Buscar

Lista de exercícios - Teoria das Relações Internacionais - Wendt, Waltz e Gilpin

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Quais as características principais do Construtivismo de Wendt e como elas o
distinguem das outras abordagens teóricas?
Alexander Wendt, autor construtivista, procura estabelecer uma ponte entre duas
abordagens teóricas: o realismo e o liberalismo, usando ideias da sociologia e criando, tal
como o mesmo menciona, uma "teoria social psicológica". Assim, o autor busca diferenciar
de abordagens racionais e, ainda que em menor medida, dos liberais também.
Uma das principais características do construtivismo é a ideia de que os objetos
possuem significados distintos para atores distintos do sistema internacional, sendo assim, os
atores agem de acordo com o efeito que os objetos causam neles próprios. Um exemplo que o
autor menciona é o de que os mísseis britânicos e os soviéticos, ainda que sejam objetos
iguais, provocam reações e significados distintos para os Estados Unidos e isso ocorre em
virtude de como está organizada a estrutura do sistema. Sendo assim, diferentemente do que
autores realistas como Waltz apresentam, Wendt argumenta que apenas a lógica da anarquia e
da distribuição do poder são incapazes de compreender a ação dos Estados frente a aliados e
inimigos.
Para Waltz, em que se baseia a superioridade da teoria sistêmica sobre suas rivais?
Discuta.
Antes de tudo, é importante mencionar que, segundo Waltz, algumas teorias que se
auto classificam como sistêmicas, na verdade acabam por analisar também os acontecimentos
a nível das unidades, não sendo, assim, totalmente condizentes com o modelo de teoria
sistêmica que o autor desenvolve.
Para Waltz, a teoria sistêmica deve deixar de lado todas as interações entre os Estados
e também dentro deles. Nesse ponto se baseia um dos principais detalhes que tornam a teoria
sistêmica superior às demais: através da teoria que Waltz defende, ao se ignorar as interações
que ocorrem aos níveis doméstico e interestatal, torna-se possível a visualização de toda a
estrutura que molda tais interações, independente de fatores instáveis, como as
personalidades no poder e a situação econômica das unidades.
Dessa forma, ao se compreender as características próprias da estrutura, poderão ser
compreendidas também as formas pelas quais a estrutura molda o comportamento dos atores
nas unidades, tal como o autor exemplifica ao comparar os sistemas políticos da Grã
Bretanha e dos Estados Unidos, compreendendo que a atuação dos governantes pode ser
melhor explicada através da forma pela qual a estrutura política de cada país é posta a eles e
não, tal como diversas teorias compreenderiam, por seus atributos pessoais.
Posto isso, é possível compreender que a teoria sistêmica, através da abordagem de
Waltz, permite a compreensão pormenorizada do sistema, isto é, da estrutura e das partes que
interagem, sendo as segundas moldadas pela estrutura que está posta.
Qual a importância da relação entre poder e prestígio na dinâmica de mudança
internacional descrita por Gilpin?
De acordo com Robert Gilpin, para um Estado se tornar o ator hegemônico do sistema
internacional, ele deve ser dotado tanto de poder, quanto de prestígio, do contrário, enfrentará
dificuldades em sua tentativa de estabelecer-se como o detentor da ordem.
O conceito de poder caminha mais no sentido de uma força bruta, engloba a força
militar e a capacidade do Estado de impor-se através da mesma. Já o prestígio, o qual precisa
ser conquistado pelo ator de forma não material, explica-se pela força de influência do
Estado, bem como a confiança que outros atores depositam nele, em suma, resume-se em
uma certa legitimidade que o Estado deverá conquistar para estabelecer-se como hegemônico.
Assim, compreende-se que, se um Estado não detém poder, não conseguirá impor-se
totalmente como o ator hegemônico do sistema por falta de forças brutas. Por outro lado, se o
mesmo não detém de prestígio, também não conseguirá se estabelecer facilmente, pois não
lhe terá sido concedida a legitimidade necessária para tal posição. Posto isso, verifica-se,
portanto, a necessidade de um Estado que deseja elevar-se ao posto de detentor da ordem
internacional, de manter e equilibrar as características de poder e de prestígio.

Continue navegando