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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: FARMÁCIA DISCIPLINA: FARMACOGNOSIA NOME DO ALUNO: JANAINA NOBREGA DA CRUZ RA: 0554164 POLO: CAÇAPAVA DATA: 16/04/2022 TÍTULO DO ROTEIRO: FARMACOGNOSIA INTRODUÇÃO Farmacognosia tem, em sua etimologia, o prefixo grego: PHARMAKON que significa droga, medicamento, e GNOSIS, que significa conhecimento, ou seja, o estudo e o conhecimento das drogas. Vale citar, nesta introdução, a história, a produção, a comercialização, o uso, a identificação, o isolamento dos princípios ativos das drogas, sua conservação e, finalmente, o seu armazenamento. A pesquisa de novas plantas medicinais busca o isolamento de seus princípios ativos bem como o extrato vegetal nelas envolvido, tarefa da maior importância para a medicina. (DRESCH, 2016) O conhecimento sobre os vegetais deve abranger também seu metabolismo, dando uma visão sobre como as plantas produzem as substâncias que utilizamos atualmente. Os métodos de extração dos metabólitos primários e secundários (substâncias ativas) presentes nas plantas serão tratados de forma que essas substâncias possam ser utilizadas na prática diária do profissional para fabricação de medicamentos fitoterápicos e fitocosméticos, entre outros. (WADT, 2021) Os metabólitos secundários são micromoléculas acumuladas em plantas e microrganismos que desempenham um papel importante na adaptabilidade dos organismos vivos e às condições ambientais a que estão sujeitos. Diversos metabólitos secundários têm sido validados quanto à eficácia biológica e farmacológica, no entanto, a baixa produtividade em plantas nativas ou cultivadas é um limitante à produção sustentável e um obstáculo à comercialização desses compostos. Os avanços na química de síntese sugerem que substâncias derivadas de plantas medicinais, de interesse farmacêutico, poderiam ser sintetizadas em laboratório, contudo, tal síntese costuma ser muito complexa, envolvendo várias etapas, com baixo rendimento e produção economicamente inviável. (OLIVEIRA, 2014) Em décadas passadas, a crescente demanda por metabólitos secundários de plantas com alto agregado estimulou o desenvolvimento de processos biotecnológicos para o estabelecimento de tecnologia in vitro, objetivando a produção contínua, sob condições monitoradas, e maiores teores de metabólitos. O progresso na produção biotecnológica de metabólitos secundários de alto valor agregado em cultura de células tornou evidente que esses processos são alternativa atrativa para a exploração das plantas como fonte de compostos bioativos. (OLIVEIRA, 2014). Muitos desses compostos químicos (metabólitos) são essenciais para a sobrevivência das plantas, como açúcares e aminoácidos, e há outros que auxiliam a planta a se adaptar ao meio ambiente, melhorando sua possibilidade de sobrevivência. (WADT, 2021) Aula: 1 Roteiro: 1 Título da Aula: Observação e Análise Macroscópica dos Órgãos Vegetais OBJETIVO: observar os diferentes órgãos vegetais (raiz, caule, folha, flor, fruto e semente), aprendendo suas diferenças. Conclusão: Através de método direto (tato, visão, olfato), observamos os diferentes órgãos vegetais (raiz, caule, folha, flor, fruto e semente), comentamos sobre suas diferenças e as diferenças entre as diferentes plantas. A raiz é o órgão responsável pelas funções de fixação e absorção de água e sais minerais, também podem armazenar substâncias de reserva. Podem ser normais (segue um eixo principal) e adventícias (mais ramificadas), terrestres, aquáticas ou aéreas, de acordo com o meio onde estão. É formada por coifa, zona lisa, zona pilífera, zona suberosa. Caule é o órgão que faz a ligação entre as raízes e as outras partes do vegetal sendo responsável, além de suportar as folhas, pelo armazenamento de substâncias (batata, cactos...), pela propagação vegetativa (brotamento), síntese de substâncias, resistência