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Vulvovaginites, Cervicites e Doença Inflamatória Pélvica (DIP)

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1 VULVOVAGINITES, CERVICITES E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
Gizelle Felinto 
VULVOVAGINITES 
INTRODUÇÃO 
➢ CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
• Atualmente, as Vulvovaginites são responsáveis por elevado 
número de consultas aos ginecologistas (aproximadamente 
30% das consultas ginecológicas estão relacionadas às 
vulvovaginites) 
• A importância das Vulvovaginites e vaginose bacteriana não 
se restringe apenas à sintomatologia desconfortável que 
essas doenças podem causar, pois elas também acarretam 
complicações 
• A investigação e elucidação diagnóstica minuciosas devem 
ser realizadas, bem como o tratamento específico, pois a 
vulvovaginite e a vaginose bacteriana, assim como as 
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), são fatores 
facilitadores na aquisição e transmissão do HIV 
➢ PATOLOGIA: 
• Agentes Etiológicos → tem-se diversos agentes 
responsáveis pelas Vulvovaginites, como: 
▪ Fungos 
▪ Vírus 
▪ Protozoários 
▪ Bactérias... 
• A microbiota vaginal é constituída por um ecossistema 
extremamente delicado que facilmente pode sofrer 
alterações por fatores endógenos, exógenos e iatrogênicos 
• Desequilíbrio da Flora Vaginal x Vulvovaginite → em 
algumas situações, apenas o desequilíbrio dos constituintes 
habituais da flora vaginal pode causar um quadro clínico 
semelhante ao das Vulvovaginites, sendo importante a 
diferenciação de tais processos 
➢ INFECÇÕES VAGINAIS MAIS FREQUENTES: 
• Vaginose Bacteriana 
• Candidíase 
• Tricomoníase 
➢ COMPLICAÇÕES → as vulvovaginites e vaginoses bacterianas 
podem causar complicações ginecológicas e no ciclo gravídico-
puerperal 
VAGINOSE BACTERIANA 
➢ INTRODUÇÃO: 
• A vaginose é a principal causa de corrimento vaginal 
• Trata-se de uma síndrome clínica polimicrobiana 
caracterizada pela diminuição da quantidade e da qualidade 
dos lactobacilos e pelo aumento significativo de bactérias 
patogênicas 
▪ Lactobacilos → fazem parte da flora vaginal normal, 
protegendo a região contra infecções 
• É uma doença associada à atividade sexual, embora não 
seja considerada uma IST 
• Mulheres virgens são raramente afetadas 
 
➢ ETIOLOGIA → as principais bactérias envolvidas na vaginose 
bacteriana são: 
• Gardnerella vaginalis* 
• Prevotella sp 
• Bacteróides sp 
• Mobiluncus sp* 
• Atopobium vaginae 
• Ureaplasma sp 
• Mycoplasma sp 
*São as principais responsáveis pelas vaginoses → dessa forma, a 
presença desses dois patógenos indica a presença de uma vaginose 
bacteriana 
➢ FATORES DE RISCO → vários fatores aumentam o risco da 
doença, como: 
• Múltiplos parceiros sexuais (de qualquer sexo) 
• Novo parceiro sexual 
• Maior frequência de relações sexuais 
• Raça negra 
• Tabagismo 
• Uso de duchas vaginais 
• Não utilização de preservativos 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• Corrimento vaginal: 
▪ Características: homogêneo, 
fino, branco-acinzentado, 
com microbolhas e não 
aderente à parede vaginal 
• Odor fétido → semelhante a “peixe podre” 
▪ Essa carcterística decorre da produção de aminas 
(cadaverinas e putrecinas) 
▪ Esse odor costuma exacerbar-se após o coito, pois o 
sêmen tem pH básico que propicia a volatilização das 
aminas 
• Sintomas inflamatórios → são menos frequentes de 
ocorrer 
▪ Disúria 
▪ Dispareunia 
