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22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd=… 1/21 Processo penal Unidade 4 - Prisão, prisão e liberdade provisória e processo e procedimentos Autora: Márcia Rocha Teodoro Validação Técnica: Ednaldo B. de Souza Júnior Iniciar Introdução Neste capítulo, estudaremos as prisões cautelares e a liberdade provisória. Temas de grande relevância para a vida prática do Direito e para entender o mundo que nos cerca, onde cada dia mais nos deparamos com notícias sobre o tema. Abordaremos, ainda, o processo comum e seus procedimentos dispostos no Código de Processo Penal, conhecimentos fundamentais para o estudioso do Direito. Bons estudos! 1. Prisão 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd=… 2/21 A prisão é limitação à liberdade, seja em razão da chamada prisão-pena, aquela �xada em razão de sentença penal transitada em julgado, ou nas hipóteses de prisões cautelares, que serão estudadas ao longo do próximo capítulo. 1.1 Presunção de Inocência e prisões cautelares O art. 5º, LVII da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 determina que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Trata-se de norma que de�ne o princípio presunção de inocência no âmbito do Direito Processual Penal. Por este princípio, o acusado é inocente até que se prove o contrário, razão pela qual não há que se falar na restrição de direitos de um acusado até que comprovada sua culpa, salvo em situações expressamente de�nidas em lei que autorizem a limitação à liberdade do acusado. Assim, a regra é a liberdade e a exceção a prisão durante o curso processual. 1.2 Conceito de prisão cautelar Sobre o conceito de prisão Araújo a�rma que: Prisão é a restrição absoluta ao direito de ir, vir e permanecer daquele que viola em âmbito criminal o ordenamento jurídico posto pelo Estado. Essa medida restritiva pode ser decorrente de responsabilização criminal ou extrapenal como na hipótese da prisão do devedor contumaz de alimentos, a disciplinar aos militares, a administrativa inerente aos estrangeiros, etc ( ARAÚJO, 2014, p. 253 ). A prisão decorrente de responsabilização criminal se subdivide em duas espécies, a prisão-pena, imposta em decorrência de sentença penal condenatória transitada em julgado e a prisão cautelar, decorrente “da necessidade de e�cácia de uma dada persecução criminal”, que pode ser a prisão em �agrante, preventiva ou temporária (ARAÚJO, 2014, p. 253). As prisões cautelares são instrumentos utilizados para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais. Devem respeitar a adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado (art. 282, CPP), de forma que a 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd=… 3/21 aplicação dessas medidas não deve passar de mero alvedrio do Poder Público. Por tratarem-se de exceções, devem ser instituídas com a cautela de se resguardar os direitos básicos do investigado, com a devida observância da lei penal. Assim, ninguém poderá ser preso senão em �agrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva, todas modalidades de prisões cautelares (art. 283, CPP). 1.3 Modalidades de prisão cautelar Passaremos a analisar as modalidades da prisão cautelar neste capítulo. 1.3.1 Da prisão em flagrante Trata-se de modalidade de prisão cautelar administrativa, realizada quando do cometimento da infração penal ou logo após tê-la cometido (NUCCI, 2019). Seu caráter é administrativo, tendo em vista dispensa de ordem judicial expressa e fundamentada para sua realização, uma vez que qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em �agrante delito (art. 301, CPP). Signi�ca dizer que qualquer pessoa do povo, que presencie uma das situações autorizativas de prisão em �agrante pode efetuá-la, sendo que as autoridades policiais e seus agentes têm a obrigação de fazê-lo. As hipóteses que autorizam a prisão em �agrante delito são as dispostas no art. 302 do CPP, vejamos: ● Está cometendo a infração penal ou acaba de cometê-lo: Trata-se de hipótese de verdadeira fragrância e é denominada pela doutrina como �agrante próprio ou propriamente dito ou perfeito ou real ou verdadeiro. ● É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração. Trata-se de �agrante denominado pela doutrina de impróprio, imperfeito, irreal ou quase �agrante, uma vez que cria 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd=… 4/21 hipótese de prisão em �agrante com base na presunção de culpa com base na evidência da autoria e da materialidade (NUCCI, 2008, p. 590). Sobre esta hipótese doutrina e jurisprudência são pací�cas em a�rmar que não importa o tempo da perseguição, desde que ela seja imediata e ininterrupta. Um bom exemplo é a perseguição de acusado que acaba de cometer um delito e foge para outra cidade. Desde que sua perseguição se inicie imediatamente e continue de forma ininterrupta, quando da captura, ser-lhe-á decretada prisão em �agrante. ● É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. Trata-se de �agrante presumido, �cto ou assimilado. Nesses casos, embora o agente não tenha sido perseguido, é encontrado com “instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração penal” (ALVES, 2019, p. 97). Importante se faz perceber que a hipótese de prisão em �agrante presume uma imediaticidade em relação ao fato criminoso. Apresentado o preso à autoridade competente, esta ouvirá o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este uma cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando a autoridade, ao �nal, o auto (art. 304, CPP). Observe-se que a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre devem ser comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada (art. 306, CPP), regra indispensável também à prisão em �agrante. Realizada a prisão em �agrante, “deverá ser submetida à análise judicial da sua legalidade (caráter judicial) nos termos do art. 