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Prova N2 Teoria Literaria

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Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede.
 
Husserl afirma que, ao nível da consciência, podemos ter a certeza sobre a forma como apreendemos os fenómenos em si mesmos, ilusórios ou reais, mesmo que não exista evidência sobre a existência independente das coisas. Toda a consciência é consciência de alguma coisa, isto é, não há consciência sem um objecto de referência, porque um pensamento está sempre ‘voltado para algum objecto. O mundo exterior fica assim reduzido àquilo que se forma na nossa consciência, às realidades que constituem os puros fenômenos (...). Se não pode existir um acto de pensamento consciente sem um objecto de referência, também não pode existir um objecto sem existir também um sujeito capaz de o interpretar e apreender.
E-Dicionário de Termos Literários (EDTL), coord. de Carlos Ceia, ISBN: 989-20-0088-9, <http://www.edtl.com.pt>, consultado em 20 ago. 2019. Grifo nosso.
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto.
Resposta correta. A palavra-chave neste trecho é “fenômeno”. Mais uma vez, a associação do nome dos principais teóricos à terminologia nos auxilia nesta questão, visto que temos a citação de Husserl e de suas ideias. A crítica fenomenológica caracteriza-se por ser um modelo focado na apreensão de objetos concretos: um objeto só pode ser percebido se há quem o perceba; da mesma forma, só pode perceber algo quem tem um objeto a ser percebido. A crítica fenomenológica distancia-se de qualquer tentativa de explicação metafísica dos fenômenos, pautando-se exclusivamente naquilo que é real. Também se afasta completamente do psicologismo.
Materialismo.
 Pós-estruturalismo.
 Formalismo.
 
 Semiótica.
Fenomenologia 
Leia o trecho a seguir, retirado do conto Viagem à semente, do autor cubano Alejo Carpentier e responda a o que se pede.
 
Transcorreram meses de luto, sombreados por um remorso cada vez maior. A princípio, a idéia de trazer uma mulher para aquele aposento se fazia quase razoável. Mas, pouco a pouco, as necessidades do corpo novo foram deslocadas por escrúpulos crescentes, que chegaram ao flagelo. Certa noite, Dom Marcial se ensangüentou as carnes com um cinturão, sentindo logo um desejo maior, mas de curta duração. Foi então quando a Marquesa voltou, uma tarde, de seu passeio pelas margens do Almendares. Os cavalos da carruagem não traziam nas crinas mais umidade que a do próprio suor. Mas, durante todo o resto do dia, dispararam coices nas tábuas do estábulo, irritados, ao parecer pela imobilidade das nuvens baixas.CARPENTIER, Alejo. Viagem à semente. Trad. de L. Portbou. Arte e Letra: estórias, Curitiba, edição H, p.50-59, dez. 2009.
 
