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@v ict or ias stu dy @victoriasstudy FATO TÍPICO (1º elemento do crime) → CONCEITO É o fato humano que produz um resultado e encontra correspondência em uma norma penal incriminadora. Fato atípico é um fato humano que não se enquadra nos elementos do tipo penal. → ELEMENTOS (CONDUTA, RESULTADO, NEXO CAUSAL, TIPICIDADE) elementos obrigatórios- tipicidade e conduta elementos que dependem do tipo de delito - nexo causal e resultado 1) CONDUTA ● TEORIAS TEORIA NATURALISTA (ou teoria causalista, positivista-naturalista, teoria causal naturalista, teoria clássica, teoria naturalística ou teoria mecânica) ○ Franz von Liszt, Ernst von Beling e Gustav Radbruch ○ início do século XIX - A conduta é uma ação voluntária que produz uma modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. - dolo e culpa analisados somente na culpabilidade - adepto do casualismo adota o conceito tripartite ○ críticas a) É um erro separar a conduta da relação psíquica do agente, deixando de analisar sua vontade. Não se distingue a conduta dolosa ou culposa b) Por conceituar conduta como “ação humana”, ignora a existência de crimes omissivos. c) Não explica os crimes formais e os de mera conduta TEORIA SOCIAL DA AÇÃO ○ Johannes Wessels, Hans-Heinrich Jescheck ○ 1932 - A pretensão desta teoria não é substituir as teorias clássica e finalista, mas sim acrescentar-lhes uma nova dimensão - Conduta é o comportamento humano voluntário socialmente relevante, dominada ou dominável pela vontade humana ○ críticas a) causa insegurança jurídica @victoriasstudy 1 @v ict or ias stu dy @victoriasstudy TEORIA FINALISTA predominante no código penal brasileiro ○ Hans Welzel, ○ 1920 e 1930 - Conduta é o comportamento humano voluntário dirigido a um fim - Dolo e culpa estão no tipo, não na culpabilidade - O adepto do finalismo pode adotar um conceito TRIPARTIDO ou BIPARTIDO ○ críticas a) Não abrange os crimes culposos: não se sustenta a finalidade da ação concernente ao resultado naturalístico involuntário. b) Centralizou a teoria no desvalor da conduta, ignorando o desvalor do resultado, não aplicando, por exemplo, o princípio da insignificância. ● FORMAS DE CONDUTA → por ação É chamado de crime comissivo, O tipo penal descreve uma conduta positiva, um fazer. → por omissão Chamado de crime omissivo. O tipo penal descreve uma conduta negativa, uma inação, um não fazer. divididos em omissivos próprios e impróprios ● CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA existem alguns casos em que não haverá a conduta e, por consequência, também não existirá um fato típico. - Caso fortuito e força maior São acontecimentos imprevisíveis e inevitáveis que escapam ao controle da vontade humana. Sem vontade humana, não há conduta. - Sonambulismo e hipnose São estados de inconsciência, não havendo vontade. Portanto, ausente a conduta. - Atos ou movimentos reflexos Reações corporais automáticas, as quais independem da vontade do ser humano. - Coação física irresistível: Ocorre quando o agente é forçado fisicamente a praticar a conduta criminosa. Obs.: na coação moral irresistível (vis relativa) o coagido é gravemente ameaçado pelo coator a cometer o crime. A vontade é viciada pela coação, mas está presente na conduta do coagido. O fato será típico, ilícito, mas será excluída a culpabilidade pela inexigibilidade de conduta diversa. @victoriasstudy 2 @v ict or ias stu dy @victoriasstudy 2) RESULTADO o efeito/o reflexo/a consequência da conduta do agente. ● ESPÉCIES - jurídico ou normativo Todo crime possui resultado, a simples violação da lei penal, com ataque ao bem jurídico por ela tutelado. (pois todo crime possui resultado JURÍDICO, mesmo que não possua um resultado NATURALÍSTICO). - material ou naturalístico É a modificação do mundo exterior provocada pela conduta criminosa. Exemplo: no homicídio, a morte da vítima é o resultado naturalístico. Nem