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Unidade 04

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22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4
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Processo penal
Unidade 4 - Prisão, prisão e liberdade provisória e processo e
procedimentos
Autora: Márcia Rocha Teodoro 
Validação Técnica: Ednaldo B. de Souza Júnior
Iniciar
Introdução
Neste capítulo, estudaremos as prisões cautelares e a liberdade provisória. Temas de
grande relevância para a vida prática do Direito e para entender o mundo que nos
cerca, onde cada dia mais nos deparamos com notícias sobre o tema.
Abordaremos, ainda, o processo comum e seus procedimentos dispostos no Código de
Processo Penal, conhecimentos fundamentais para o estudioso do Direito.
Bons estudos!
1. Prisão
22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4
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A prisão é limitação à liberdade, seja em razão da chamada prisão-pena, aquela �xada
em razão de sentença penal transitada em julgado, ou nas hipóteses de prisões
cautelares, que serão estudadas ao longo do próximo capítulo.
1.1 Presunção de Inocência e prisões
cautelares
O art. 5º, LVII da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 determina que
“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória”. Trata-se de norma que de�ne o princípio presunção de inocência no
âmbito do Direito Processual Penal. Por este princípio, o acusado é inocente até que se
prove o contrário, razão pela qual não há que se falar na restrição de direitos de um
acusado até que comprovada sua culpa, salvo em situações expressamente de�nidas
em lei que autorizem a limitação à liberdade do acusado. Assim, a regra é a liberdade e
a exceção a prisão durante o curso processual.
1.2 Conceito de prisão cautelar
Sobre o conceito de prisão Araújo a�rma que:
Prisão é a restrição absoluta ao direito de ir, vir e permanecer daquele que viola em âmbito
criminal o ordenamento jurídico posto pelo Estado. Essa medida restritiva pode ser decorrente
de responsabilização criminal ou extrapenal como na hipótese da prisão do devedor contumaz
de alimentos, a disciplinar aos militares, a administrativa inerente aos estrangeiros, etc (
ARAÚJO, 2014, p. 253 ).
A prisão decorrente de responsabilização criminal se subdivide em duas espécies, a
prisão-pena, imposta em decorrência de sentença penal condenatória transitada em
julgado e a prisão cautelar, decorrente “da necessidade de e�cácia de uma dada
persecução criminal”, que pode ser a prisão em �agrante, preventiva ou temporária
(ARAÚJO, 2014, p. 253).
As prisões cautelares são instrumentos utilizados para a investigação ou a instrução
criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais. Devem respeitar a adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias
do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado (art. 282, CPP), de forma que a
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aplicação dessas medidas não deve passar de mero alvedrio do Poder Público. Por
tratarem-se de exceções, devem ser instituídas com a cautela de se resguardar os
direitos básicos do investigado, com a devida observância da lei penal.
Assim, ninguém poderá ser preso senão em �agrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em
virtude de prisão temporária ou prisão preventiva, todas modalidades de prisões
cautelares (art. 283, CPP).
1.3 Modalidades de prisão cautelar
Passaremos a analisar as modalidades da prisão cautelar neste capítulo.
1.3.1 Da prisão em flagrante
Trata-se de modalidade de prisão cautelar administrativa, realizada quando do
cometimento da infração penal ou logo após tê-la cometido (NUCCI, 2019).
Seu caráter é administrativo, tendo em vista dispensa de ordem judicial expressa e
fundamentada para sua realização, uma vez que qualquer do povo poderá e as
autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado
em �agrante delito (art. 301, CPP). Signi�ca dizer que qualquer pessoa do povo, que
presencie uma das situações autorizativas de prisão em �agrante pode efetuá-la,
sendo que as autoridades policiais e seus agentes têm a obrigação de fazê-lo.
As hipóteses que autorizam a prisão em �agrante delito são as dispostas no art. 302 do
CPP, vejamos:
● Está cometendo a infração penal ou acaba de cometê-lo: Trata-se de hipótese de
verdadeira fragrância e é denominada pela doutrina como �agrante próprio ou
propriamente dito ou perfeito ou real ou verdadeiro.