às agressões (temperaturas, queimadas). As folhas são apêndices laminares do caule, normalmente são clorofiladas, responsáveis pelo processo fotossintético. Normalmente são compostas por pecíolo, limbo foliar e base foliar. O contorno do limbo foliar, a forma da base, o tipo de ápice e margem foliar, além do tipo de nervação, coloração e consistência são parâmetros a serem analisados na identificação de uma espécie vegetal. Odor e sabor também são relevantes na identificação. A flor é o órgão reprodutor da maioria dos vegetais, no caso as fanerógamas. Ela é composta por pedúnculo floral, receptáculo floral, cálice (conjunto de sépalas), corola (conjunto de pétalas), gineceu (pistilo) e androceu (estame). As flores podem ser simples ou em conjunto (inflorescências). Aula: 1 Roteiro: 2 Título da Aula: Aprender os tipos de cortes histológicos, montagem de lâminas e observação ao microscópio OBJETIVO: Aprender os tipos de cortes histológicos, montagem de lâminas e observação ao microscópio Conclusão: Os cortes histológicos são o principal instrumento para o estudo de características anatômicas e histológicas dos vegetais. Para sua realização é necessário lâmina, isopor e o material vegetal que será utilizado para visualização, além de todo o equipamento de laboratório: Microscópio óptico, placas de petri, lâminas e lamínulas, hipoclorito e corante (azul de astra, lugol, entre outros). O procedimento tem como objetivo realizar cortes de estruturas escolhidas o mais fino e transparente possível, para permitir a observação de todos os tecidos que o formam. Os principais cortes são: transversal, paradérmico e longitudinal. Aula: 1 Roteiro: 3 Título da Aula: Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais OBJETIVO: Reconhecer tecidos vegetais e aprender técnicas de coloração Separamos os cortes escolhidos, feitos na aula anterior, e descolorimos em hipoclorito de sódio. Após o descoloramento, lavamos os cortes em água destilada. Colocamos os cortes descoloridos em corante azul de astra por aproximadamente 30 segundos e lavamos os cortes em água destilada. Conclusão: Nesta aula, usamos o hipoclorito, importante para descoloração e o corante azul de astra, para corar os tecidos que precisamos observar. O emprego e a escolha de corantes, nesta técnica, é de extrema importância, uma vez que permitem corar regiões distintas das células, bem como diferentes grupos celulares para posterior identificação no microscópio. Os tecidos vegetais são formados por um conjunto de células de origem comum, que desempenham funções fisiológicas semelhantes. Eles diferem muito entre si, e a classificação dos tecidos depende tanto das características anatômicas como das características fisiológicas das células. Podem ser classificados em tecidos meristemáticos (meristemas) e tecidos permanentes (adultos) (OLIVEIRA; AKISUE, 2008). Aula: 2 Roteiro: 1 Título da Aula: Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais OBJETIVO: Reconhecer tecidos permanente simples. Parênquima, colênquima, esclerênquima e súber são exemplos de tecidos permanentes simples. O esclerênquima, cujo nome vem do grego sklerós, que significa “duro”, e encheo, que corresponde a “encher”, é um tecido tem a função de sustentação, sem vitalidade, na maioria das vezes, porque não dispõe de trocas metabólicas devido à lignificação das paredes das células (CUTLER; BOTHA; STEVENSON, 2011; OLIVEIRA; AKISUE, 1993). Na imagem acima, visualizamos um exemplo de epiderme, colênquima e parênquima: Devido à lignina, as células desse tecido são duras e elásticas, suportando grandes pressões e tensões. Podem ser encontradas como células pétreas ou escleritos (curtas) e fibras (mais longas) e, em ambos os casos, podem ser encontradas isoladas ou em grupos (EVERT, 2018). As imagens a seguir, mostram exemplos de fibras: Os tricomas tectores geralmente terminam em ponta, possuindo uma ou muitas