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Daniely Rabelo Célula As membranas celulares e organelas servem como alvo das lesões por micro-organismos, agentes ambientais nocivos e uma diversidade de doenças genéticas, metabólicas e tóxicas. Membranas Celulares As membranas celulares são bicamadas fosfolipídicas entremeadas por numerosas proteínas específicas. As duas principais funções biológicas dessas membranas são (1) servir como barreiras seletivas e (2) formar uma base estrutural para enzimas e receptores que determinam a função celular. As membranas celulares formam os limites de muitas organelas e as separam do citosol. A membrana plasmática é o primeiro contato da célula com agentes prejudiciais. Microvilosidades e cílios são áreas especializadas da membrana plasmática, e muitas vezes são alteradas especificamente em doenças. As proteínas transmembrana frequentemente são usadas por micro-organismos infecciosos para invadir ou usar os sistemas celulares durante seus ciclos de vida, iniciando, assim, um processo que muitas vezes resulta em lesão à célula hospedeira. Citosol O citosol é um gel aquoso no qual as organelas e inclusões celulares são distribuídas. Ocorrem muitas reações químicas no citosol, mediadas pelas enzimas “livres” ou complexos macromoleculares, como proteossomos. O citosol é uma rede microtrabecular altamente organizada. Mitocôndrias As mitocôndrias são as “centrais elétricas” das células eucariontes altamente especializadas. É nelas que ocorrem a oxidação de ácidos graxos, o ciclo do ácido cítrico e a fosforilação oxidativa. A transferência de elétrons oriundos da citocromo-oxidase reduzida para o oxigênio molecular é o passo final e crítico, culminando nessas vias catabólicas. Lesões mitocondriais resultam na diminuição da produção de trifosfato de adenosina (ATP) e, se não forem controladas, ocasionam morte celular. Núcleo O núcleo é a parte celular responsável pelo armazenamento e pela transmissão da informação genética. As cadeias de DNA associadas às proteínas constituem a cromatina. Áreas de cromatina não condensada (eucromatina) são ativas na produção de RNAm para síntese proteica. A cromatina altamente condensada (heterocromatina) é inativa durante a transcrição. A membrana nuclear externa é contínua com a do retículo endoplasmático rugoso (RER). Nucléolo O nucléolo é uma organela básica do núcleo e é composta por RNA, cromatina associada ao nucléolo e proteínas. Tem como função a síntese de RNAr, essencial para a síntese proteica. O nucléolo pode ser basofílico ou eosinofílico, e seu grau de evidência é um indicador subjetivo da atividade sintética celular. Retículo Endoplasmático Rugoso O RER é uma rede de membranas intracelulares coberta por ribossomos. O RER é evidente nas células produtoras de grande quantidade de proteínas extracelulares (p. ex., fibroblastos reativos, hepatócitos, plasmócitos e células pancreáticas acinares). O RER é responsável pela basofilia do citoplasma devido aos numerosos ribossomos, que contêm ácido (i. e., RNA). O retículo endoplasmático rugoso e o complexo de Golgi são organelas importantes na biossíntese celular de proteínas e glicoproteínas que estão inseridas na membrana celular e que são usadas dentro das células e secretadas por elas. A transcrição, a tradução, a montagem, a modificação e o envelopamento dessas moléculas ocorrem em uma sequência ordenada a partir do núcleo em direção à membrana. Alterações em uma ou mais dessas etapas podem resultar em lesão celular e atuar como a base patogênica de uma doença Retículo Endoplasmático Liso O retículo endoplasmático liso (REL) é uma forma tubular ou vesicular de membrana celular desprovida de ribossomos. O REL é o sítio de enzimas que metabolizam esteroides, drogas, lipídios e glicogênio. Quando visto em microscopia de luz, confere ao citoplasma uma aparência pálida e discretamente vacuolizada. Complexo de Golgi O complexo de Golgi consiste em diversas pilhas ou sáculos achatados de membrana, vesículas e vacúolos. Atua na síntese de proteínas complexas pela adição de moléculas de carboidratos e na produção de vesículas secretórias e lisossomos. Lisossomos Os lisossomos são pequenas vesículas ligadas à membrana, preenchidas por enzimas hidrolíticas essenciais para a digestão intracelular. Eles serão discutidos por completo como componentes das células fagocíticas. Os peroxissomos são semelhantes aos lisossomos, mas também atuam no metabolismo energético. Microfilamentos, Filamentos Intermediários e Microtúbulos Essas estruturas são compostas por subunidades proteicas e atuam no citoesqueleto e no movimento celular. Elas têm importante atuação nos fusos mitóticos, cílios, microvilosidades, neurônios, miócitos e células fagocíticas. Muitos tipos celulares, além de músculos, por exemplo, contêm microfilamentos de actina. Inclusões Celulares As inclusões compreendem grânulos de glicogênio, vacúolos proteináceos, debris lipídicos, hemossiderina, partículas virais e grânulos de cálcio. Alguns deles são normais, enquanto outros são resultantes de lesão tecidual e serão discutidos posteriormente, neste capítulo, na seção sobre acúmulos intracelulares e extracelulares. Matriz Extracelular Embora não faça parte da célula propriamente dita, a MEC e sua integridade influenciam na saúde e na função celular. A MEC engloba membranas basais e matrizes intersticiais compostas por vários colágenos, proteoglicanos e glicoproteínas adesivas, dentre uma variedade de moléculas que interagem com as células através das diversas moléculas de integrina. A integridade da membrana basal, por exemplo, é essencial para a própria estrutura e funcionamento das células epiteliais. Outros componentes da MEC influenciam no crescimento e na diferenciação celular.
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