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, que poderá/deverá relaxá-la em caso de ilegalidade” (ALVES, 2019, p. 93). 1.3.2 Da prisão preventiva 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd=… 5/21 Trata-se de “medida cautelar de constrição à liberdade do indiciado ou réu, por razões de necessidade, respeitados os requisitos estabelecidos por lei” (NUCCI, 2008, p. 602). A decretação de prisão preventiva pode ocorrer em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal. Pode ser decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal; a requerimento do Ministério Público, na fase de investigação criminal e no curso da ação penal; pelo querelante ou assistente, no curso da ação penal; ou por representação da autoridade policial, durante o cursodo inquérito policial (art. 311, CPP). Os requisitos exigidos para a instauração da prisão preventiva estão dispostos no art. 312 do CPP, segundo o qual a prisão preventiva poderá ocorrer por necessidade, no caso de se fazer necessária a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal; e quando houver prova da existência do crime (materialidade) e indício su�ciente de autoria. Por �m, cabe acrescentar que a prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares, que serão estudadas nos próximos capítulos. Saliente-se que a: garantia da ordem pública diz respeito à indispensabilidade de se manter a ordem na sociedade, que, como regra é abalada pela prática de um delito’ ( NUCCI, 2008, p. 605 ). São casos que normalmente violam a ordem pública: Aqueles que afetam a credibilidade do judiciário; os que contam com a divulgação pela mídia (não confundir com sensacionalismo, clamor público); os crimes cometidos com violência ou grave ameaça ou com outra forma de execução cruel; se o agente delitivo possui longa �cha de antecedentes, etc. ( ALVES, 2019, p. 117 ). Ademais, além dos requisitos informados pelo art. 312 do CPP, apenas será admitida a decretação da prisão preventiva, caso seja veri�cada a presença de pelo menos uma das seguintes hipóteses, descritas no art. 313 do CPP: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos (excluídos, portanto, as contravenções e, em regra, os crimes culposos); II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, salvo se decorrido o prazo de depuração de cinco anos da reincidência (art. 64, I, CP); III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com de�ciência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; e conforme o parágrafo único, quando houver dúvida sobre a 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd=… 6/21 identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos su�cientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identi�cação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. Não há prazo �xado em lei para a prisão preventiva, de forma que sua duração deve perdurar enquanto houver necessidade, observando-se os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade (ALVES, 2019, p. 115). Por �m, importante apontar que a decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva deverá ser sempre motivada (art. 315, CPP), sendo que o juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, veri�car a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justi�quem (art. 316, CPP). 1.3.3 Prisão temporária Tratada pela lei 7.960/89, a prisão temporária tem por objetivo garantir a investigação policial, quando se tratar de apuração de infração penal de natureza grave (NUCCI, 2019). Possível apenas durante o período de investigação criminal, tem cabimento quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; ou quando o indicado não tiver residência �xa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; e, ainda, quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos crimes elencados no art. 1º da lei 7.960/89. A prisão temporária deve ser decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e seu prazo é de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Perceba-se que, ao contrário da prisão preventiva, a prisão temporária não é passível de ser decretada de ofício pelo juiz. Sobre o término do prazo máximo �xado para a duração da prisão temporária, importante esclarecer que 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd=… 7/21 Esgotado o prazo determinado pelo juiz para a duração da prisão temporária (com ou sem prorrogação), o investigado deve ser imediatamente liberado pela própria autoridade policial, independentemente de alvará de soltura, sob pena de cometimento de crime de abuso de autoridade. Entretanto, é possível a manutenção da prisão se, e somente se, for decretada a prisão preventiva do investigado, que passa a viger após o término da temporária (art. 2º, § 7º) ( ALVES, 2019, p. 89 ). Por �m, importante apontar que o despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento. Ademais, o Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito (art. 2º, §§ 3º e 4º, lei 7.960/89). Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa, além de ser informado sobre seus direitos previstos no art. 5° da Constituição Federal (art. 2º, §§ 4º e 6º, lei 7.960/89). 1.4 Fundamentos constitucionais Conforme apontamos no início deste capítulo, a liberdade é a regra estipulada pela Constituição da República de 1988, enquanto as hipóteses de prisão-pena e prisões cautelares, devem respeitar requisitos especí�cos descritos no ordenamento jurídico. Exatamente por isso, é importante aduzir que toda prisão deve ser �elmente �scalizada pelo juiz de direito, conforme preceitua o art. 5º, LXV, que dispõe: “a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”. Signi�ca dizer que, ao veri�car ilegalidade por descumprimento de quaisquer requisitos apontados ao longo deste capítulo nas prisões provisórias e cautelares, deverá o juiz de direito encerrá-las, ou seja, pôr �m à prisão efetuada. No mesmo sentido, dispõe o art. 5º, inciso LXVIII que conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; e em seu inciso LXVI, ao apontar que ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem �ança. 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd=… 8/21 2. Das outras medidas cautelares Além das medidas cautelares de prisão que vimos no item anterior, encontramos outras no ordenamento jurídico, são elas (art. 319, CPP): ● Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições �xadas pelo juiz, para informar e justi�car atividades: Trata-se de hipótese em que o acusado �ca obrigado a comparecer em juízo para prestar informações sobre o andamento de sua vida. De forma geral, deverá informar sobre trabalho, estudo, vida social, etc; ● Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar Você quer ver? Assista ao �lme “O caso dos irmãos Naves”. Através desse �lme, é possível visualizar a importância do princípio do Devido Processo Legal e do respeito à integridade do acusado, como forma de se prevenir a punição de inocentes. Prepare a pipoca e aproveite! Assista ao �lme, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aMrZu0P9ikc https://www.youtube.com/watch?v=aMrZu0P9ikc 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd=… 9/21 o risco de novas infrações: É o caso de limitação à liberdade de ir e vir do acusado, que pode ser obstado de frequentar lugares que podem propiciar a prática de novos crimes, como bares, boates, etc. O juiz de�nirá os lugares e o prazo pelo qual perdurará a restrição; ● Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante: É o caso em que o acusado será obrigado a manter distância, por exemplo, com testemunhas, peritos ou a própria vítima, dentre outros. A distância pressupõe qualquer contato, inclusive por telefone, aplicativos ou e-mail; ● Proibição de se ausentar da comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; ● Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho �xos; ● Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou �nanceira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; ● Internação provisória do acusado em hospitais psiquiátricos nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; ● Fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injusti�cada à ordem judicial; ● Monitoração eletrônica: Hipótese bastante conhecida, possibilita a �scalização à distância do acusado, que normalmente é feita através do uso de tornozeleiras ou pulseiras eletrônicas. Tratam-se de hipóteses taxativas de limitação cautelar de direitos do acusado, que deverão ser instituídas pelo juiz da demanda, de acordo com a análise do caso concreto. 3. Prisão e liberdade provisória Estudaremos neste capítulo, outra hipótese de medida cautelar, sendo esta, ao contrário das anteriores, não restritiva do direito de liberdade. Trata-se da liberdade provisória, que se contrapõe às medidas cautelares de prisão. 3.1 Conceito de liberdade provisória e fundamentos constitucionais 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 10/21 A liberdade provisória é também uma medida cautelar, porém de natureza não restritiva. Trata-se de instituto positivado na Constituição da República de 1988, que dispõe no art. 5º, inciso LXVI que “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem �ança” (BRASIL, 1988). A concessão da liberdade provisória pode ser condicionada a �ança. Nesse caso, a autoridade policial somente poderá conceder �ança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Nos demais casos, a �ança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas sobre a concessão (art. 322, CPP). A �ança “é também uma medida cautelar que, conforme anteriormente veri�cado, pode condicionar o deferimento da liberdade provisória do réu ou indiciado e poderá ser deferida e prestada até o trânsito em julgado da sentença condenatória” (ARAÚJO, 2014, p. 280). Quem procede à concessão da �ança é o delegado de polícia que presidiu o auto de prisão em �agrante ou do juiz que houver expedido o mandado de prisão. Assim, o incidente de �ança que ocorre durante o inquérito policial é analisado pelo delegado de polícia e, na fase processual, pelo