No trecho, é possível identificar a principal motivação que rege todo o conto. Assinale a alternativa que indica corretamente esta motivação
Resposta incorreta. Como vimos, a principal característica da motivação estética é a apresentação de uma trama que, apesar de banal, é contada de uma maneira completamente inovadora, provocando uma reação de estranhamento, de singularidade. Em determinado momento, no trecho apresentado, o começa a observar que o andamento da história não está seguindo o fluxo normal de tempo como se tem conhecimento, por exemplo em “O piano voltou leitor ao clavicórdio. As palmeiras perdiam anéis”, em “Desapareceram pés de galinha, cenhos e papadas, e as carnes voltavam à sua dureza” e em “Marcial teve a sensação estranha de que os relógios da casa davam cinco horas, depois quatro e meia, depois quatro, depois três e meia…”. Com isto, percebemos que a motivação deste conto é estética, uma vez que o motivo pelo qual o conto é considerado singular é justamente a narração de uma fábula do fim para o começo, em uma ordem invertida.
Motivação estética.
Motivação realista.
Motivação composicional falsa.
Motivação composicional funcional.
Motivação composicional dinâmica.
Leia o trecho a seguir, de Esperando Godot, obra de Samuel Beckett.
“Vladimir: Temos que comemorar, mas como? (Pensa) Levante que lhe dou um abraço. (Oferece a mão a Estragon).
Estragon (irritado): Daqui a pouco, daqui a pouco.
Silêncio.
Vladimir (magoado, com frieza)> Pode-se saber onde o senhor passou a noite?
Estragon: Numa vala.
Vladimir (espantado): Numa vala! Onde?
Estragon (sem indicar): Logo ali.
Vladimir: E eles não bateram em você?
Estragon: Bateram, mas não demais.
Vladimir: Os mesmos de sempre?
Estragon: Os de sempre? Não sei.
Silêncio.
Vladimir: Quando paro para pensar… estes anos todos… não fosse eu… o que teria sido de você…? (Com firmeza) Não seria mais do que um montinho de ossos, neste exato momento, sem sombra de dúvida.
Estragon (ofendido): E daí?
Vladimir (melancólico): É demais para um homem só. (Pausa. Com vivacidade) Por outro lado, qual a vantagem de desanimar agora, é o que eu sempre digo. Deveríamos ter pensado nisso milênios atrás, em 1900.
Estragon: Chega. Ajude aqui a tirar esta porcaria.
Vladimir: De mãos dadas, pular do alto da torre Eiffel, os primeiros da fila. Éramos gente distinta, naquele tempo. Agora é tarde demais. Não nos deixariam nem subir. (Estragon luta com a bota) O que você está fazendo?”
(BECKETT, Samuel . Esperando Godot. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. Trad. Fábio de Souza Andrade.)
 
Indique qual tipo de narrador está categorizado no texto.
Resposta correta. A apresentação das características, sentimentos e percepções das personagens, no trecho, se dá exclusivamente pelas falas e apresentações de cenário. De certa maneira, o modo dramático se aproxima muito das peças teatrais.
“Eu” como testemunha.
Modo dramático.
Onisciência seletiva.
Onisciência seletiva múltipla.
Narrador onisciente intruso.
Assinale a alternativa que contém apenas afirmações verdadeiras a respeito da teoria da tragédia em relação aos demais gêneros dos quais Aristóteles disserta em A Poética.
1. Aristóteles defende a tragédia enquanto gênero superior em relação à epopeia, visto que a tragédia possui um funcionamento formal que permite com que a catarse seja alcançada até pela simples leitura sem representação cênica.
2. Aristóteles defende a tragédia enquanto gênero superior em relação à comédia, pois na tragédia é possível apresentar diversos acontecimentos em uma sequência não necessariamente lógica, alcançando a catarse e a purificação das emoções humanas já através da multiplicidade de ações em um período de tempo ilimitado.
3. Na tragédia e na comédia, ou seja, gêneros dramáticos no geral dentre os estudados por Aristóteles, as possibilidades de composição e ferramentas formais são muito mais amplas do que na epopéia e poesia. Entretanto, a tragédia se destaca em relação à comédia por representar a atitude de pessoas louváveis, em sua máxima expressão de ética e grandiosidade.
4. Segundo Aristóteles, a tragédia teria surgido das transformações da poesia, principalmente da epopeia, para um modelo de representação cênica com atores e personagens, mantendo algumas características dos gêneros mais antigos, como a utilização do canto e da música.
Resposta incorreta. Aristóteles define que os gêneros dramáticos são provenientes da tradição das epopeias, trazendo consigo marcas da musicalidade deste gênero. Para o autor, a tragédia seria superior à comédia por representar a atitude de homens louváveis, enquanto que esta os representaria em sua pior versão. Um dos pontos essenciais de Aristóteles sobre os gêneros dramáticos é que o enredo destas histórias não deveria decorrer em um espaço de tempo maior do que um único dia para que a verossimilhança não se perdesse. Assim, não há espaço na tragédia para o desenvolvimento de muitos acontecimentos diferentes. Já a epopeia, em contraponto, é um gênero mais fragmentado, visto que os feitos grandiosos nela cantados podem e devem ser diversos. Se pensarmos na diferença entre a tragédia de Sófocles, Édipo Rei e a epopeia Ilíada, atribuída a Homero, veremos que no primeiro caso, toda a ação de Édipo, ainda que extensa, decorre em um único dia. Já os feitos de Aquilese seu exército decorrem em algumas semanas.
I, III e IV
I, II e II.
I, II e IV.
II, III e IV.
I e IV.
Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede.
 