● É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser autor da infração. Trata-se de �agrante denominado
pela doutrina de impróprio, imperfeito, irreal ou quase �agrante, uma vez que cria
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hipótese de prisão em �agrante com base na presunção de culpa com base na
evidência da autoria e da materialidade (NUCCI, 2008, p. 590). Sobre esta hipótese
doutrina e jurisprudência são pací�cas em a�rmar que não importa o tempo da
perseguição, desde que ela seja imediata e ininterrupta. Um bom exemplo é a
perseguição de acusado que acaba de cometer um delito e foge para outra cidade.
Desde que sua perseguição se inicie imediatamente e continue de forma ininterrupta,
quando da captura, ser-lhe-á decretada prisão em �agrante.
● É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam
presumir ser ele autor da infração. Trata-se de �agrante presumido, �cto ou
assimilado.
Nesses casos, embora o agente não tenha sido perseguido, é encontrado com
“instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da
infração penal” (ALVES, 2019, p. 97).
Importante se faz perceber que a hipótese de prisão em �agrante presume uma
imediaticidade em relação ao fato criminoso.
Apresentado o preso à autoridade competente, esta ouvirá o condutor e colherá,
desde logo, sua assinatura, entregando a este uma cópia do termo e recibo de entrega
do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao
interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada
oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando a autoridade, ao �nal, o auto (art. 304,
CPP).
Observe-se que a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre devem ser
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do
preso ou à pessoa por ele indicada (art. 306, CPP), regra indispensável também à
prisão em �agrante.
Realizada a prisão em �agrante, “deverá ser submetida à análise judicial da sua
legalidade (caráter judicial) nos termos do art. 5º, inciso LXV, da Constituição Federal,
que poderá/deverá relaxá-la em caso de ilegalidade” (ALVES, 2019, p. 93).
1.3.2 Da prisão preventiva
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Trata-se de “medida cautelar de constrição à liberdade do indiciado ou réu, por razões
de necessidade, respeitados os requisitos estabelecidos por lei” (NUCCI, 2008, p. 602).
A decretação de prisão preventiva pode ocorrer em qualquer fase da investigação
policial ou do processo penal. Pode ser decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da
ação penal; a requerimento do Ministério Público, na fase de investigação criminal e no
curso da ação penal; pelo querelante ou assistente, no curso da ação penal; ou por
representação da autoridade policial, durante o cursodo inquérito policial (art. 311,
CPP).
Os requisitos exigidos para a instauração da prisão preventiva estão dispostos no art.
312 do CPP, segundo o qual a prisão preventiva poderá ocorrer por necessidade, no
caso de se fazer necessária a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal; e
quando houver prova da existência do crime (materialidade) e indício su�ciente de
autoria. Por �m, cabe acrescentar que a prisão preventiva também poderá ser
decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por
força de outras medidas cautelares, que serão estudadas nos próximos capítulos.
Saliente-se que a:
garantia da ordem pública diz respeito à indispensabilidade de se manter a ordem na sociedade,
que, como regra é abalada pela prática de um delito’ ( NUCCI, 2008, p. 605 ). São casos que
normalmente violam a ordem pública: Aqueles que afetam a credibilidade do judiciário; os que
contam com a divulgação pela mídia (não confundir com sensacionalismo, clamor público); os
crimes cometidos com violência ou grave ameaça ou com outra forma de execução cruel; se o
agente delitivo possui longa �cha de antecedentes, etc. ( ALVES, 2019, p. 117 ).
Ademais, além dos requisitos informados pelo art. 312 do CPP, apenas será admitida a
decretação da prisão preventiva, caso seja veri�cada a presença de pelo menos uma
das seguintes hipóteses, descritas no art. 313 do CPP: I - nos crimes dolosos punidos
com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos (excluídos,
portanto, as contravenções e, em regra, os crimes culposos); II - se tiver sido
condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, salvo se
decorrido o prazo de depuração de cinco anos da reincidência (art. 64, I, CP); III - se o
crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com de�ciência, para garantir a execução das medidas
protetivas de urgência; e conforme o parágrafo único, quando houver dúvida sobre a
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identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos su�cientes para
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a
identi�cação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
Não há prazo �xado em lei para a prisão preventiva, de forma que sua duração deve
perdurar enquanto houver necessidade, observando-se os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade (ALVES, 2019, p. 115).
