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Técnica Anestésica Básica

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Técnicas de Anestesia 
 
 
PASSO 1: usar agulha afiada estéril 
As agulhas descartáveis estão afiadas na primeira 
aplicação, a cada penetração subsequente a sua 
afiação diminui. O uso crescente de seringas 
descartáveis impede a reutilização da agulha, 
minimizando o problema de agulhas cegas. 
 
 
PASSO 2: verificar o fluxo da solução de 
anestésico local 
Após introduzir adequadamente o tubete 
anestésico na seringa com a extremidade 
aspiradora introduzida na rolha de borracha 
siliconizada, algumas gotas de anestésico local 
devem ser ejetadas do tubete. Isso assegura um 
fluxo livre de solução quando for depositada na 
área-alvo, removendo o ar. Assim, no paciente, o 
anestésico sai diretamente nos tecidos moles, 
sem bolha de ar. 
 
PASSO 3: determinar se é necessário ou não 
aquecer o tubete ou a seringa 
Caso o tubete seja armazenado na temperatura 
ambiente (aproximadamente 22ºC), não é 
necessário aquecer. Tubetes muito quentes 
causam desconforto ao paciente e efeitos 
adversos sobre o conteúdo do tubete. 
 
PASSO 4: posicionar o paciente 
Qualquer paciente que receba injeções de 
anestésico local deve estar em uma posição 
fisiologicamente correta antes e durante. 
O paciente deve ser colocado em posição supina 
(cabeça e coração paralelos ao solo) com os pés 
ligeiramente elevados para evitar a síncope 
vasodepressora (desmaio comum), na qual ocorre 
diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, levando à 
perda de consciência. 
A posição pode variar de acordo com a preferência 
do dentista, o estado médico do paciente e a 
técnica específica de injeção, porém, todas as 
técnicas podem ser realizadas com sucesso com 
o paciente na posição supina. 
 
 
 
 
PASSO 5: secar o tecido 
Utilizar uma gaze de 5x5 cm para secar o tecido 
local e ao redor do sítio de perfuração da agulha 
para remover quaisquer fragmentos grosseiros. 
Além disso, pode ser utilizada para ajudar na 
retração do tecido, pois ao afastar o lábio, este 
deve estar seco para facilitar o afastamento. 
A base anestésica é hidrófobica, então é repelida 
em um meio aquoso. Para que o anestésico tópico 
consiga bloquear determinada área com até 3mm 
de profundidade, é necessário deixar a superfície 
seca, sem saliva. O tempo de ação é em torno de 
1 minuto. 
 
 
PASSO OPCIONAL: aplicar antisséptico tópico 
A aplicação do antisséptico tópico reduzirá ainda 
mais o risco de introduzir material séptico nos 
tecidos moles e causar inflamação ou infecção. 
Deve-se optar por antissépticos sem álcool, como 
Betadine e Merthiolae, pois os com álcool podem 
causar queimação dos tecidos moles. 
 
PASSO 6: aplicar anestésico tópico 
Deve ser aplicado apenas no local de perfuração 
da agulha. Quando aplicado em grandes áreas 
desnecessariamente, pode causar sabor 
desagradável para o paciente, além de que alguns 
(ex: lidocaína) possuem rápida absorção pelo 
sistema cardiovascular, aumentando o nível 
sanguíneo de anestésico e podendo levar à 
superdosagem. O anestésico é removido do pote 
com instrumento estéril, que ainda não foi utilizado 
na cirurgia. 
Os anestésicos tópicos produzem anestesia 2 ou 
3mm mais superficiais da membrana mucosa, pois 
esse tecido é muito sensível. Idealmente, deve 
permanecer em contato com o tecido por 2 
INTRODUÇÃO À PRÁTICA CLÍNICA: TÉCNICAS ANESTÉSICAS REGIONAIS EM ODONTOLOGIA 
TÉCNICA BÁSICA DE INJEÇÃO 
BISEL 
 
minutos para garantir a eficácia, a aplicação 
mínima de 1 minuto é recomendada. 
 
PASSO 7: comunicar-se com o paciente 
Esse passo deve ser realizado durante a aplicação 
do anestésico tópico. É desejável que o dentista 
explique para o paciente o que está aplicando e o 
motivo, sempre dando uma ideia positiva sobre a 
injeção que está por vir. “Estou aplicando um 
anestésico tópico para que o restante do 
procedimento seja confortável”. 
 