Definida como ciência geral dos signos, (...) tem por objeto os processos de significação que constituem a linguagem, não se ocupando, a princípio, com a obra de arte literária, de modo específico. Decorre então que essa teoria não oferece aos que se dedicam ao estudo do texto poético ou de ficção, um modelo de análise voltado para suas características particulares.
REVISTA DIÁLOGOS. Pernambuco: Editora da Universidade de Pernambuco, 2018. D.o.i. 10.13115/2236-1499v2n19p473. Grifo nosso.
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto.
Resposta correta. Apesar de não haver consenso entre os linguistas, pode-se tratar como Semiótica o estudo do universo dos signos (PEIRCE, 1977). A ciência dos signos e significantes, sendo uma teoria particularmente linguística que pode ser aplicada ao estudo de literatura, bem como ao estudo de todas as linguagens artísticas, possui diversas subcategorias teóricas de atuação. O trecho em destaque fala mais especificamente da Semiótica francesa, pautada na análise de discurso e interdisciplinaridade entre significantes de diversos gêneros.
Semiótica.
Fenomenologia.
Materialismo.
Pós-estruturalismo.
Formalismo Russo.
 
O trecho a seguir é uma famosa citação de Machado de Assis, retirada do capítulo VI romance Quincas Borba.
 
“ - (...) Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”
 ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2012.
 
Agora leia este trecho do capítulo CXCIX do mesmo romance:
 
“Rubião tinha febre. Comeu pouco e sem vontade. A comadre pediu-lhe contas da vida que passara na Corte, ao que ele respondeu que levaria muito tempo, e só a posteridade a acabaria. Os sobrinhos de seu sobrinho, concluiu ele magnificamente, que hão de ver-me em toda a minha glória. Começou, porém, um resumo. No fim de dez minutos, a comadre não entendia nada, tão desconcertados eram os fatos e os conceitos; mais cinco minutos, entrou a sentir medo. Quando os minutos chegaram a vinte, pediu licença e foi a uma vizinha dizer que Rubião parecia ter virado o juízo. Voltou com ela e um irmão, que se demorou pouco tempo e saiu a espalhar a nova. Vieram vindo outras pessoas, às duas e às quatro, e, antes de uma hora, muita gente espiava da rua.
-Ao vencedor, as batatas! -- bradava Rubião aos curiosos. Aqui estou imperador! Ao vencedor, as batatas!”ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2012.
 