Por �m, importante apontar que a decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão
preventiva deverá ser sempre motivada (art. 315, CPP), sendo que o juiz poderá
revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, veri�car a falta de motivo para
que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justi�quem
(art. 316, CPP).
1.3.3 Prisão temporária
Tratada pela lei 7.960/89, a prisão temporária tem por objetivo garantir a investigação
policial, quando se tratar de apuração de infração penal de natureza grave (NUCCI,
2019).
Possível apenas durante o período de investigação criminal, tem cabimento quando
imprescindível para as investigações do inquérito policial; ou quando o indicado não
tiver residência �xa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
identidade; e, ainda, quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova
admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos crimes
elencados no art. 1º da lei 7.960/89.
A prisão temporária deve ser decretada pelo Juiz, em face da representação da
autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e seu prazo é de 5 (cinco)
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
Perceba-se que, ao contrário da prisão preventiva, a prisão temporária não é passível
de ser decretada de ofício pelo juiz.
Sobre o término do prazo máximo �xado para a duração da prisão temporária,
importante esclarecer que
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Esgotado o prazo determinado pelo juiz para a duração da prisão temporária (com ou sem
prorrogação), o investigado deve ser imediatamente liberado pela própria autoridade policial,
independentemente de alvará de soltura, sob pena de cometimento de crime de abuso de
autoridade. Entretanto, é possível a manutenção da prisão se, e somente se, for decretada a
prisão preventiva do investigado, que passa a viger após o término da temporária (art. 2º, § 7º) (
ALVES, 2019, p. 89 ).
Por �m, importante apontar que o despacho que decretar a prisão temporária deverá
ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas
a partir do recebimento da representação ou do requerimento. Ademais, o Juiz poderá,
de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o
preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade
policial e submetê-lo a exame de corpo de delito (art. 2º, §§ 3º e 4º, lei 7.960/89).
Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma
das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa, além de ser
informado sobre seus direitos previstos no art. 5° da Constituição Federal (art. 2º, §§ 4º
e 6º, lei 7.960/89).
1.4 Fundamentos constitucionais
Conforme apontamos no início deste capítulo, a liberdade é a regra estipulada pela
Constituição da República de 1988, enquanto as hipóteses de prisão-pena e prisões
cautelares, devem respeitar requisitos especí�cos descritos no ordenamento jurídico.
Exatamente por isso, é importante aduzir que toda prisão deve ser �elmente
�scalizada pelo juiz de direito, conforme preceitua o art. 5º, LXV, que dispõe: “a prisão
ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”. Signi�ca dizer que, ao
veri�car ilegalidade por descumprimento de quaisquer requisitos apontados ao longo
deste capítulo nas prisões provisórias e cautelares, deverá o juiz de direito encerrá-las,
ou seja, pôr �m à prisão efetuada.
No mesmo sentido, dispõe o art. 5º, inciso LXVIII que conceder-se-á habeas corpus
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; e em seu inciso LXVI, ao
apontar que ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem �ança.
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2. Das outras medidas cautelares
Além das medidas cautelares de prisão que vimos no item anterior, encontramos
outras no ordenamento jurídico, são elas (art. 319, CPP):
● Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições �xadas pelo juiz, para informar
e justi�car atividades: Trata-se de hipótese em que o acusado �ca obrigado a comparecer em
juízo para prestar informações sobre o andamento de sua vida. De forma geral, deverá informar
sobre trabalho, estudo, vida social, etc; 
● Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar
Você quer ver?
Assista ao �lme “O caso dos irmãos Naves”. Através desse �lme, é possível
visualizar a importância do princípio do Devido Processo Legal e do respeito à
integridade do acusado, como forma de se prevenir a punição de inocentes.
