S A B O R Designações usuais do sabor Adstringente Oleoso Mucilaginoso Acre (picante) Ardido Doce Sui generis Inespecífico O odor é uma propriedade percebida pelo olfato. As drogas podem ser classificadas basicamente em dois grandes grupos: Droga inodora Droga odorífera (odorante) - cheiro - aroma O D O R Penetrante Leve ou suave Nauseoso Adocicado Inespecífico Fétido Sui generis Odor de putrefação Lembra mentol, etc. Denominações usuais para designar o odor A textura é uma propriedade percebida pelo tato e nos oferece características singulares para cada droga vegetal. T E X T U R A Glabra (lisa) Pubescente Tomentosa Sedosa Lanosa Hirsuta (híspita, áspera, escabrosa) espinescente Verrucosa Estriada Ondulada Maculada Lenticelado Denominações usuais para designar a textura 5. DETERMINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS DA DROGA EM PÓ Ensaios: - Qualitativos - Semi-quantitativos - Quantitativos 5. DETERMINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS DA DROGA EM PÓ Caracterização macroscópica de pós Caracterização organoléptica Tamanho Forma ângulo Bordos Consistência Textura Cor Odor Sabor CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA DA DROGA EM PÓ Granulometria 1. Tamanho homogêneo ou heterogêneo seguir a tabela OMS para a granulometria CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA DA DROGA EM PÓ • Tamanho homogêneo ou heterogêneo seguir a tabela OMS para a granulometria • Consistência Coriácea, membranácea, papirácea, herbácea, lenhosa, fibrosa, fistuloso (oco), etc. • Fratura Forma: aquadradada, retangular, triangular, arredondada, etc. Ângulo: citar o ângulo das fraturas 30º, 35º, 90º, etc. Bordos: retas, sinuosas, reta com poucas reentrancias, etc. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CAMPUS UFRJ MACAÉ – PROFESSOR ALOÍSIO TEIXEIRA AULAS PRÁTICAS DE FARMACOBOTÂNICA Aula prática 1 Montagem de exsicatas, tomada de amostragem de drogas vegetais Exercício nº 1 Prepare o material vegetal fresco recebido para a montagem de uma exsicata a ser entregue em um herbário e responda: • Quais as medidas das cartolinas utilizadas na montagem de uma exsicata? • Qual a cor da cartolina aceita para as exsicatas de material coletado no Brasil? • Quais as posições indicadas para a acomodação do material botânico em uma exsicata? • Onde as etiquetas devem estar afixadas em uma exsicata? • Quais as informações que uma etiqueta de exsicata deve conter? • Os Herbários em geral recebem exsicatas em unicata, duplicata ou triplicata? • De que é composto o registro de uma exsicata em um Herbário? Exercício nº 2 Supondo que você receberá 40 embalagens totalizando 2000 kg de inflorescências de Achirocline satureoides em uma Indústria farmacêutica, responda: • Quantas embalagens você deve retirar material para análise? Qual o peso total da amostra que você deverá retirar das embalagens? Exercício nº 3 Considerando que durante um ano a indústria em que você trabalha recebeu seis vezes (uma vez a cada 2 meses) 3000 kg de inflorescências de Achirocline satureioides e que após a tomada de amostragem e quarteamento foi verificado que a porcentagem de material estranho a droga recebida foi de: Janeiro de 2010 – 1,99 % de material estranho; Março de 2010 – 0,098 % de material estranho; Maio de 2010 – 2,53 % de material estranho; Julho de 2010 – 1,26 % de material estranho; Setembro de 2010 – 25,67 % de material estranho; Outubro de 2010 – 9,42 % de material estranho; Dezembro de 2010 – 1,17 % de material estranho. Pergunta-se: em quais das seis vezes o material não pode ser considerada de boa qualidade para a produção de medicamentos? Qual o procedimento a ser tomado quando uma droga recebida na Indústria em que você trabalha como técnico apresenta-se, conforme sua análise, com qualidade inferior a explicitada no laudo técnico recebido pelo fornecedor. Exercício nº 4 Quais as partes que compõem um laudo técnico? Exercício nº 5 Qual o primeiro passo a ser realizado com a amostragem de uma droga vegetal para