Na obra, acompanhamos o personagem Rubião, bem como acontecimentos que sucedem a morte de seu grande amigo Quincas Borba, que lhe deixa uma herança contanto que Rubião cuide de seu fiel companheiro, um cachorro também chamado Quincas Borba. Levando em consideração estes dados e tomando por base seus conhecimentos a respeito da teoria formalista, assinale a alternativa correta.
Resposta correta. Como é possível observar na relação entre os dois trechos em destaque, a trajetória de Rubião exemplifica o postulado filosófico de Quincas Borba, no capítulo VI, justamente porque o personagem termina sua história louco, doente e invalidado socialmente - logo, foi vencido. A repetição da frase “ao vencedor, as batatas” retoma este trecho onde o postulado é colocado na narrativa, estabelecendo uma conexão com todos os acontecimentos que sucedem na obra. Para chegar a esta análise, não é preciso recorrer a outras fontes teóricas, basta analisar a composição de Quincas Borba.
Existem aspectos formais no texto que nos permitem afirmar que a trajetória de Rubião é uma exemplificação do postulado no capítulo VI, como a repetição da emblemática frase de Quincas Borba “ao vencedor, as batatas”.
É correto afirmar que não se explicitam motivações sociais no texto literário, assim como o formalismo russo postula, prevalecendo nas diversas instâncias literárias as premissas estéticas.
Uma análise interessante, de acordo com o modelo formalista, do texto de Quincas Borba, é a contextualização da obra em um período histórico específico, que se dá pela utilização da palavra “comadre” para se referir a uma pessoa conhecida, no trecho em destaque do capítulo CXCIX.
É improcedente a afirmação de que a trajetória de Rubião seja uma exemplificação do postulado no capítulo VI.
De acordo com as reflexões da personagem Quincas Borba a respeito da guerra, principalmente a defesa da mesma, é possível considerar que a obra de Machado de Assis é, sobretudo, uma ode ao poderio militar.
O trecho a seguir é uma famosa citação de Machado de Assis, retirada do capítulo VI romance Quincas Borba.
 
“ - (...) Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2012.
 
Agora leia este trecho do capítulo CXCIX do mesmo romance:
 
“Rubião tinha febre. Comeu pouco e sem vontade. A comadre pediu-lhe contas da vida que passara na Corte, ao que ele respondeu que levaria muito tempo, e só a posteridade a acabaria. Os sobrinhos de seu sobrinho, concluiu ele magnificamente, que hão de ver-me em toda a minha glória. Começou, porém, um resumo. No fim de dez minutos, a comadre não entendia nada, tão desconcertados eram os fatos e os conceitos; mais cinco minutos, entrou a sentir medo. Quando os minutos chegaram a vinte, pediu licença e foi a uma vizinha dizer que Rubião parecia ter virado o juízo. Voltou com ela e um irmão, que se demorou pouco tempo e saiu a espalhar a nova. Vieram vindo outras pessoas, às duas e às quatro, e, antes de uma hora, muita gente espiava da rua.
-Ao vencedor, as batatas! -- bradava Rubião aos curiosos. Aqui estou imperador! Ao vencedor, as batatas!”ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2012.
 
Na obra, acompanhamos o personagem Rubião, bem como acontecimentos que sucedem a morte de seu grande amigo Quincas Borba, que lhe deixa uma herança contanto que Rubião cuide de seu fiel companheiro, um cachorro também chamado Quincas Borba. Sob o ponto de vista das motivações para a análise formalista de uma obra literária, é correto apenas o que se afirma na alternativa:
Resposta correta. Sabemos que o narrador onisciente neutro indica uma busca por verossimilhança, portanto, considerando a obra de Machado de Assis, é interessante observar a motivação realistaque está por trás desta escolha. Esta busca por verossimilhança não aparece esvaziada de significado, uma vez que logo nos primeiros capítulos observa-se a colocação de um postulado filosófico que, no prosseguimento do enredo, se comprova na trajetória de Rubião. Portanto, é possível considerar que os acontecimentos narrados sobre a vida de Rubião tenham uma forte motivação composicional, a fim de exemplificar e até mesmo justificar o postulado de Quincas Borba.
O tratado filosófico de Quincas Borba, no capítulo VI, é um excede as premissas formais em relação à obra, ferindo os propósitos de unidade do todo da obra.
Do ponto de vista do formalismo russo, a principal motivação que move o enredo de Quincas Borba é estética.
Do ponto de vista do formalismo russo, não é possível estabelecer uma relação entre os trechos citados, visto que as motivações são diferentes: no primeiro trecho, compreende-se uma falsa motivação enquanto que no segundo trecho, a motivação é puramente estética, demonstrando a loucura de Rubião ao final da história.
É possível considerar que a trajetória de Rubião seja, do ponto de vista formalista, movida por uma motivação composicional que tem por objetivo comprovar o postulado filosófico de Quincas Borba.
A escolha por um narrador onisciente neutro não é expressão de motivações estéticas.
Leia o trecho a seguir, extraído do capítulo A escola de poesia formalista e o marxismo, do livro Literatura e revolução de Leon Trotski.
 
