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PRÁTICA SIMULADA III - PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA EM PRISÃO EM FLAGRANTE

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL 
DA CAPITAL. 
 
Auto de prisão nº 
 
 
ALBERTO, nacionalidade..., estado civil..., profissão, portador do RG e do 
CPF, residente e domiciliado na ..., nº..., bairro..., cidade..., estado..., CEP..., Endereço 
eletrônico..., neste ato representado por seu bastante procurado (PROCURAÇÃO 
ANEXA), vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 5, inc. 
LXVI, da Constituição Federal, c/c arts. Art. 310, inc. III, e art. 323, inc. I, ambos do 
Código De Processo Penal, requerer LIBERDADE PROVISÓRIA, pelas razões fáticas 
e jurídicas que passo a expos: 
 
 
I - DOS FATOS 
O defendente foi preso em flagrante por agentes policiais do 4º Distrito Policial 
da Capital, na posse de um automóvel marca Fiat, Tipo Uno, supostamente furtado. 
O Dr. Delegado de Polícia que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante capitulou os 
fatos como incursos no artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal. Motivo pelo qual não 
arbitrou fiança, determinando o recolhimento do defendente ao cárcere e entregando-
lhe nota de culpa. 
Ocorre que o defendente possui residência fixa na Capital, é réu primário e 
também trabalhador. 
 
II - DO DIREITO 
Ao defendente foi imputada a prática do crime previsto no art. 155, § 4º IV, do 
Código Penal, entretanto, no que concerne sobre a questão da liberdade provisória, 
não há que se falar em vedação de fiança, uma vez que o delito em análise não se 
enquadra nas situações descritas nos artigos 323 e 324 do CPP, que versam sobre 
as hipóteses de não concessão da fiança. 
Além disso, o defendente está sendo acusado pela prática, em tese, do crime 
de furto qualificado, o qual possui pena mínima de 2 anos de reclusão. Destarte, na 
remota hipótese de condenação, o defendente receberia uma pena aplicada no 
mínimo legal, vez que é portador de bons antecedentes e primariedade, de forma que 
seu regime de cumprimento de pena seria o regime aberto, não sendo razoável que 
responda o processo recluso. Tais circunstâncias devem ser levadas em consideração 
no momento da aplicação da pena, conforme dispõe o art. 59 do CP. 
Ademais, não ficou demonstrado nos autos a existência manifesta dos 
requisitos para a prisão preventiva, os quais encontram-se elencados nos arts. 312 e 
313 do CPP, razão pela qual a concessão da liberdade provisória é medida que se 
impõe. 
Sobre o tema em análise, os Tribunais têm firmado posição favorável ao ora 
pleiteado como pode ser observado nos seguintes julgados: 
 
LIBERADE PROVISÓRIA – FURTO QUALIFICADO – ACUSADO PRIMÁRIO 
COM BONS ANTECEDENTES – Inexistência de qualquer dos requisitos 
motivadores da prisão preventiva. Concessão. Possibilidade. É possível a 
concessão da liberdade provisória ao acusado por furto qualificado, primário 
com bons antecedentes quando não for preenchido nenhum dos requisitos 
dispostos no art. 312 do CPP, sendo insuficientes para manutenção do 
encarceramento os indícios ou provas da existência do crime e de sua 
autoria.” (TACRIMSP – HC 374256/8 – 5ª C. – Rel. Juiz Luís Ganzerla – 
DOESP 08.01.2001) JCPP. 312 
 
HABEAS CORPUS - FURTO QUALIFICADO - PRISÃO EM FLAGRANTE - 
PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA MEDIANTE O PAGAMENTO DE 
FIANÇA - POSSIBILIDADE - ORDEM CONCEDIDA - 1 - A prisão do paciente 
não se enquadra em nenhuma das hipóteses elencadas no art. 323 do CPP, 
bem como não registra antecedentes criminais, razão por que é de se 
conceder a liberdade provisória mediante pagamento de fiança. 2 - O 
Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento de que, “uma vez 
satisfeitos os pressupostos legais, a prestação de fiança é direito do réu e 
não faculdade do juiz.” (TJAC - HC 03.000082-3 - (2.383) - C. Crim. - Rel. 
Des. Feliciano Vasconcelos - J. 21.02.203) JCPP. 323 
 
Por derradeiro, vem neste ato fazer juntada dos comprovantes de residência, 
bem como de sua atividade lícita, não restando quaisquer dúvidas sobre a 
possibilidade da aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, conforme dispõe 
o art. 319, do CPP. 
 
III - DO PEDIDO 
Diante do exposto, REQUER seja deferido o PEDIDO DE LIBERDADE 
PROVISÓRIA, arbitrando-se fiança e expedindo-se o conseguinte ALVARÁ DE 
SOLTURA, por ser medida de mais lídima justiça. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
 
ADVOGADO... 
OAB/UF... nº....

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