magistrado, independentemente de parecer do Ministério Público, que, por sua vez, manifestar-se-á nos autos apenas após a decisão do magistrado (art. 332, CPP). O Código de Processo Penal limita algumas hipóteses em que não será concedida �ança. Vejamos: ● nos crimes de racismo; ● nos crimes de tortura, trá�co ilícito de entorpecentes e drogas a�ns, terrorismo e nos de�nidos como crimes hediondos; ● nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático ( art. 323, CPP ). Da mesma forma, não será igualmente concedida �ança aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado �ança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, a obrigação de comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento, caso a �ança tenha sido tomada por termo (art. 324 e 327, CPP). No mesmo sentido, não será concedida a 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 11/21 liberdade provisória nos casos de prisão civil ou militar; ou quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). O valor da �ança deve ser �xado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: a) de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; b) de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos (art. 325, CPP) Apesar do disposto, conforme a situação econômica do preso, a �ança poderá ser dispensada, reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços) ou, até mesmo, aumentada em até 1.000 (mil) vezes (art. 325, § 1º, CPP). O réu a�ançado não poderá, sob pena de quebramento da �ança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado (art. 328, CPP). Nos juízos criminais e delegacias de polícia, deve haver um livro especial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de �ança, que são lavrados pelo escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a �ança. Dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos do processo penal (art. 329, CPP). Importante apontar que, por tratar-se de medida cautelar, a �ança pode ser prestada apenas enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória (art. 334, CPP). Saliente-se ainda que em caso de recusa ou retardo da autoridade policial para a concessão da �ança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas (art. 335, CPP). Além, naturalmente, de ter a possibilidade de impetrar Habeas Corpus . Julgar-se-á quebrada a �ança quando o acusado regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a �ança; resistir injusti�cadamente a ordem judicial; ou praticar nova infração penal dolosa (art. 341, CPP). 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 12/21 O quebramento injusti�cado da �ança importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva (art. 343, CPP). Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da �ança se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena de�nitivamente imposta (art. 344, CPP). No caso de perda da �ança, o seu valor, deduzidas as custas e demais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei (art. 345, CPP). Fora essa hipótese, o saldo será entregue a quem houver prestado a �ança, depois de deduzidosos encargos a que o réu estiver obrigado (art. 347, CPP). 4. Do processo comum O procedimento será comum ou especial. Estudaremos neste capítulo, o procedimento comum, que é dividido em ordinário, sumário ou sumaríssimo. O procedimento será comum ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; comum sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; e sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, ou seja, contravenções penais e crimes cuja sanção máxima seja igual ou inferior a 2 anos de pena privativa de liberdade (art. 394, CPP). Refere-se ao procedimento do Juizado Especial Criminal, regulado pela lei 9.099 de setembro de 1995. Passaremos nos próximos tópicos a analisar o procedimento comum ordinário e sumário, ambos tratados no âmbito do Código de Processo Penal. 4.1 Procedimento comum ordinário O procedimento comum ordinário tem a seguinte sequência de procedimentos: 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 13/21 4.1.1 Rejeição ou recebimento da denúncia ou queixa- crime Conforme o art. 395 do CPP, a denúncia ou queixa será rejeitada quando for manifestamente inepta; faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou faltar justa causa para o exercício da ação penal. Signi�ca dizer que, na prática, a denúncia ou a queixa devem conter: a) Exposição do fato – Considerando que o acusado se defende dos fatos contidos na inicial (e não da quali�cação legal a eles atribuída), a precisa exposição do ocorrido mostra-se fundamental, na medida em que propicia ao réu o mais amplo exercício de sua defesa. b) Data do crime – O ideal – e, na prática, quase sempre é assim – é que da inicial conste a data e o local dos fatos, informação importante não só para a produção das provas (a comprovação de um álibi pode depender disso), como também para determinar a prescrição. c) Local dos fatos – Embora também seja importante, sua omissão é considerada simples irregularidade. d) Quali�cação do acusado – É intuitivo que a peça acusatória indique a correta quali�cação do denunciado ou querelado. A forma mais e�caz de designação de uma pessoa ocorre quando indicado seu nome, mas, como determina o art. 259 do CPP, “a impossibilidade de