Tal como é atualmente representada por Chklovski, Jirmúnski, Jakobson e outros, ela não passa de um insólito aborto. Essa escola, proclamando que a essência da poesia está na forma, reduz sua tarefa a uma análise essencialmente descritiva e semi-estatística da etimologia e da sintaxe dos poemas à contagem de vogais, consoantes, sílabas e epítetos que se repetem. O trabalho — que os formalistas não temem denominar ‘ciência formal da poesia ou poética’ — é indiscutivelmente necessário e útil, sob a condição de que se considere seu caráter parcial, subsidiário e preparatório. Pode tornar-se um elemento essencial da técnica poética e das regras do ofício.
Assim como é útil ao poeta ou ao escritor em geral preparar listas de sinônimos, aumentá-las, para expandir seu repertório verbal, é-lhe verdadeiramente útil, indispensável, medir uma palavra não só conforme sua significação intrínseca, mas também de acordo com seu valor acústico, pois é antes de tudo pela acústica que se transmite ao outro essa palavra. Os métodos do formalismo, mantidos dentro de limites razoáveis, podem ajudar a esclarecer as particularidades artísticas e psicológicas da forma (sua economia, movimento, contraste, hiperbolismo etc.). Esses métodos, por sua vez, podem abrir ao artista um caminho — um dos caminhos — para a percepção do mundo e facilitar a descoberta das relações de dependência entre um artista ou de toda a escola artística e o meio social. (...)
Os formalistas, porém, recusam-se a admitir que seus métodos possuem outro valor a não ser como acessório, utilitário e técnico, semelhante ao da estatística para as ciências sociais, ou do microscópio para as ciências biológicas. E vão muito mais longe: a arte da eloqüência, para eles, encontra seu acabamento na palavra, como as artes plásticas na cor. Um poema é uma combinação de sons; uma pintura é uma combinação de manchas coloridas. E as leis da arte são as normas dessas combinações. O critério social e psicológico que, para nós, dá um sentido ao trabalho microscópico e estatístico sobre a matéria verbal é, para os formalistas, apenas alquimia.
 
 
No texto, o autor estabelece uma dura crítica aos formalistas russos, caracterizando o conhecido embate entre o materialismo dialético e o formalismo mecanicista de Chklovski. Neste sentido, assinale a alternativa correta em relação ao que pode ser afirmado no trecho destacado.
Resposta correta. As relações entre arte e sociedade são amplamente colocadas por Leon Trotski em sua obra. No capítulo em específico, de onde o trecho foi retirado, considera-se a grande importância do trabalho da crítica formalista russa enquanto um dos caminhos possíveis para que se perceba parte do que um objeto literário possui de valor em si. Em nenhum momento, porém, Trotsky afirma que o texto literário possua uma utilidade, nem mesmo uma única explicação possível. Mas sim, propõe que o mecanicismo da análise literária não é suficiente para a conceitualização de todos os possíveis significados de uma obra.
No trecho, autor inviabiliza completamente o trabalho da crítica formalista russa.
O formalismo é o caminho por excelência à total percepção de tudo o que uma obra literária tem a apresentar aos seus leitores.
São feitas considerações a respeito de um possível esvaziamento de significado da arte quando desconsiderados os fatores sociais e psicológicos que a permeiam.
Propõe-se uma nova utilidade à crítica literária, baseada na explicação dos fatos literários por fatos históricos.
Considera-se como única forma plausível de interpretação e crítica aquela que busca no social a essência de todas as opções estéticas, sem posterior investigação dos mecanismos e trabalho de composição intrínsecos à obra.
Leia o trecho a seguir.
 