todo o crime possui resultado naturalístico (caso dos crimes de mera conduta) 3) NEXO CAUSAL OU RELAÇÃO DE CAUSALIDADE É o vínculo entre a conduta do agente e o resultado naturalístico produzido, Ninguém pode responder por um resultado sobre o qual sua conduta não teve influência alguma O estudo da relação e causalidade só possui relevância nos crimes materiais, nos crimes formais e de mera conduta não há resultado naturalístico. Portanto, ausente a relação de causalidade entre conduta e resultado. Art. 13. O resultado (NATURALÍSTICO), de que depende a existência do crime(MATERIAL), somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. ● TEORIAS TEORIA CAUSALIDADE ADEQUADA ○ Von Kries Causa é o acontecimento que concorre para o resultado de forma eficaz. É adotada como exceção (art. 13, §1º) TEORIA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES ○ Glaser,Von Buri e Stuart Miel ○ 1873 A causa é TODO e QUALQUER acontecimento que contribuiu para a produção do resultado naturalístico. adotada pelo Brasil como regra geral (art. 13, caput). Esta Teoria não faz distinção entre causa, condição e ocasião, tudo que contribui de qualquer modo para o resultado é causa desde. Para identificar a causa, utiliza-se o método da eliminação hipotética, desenvolvido pelo sueco Thyrén, em 1894. De acordo com este método, depois que o crime foi praticado volta-se, hipoteticamente, no tempo e eliminam-se acontecimentos. @victoriasstudy 3 @v ict or ias stu dy @victoriasstudy Caso o crime desapareça após a eliminação de um acontecimento, este será considerado sua causa. ● CONCAUSAS causa que se junta a outra preexistente para a produção de certo efeito. EX- temos duas possíveis causas para um único resultado, e precisamos determinar como o agente deverá ser responsabilizado, na medida de sua importância para o resultado final do delito. Tal responsabilização, portanto, irá variar de acordo com a relevância da concausa que contribuiu (ou não) para o resultado. TIPOS ● causas absolutamente independentes - situação na qual a conduta do agente não possui relação alguma com o resultado produzido (agente responde pelo ato) → Concausa preexistente absolutamente independente: ocorre quando uma causa anterior à conduta do agente produz o resultado. EX: José tenta matar André com três golpes de faca, no entanto, André vem a falecer em decorrência de ter sido envenenado por sua cruel namorada, Cersei, horas antes. → Concausa concomitante absolutamente independente: ocorre quando uma causa simultânea à conduta do agente produz o resultado. EX: José tenta matar André com três golpes de faca e, no exato momento das facadas, André é atingido por um disparo de arma de fogo realizado por sua cruel vizinha Joelma. → Concausa superveniente absolutamente independente: ocorre quando uma causa posterior à conduta do agente produz o resultado. EX: José tenta matar André lhe administrando um poderoso veneno. Entretanto, antes que o veneno produza a morte de André, este se envolve em uma briga com Joel, o Cruel, que vem a matar André com um poderoso golpe de Jiu-jitsu. As causas ou concausas ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES sempre são capazes de produzir, por si sós, o resultado. Assim sendo, são casos em que o agente sempre responderá apenas pelos atos já praticados. (no caso tentativo de homicídio) @victoriasstudy 4 @v ict or ias stu dy @victoriasstudy ● Concausa relativamente independente: situação na qual a conduta do agente possui relação com o resultado produzido. (agente responde pelo resultado) → Concausa preexistente relativamente independente: ocorre quando uma causa anterior à conduta do agente influi na produção do resultado. EX: José tenta matar André com duas facadas, desferidas em seu braço. André, no entanto, só veio a falecer pois era hemofílico. → Concausa concomitante relativamente independente: ocorre quando uma causa simultânea à conduta do