identi�cação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros quali�cativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física”. e) Classi�cação do crime – “Classi�car o crime” consiste em indicar o artigo da lei penal no qual incurso o acusado. f) Rol de testemunhas – O objetivo da lei é de permitir o exercício da contradita prevista no art. 214 do CPP. A ausência desse rol, porém, não dá causa à rejeição da denúncia ou queixa, pois seu autor pode considerar desnecessária a produção da prova testemunhal. g) Outros requisitos – Além dos requisitos elencados no art. 41, outros podem ser lembrados, extraídos de artigos do Código e mesmo da legislação extravagante: 1) deve ser escrita em língua portuguesa; 2) deve ser acompanhada da representação do ofendido, se for o caso; 3) o ideal é que conste pedido expresso de condenação; 4) deve ser datada; 5) deve conter a assinatura do responsável pela elaboração da peça ( CUNHA, 2018 ). Assim, importante o respeito aos requisitos da queixa-crime e da denúncia para seu devido recebimento e trâmite. 4.1.2 Citação do acusado 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 14/21 Se o juiz não rejeitar liminarmente a denúncia ou a queixa-crime, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias (art. 396, CPP). No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a �uir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído (art. 396, parágrafo único, CPP). 4.1.3 Resposta escrita à acusação Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justi�cações, especi�car as provas pretendidas e arrolar testemunhas, quali�cando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias, tudo isso com base na aplicação do princípio da ampla defesa e do contraditório (art. 396-A, CPP). Caso se faça necessária a apresentação de exceções, como a exceção de incompetência do juízo, deverá ser apresentada em apartado, de forma que também será processada em apartado. 4.1.4 Vista à parte autora para manifestação sobre preliminares e documentos Após manifestação escrita do réu, caberá intimação do autor para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias sobre as preliminares alegadas e documentos juntados. Trata-se de etapa que não consta de forma expressa no Código de Processo Penal em relação ao procedimento ordinário, mas que é defendido pela doutrina, por se tratar de hipótese de cumprimento ao contraditório (ALVES, 2019, p. 222). 4.1.5 Absolvição sumária A próxima etapa consiste na possibilidade de o juiz absolver sumariamente o acusado quando veri�car a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 15/21 inimputabilidade; que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou por encontrar-se extinta a punibilidade do agente. Essas hipóteses de absolvição sumária rea�rmam a necessidade de uma defesa adequada e o mais completa possível, tendo em vista a possibilidade de absolvição do réu, antes mesmo da produção probatória, caso veri�cadas as hipóteses apontadas. 4.1.6 Audiência de instrução e julgamento Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente (Art. 399, CPP). A audiência de instrução e julgamento deve ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. Nela, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, salvo na hipótese da testemunha que morar fora da jurisdição, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado (art. 400, CPP). Ressalve-se que as provas devem ser produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Ademais, os esclarecimentos dos peritos dependem de prévio requerimento das partes (art. 400, §§1º e 2º). Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa, sendo que nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas (art. 401, CPP). Por �m, importante apontar que a parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvada a hipótese em que o juiz julgar necessária sua oitiva (art. 401, §2º, CPP). 4.1.7 Fase de diligências 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 16/21 Produzidas as provas, ao �nal da audiência, o Ministério Público, o querelante, o assistente e, a seguir, o acusado, poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução (art. 402, CPP). É o caso,por exemplo, da necessidade de perícia, que nasce em razão de manifestação de uma testemunha durante Audiência de Instrução e Julgamento. 4.1.8 Alegações finais Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações �nais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença (art. 403, CPP). Nas hipóteses em que houver mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual (art. 403, § 1º, CPP). Ao assistente do Ministério Público, serão concedidos 10 (dez) minutos para suas alegações �nais, após a manifestação do parquet, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa (art. 403, § 2º, CPP). O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais escritos. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença (art. 403, § 3º, CPP). Ordenada diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações �nais. Realizada a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações �nais, por memorial, ou seja, por escrito nos autos, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. 4.1.9 Sentença Após apresentação das alegações orais, caberá ao juiz proferir sentença, conforme apontado acima. 