▪ Edema vaginal e vulvar 
▪ Prurido e irritação vulvar 
➢ DIAGNÓSTICO: 
• Diagnóstico Clínico: 
▪ Baseia-se na presença de 3 dos 4 critérios de Amsel 
 
CRITÉRIOS DE AMSEL 
Corrimento Vaginal homogêneo, fino, branco-acinzentado, 
com microbolhas e não aderentes às paredes vaginais 
pH vaginal > 4,5 
Odor vaginal característico (“peixe podre”) antes ou depois 
da adição de 1 gota de hidróxido de potássio (KOH) a 10% à 
secreção vaginal, conhecido como Whiff test 
Presença de células indicadoras (células vaginais serrilhadas, 
cujo citoplasma está recoberto pela microbiota anaeróbia; 
também conhecida como célula-pista ou células-guia ou clue 
cells) em exame microscópico “a fresco” 
Vaginose bacteriana = pelo menos 3 desses 4 critérios 
 
 
2 VULVOVAGINITES, CERVICITES E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
Gizelle Felinto 
✓ Whiff test → pega-se um pouco do corrimento 
vaginal e coloca-se em uma lâmina. Dessa forma, 
adiciona-se uma gota de KOH a 10%, misturando-
o com o corrimento na lâmina. Se for uma 
vaginose bacteriana, haverá um forte odor de 
“peixe podre”, pois haverá a volatilização das 
aminas 
• Exames Complementares: 
▪ Bacterioscopia - Coloração de Gram (padrão-ouro): 
✓ É interpretada pelos critérios de Nuget, sendo 
considerada padrão-ouro para o diagnóstico da 
vaginose bacteriana 
▪ Cultura de Secreção Vaginal: 
✓ É pouco específico, por isso não deve ser 
realizada 
▪ Citologia Oncótica: 
✓ Apresenta baixa sensibilidade, mesmo sendo 
capaz de identificar as clue cells 
✓ Porém, a presença de clue cells na ausência de 
sintomas não tem indicação de tratamento 
➢ TRATAMENTO: 
• Características: 
▪ O tratamento está indicado para alívio dos sintomas e 
também apresenta benefício adicional de reduzir 
risco de contágio por outras ISTs 
▪ Todos os esquemas escolhidos cursam com altas taxas 
de recorrência 
▪ Citologia positiva sem presença de sintomas → não há 
indicação de tratamento nesses casos (na teoria)! 
✓ Na prática clínica → pode-se tratar essas 
pacientes, pois, em algum momento no futuro, os 
sintomas irão aparecer 
• Esquemas de Tratamento de Primeira-Linha para 
Vaginose Bacteriana (CDC, 2015) → pode-se utilizar: 
 METRONIDAZOL 500mg (comprimido): 
✓ Dose: 1 comprimido de 500mg, via oral, de 12 em 
12h, por 7 dias 
 METRONIDAZOL Gel 0,75%: 
✓ Dose: 1 aplicador vaginal (5g) à noite, durante 5 
noites 
 CLINDAMICINA Creme 2%: 
✓ Dose: 1 aplicador vaginal (5g) à noite, por 7 noites 
▪ Esquemas de Tratamento → pode-se usar um dos 
seguintes 
✓ Apenas uma das medicações 
✓ Metronidazol oral + Metronidazol gel → é o 
esquema mais indicado na prática 
✓ Clindamicina creme 
• Esquemas Alternativos de Tratamento para Vaginose 
Bacteriana (CDC, 2015) → pode-se utilizar: 
 TINIDAZOL 2g (comprimido): 
✓ Dose: 1 comprimido de 2g, via oral, 1 vez ao dia, por 
2 dias 
 TINIDAZOL 2g (comprimido): 
✓ Dose: 1 comprimido de 2g, via oral, 1 vez ao dia, por 
5 dias 
 CLINDAMICINA 300mg (comprimido): 
✓ Dose: 1 comprimido de 300mg, via oral, de 12 em 
12h, por 7 dias 
 CLINDAMICINA Óvulos 100mg (intravaginal): 
✓ Dose: aplicar 100mg intravaginal durante 3 dias 
• Gravidez e Lactação: 
▪ As gestantes sintomáticas devem ser tratadas para 
alívio dos sintomas 
▪ No 3º trimestre da gestação (principalmente a partir 
da 36ª semana), se a paciente for diagnosticada com 
vaginose bacteriana, independentemente de 
apresentar ou não sintomas, deve-se tratar → pois 
pode ocorrer uma contaminação e a paciente ter uma 