USAR: conforto, desconforto 
NUNCA USAR: injeção, agulhada, picadinha, 
enfiar agulha, dor, machucar 
 
PASSO 8: estabelecer um apoio firme para as 
mãos 
É essencial manter controle completo da seringa o 
tempo todo, de modo que a penetração possa ser 
efetuada facilmente, com precisão e sem cortes 
indevidos. Para isso, a mão deve-se manter firme 
e precisa de um ponto de apoio, os quais varia de 
acordo com as preferências do profissional. 
Dentistas com dedos longos podem apoiar os 
dedos na face do paciente, já os com dedos mais 
curtos podem precisar de apoios para o cotovelo. 
 
NÃO RECOMENDADO: palma da mão voltada 
para baixo → controle insuficiente sobre a seringa 
 
 
RECOMENDADO: palma voltada para cima → 
melhor controle sobre a seringa, por estar apoiada 
pelo punho 
 
 
ALTAMENTE RECOMENDADO: palma voltada 
para cima e apoio do dedo → maior estabilização 
possível 
 
 
A- Uso do tórax do paciente para estabilização da 
seringa durante o bloqueio do nervo alveolar 
inferior direito (NUNCA use o braço do paciente). 
B- Uso do queixo (1) como apoio para o dedo, com 
o corpo da seringa estabilizado pelo lábio do 
paciente (2). 
C- Caso necessário, a estabilização pode ser 
aumentada puxando-se o braço do administrador 
contra seu tórax (3). 
 
 
A- Estabilização da seringa para bloqueio do 
nervo alveolar superior posterior direito: corpo da 
seringa sobre o lábio do paciente, um dedo 
apoiado no queixo e um no corpo da seringa, parte 
superior do braço mantida próxima ao tórax do 
estabilizador → estabilidade máxima 
INTRODUÇÃO À PRÁTICA CLÍNICA: TÉCNICAS ANESTÉSICAS REGIONAIS EM ODONTOLOGIA 
 
B- Estabilização da seringa para bloqueio do 
nervo nasopalatino → dedo indicador usado para 
estabilizar a agulha, corpo da seringa apoiado no 
canto da boca do paciente. 
 
Qualquer apoio para dedo ou mão que permita 
que a seringa seja estabilizada sem aumentar o 
risco para o paciente é aceitável. 
 
 
TÉCNICAS QUE DEVEM SER EVITADAS: 
A- Não usar nenhum apoio → a agulha não ficará 
estabilizada e o operador tem menor controle 
sobre a seringa, aumentando a possibilidade de 
lesão no braço. 
B- Colocar o braço segurando a seringa 
diretamente sobre o braço ou ombro do paciente, 
apoiando o cotovelo → pode causar lesão por 
picada na agulha no operador ou no paciente, se 
o paciente se mover durante a injeção, pode gerar 
danos quando a ponta da agulha se mover em sua 
boca. 
 
PASSO 9: tensionar o tecido 
O tecido no local de penetração da agulha deve 
ficar bem esticado antes da sua inserção (todos os 
tecidos da boca podem ser esticados, exceto o 
palato, pois os tecidos já estão naturalmente 
esticados). Com a distensão, a agulha atravessa a 
membrana mucosa com resistência mínima. Já os 
tecidos frouxos, são empurrados e rompidos 
quando a agulha é inserida, produzindo maior 
desconforto e maior irritabilidade. 
 
A aplicação correta do anestésico tópico, tecidos 
esticados e um apoio firme para a mão podem 
produzir uma penetração não percebida. 
 
 
A- O tecido no ponto de penetração da agulha está 
bem esticado, auxiliando na visibilidade e na 
inserção atraumática da agulha. 
B- O tecido esticado proporciona visibilidade 
excelente do ponto de penetração para bloqueio 
do nervo alveolar superior posterior. 
 
 
Como técnica de distração, alguns dentistas 
sacodem o lábio quando a agulha é inserida e 
outros recomendam deixar a ponta da agulha 
imóvel e puxar os tecidos moles acima dela, como 
ocorre na figura. Contudo, a visualização do ponto 
de injeção é dificultada quando os tecidos moles 
são puxados sobre a agulha, pois, dessa forma, a 
agulha é inserida às cegas. 
 