É, entretanto, com a obra do filósofo alemão Wilhelm Dilthey (1833-1911) que a hermenêutica alcança o regulamento de um método de conhecimento especialmente apto para dar conta do facto humano, inflexível em si mesmo aos fenômenos naturais. [...]
Dilthey passou a encarar a compreensão como referência às objetivações da vida, à medida que o sujeito vive em sua dimensão histórica. Seguia-se a Hermenêutica como base para as disciplinas cujo objeto era a compreensão da arte, do comportamento e da escrita humana e seu pressuposto não era a compreensão do discurso em sua reação com a língua, mas em sua relação com a vida.
Portanto, toda manifestação da vida possui um significado que é expresso em forma de signo, ou seja, a própria vida só existe em si mesma. A compreensão é um tipo particular de explicação relativa à acção humana e que não se encontra acima nem independe do nível causal.
CRISTÓFANO, Sirlene. Hermenêutica e literatura: aportes para a interpretação e compreensão do mundo. Revista Diálogo e Interação, Cornélio Procópio, v. 2, dez. 2009. Grifo nosso.
 
No trecho em destaque, a autora faz um apanhado das principais características deste ramo da filosofia chamado Hermenêutica. Com base em seus conhecimentos, assinale a alternativa em que cita-se uma corrente literária que está em consonância com a Hermenêutica aplicada à literatura.
Resposta correta. Observa-se o caráter multidisciplinar da Fenomenologia, enquanto teoria que engloba saberes filosóficos, literários e históricos em si. É possível perceber as relações entre Fenomenologia e Hermenêutica no trecho em destaque principalmente nos momentos em que a autora sintetiza os principais postulados desta metodologia sobre o dialogismo entre leitor e texto, em uma situação de interdependência. A Fenomenologia na literatura, então, é a teoria dentre as apresentadas nas alternativas que, de fato, está em perfeita consonância com estes postulados.
Psicanálise.
 
Formalismo.
Feminismo.
Materialismo.
Fenomenologia.
Leia os itens a seguir e analise a relação entre as citações do texto O ponto de vista na ficção,
de Norman Friedman e o tipo de narrador, de acordo com a classificação proposta pelo autor.
 
1. Câmera - “(...) A aparência dos personagens, o que eles fazem e dizem, o cenário - todos os materiais da estória, portanto - podem ser transmitidos ao leitor unicamente através da mente de alguém presente” (FRIEDMAN, 2002, p. 177).
2. Onisciente intruso - “(...) De modo semelhante, o leitor tem acesso a toda amplitude de tipos de informação possíveis, sendo elementos distintivos dessa categoria os pensamentos, sentimentos e percepções do próprio autor; ele é livre não apenas para informar-nos as ideias e emoções das mentes de seus personagens como também as de sua própria mente.” (FRIEDMAN, 2002, p. 173).
3. Mododramático - “As informações disponíveis ao leitor (...) limitam-se em grande parte ao que os personagens fazem e falam; suas aparências e o cenário devem ser dados pelo autor (...): nunca há, entretanto, nenhuma indicação direta sobre o que eles percebem (...), o que pensam ou sentem. Isso não significa dizer, é claro, que os estados mentais não possam ser inferidos a partir da ação e do diálogo”. (FRIEDMAN, 2002, p. 178).
 
É correto a correlação que se faz em:
Resposta correta. Interpretando a tipologia de Friedman, se existe registro da percepção a partir de um personagem, não teremos uma câmera. Como vimos, quando a opinião da voz narrativa é impressa no texto, temos o narrador onisciente intruso e quando as informações apresentadas limitam-se às ações e falas dos personagens, sem desenvolvimento sobre suas percepções, temos o modo dramático. 
II e III, apenas.
I e II, apenas.
I e III, apenas.
I, apenas.
I, II e III.

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