Prepare a pipoca e aproveite! Assista ao �lme, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=aMrZu0P9ikc
https://www.youtube.com/watch?v=aMrZu0P9ikc
22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd=… 9/21
o risco de novas infrações: É o caso de limitação à liberdade de ir e vir do acusado, que pode ser
obstado de frequentar lugares que podem propiciar a prática de novos crimes, como bares,
boates, etc. O juiz de�nirá os lugares e o prazo pelo qual perdurará a restrição; 
● Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante: É o caso em que o
acusado será obrigado a manter distância, por exemplo, com testemunhas, peritos ou a própria
vítima, dentre outros. A distância pressupõe qualquer contato, inclusive por telefone, aplicativos
ou e-mail; 
● Proibição de se ausentar da comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária
para a investigação ou instrução; 
● Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou
acusado tenha residência e trabalho �xos; 
● Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou
�nanceira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; 
● Internação provisória do acusado em hospitais psiquiátricos nas hipóteses de crimes
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou
semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
● Fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo,
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injusti�cada à ordem judicial; 
● Monitoração eletrônica: Hipótese bastante conhecida, possibilita a �scalização à distância do
acusado, que normalmente é feita através do uso de tornozeleiras ou pulseiras eletrônicas.
Tratam-se de hipóteses taxativas de limitação cautelar de direitos do acusado, que
deverão ser instituídas pelo juiz da demanda, de acordo com a análise do caso
concreto.
3. Prisão e liberdade provisória
Estudaremos neste capítulo, outra hipótese de medida cautelar, sendo esta, ao
contrário das anteriores, não restritiva do direito de liberdade. Trata-se da liberdade
provisória, que se contrapõe às medidas cautelares de prisão.
3.1 Conceito de liberdade provisória e
fundamentos constitucionais
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A liberdade provisória é também uma medida cautelar, porém de natureza não
restritiva. Trata-se de instituto positivado na Constituição da República de 1988, que
dispõe no art. 5º, inciso LXVI que “ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem �ança” (BRASIL, 1988).
A concessão da liberdade provisória pode ser condicionada a �ança. Nesse caso, a
autoridade policial somente poderá conceder �ança nos casos de infração cuja pena
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.  Nos demais casos,
a �ança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas sobre a
concessão (art. 322, CPP).
A �ança “é também uma medida cautelar que, conforme anteriormente veri�cado,
pode condicionar o deferimento da liberdade provisória do réu ou indiciado e poderá
ser deferida e prestada até o trânsito em julgado da sentença condenatória” (ARAÚJO,
2014, p. 280).
Quem procede à concessão da �ança é o delegado de polícia que presidiu o auto de
prisão em �agrante ou do juiz que houver expedido o mandado de prisão. Assim, o
incidente de �ança que ocorre durante o inquérito policial é analisado pelo delegado
de polícia e, na fase processual, pelo magistrado, independentemente de parecer do
Ministério Público, que, por sua vez, manifestar-se-á nos autos apenas após a decisão
do magistrado (art. 332, CPP).
O Código de Processo Penal limita algumas hipóteses em que não será concedida
�ança. Vejamos:
● nos crimes de racismo; 
● nos crimes de tortura, trá�co ilícito de entorpecentes e drogas a�ns, terrorismo e nos de�nidos
como crimes hediondos; 
● nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
o Estado Democrático ( art. 323, CPP ).
Da mesma forma, não será igualmente concedida �ança aos que, no mesmo processo,
tiverem quebrado �ança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, a
obrigação de comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para
atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento, caso a �ança tenha sido
tomada por termo (art. 324 e 327, CPP). No mesmo sentido, não será concedida a
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liberdade provisória nos casos de prisão civil ou militar; ou quando presentes os
motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).
O valor da �ança deve ser �xado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites:
a) de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena
privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;  b) de 10
(dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de
liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos (art. 325, CPP)
Apesar do disposto, conforme a situação econômica do preso, a �ança poderá ser
dispensada, reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços) ou, até mesmo, aumentada em
até 1.000 (mil) vezes (art. 325, § 1º, CPP).
O réu a�ançado não poderá, sob pena de quebramento da �ança, mudar de
residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais
de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será
encontrado (art. 328, CPP).