células e tendo como função a proteção e o impedimento da perda de água. Suas formas podem ser de agulha, candelabro ou tufo de pelos, entre outros.Também existem os pelos urticantes, que são perfurados como uma agulha de injeção e, quando penetram na pele, injetam uma substância que provoca irritação (OLIVEIRA; AKISUE, 2008; FERRI, 1999). Já os glandulares são diferentes dos tectores por possuírem uma glândula (porção globosa) na ponta do pelo; já no pelo séssil, a glândula se fixa na epiderme. Essa glândula armazena óleos voláteis e, além da função de armazenamento, tem também a função de proteção (ESAU, 2017). Conclusão: Fizemos a observação e reconhecimento de tecidos permanentes simples microscópicamente, nas imagens acima podemos observar tricomas tectores e glandulares, com óleo essencial em seu interior. Aula: 2 Roteiro: 2 Título da Aula: Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais OBJETIVO: Reconhecer tecidos permanentes complexos. Conclusão: Fizemos a observação e reconhecimento de tecidos permanentes complexos, microscópicamente. Nas imagens acima, foram analisados os cortes transversais e, podemos observar os tecidos permanentes complexos: floemas e xilemas que compõem o sistema de condução dos vegetais, isto é, transportam seiva bruta e elaborada a todos os órgãos do vegetal. A folha em estudo é o capim santo. O que coloriu em vermelho são nervuras paralelas (safranina) e possui lignina, o que dá sustentação mecânica para a folha.O que coloriu em azul, é celulose. Podemos observar também a epiderme da planta melissa. A epiderme designa a camada de células de revestimento da planta, composta de células vivas e vários anexos epidérmicos, como estômatos, tricomas (pelos), cutícula (OLIVEIRA; AKISUE, 1993; FERRI, 1978). As funções da epiderme são: revestimento, proteção, trocas gasosas, transpiração (controle da perda de água). Normalmente ocorrem como células tabulares de pequena profundidade (como tijolos) justapostas e possuem contorno variado (ondulado ou hexagonal, entre outros). Frequentemente são compostas de uma camada de células, porém podem ser múltiplas ou multisseriadas (mais de uma camada) – quando assim, essa camada terá o nome de hipoderme (CUTLER; BOTHA; STEVENSON, 2011; FERRI, 1999). Aula: 2 Roteiro: 3 Título da Aula: Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais OBJETIVO: Reconhecer inclusões vegetais (orgânicas e inorgânicas). Existem as inclusões orgânicas, de origem orgânica, como os óleos fixos e os voláteis, amido, grãos de aleurona, inulina, e as inorgânicas, de origem inorgânica como as derivadas de oxalato de cálcio e de carbonato de cálcio, drusas, rafídeos, cristais prismáticos, areia cristalina ou cristais estilóides, e de carbonato de cálcio, como os cistólitos. As inclusões de oxalato de cálcio são as mais comuns nos vegetais, sendo normalmente originadas por meio do seu próprio metabolismo, mais precisamente pela combinação do ácido oxálico e de sais de cálcio (OLIVEIRA; AKISUE, 2008). As drusas, também chamadas de maclas, são esferocristais que lembram um ouriço, e que, quando vistas ao microscópio, têm a forma de rosáceas ou “estrelas”. Várias plantas medicinais têm drusas que auxiliam em sua identificação, por exemplo, o maracujá doce (Passiflora alata Ainton) e o maracujá azedo (Passiflora edulis Sims). Ambos possuem drusas, porém o maracujá doce (P. alata) as possui na lâmina foliar, enquanto no maracujá azedo elas estão na região floemática (BRASIL, 2010; BERALDO; KATO, 2010; OLIVEIRA; AKISUE, 1993). Conclusão: Nas imagens acima podemos observar drusas, oxalato de cálcio e amido de trigo, respectivamente. Foi observado o corte transversal da folha de maracujá. Aula: 3 Roteiro: 1 Título da Aula: Análise de Droga Vegetal OBJETIVO: Verificar a pureza de Droga Vegetal Pesamos 10g da droga vegetal embalada (guaco), espalhamos sobre um papel branco, fizemos a técnica