Rotura Prematura de Membranas e corioamnionite 
▪ Esquemas de Tratamento para Vaginose 
Bacteriana na Gestação (CDC, 2015) → pode-se 
fazer uso de: 
 METRONIDAZOL 500mg (comprimido): 
o Dose: 1 comprimido de 500mg, via oral, de 12 
em 12h, por 7 dias 
 METRONIDAZOL Gel 0,75%: 
o Dose: 1 aplicador vaginal (5g) à noite, por 5 
noites 
 METRONIDAZOL 250mg (comprimido): 
o Dose: 1 comprimido de 200mg, via oral, de 8 
em 8h, por 7 dias 
 CLINDAMICINA Creme 2%: 
o Dose: 1 aplicador vaginal (5g) à noite, por 7 
noites 
 CLINDAMICINA 300mg (comprimido): 
o Dose: 1 comprimico de 300mg, via ora, de 12 
em 12 horas, por 7 dias 
 CLINDAMICINA Óvulos 100mg (intravaginal): 
o Dose: aplicar 100mg intravaginal durante 3 
noites 
• Seguimento: 
▪ Não é necessária consulta de seguimento quando 
ocorre cura dos sintomas 
• Abordagem do(a) Parceiro(a): 
▪ O tratamento do(a) parceiro(a) não aumenta as taxas 
de cura e/ou recorrência, não devendo ser realizado 
de rotina 
• Associação Vaginose-HIV: 
▪ O tratamento da vaginose bacteriana em paciente 
infectada pelo HIV não difere dos esquemas habituais 
• Alergia e EfeitosColaterais: 
▪ A associação de álcool com os Imidazólicos pode 
produzir reação alérgica intensa (Dissulfiram-like) → 
dessa forma, a abstenção de álcool deve ser 
preconizada até 24h após o tratamento com 
Metronidazol e até 72h após o tratamento com Tinidazol 
✓ O tratamento com Metronidazol faz com que a 
paciente sinta um gosto de alumínio na boca 
 
 
 
3 VULVOVAGINITES, CERVICITES E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
Gizelle Felinto 
CANDIDÍASE 
➢ INTRODUÇÃO: 
• Epidemiologia: 
▪ É uma doença bastante comum e estima-se que 75% 
das mulheres apresentarão ao menos um episódio 
durante sua vida 
▪ É a 2ª causa mais comum de corrimento vaginal 
• As diversas espécies de cândida podem ser encontradas 
colonizando a vagina e o reto, causando doença apenas de 
maneira oportunista 
➢ ETIOLOGIA: 
• Cândida Albicans → é a responsável por causar a maior 
parte dos casos sintomáticos (a albicans é a mesma que se 
encontra na cavidade oral) 
• Cândida Glabrata* 
• Cândida Tropicalis* 
*Essas espécies estão aumentando sua incidência 
➢ FATORES DE RISCO: 
• Gestação 
• Uso recente de antibióticos 
• Uso de corticoides 
• Uso de contraceptivos hormonais combinados 
• Diabetes 
• Estresse 
• Imunossupressão 
➢ QUADRO CLÍNICO → os sintomas são mais frequentes no 
período pré-menstrual 
• Secreção/Corrimento Vaginal: 
▪ Características: espessa, em grumos, brancacenta, 
inodora e aderente às paredes vaginais 
• Prurido 
• Queimação vulvovaginal 
• Edema vulvar 
• Escoriações vulvares → em decorrência do prurido 
• Disúria → devido a irritação periuretral 
• Dispareunia superficial 
➢ DIAGNÓSTICO: 
• O quadro clínico e o exame a fresco são suficientes para o 
diagnóstico da maioria dos casos 
• Exames Complementares: 
▪ Exame Microscópico a Fresco: 
✓ Acrescenta-se 1 gota Hidróxido de Potássio (KOH) 
para dissolução de hemácias, leucócitos e células 
epiteliais, facilitando a identificação, ao 
microscópio, de longas fibras e micélios, que são 
típicos da infecção fúngica 
▪ Citologia Oncótica: 
✓ Apresenta baixa sensibilidade e especificidade 
➢ TRATAMENTO: 
• Características gerais: 
▪ Deve-se optar por esquemas curtos de tratamento, 
para que haja uma maior adesão das pacientes 
▪ A via de administração, oral ou tópica, não modifica os 
resultados 
▪ O uso de Nistatina tem sido abandonado, devido aos 