se realizar uma análise microscópica? Exercício nº 6 No que consiste a prova e a contra prova de um ensaio em farmacobotânica? Coleta – cadastro no IBAMA Prensagem – dobrar em V, N ou M. Troca de papéis a cada 24 h. Limpeza e triagem do material Secagem – desidratar a temperatura de 40-60 ºC. Montagem –Estender, costurar e rotular em papel kraft ou cartolina branca. Incorporação ao acervo de um herbário– registro e arquivamento. EXSICATAS Métodos de trabalho: caracterização macroscópica Curador do herbário Rede Brasileira de Herbários Index Herbariorum - Missouri Botanical Garden Regras do herbário: exemplo material florido, somente duplicata e não unicatas. Receber o registro da exsicata - composta do acrônimo do Herbário e números. O material vegetal foi coletado na cidade de Macaé, RJ, Brasil, e devidamente identificada, sendo depositada no Herbário da Universidade Federal do Rio de Janeiro-Campus Macaé, conforme exsicata HMDB 58385. Exsicata Blusa: 42 x 29,5 cm – com a planta e a etiqueta ao pé direito. Saia: 42 x 59 cm – capa protetora com a etiqueta centralizada. Prensar em V, N ou M Blusa saia Aula prática 2 Categorias taxonômicas e táxons de plantas medicinais Exercício nº 1 Enquadre em categorias taxonômicas e seus respectivos táxons as seguintes plantas medicinais, assinalando as que constam em monografias da Farmacopéia Brasileira: 1. Ginco 2. Erva-baleeira 3. Cancorosa ou espinheira santa 4. Pata-de-vaca 5. Babosa 6. Digilatis 7. Estévia 8. Erva-de-bicho 9. Malva 10.Pfáfia 11. alcachofra 12.Camomila 13.Café 14.Guaraná 15. japecanga Exercício nº 2 Determine a granulometria do guaraná em pó (Farmacopeia Brasileira V ed.) Exercício nº 3 Esquematize ensaios qualitativos, quantitativos e semi quantitativos com o uso de padrões e branco Exercício nº 4 Determine o Índice de intumescência da Malva em pó (Farmacopeia Brasileira V ed.) Exercício nº 5 Determine o Índice de amargor da carqueja em pó (Farmacopeia brasileira V ed.) Aula prática 3 Substâncias ergásticas e a célula vegetal: lâmina temporária de grão de amido Exercício nº 1 Monte lâminas temporárias com farinha de berinjela, tapioca e maizena, observe ao microscópio de menor a maior aumento e descreva os grãos de amido. Exercício nº 2 Diferenciecorte paradérmico de corte transversal: Exercício nº 3 Observe tipos diversos de células vegetais em uma lâmina permanente de Baccharis trimera (figura abaixo) e enquadre em uma classificação os tecidos vegetais, utilizando para tanto o desenvolvimento da espessura da parede celular das células que os compõem: Secções histológicas quanto a orientação Célula vegetal • Sistema de membranas e reforços externos (parede celular) • Sistema energético - mitocôndrias - plastídeos • Sistema genético - cromossomas - ribossomas • Sistema contractil e citoesqueleto - microfilamentos - microtúbulos • Substâncias ergásticas - amido e cristais de sais de cálcio Tecidos vegetais • Meristemas apicais • Protoderme = dermatogêneo • Periblema = meristema fundamental • Procâmbio = pleroma • Coifa = caliptra • Meristemas laterais • Felogênio • câmbio • Tecidos de revestimento • Epiderme • Periderme • Tecidos de preenchimento • Parênquimas • Tecidos de sustentação • Colênquima • Esclerênquima • Tecidos de condução • Xilema • Floema • Tecidos permanentes • Tecidos meristemáticos IDIOBLASTOS AMILÍFEROS: GRÃOS DE AMIDO Aula prática 4 Objetivo: montar lâmina temporária com secção paradérmica para explorar estruturas da epiderme vegetal Exercício 1. Qual o procedimento inicial no laboratório para se fazer uma lâmina histológica de uma droga vegetal? 