de quarteamento: Peso após quarteamento: 4,8g. Verificamos a presença de substâncias orgânicas estranhas a olho nu (pelos, insetos, estruturas não definidas), e se havia outras partes da droga sem uso terapêutico misturadas. Com auxílio de uma pinça, separamos todo o material orgânico estranho e partes da droga sem uso terapêutico e pesamos Dados obtidos: Matéria orgânica estranha Peso Folhas 1,1g Caule 3,4g Folhas carbonizadas/danificadas 0,2g Pecíolo 0,07g Cálculo: Folhas: 1,1 — 100% → 1,1 x 100 = 110 / 4,8 = 22,91 % de folhas 3,4 — x Caule: 4,8 — 100% → 3,4 x 100 = 340 / 4,8 = 70,8% de caule 3,4 — x Folhas carbonizadas: 0,2 — 100% → 0,2 x 100 = 20 / 4,8 = 4,16% de caule 3,4 — x Pecíolo: 0,07g — 100% → 0,07g x 100 = 7 / 4,8 = 1,45% de Pecíolo 3,4 — x Conclusão: Dados contidos na farmacopéia brasileira sobre o Guaco: GUACO-CHEIROSO, folha Mikania laevigatae folium Descrição macroscópica: Folhas glabras a olho nu, coriáceas, escuras quando secas. Lâmina foliar com 6 a 15 cm de comprimento e 4 a 6,5 cm de largura, ovalada a ovalado-lanceolada, levemente assimétrica; base atenuada, ápice acuminado e margem inteira a sinuosa, com um ou poucos dentes laterais ou sem dentes; bordo revoluto. Venação actinódroma, com três nervuras evidentes ao longo da lâmina, as laterais formando um arco e unindo-se à principal na porção apical; podem ocorrer mais duas nervuras próximas à porção basal, acompanhando o bordo da lâmina. Pecíolo de 1,4 a 4,5 cm de comprimento, quase cilíndrico, sulcado na face adaxial. Difere de Mikania glomerata Spreng. pelo forte odor de cumarina e pela forma das folhas. A lâmina foliar de Mikania laevigata possui maior comprimento do que largura, a base não é hastada e os dentes laterais, quando presentes, são pouco evidentes, enquanto que em Mikania glomerata as medidas de comprimento e largura são muito próximas, a base da lâmina é hastada e os dentes laterais são muito evidentes. Matéria estranha (5.4.1.3). No máximo 2,0%. Levando em consideração os dados contidos na farmacopéia brasileira, a quantidade de matérias estranhas que encontramos no guaco avaliado em aula está muito acima do recomendado, mesmo sendo partes do próprio vegetal. Aula: 3 Roteiro: 2 Título da Aula: Cromatografia em Camada Delgada de Óleos Essenciais OBJETIVO: Separação e identificação das principais substâncias presentes em óleos essenciais. Pesamos 1g de droga vegetal, trituramos em almofariz de vidro e adicionamos etanol 96º, para formação de uma pequena solução extrativa. Utilizamos uma placa de vidro com Sílica gel G como absorvente. A cerca de 1,0 cm de distância de uma das bordas (ponto de partida), aplicamos a amostra (solução extrativa) com óleo essencial, e uma amostra de óleo essencial puro diluída previamente em álcool etílico, com o auxílio de capilares fizemos 2 toques no total. Deixamos espaço de cerca 1 cm entre uma amostra e outra e interrompemos a camada de sílica com uma régua e a ponta de uma lapiseira (ponto de chegada). Colocamos a placa cromatográfica na cuba de vidro saturada com a fase móvel e esperamos correr. Quando atingiu o ponto de chegada, retiramos a placa e deixamos secar ao ar. Revelamos o cromatograma com revelador sulfovanílico (revelador + estufa 105 ºC por 5 minutos). Medimos a distância percorrida pelas manchas. Calculamos o Rf de cada amostra: RF = distância percorrida pela amostra / distância percorrida pela fase móvel = 7,6 RF1 = 3 / 7,6 = 0,39 RF2 = 4,5 / 7,6 = 0,59 RF3 = 0,6 / 7,6 = 0,07 RF4 = 5 / 7,6 = 0,65 RF5 = 5,7 / 7,6 = 0,75 Conclusão: comparamos os resultados e concluímos que a distância percorrida pela mancha 3 se deslocou menos, pois possui mais hidroxila e, com isso, mais polaridade. A mancha 5 se deslocou mais, se mostrando menos polar, com menos ou nenhuma hidroxila em sua estrutura. Aula: 3 Roteiro: 3 Título da Aula: Preparo de Tinturas OBJETIVO: Obtenção de tinturas a partir de drogas