piores resultados e à menor adesão ao incômodo 
esquema posológico (pois o tratamento com Nistatina 
dura 7 a 14 dias) 
▪ Antifúngico + Corticoide: 
✓ A associação de antifúngico com corticoide 
fornece rápido alívio da sintomatologia vulvar, 
mas não tratam a infecção vaginal 
✓ Se utilizadas, devem ser associadas a outros 
esquemas terapêuticos 
✓ Seu uso pode piorar muito as infecções por 
herpes genital, portanto esse diagnóstico tem que 
ser afastado antes da utilização do Corticoide 
▪ Além das medicações descritas a seguir, tem-se vários 
outros fármacos disponíveis no mercado brasileiro, 
como Isoconazol, Fenticonazol, Cetoconazol e 
Itraconazol 
✓ Itraconazol (são 4 comprimidos, por via oral, 
sendo 2 comprimidos de 12/12h) 
• Esquemas de Tratamento para Candidíase (CDC, 2015) 
→ pode-se utilizar um dos seguintes: 
 BUTOCONAZOL Creme a 2%: 
✓ Dose: 1 aplicador intravaginal (5g), dose única 
 TERCONAZOL Creme a 0,4%: 
✓ Dose: 1 aplicador intravaginal (5g) à noite, por 7 
noites 
 TERCONAZOL Creme a 0,8%: 
✓ Dose: 1 aplicador intravaginal (5g) à noite, por 3 
noites 
 TERCONAZOL 80mg (supositório vaginal): 
✓ Dose: 1 unidade intravaginal à noite, por 3 noites 
 CLOTRIMAZOL Creme a 1%: 
✓ Dose: 1 aplicador intravaginal (5g) à noite, por 7 a 
14 noites 
 CLOTRIMAZOL Creme a 2%: 
✓ Dose: 1 aplicador intravaginal (5g) à noite, por 3 
noites 
 MICONAZOL Creme a 2%: 
✓ Dose: 1 aplicador intravaginal (5g) à noite, por 7 
noites 
 MICONAZOL Creme a 4%: 
✓ Dose: 1 aplicador intravaginal (5g) à noite, por 3 
noites 
 MICONAZOL 100mg (supositório vaginal): 
✓ Dose: 1 unidade intravaginal à noite, por 7 noites 
 MICONAZOL 200mg (supositório vaginal): 
✓ Dose: 1 unidade intravaginal à noite, por 3 noites 
 MICONAZOL 1200mg (supositório vaginal): 
✓ Dose: 1 unidade intravaginal à noite, por 1 noite 
 TIOCONAZOL Creme a 6,5%: 
✓ Dose: 1 aplicador intravaginal (5g), dose única 
 FLUCONAZOL 150mg (comprimido): 
✓ Dose: 1 comprimido de 150mg, via oral, dose única 
• Gravidez e Lactação: 
▪ São preferidos esquemas de tratamento de uso tópico, 
já que o tratamento oral está contraindicado 
 
4 VULVOVAGINITES, CERVICITES E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
Gizelle Felinto 
• Seguimento: 
▪ Não é necessário consulta de seguimento quando 
ocorre a cura dos sintomas 
• Abordagem do(a) Parceiro(a): 
▪ O tratamento do(a) parceiro(a) não está indicado 
rotineiramente, exceto nos raros casos de Balanite 
(inflamação da glande) 
• Associação Candidíase Vaginal e HIV ou outras 
Imunossupressões: 
▪ Pacientes HIV positivas → estão mais sujeitas a 
apresentarem candidíase vaginal, bem como infecções 
por Cândida não albicans 
▪ Tratamento de Candidíase em Pacientes 
Imunossuprimidas → deve ser realizado com 
utilização de esquemas com duração mais prolongada 
(7 a 14 dias) 
• Alergia e Efeitos Adversos: 
▪ Tratamento oral → pode ocasionar: 
✓ Náuseas 
✓ Dor abdominal 
✓ Cefaleia 
✓ Elevação transitória das transaminases 
(raramente) 
▪ Tratamento tópico → pode causar: 
✓ Ardência ou irritação locais 
✓ Enfraquecimento dos preservativos e diafragmas 
(deve-se informar isso à paciente ao se 
prescrever o tratamento tópico) 
➢ CANDIDÍASE RECIDIVANTE/RECORRENTE: 
• Definição → presença de 4 ou mais episódios de candidíase 
vaginal ao ano 
• Epidemiologia: 
▪ A candidíase recorrente atinge cerca de 5% das 
mulheres 
▪ A espécie Cândida não albicans é encontrada em 10 a 
20% das candidíases recorrentes → devido a isso, a 
realização de Cultura pode ser útil para avaliar a 