Nos juízos criminais e delegacias de polícia, deve haver um livro especial, com termos
de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela
autoridade, destinado especialmente aos termos de �ança, que são lavrados pelo
escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a �ança. Dele extrair-se-á
certidão para juntar-se aos autos do processo penal (art. 329, CPP).
Importante apontar que, por tratar-se de medida cautelar, a �ança pode ser prestada
apenas enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória (art. 334, CPP).
Saliente-se ainda que em caso de recusa ou retardo da autoridade policial para a
concessão da �ança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples
petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas (art.
335, CPP). Além, naturalmente, de ter a possibilidade de impetrar Habeas Corpus .
Julgar-se-á quebrada a �ança quando o acusado regularmente intimado para ato do
processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; deliberadamente praticar ato de
obstrução ao andamento do processo; descumprir medida cautelar imposta
cumulativamente com a �ança; resistir injusti�cadamente a ordem judicial; ou praticar
nova infração penal dolosa (art. 341, CPP).
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O quebramento injusti�cado da �ança importará na perda de metade do seu valor,
cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o
caso, a decretação da prisão preventiva (art. 343, CPP).
Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da �ança se, condenado, o acusado não
se apresentar para o início do cumprimento da pena de�nitivamente imposta (art. 344,
CPP).
No caso de perda da �ança, o seu valor, deduzidas as custas e demais encargos a que
o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei (art.
345, CPP). Fora essa hipótese, o saldo será entregue a quem houver prestado a �ança,
depois de deduzidosos encargos a que o réu estiver obrigado (art. 347, CPP).
4. Do processo comum
O procedimento será comum ou especial. Estudaremos neste capítulo, o procedimento
comum, que é dividido em ordinário, sumário ou sumaríssimo. O procedimento será
comum ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for
igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; comum sumário,
quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro)
anos de pena privativa de liberdade; e sumaríssimo, para as infrações penais de menor
potencial ofensivo, ou seja, contravenções penais e crimes cuja sanção máxima seja
igual ou inferior a 2 anos de pena privativa de liberdade (art. 394, CPP). Refere-se ao
procedimento do Juizado Especial Criminal, regulado pela lei 9.099 de setembro de
1995.
Passaremos nos próximos tópicos a analisar o procedimento comum ordinário e
sumário, ambos tratados no âmbito do Código de Processo Penal.
4.1 Procedimento comum ordinário
O procedimento comum ordinário tem a seguinte sequência de procedimentos:
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4.1.1 Rejeição ou recebimento da denúncia ou queixa-
crime
Conforme o art. 395 do CPP, a denúncia ou queixa será rejeitada quando for
manifestamente inepta; faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da
ação penal; ou faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Signi�ca dizer que, na prática, a denúncia ou a queixa devem conter:
a) Exposição do fato – Considerando que o acusado se defende dos fatos contidos na inicial (e
não da quali�cação legal a eles atribuída), a precisa exposição do ocorrido mostra-se
fundamental, na medida em que propicia ao réu o mais amplo exercício de sua defesa. 
b) Data do crime – O ideal – e, na prática, quase sempre é assim – é que da inicial conste a data
e o local dos fatos, informação importante não só para a produção das provas (a comprovação
de um álibi pode depender disso), como também para determinar a prescrição. 
c) Local dos fatos – Embora também seja importante, sua omissão é considerada simples
irregularidade. 
d) Quali�cação do acusado – É intuitivo que a peça acusatória indique a correta quali�cação do
denunciado ou querelado. A forma mais e�caz de designação de uma pessoa ocorre quando
indicado seu nome, mas, como determina o art. 259 do CPP, “a impossibilidade de identi�cação
do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros quali�cativos não retardará a ação penal,
quando certa a identidade física”. 
e) Classi�cação do crime – “Classi�car o crime” consiste em indicar o artigo da lei penal no qual
incurso o acusado. 
f) Rol de testemunhas – O objetivo da lei é de permitir o exercício da contradita prevista no art.