vegetais pelo método de maceração. Pesamos 10g de arnica para 50ml de tintura (1:5) e adicionamos o líquido extrator aos poucos (glicerina 50%) agitamos por cerca de 10 minutos, etiquetamos o frasco e deixamosna cabine, abrigado da luz até a próxima aula. Filtramos por algodão para uma proveta de 50 m, completamos o volume com um pouco mais de líquido extrator, acondicionamos em vidro âmbar e etiquetamos devidamente (tintura de arnica glicerinada). Conclusão: Tintura é a preparação etílica ou hidroetílica resultante da extração de drogas vegetais ou por dissolução de um extrato mole ou seco da droga vegetal (que tenham sido produzidos utilizando o mesmo solvente de extração que seria usado para preparar a tintura por extração direta) em álcool etílico na concentração requerida. As tinturas podem ser ajustadas para atenderem aos requisitos de conteúdo de solvente. Tinturas podem ser filtradas, se necessário, e leve sedimento pode formar-se quando em repouso (BRASIL, 2018, p. 11; 2019a, p. 330). A tintura na proporção 1:5 é utilizada para drogas que não são tóxicas e pode ser elaborada pelo método de maceração (mais comum). A glicerina foi utilizada, pois a tintura que fizemos em aula foi com finalidade cosmética. Aula: 4 Roteiro: 1 Título da Aula: Preparo de Extrato OBJETIVO: Obtenção de extrato fluído a partir de drogas vegetais pelo método de percolação. Pesamos 10g de barbatimão para 10ml de extrato (1:1) e adicionamos o líquido extrator aos poucos (álcool 70%) deixamos em repouso. Preparamos o funil de separação (como um percolador) da seguinte maneira: uma camada de algodão e a droga previamente umedecida. Sobre a droga umedecida, colocamos papel de filtro e bolinhas de gude. Adicionamos o líquido extrator, aos poucos, com a torneira do “percolador” aberta. Quando caiu a 1ª gota do percolado, fechamos a torneira do aparelho (funil de separação) e adicionamos o restante do solvente de modo que ficou uns 2 cm acima do pó. Deixamos em repouso até a próxima aula, colocando um béquer embaixo da torneira do percolador. Abrimos a torneira e deixamos escoar os primeiros 8,5 mL do percolado numa proveta. Reservamos a proveta com o percolado e colocamos um béquer sob o percolador para escoar o restante do percolado. Adicionamos mais líquido extrator no aparelho e recolhemos o percolado até que saiu mais claro (esgotamento). Evaporamos a 2ª parte do percolado em chapa aquecedora até obter os 1,5 mL restantes misturamos as duas partes do percolado e acondicionamos em frasco âmbar devidamente etiquetado (extrato de barbatimão alcoólico). Conclusão: Extrato é a preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária, obtida a partir do Insumos Farmacêuticos Ativos Vegetais, ou Ifav. O material utilizado na preparação de extratos pode sofrer tratamentos preliminares, tais como estabilização, moagem ou desengorduramento. O extrato é preparado por percolação; maceração ou outro método adequado e validado, utilizando como solvente álcool etílico, água ou outro solvente adequado. Após a extração, materiais indesejáveis podem ser eliminados (BRASIL, 2018, p. 8). A diferença em relação à concentração entre tintura e extrato é que muda a proporção, 1:5 para tintura e 1:1 para extrato, e, segundo a literatura, a percolação é um dos métodos de extração mais utilizados, devido à facilidade técnica, ao custo efetivamente baixo e o menor risco de reações químicas entre soluto e solvente, realizado a temperatura ambiente. Aula: 4 Roteiro: 2 Título da Aula: Hidrólise de Amido OBJETIVO: Verificar a hidrólise do amido. Em um erlenmeyer, preparamos 200 ml de uma suspensão aquosa a 1% de amido. Adicionamos ao erlenmeyer 10 ml de uma solução aquosa de ácido clorídrico a 20%. Levamos à ebulição e manteivemos a fervura branda durante todo o procedimento, anotamos com o tempo zero o início da fervura: Antes de levar a ebulição, retiramos uma amostra de 