agente influi na produção do resultado. EX: José tenta matar André com golpes de karatê, no mesmo momento em que está sofrendo um AVC. Fica comprovado pela perícia que os golpes na cabeça agravaram asituação e contribuíram para a morte de André. ● Concausa superveniente relativamente independente: ocorre quando uma causa posterior à conduta do agente influi na produção do resultado. → causa que por si só não produziria o resultado: (responde por ato praticado) Ex: José tenta matar André com disparos de arma de fogo. Este vem a ser hospitalizado, mas morre em decorrência de uma infecção generalizada nos ferimentos. → causa que por si só produziria o resultado: (responde pelo resultado) Ex: José tenta matar André com disparos de arma de fogo. Este vem a ser conduzido ao hospital. No entanto, enquanto recebia tratamento, ocorreu um terremoto que fez desabar o prédio do hospital, levando André a óbito. @victoriasstudy 5 @v ict or ias stu dy @victoriasstudy ● NEXO CAUSAL EM CRIMES OMISSIVOS Veja que, no caso da omissão, não existe um nexo causal material, afinal de contas, o autor da omissão deixa de agir, não praticando ação alguma (quando deveria praticá-la). Nos crimes omissivos adotamos a teoria normativa - o agente será responsabilizado por um resultado para o qual não deu causa, simplesmente porque não cumpriu com seu dever de impedi-lo. - crimes omissivos próprios o próprio tipo penal prevê uma pena para o omisso - crimes omissivos impróprios São aqueles em que o tipo penal prevê uma ação, mas o agente possui o dever jurídico de impedir o resultado. 4) TIPICIDADE Enquadramento da conduta à norma ● CONCEITOS Tipicidade Objetiva Tipicidade formal + tipicidade material = tipicidade objetiva @victoriasstudy 6 @v ict or ias stu dy @victoriasstudy Tipicidade formal: Adequação do fato à previsão legal (ou seja, ao tipo penal descrito na lei). Tipicidade material- é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma. Não basta a conduta se encaixar no modelo legal de crime, mas sim se é capaz de causar uma lesão ou um perigo de lesão ao bem jurídico. (principio da insignificancia) Ex: falta de razoabilidade em manter presa uma grávida que furtou um vidro de xampu de apenas R$3,75. Veja que o fato é formalmente típico (a conduta se adequa à previsão do art. 155 do CP), porém não é materialmente típico (o dano causado não tem lesividade significativa o suficiente para justificar levar uma pessoa à prisão). ● ESPÉCIES DE ADEQUAÇÃO TÍPICA A) Imediata ou Subordinação Imediata O fato praticado pelo agente se encaixa diretamente no tipo penal, não há necessidade de utilização de nenhuma outra norma penal. B) Mediata ou de Subordinação Mediata ou Ampliada ou Por Extensão O fato praticado pelo agente não se encaixa diretamente no tipo penal. O fato não encontra correspondência direta na norma penal, é necessário utilizar uma norma de extensão da tipicidade. - No Brasil ocorrer 3 situações tentativa Art. 14, II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (é uma norma de extensão temporal da tipicidade, pois permite a aplicação da norma penal a um momento anterior à consumação.) participação Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (é uma norma de extensão pessoal da tipicidade, pois permite aplicação da lei penal a pessoas diversas dos autores.) relevância da omissão Art. 13, § 2o - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. ● EXCLUDENTES DE TIPICIDADE - coação física absoluta @victoriasstudy 7 @v ict or ias stu dy @victoriasstudy - princípio da insignificância e da adequação social - teoria da tipicidade conglobante (refere-se à conduta do agente que, na consideração do fato típico, não basta ser contrária ao direito penal, mas sim, ao ordenamento jurídico como um todo -conglobado-. Eugênio Raúl Zaffaroni) ● ERRO DE TIPO É o erro sobre elemento constitutivo constitutivo do tipo legal. É importante destacar que a expressão “elementos constitutivos do tipo legal” abrange os elementos objetivos, subjetivos e normativos e outras causas ou circunstâncias que qualificam o crime ou aumentam a pena. - Art. 20 do CP. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. O erro de tipo está vinculado à falsa percepção da realidade do agente ao praticar determinado fato considerado típico, ou seja, o autor desconhece ou se engana a respeito da descrição legal do crime. Por não haver o elemento dolo ao praticar o crime, a finalidade típica desaparece, o que o torna culposo. O erro de tipo possui as seguintes espécies: ● Erro essencial: recai sobre um elemento do tipo, sem o qual o crime não existiria. ● Erro acidental: recai sobre circunstâncias acessórias. Sem ele, o crime não deixa de existir. ● Erro invencível ou inevitável: Se o agente atuou com erro apesar de ter tomado os cuidados objetivos. Exclui-se, nesse caso, o dolo e a culpa. ● Erro vencível ou evitável: Poderia ter sido evitado pelo agente, caso este houvesse tomado as cautelas exigíveis. ● Erro provocado pelo agente: O agente atuou por erro em virtude de provocação. ● Erro sobre a pessoa: Caracteriza o erro sobre a pessoa da vítima, ou seja, o agente, por erro, comete o crime contra alguém que não era sua vítima de fato, entretanto pensou ser. Nesse caso, o agente responde pelo homicídio que pretendia praticar elementos do tipo penal (TIPO: é o conjunto dos elementos descritivos do crime contido em lei penal) ● elemento objetivo Descreve a conduta do agente ● elemento subjetivo Descreve a intenção, ou o desígnio, do agente ● elemento normativo @victoriasstudy 8 @v ict or ias stu dy @victoriasstudy Descreve a situação do agente. Consiste em expressões que fazem referência ao injusto, e necessitam de um juízo de valor por parte do magistrado ou aplicador da lei LINKS E LIVROS QUE USEI Cadernos sistematizados: direito penal - parte geral https://blog.sajadv.com.br/excludente-de-culpabilidade/ https://www.passeidireto.com/arquivo/44344656/fato-tipico-0 https://env1.cursopopulardefensoria.com.br/pluginfile.php/2691/mod_resource/ content/3/SLIDE.pdf#:~:text=Teoria%20Social%20da%20A%C3%A7%C3%A3o%20 Conduta,jur%C3%ADdico%20tutelado%20pela%20norma%20penal. https://www.passeidireto.com/arquivo/56297686/fato-tipico https://www.passeidireto.com/arquivo/3327882/direito-penal-fato-tipico https://www.passeidireto.com/arquivo/75475541/fato-tipico Livro gran cursos online- Teoria do crime fato típico https://slideplayer.com.br/slide/1625585/ https://direito.legal/wikijus/erro-de-tipo/ Esse resumo tem como finalidade ajudar estudantes! Resumo com base nos links acima, se você é dono deles e deseja que eu retire do ar o meu resumo mande uma mensagem pelo email: contatovictoriaxavier@gmail.com Eximo de erros, se achar algum mandar mensagem no email já mencionado. @victoriasstudy 9 https://blog.sajadv.com.br/excludente-de-culpabilidade/ https://www.passeidireto.com/arquivo/44344656/fato-tipico-0 https://env1.cursopopulardefensoria.com.br/pluginfile.php/2691/mod_resource/content/3/SLIDE.pdf#:~:text=Teoria%20Social%20da%20A%C3%A7%C3%A3o%20Conduta,jur%C3%ADdico%20tutelado%20pela%20norma%20penal https://env1.cursopopulardefensoria.com.br/pluginfile.php/2691/mod_resource/content/3/SLIDE.pdf#:~:text=Teoria%20Social%20da%20A%C3%A7%C3%A3o%20Conduta,jur%C3%ADdico%20tutelado%20pela%20norma%20penal https://env1.cursopopulardefensoria.com.br/pluginfile.php/2691/mod_resource/content/3/SLIDE.pdf#:~:text=Teoria%20Social%20da%20A%C3%A7%C3%A3o%20Conduta,jur%C3%ADdico%20tutelado%20pela%20norma%20penal https://www.passeidireto.com/arquivo/56297686/fato-tipico https://www.passeidireto.com/arquivo/3327882/direito-penal-fato-tipico https://www.passeidireto.com/arquivo/75475541/fato-tipico https://slideplayer.com.br/slide/1625585/https://direito.legal/wikijus/erro-de-tipo/ mailto:contatovictoriaxavier@gmail.com
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