214 do CPP. A ausência desse rol, porém, não dá causa à rejeição da denúncia ou queixa, pois
seu autor pode considerar desnecessária a produção da prova testemunhal. 
g) Outros requisitos – Além dos requisitos elencados no art. 41, outros podem ser lembrados,
extraídos de artigos do Código e mesmo da legislação extravagante: 
1) deve ser escrita em língua portuguesa; 
2) deve ser acompanhada da representação do ofendido, se for o caso; 
3) o ideal é que conste pedido expresso de condenação; 
4) deve ser datada; 
5) deve conter a assinatura do responsável pela elaboração da peça ( CUNHA, 2018 ).
Assim, importante o respeito aos requisitos da queixa-crime e da denúncia para seu
devido recebimento e trâmite.
4.1.2 Citação do acusado
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Se o juiz não rejeitar liminarmente a denúncia ou a queixa-crime, recebê-la-á e
ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10
(dez) dias (art. 396, CPP). No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará
a �uir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído (art.
396, parágrafo único, CPP).
4.1.3 Resposta escrita à acusação
Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua
defesa, oferecer documentos e justi�cações, especi�car as provas pretendidas e
arrolar testemunhas, quali�cando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir
defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por
10 (dez) dias, tudo isso com base na aplicação do princípio da ampla defesa e do
contraditório (art. 396-A, CPP).
Caso se faça necessária a apresentação de exceções, como a exceção de
incompetência do juízo, deverá ser apresentada em apartado, de forma que também
será processada em apartado.
4.1.4 Vista à parte autora para manifestação sobre
preliminares e documentos
Após manifestação escrita do réu, caberá intimação do autor para se manifestar no
prazo de 5 (cinco) dias sobre as preliminares alegadas e documentos juntados. Trata-se
de etapa que não consta de forma expressa no Código de Processo Penal em relação
ao procedimento ordinário, mas que é defendido pela doutrina, por se tratar de
hipótese de cumprimento ao contraditório (ALVES, 2019, p. 222).
4.1.5 Absolvição sumária
A próxima etapa consiste na possibilidade de o juiz absolver sumariamente o acusado
quando veri�car a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; a
existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
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inimputabilidade; que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou por
encontrar-se extinta a punibilidade do agente.
Essas hipóteses de absolvição sumária rea�rmam a necessidade de uma defesa
adequada e o mais completa possível, tendo em vista a possibilidade de absolvição do
réu, antes mesmo da produção probatória, caso veri�cadas as hipóteses apontadas.
4.1.6 Audiência de instrução e julgamento
Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência,
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o
caso, do querelante e do assistente (Art. 399, CPP).
A audiência de instrução e julgamento deve ser realizada no prazo máximo de 60
(sessenta) dias. Nela, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição
das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, salvo na
hipótese da testemunha que morar fora da jurisdição, bem como aos esclarecimentos
dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se,
em seguida, o acusado (art. 400, CPP).
Ressalve-se que as provas devem ser produzidas numa só audiência, podendo o juiz
indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Ademais, os
esclarecimentos dos peritos dependem de prévio requerimento das partes (art. 400,
§§1º e 2º).
Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação
e 8 (oito) pela defesa, sendo que nesse número não se compreendem as que não
prestem compromisso e as referidas (art. 401, CPP).
Por �m, importante apontar que a parte poderá desistir da inquirição de qualquer das
testemunhas arroladas, ressalvada a hipótese em que o juiz julgar necessária sua oitiva
(art. 401, §2º, CPP).
4.1.7 Fase de diligências
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Produzidas as provas, ao �nal da audiência, o Ministério Público, o querelante, o
assistente e, a seguir, o acusado, poderão requerer diligências cuja necessidade se
origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução (art. 402, CPP). É o caso,por
exemplo, da necessidade de perícia, que nasce em razão de manifestação de uma
testemunha durante Audiência de Instrução e Julgamento.
4.1.8 Alegações finais
Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas
alegações �nais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela
defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença (art. 403,
CPP).
Nas hipóteses em que houver mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de
cada um será individual (art. 403, § 1º, CPP).
Ao assistente do Ministério Público, serão concedidos 10 (dez) minutos para suas
alegações �nais, após a manifestação do parquet, prorrogando-se por igual período o
tempo de manifestação da defesa (art. 403, § 2º, CPP).