2,0 ml da suspensão e pingamos 2 gotas de solução de Lugol a 50% em água, retiramos alíquotas de 2,0 ml e colocamos em tubos de ensaio a cada 5 minutos após a ebulição, adicionamos 1 ou 2 gotas de solução de Lugol 50%: Conclusão: O amido foi perdendo a coloração conforme aquecimento, pois é constituído por moléculas de glicose, em uma mistura de polissacarídeos estruturalmente diferentes, tendo amilose (ligações α 1-4), que é um polímero linear (helicoidal), e amilopectina (ligações α 1-4 e α 1-6), um polímero altamente ramificado. O aquecimento em água intumesce os grãos de amido, rompendo a estrutura cristalina e formando um gel (gelificação), o que torna essa estrutura mais vulnerável à ação da α-amilase. Com o resfriamento, o amido modifica sua estrutura tridimensional e forma o amido resistente, que passa inalterado pelo intestino delgado. Aula: 4 Roteiro: 3 Título da Aula: Identificação Química de Taninos OBJETIVO: Identificar a presença de taninos em drogas de origem vegetal. Pesamos 1 g de barbatimão em um béquer. Adicionar 30 mL de água destilada e fervemos por 1 minuto. Filtramos por algodão para um béquer, deixando o resíduo no béquer inicial. Colocamos 2 mL do filtrado em 6 tubos de ensaio e executamos as reações de identificação: ❖ tubo 1 - 4 gotas de solução de gelatina a 2% ❖ tubo 2 - 4 gotas de solução de sulfato de quinina a 1% ❖ tubo 3 - 2 gotas de solução de acetato básico de chumbo a 10% ❖ tubo 4 - 2 gotas de solução de acetato de cobre a 5% Conclusão: Os taninos protegem a planta, pois as hidroxilas de sua estrutura complexam-se com as proteínas, como a amilase e as células superficiais da mucosa, formando complexos insolúveis (precipitados). A atividade antimicrobiana dos taninos também pode ser dada pela capacidade deles em precipitar com metais, impedindo rotas metabólicas do microrganismo, visto que esses metais são cofatores enzimáticos. As propriedades dos taninos dependem do tipo e da dose utilizada Taninos condensados: pegamos 3 mL da solução de tanino (filtrado) e colocamos em béquer, juntamente com um pedaço de palito. Fervemos até secagem da solução de tanino (sem queimar). Pingamos uma gota de HCl conc. sobre o palito e verificamos a formação de coloração vermelha indicativa de taninos condensados. Conclusão: Os taninos condensados são formados por moléculas de flavonoides, mais especificamente flavan-3-ol e flavan-3,4-diol. São chamados de proantocianidinas porque, quando sofrem hidrólise com ácido a quente, produzem moléculas de antocianidinas (cianidina ou delfinidina) com cor avermelhada. Observação Final: TODAS as imagens utilizadas neste relatório, foram feitas em aula, com os procedimentos que nós mesmos executamos. REFERÊNCIAS OLIVEIRA, Fernando; AKISUE Gokithi; AKISUE, Maria K. Farmacognosia. 2ªed. São Paulo: Editora Atheneu, 2014. WADT, Nilsa S. Y.; SUFFREDIN, Ivana B. Farmacognosia. 1ed. São Paulo: Editora Sol, 2021. DRESCH, Roger R.; OLIVEIRA, Letícia F.; MAIOR, João F. A. S. Farmacognosia Pura. 1ed. Porto Alegre: Editora Sagah Educação, 2016. RITTO, J. L. A.; OLIVEIRA, F.; AKISUE, G. Farmacognosia: básica e aplicada. São Paulo: Et Cetera, 2019. CUTLER, D. F.; BOTHA, T.; STEVENSON, D. W. Anatomia vegetal: uma abordagem aplicada. Porto Alegre: Artmed, 2011. EVERT, R. F. Anatomia das plantas de Esau. São Paulo: Blucher, 2018. FARMACOPÉIA brasileira. Plantas medicinais. 6ª. ed. Volume II – Monografias. p. 291- 293. Brasília, 2019. BRASIL. Primeiro suplemento do formulário de fitoterápicos da farmacopeia brasileira. Brasília: Anvisa, 2018c. Disponível em: https://bit.ly/3exs0Ya. Acesso em: 16 abr. 2022. Morfoanatomia Vegetal: Organização interna e externa do corpo vegetal, Disponível em: https://morfoanatomiavegetal.wordpress.com/cortes-histologicos/ Acesso em: 15/04/2022 https://morfoanatomiavegetal.wordpress.com/cortes-histologicos/
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