PASSO 10: mantenha a seringa fora da linha de 
visão do paciente 
Com o tecido preparado e o paciente posicionado, 
a seringa deve ser passada fora da linha de visão 
do paciente. Seja por trás do paciente ou a frente, 
porém abaixo da linha de visão. Para administrar 
a injeção do lado direito, o administrador pode se 
sentar de frente parao paciente. Para aplicar no 
lado esquerdo, pode ficar voltado para a mesma 
direção do paciente. Nunca mostrar a agulha para 
o paciente. 
 
INTRODUÇÃO À PRÁTICA CLÍNICA: TÉCNICAS ANESTÉSICAS REGIONAIS EM ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
PASSO 11: introduzir a agulha na mucosa 
Introduzir a agulha com o seu bisel sempre em 
direção ao osso, para a superfície oblíqua 
escorregar pelo periósteo, de maneira delicada até 
a profundidade do bisel. Sempre com um apoio 
firme da mão e a preparação adequada do tecido. 
 
PASSO 12: comunicar-se com o paciente 
Esse passo deve ser realizado durante a 
introdução da agulha. Observe o paciente em 
busca de evidências de desconforto, que são 
expressas por sinais como franzir a sobrancelha 
ou a testa e piscar os olhos profundamente. O 
profissional deve se comunicar sempre de 
maneira positiva, evitando afirmações negativas 
como “isso não vai doer”. Como o pH da solução 
é diferente do pH da boca, o paciente sente uma 
sensação de queimação. 
 
 
PASSO 13: injetar algumas gotas 
Introduzir de 4 a 5mm da agulha nos tecidos moles 
(o bisel e mais um pouco da agulha) e realizar um 
leve gotejamento (infiltração em botões), 
lembrando que até 3mm já está anestesiada pelo 
anestésico tópico. Introduzir de forma escalonada 
e ir realizando o gotejamento de 5 em 5mm até 
introduzir toda a agulha na profundidade total. 
 
Nunca penetrar a agulha inteira para que não 
frature dentro da boca; caso a agulha quebre, fica 
mais fácil de puxá-la quando existe algum 
comprimento para fora dos tecidos. 
 
PASSO 14: faça a agulha avançar lentamente 
até o alvo 
O gotejamento deve ser repetido até que a agulha 
alcance a área-alvo desejada. O anestésico local 
tamponado aumenta o conforto do paciente, pois 
aumenta o pH da solução anestésica (7,35 a 7,5) 
e por possuir CO2 na sua composição, o qual 
apresenta propriedades anestésicas. 
Em um bloqueio do nervo alveolar inferior, a 
profundidade média de inserção da agulha é de 20 
a 25mm, deve-se depositar no máximo 1/8 do 
cartucho durante todo o gotejamento, sem 
necessidade de realizar aspiração. 
 
PASSO 15: infiltrar antes do periósteo 
Ao introduzir a agulha, antes de tocar o periósteo, 
faz-se uma infiltração, pois é uma área sensível e 
inervada, logo, a anestesia do periósteo permite 
um contato não traumático. As técnicas que 
exigem isso são: bloqueio do nervo alveolar 
inferior, do nervo mandibular de Gow-Gates e do 
nervo alveolar superior anterior (infraorbital). 
 
PASSO 16: aspirar 
A aspiração é feita para evitar que haja injeção 
intravascular, ela deve ser feita antes de depositar 
um volume de anestésico local. Com a aspiração, 
é possível determinar onde está situada a 
extremidade da ponta da agulha. Para aspirar, é 
preciso criar pressão negativa no cartucho 
odontológico. Exige que a ponta da agulha não se 
mova, nem seja empurrada mais adiante nem 
puxada para fora dos tecidos, por isso, requer 
estabilização adequada. 
Ao usar a seringa tipo arpão, deve-se puxar para 
trás delicadamente o anel do polegar em um 
movimento de 1 ou 2mm, isso produz uma pressão 
negativa no interior do cartucho, a qual é 
transladada para a ponta da agulha. O que estiver 
situado nos tecidos moles ao redor da ponta da 
agulha será puxado de volta para dentro do 
cartucho anestésico. Qualquer sinal de sangue 
constitui uma aspiração positiva e, nesse caso, 
não se deve depositar solução anestésica nesse 
local. 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À PRÁTICA CLÍNICA: TÉCNICAS ANESTÉSICAS REGIONAIS EM ODONTOLOGIA 
 