O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados,
conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de
memoriais escritos. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença
(art. 403, § 3º, CPP).
Ordenada diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte,
a audiência será concluída sem as alegações �nais. Realizada a diligência determinada,
as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações �nais, por
memorial, ou seja, por escrito nos autos, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a
sentença.
4.1.9 Sentença
Após apresentação das alegações orais, caberá ao juiz proferir sentença, conforme
apontado acima.
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4.1.10 Registro de audiência
Do ocorrido em audiência, será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e
pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos (art. 405,
CPP).
4.2 Procedimento comum sumário
Disposto entre os artigos 531 e 538 do Código de Processo Penal, conforme atesta
Leonardo Barreto Moreira Alves (2019), trata-se de procedimento mais simpli�cado e
célere, razão pela qual possui as mesmas fases do procedimento ordinário, com as
seguintes diferenças:
4.2.1 Prazo para realização da audiência de instrução e
julgamento
A audiência de instrução e julgamento deverá ser realizada no prazo máximo de 30
(trinta) dias.
4.2.2 Número de testemunhas
No procedimento sumário, serão inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas por
cada parte.
4.2.3 Inexistência de fase de diligências
Não há fase de diligências, de forma que após a audiência de instrução e julgamento
cabe às partes a apresentação de alegações �nais, que devem ser orais, concedendo-
se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos,
prorrogáveis por mais 10 (dez) (art. 534, CPP).
4.2.4 Sentença oral
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A sentença também deverá ser oral (art. 534, CPP), havendo irregularidade na hipótese
de sentença feita por escrito.
Por �m, importante salientar que nas infrações penais de menor potencial ofensivo,
quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes
para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário (art.
538, CPP).
Você quer ler?
? Deseja saber mais sobre as diferenças entre o procedimento comum
ordinária e sumário? Então, leia o artigo “PROCEDIMENTO ORDINÁRIO X
PROCEDIMENTO SUMÁRIO - Alteração na Lei 11.719/08”, escrito por Ernani
Souza Cubas Junior. Disponível em:
http://www.criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/ProcedimentoOrdinarioxProcedime
ntoSumarioAlteracaonaLein1171908.pdf
Síntese
Ao longo deste capítulo, estudamos os institutos da prisão, da liberdade provisória e
do processo comum e seus procedimentos dispostos no Código de Processo Penal.
Em suma, nesta unidade, vimos que:
A prisão é limitação à liberdade, seja em razão da chamada prisão-pena, aquela �xada
em razão de sentença penal transitada em julgado, ou de prisões cautelares;
O art. 5º, LVII da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 determina que
“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória”, de forma que prisões cautelares são exceção no ordenamento jurídico;
http://www.criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/ProcedimentoOrdinarioxProcedimentoSumarioAlteracaonaLein1171908.pdf
22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4
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Estudamos as seguintes prisões cautelares: �agrante delito, prisão preventiva e prisão
temporária;
A liberdade provisória é também uma medida cautelar, porém de natureza não
restritiva. Trata-se de instituto positivado na Constituição da República de 1988, que
dispõe no art. 5º, inciso LXVI que “ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem �ança”.
Estudamos ainda, outras medidas cautelares constantes do ordenamento jurídico.
Por �m, passamos à análise do processo comum, especialmente o procedimento
comum ordinário e sumário, dispostos no Código de Processo Penal.
Nesse sentido, vimos que o procedimento será comum ordinário, quando tiver por
objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de
pena privativa de liberdade; comum sumário, quando tiver por objeto crime cuja
sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de
liberdade; e sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, ou
seja, contravenções penais e crimes cuja sanção máxima seja igual ou inferior a 2 anos
de pena privativa de liberdade. Refere-se ao procedimento do Juizado Especial
Criminal, regulado pela lei 9.099 de setembro de 1995.
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Bibliografia
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São Paulo: Rideel, 2014. 
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Acesso realizado em 27 de setembro de 2019. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm . Acesso realizado
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal. 8ª edição. São Paulo:
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