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 17/21 4.1.10 Registro de audiência Do ocorrido em audiência, será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos (art. 405, CPP). 4.2 Procedimento comum sumário Disposto entre os artigos 531 e 538 do Código de Processo Penal, conforme atesta Leonardo Barreto Moreira Alves (2019), trata-se de procedimento mais simpli�cado e célere, razão pela qual possui as mesmas fases do procedimento ordinário, com as seguintes diferenças: 4.2.1 Prazo para realização da audiência de instrução e julgamento A audiência de instrução e julgamento deverá ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias. 4.2.2 Número de testemunhas No procedimento sumário, serão inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas por cada parte. 4.2.3 Inexistência de fase de diligências Não há fase de diligências, de forma que após a audiência de instrução e julgamento cabe às partes a apresentação de alegações �nais, que devem ser orais, concedendo- se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez) (art. 534, CPP). 4.2.4 Sentença oral 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 18/21 A sentença também deverá ser oral (art. 534, CPP), havendo irregularidade na hipótese de sentença feita por escrito. Por �m, importante salientar que nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário (art. 538, CPP). Você quer ler? ? Deseja saber mais sobre as diferenças entre o procedimento comum ordinária e sumário? Então, leia o artigo “PROCEDIMENTO ORDINÁRIO X PROCEDIMENTO SUMÁRIO - Alteração na Lei 11.719/08”, escrito por Ernani Souza Cubas Junior. Disponível em: http://www.criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/ProcedimentoOrdinarioxProcedime ntoSumarioAlteracaonaLein1171908.pdf Síntese Ao longo deste capítulo, estudamos os institutos da prisão, da liberdade provisória e do processo comum e seus procedimentos dispostos no Código de Processo Penal. Em suma, nesta unidade, vimos que: A prisão é limitação à liberdade, seja em razão da chamada prisão-pena, aquela �xada em razão de sentença penal transitada em julgado, ou de prisões cautelares; O art. 5º, LVII da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 determina que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, de forma que prisões cautelares são exceção no ordenamento jurídico; http://www.criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/ProcedimentoOrdinarioxProcedimentoSumarioAlteracaonaLein1171908.pdf 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 19/21 Estudamos as seguintes prisões cautelares: �agrante delito, prisão preventiva e prisão temporária; A liberdade provisória é também uma medida cautelar, porém de natureza não restritiva. Trata-se de instituto positivado na Constituição da República de 1988, que dispõe no art. 5º, inciso LXVI que “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem �ança”. Estudamos ainda, outras medidas cautelares constantes do ordenamento jurídico. Por �m, passamos à análise do processo comum, especialmente o procedimento comum ordinário e sumário, dispostos no Código de Processo Penal. Nesse sentido, vimos que o procedimento será comum ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; comum sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; e sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, ou seja, contravenções penais e crimes cuja sanção máxima seja igual ou inferior a 2 anos de pena privativa de liberdade. Refere-se ao procedimento do Juizado Especial Criminal, regulado pela lei 9.099 de setembro de 1995. Download do PDF da unidade Bibliografia ARAÚJO, Moacir Martini de. Direito processual penal descomplicado – Concursos. 2ª ed. São Paulo: Rideel, 2014. BRASIL. Código de Processo Penal. decreto lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm . Acesso realizado em 27 de setembro de 2019. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm . Acesso realizado http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 22/04/2022 11:23 MA_BL3_DIR_PROPEN_19_E_4 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=EWgc2D%2bsMDYoAomP9AHsqA%3d%3d&l=KuW8KxFRz3SIlXReqNkSOw%3d%3d&cd… 20/21 em 28 de setembro de 2019. CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 19 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. CUNHA, Rogério Sanches. A inépcia da inicial acusatória e a prolação da sentença condenatória. Disponível em https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/ 2018/01/23/inepcia-da-inicial-acusatoria-e-prolacao-da-sentenca-condenatoria/. Acesso realizado em 13 de outubro de 2019. GARCIA. Flúvio Cardinelle. Inquérito policial: Uma visão panorâmica. Editora Intersaberes. 2017. LOPES JR, Aury. Direito Processual Penal e Sua Conformidade Constitucional. 8ª edição. Lumen Juris. Rio de Janeiro, 2011. LOPES JUNIOR, Aury. Sistemas de investigação preliminar no processo penal. 4. ed., rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006. MALATESTA, Nicola Framarino Dei. A lógica das provas em matéria criminal, Campinas: Brookseller, 2001. MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 8ª edição. São Paulo: Editora Atlas S.A, 1998. MOSSIM, Heráclito Antônio. Compêndio de Processo Penal. Curso Completo. Barueri, SP: Manole. 2010. NUCCI. 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