 
A- Aspiração negativa → com a agulha em 
posição no local de injeção, o administrador puxa 
o anel do polegar da seringa aspirante em arpão 1 
ou 2mm. A ponta da agulha não deve se mover. 
Deve-se verificar o cartucho no ponto em que a 
agulha penetra no diafragma quanto a uma bolha 
ou sangue. 
B- Aspiração positiva → uma leve coloração 
avermelhada na extremidade do diafragma indica 
penetração venosa. Deve-se reposicionar a 
agulha, aspirar novamente e, caso negativa, 
depositar a solução. 
C- Aspiração positiva → sangue vermelho 
brilhante enchendo rapidamente o cartucho indica 
penetração arterial. Deve-se remover a seringa da 
boca, trocar o cartucho e repetir o procedimento. 
 
A aspiração deve ser efetuada pelo menos duas 
vezes antes de ser administrado maior volume de 
anestésico local, com a orientação do bisel 
modificada (rotação de cerca de 45º no êmbolo da 
seringa para o 2º teste) para assegurar que o bisel 
da agulha não esteja dentro de um vaso, mas 
esteja fazendo contato com sua parede, 
proporcionando uma aspiração falso-negativa. 
 
A- A ponta da agulha está dentro do vaso 
sanguíneo, porém o bisel faz contato com a 
parede da veia. 
B- À aspiração, a parede da veia é sugada pela 
ponta da agulha, produzindo um teste de 
aspiração falso-negativo. 
C- A rotação da seringa em 45º e uma nova 
aspiração vão proporcionar uma verdadeira 
aspiração positiva nesse contexto. 
 
Alguns testes de aspiração adicionais podem ser 
sugeridos durante a administração da anestesia 
para tornar mais lenta a razão de administração e 
impedir o depósito de grandes volumes de 
anestésico no sistema cardiovascular. 
 
 
O calibre da agulha determina se a aspiração pode 
ser feita de maneira confiável, agulhas de calibre 
maior (ex: 25) são recomendadas mais 
frequentemente que agulhas de calibre menor (ex: 
27,30) sempre que houver um risco maior de 
aspiração positiva. 
 
PASSO 17: infiltrar lentamente 
Com a agulha em posição na área-alvo e as 
aspirações efetuadas e negativas, o administrador 
deve começar a pressionar delicadamente o 
êmbolo para passar a administrar o volume de 
anestésico previamente determinado. A injeção 
lenta é vital, pois o fator de segurança é muito 
importante e impede que a solução irrompa no 
tecido em que é depositado. A injeção rápida 
provoca desconforto e irritabilidade prolongada. 
 
Injeção lenta → deposição de 1ml de solução 
anestésica local em não menos de 60s 
 
PASSO 18: comunicar-se com o paciente 
Confortar o paciente, afirmando que está 
depositando a solução devagar para aumentar o 
conforto, para ajudar a aliviar a apreensão. É 
importante relembrar que o paciente não está 
recebendo mais anestesia do que deveria. 
 
PASSO 19: retirar lentamente a seringa 
A seringa deve ser retirada lentamente dos tecidos 
moles e deve-se tornar a agulha segura 
recobrindo-a com sua bainha plástica pela técnica 
de encaixe. Para recobrir a agulha sem risco de 
perfuração, usa-se a técnica de encaixe, na qual a 
cobertura da agulha é colocada em uma bandeja 
e a ponta da agulha é deslizada para dentro dela 
até encaixar. Após a agulha ser recoberta, ela 
deve ser descartada no recipiente para 
perfurocortantes. 
 
 
PASSO 20: observar o paciente 
Depois de terminar a injeção, é importante 
permanecer com o paciente enquanto o 
anestésico começa a fazer efeito e o seu nível 
sanguíneo aumenta. Muitas reações adversas 
ocorrem durante a injeção ou 5 a 10min após. 
 
INTRODUÇÃO À PRÁTICA CLÍNICA: TÉCNICAS ANESTÉSICAS REGIONAIS EM ODONTOLOGIA

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