2. Monte uma lâmina temporária com secção paradérmica das folhas de boldinho-africano (gênero Plectranthus) e com guaco (Mikania glomerata) tanto da face adaxial como da face abaxial e preencha a tabela abaixo: Estruturas Guaco face adaxial Guaco face abaxial Boldinho Face adaxial Boldinho Face abaxial Células epidérmicas Estômatos Tricomas tectores Tricomas glandulares observações Aula prática 5 Objetivo: analisar lâmina permanente com secção transversal de folha para explorar estruturas da epiderme e parênquima vegetal, caracterizando o aspecto geral do mesofilo. Exercício: Analise as estruturas da epiderme tanto da face adaxial como da face abaxial das folhas de murta (Blepharocalix sp.) e também observe a construção do mesofilo no que se refere aos tipos de parênquimas que ocorrem nesta espécie e preencha a tabela abaixo: Estruturas Murta Células epidérmicas Estômatos Tricomas tectores Tricomas glandulares cutícula Formações epicuticulares mesofilo Células e camadas celulares do parênquima Espaços intercelulares do parênquima observações EPIDERME EM VISTA TRANSVERSAL Tecidos de preenchimento - parênquimas 1. Parênquima clorofileano = clorênquima 1. Paliçádico 2. Esponjoso Outros tipos de parênquima: parênquima amilífero, aerênquima e parênquima aquífero Aula prática 6 Objetivo: analisar lâmina permanente com secção transversal de folha para explorar estruturas de colênquima, esclerênquima e feixes vasculares. Exercício: Analise as estruturas da região central da folha de murta (Blepharocalix sp.) referente ao colênquima, esclerênquima e bainha vascular, xilema e floema. Em uma região lateral da folha nesta mesma secção observe a estrutura dos feixes vasculares de menor tamanho e preencha a tabela abaixo: Estruturas Murta Epiderme Parênquima Colênquima Esclerênquima Feixe vascular central Feixe vascular na região lateral observações • Tecidos de sustentação Colênquima Esclerênquima colênquima x x x x x Tecidos de condução: xilema e floema Aula prática 7 Objetivo: analisar lâmina permanente com secção transversal de folha para explorar estruturas glandulares e de feixe vascular, além de iniciar executar lâminas da droga em pó. Exercício 1: Analise as estruturas da região central da folha de murta (Blepharocalix sp.) referente ao feixe vascular e estruturas glandulares e preencha a tabela abaixo: Estruturas Murta Bainha vascular xilema floema Estruturas glandulares observações Exercício 2: Faça um texto com as anotações das tabelas referentes as folhas de Blepharocalix: epiderme, mesofilo, feixes vasculares Estruturas secretoras Origem: epidérmica ou parenquimática • Idioblastos: cristaliníferos, amilíferos, mucilaginosos, etc. • Tricomas secretores • Cavidades e ductos Aula prática 8 Objetivo: analisar lâmina temporária de raiz, caule e folha em pó ou características macroscópicas. Exercício 1: Monte e analise uma lâmina temporária das folhas do boldo-do-chile em pó, destacando em um texto as estruturas observadas Exercício 2: Monte e analise uma lâmina temporária da cúrcuma em pó, destacando em um texto as estruturas observadas Exercício 3: Faça a análise macroscópica das raízes da japecanga e de lótus, destacando em um texto as estruturas observadas Exercício 4: Analise a lâmina de Bacharis trimera Exercício 5: Analise a foto abaixo e enumere na mesma as regiões anatômicas desta secção: Aula prática 9 Objetivo: analisar lâmina temporária de flores em pó. Exercício 1: Monte e analise uma lâmina temporária a partir de um sachê com as flores de camomila pulverizada, destacando em um texto as estruturas observadas. Exercício 2: Faça a análise macroscópica das flores de cravo-da-índia e de alfazema, destacando em um texto as estruturas observadas Aula prática 10 Objetivo: analisar frutos em suas características macroscópicas. Exercício 1: Faça a análise macroscópica dos frutos de anis-estrelado, funcho, maça, buchinha-do-norte e tangerina, destacando em um texto as estruturas observadas: Exercício 2: Classifique os frutos que seguem: Aula prática 11 Objetivo: analisar lâmina temporária de sementes em pó ou suas características macroscópicas. Exercício 1: Monte e analise uma lâmina temporária das sementes de urucum em pó, destacando em um texto as estruturas observadas: Exercício 2: Faça a análise macroscópica das sementes de café e da noz-moscada, destacando em um texto as estruturas observadas:
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