presença dessa espécie 
• Tratamento: 
1. Tratamento do Episódio Agudo → utilizar um dos 
seguintes: 
✓ Tratamento Tópico por 7 a 14 dias 
ou 
✓ FLUCONAZOL no 1º, 4º e 7º dias 
2. Tratamento Antifúngico de Manutenção → após a 
remissão dos sintomas do episódio agudo, deve-se 
fazer uso de um dos seguintes: 
✓ FLUCONAZOL Oral (100, 150 ou 200mg) em dose 
única semanal por 6 meses → é o mais usado 
✓ Tratamento tópico intermitente (dose única 
mensal no período pré-menstrual) por 6 meses 
→ também é um esquema que se mostra efetivo 
✓ As taxas de recorrência após a interrupção do 
tratamento antifúngico de manutenção variam de 
30% a 50% 
➢ Espécie Cândida não Albicans: 
• Não respondem bem aos esquemas padrões, principalmente 
ao Fluconazol, devendo-se optar por esquemas mais 
prolongados (7 a 14 dias), pior a resposta aos esquemas 
curtos 
• Tratamento → as recorrências podem ser tratadas com um 
dos seguintes: 
 ÁCIDO BÓRICO: 
✓ Dose: cápsulas de 600mg/dia, por 14 dias 
 ANFOTERICINA B: 
✓ Dose: supositórios vaginais (óvulo), 50mg/dia, 
por 14 dias 
 NISTATINA: 
✓ Dose: supositórios vaginais (óvulo), 100.000 
UI/dia, por 3 a 6 meses 
TRICOMONÍASE 
➢ INTRODUÇÃO: 
• É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) 
• O Trichomonas vaginalis é um protozoário anaeróbio que 
infecta preferencialmente o trato genital humano 
• A tricomoníase está associada a aumento das taxas de: 
▪ HIV 
▪ Ruptura Prematura das Membranas → induz o parto 
prematuro 
▪ Prematuridade 
• 70% a 85% das pessoas infectadas são portadores 
assintomáticos e podem transmitir a doença aos parceiros 
sexuais 
➢ QUADRO CLÍNICO: 
• Os homens sintomáticos apresentam: 
▪ Uretrite 
▪ Disúria 
▪ Secreção uretral mucopurulenta 
• As mulheres sintomáticas apresentam: 
▪ Corrimento Vaginal: 
✓ Características: verde-
amarelado, abundante, 
espumoso e malcheiroso 
▪ Sintomas inflamatórios 
intensos, como: 
✓ Prurido e irritação vulvares 
✓ Disúria✓ Dispareunia 
✓ Colpite focal (colo em 
morango ou Teste de 
Schiller em pele de onça) 
o Coloca-se o iodo no colo do útero e obtém-se 
essa imagem parecida com pele de onça 
➢ DIAGNÓSTICO: 
• A associação do quadro clínico com o exame a fresco é a 
ferramenta mais utilizada para o diagnóstico da 
Tricomoníase 
• Exames Complementares: 
▪ Exame Microscópico a Fresco: 
 
5 VULVOVAGINITES, CERVICITES E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
Gizelle Felinto 
✓ É barato e de fácil execução, mas apresenta baixa 
sensibilidade (51% a 65%) 
▪ Exame de Cultura: 
✓ Tem sensibilidade de 75% a 96% e especificidade 
de 100% 
▪ Citologia Oncótica: 
✓ Ocasionalmente detecta a doença, podendo 
ocorrer falso-positivos e falso-negativos 
➢ TRATAMENTO: 
• Características: 
▪ O tratamento tem por base o uso de Imidazólicos em 
dose única por via oral e apresenta altas taxas de 
sucesso 
▪ O tratamento tópico não deve ser utilizado, pois não 
proporciona níveis terapêuticos na uretra e nas 
glândulas parauretrais 
▪ Durante o tratamento, as pacientes devem abster-se de 
atividade sexual 
• Esquema de Tratamento para Tricomoníase (CDC, 2015) 
→ pode-se fazer uso de um dos seguintes: 
 METRONIDAZOL 2g, via oral, dose única 
ou 
 TINIDAZOL 2g, via oral, dose única 
• Gravidez e Lactação: 
▪ Gestantes Sintomáticas → as gestantes 
sintomáticas devem ser tratadas para alivio dos 
sintomas com: 
 METRONIDAZOL 2g, via oral, dose única 
o O uso de metronidazol é seguro na gestação 
(categoria B), não apresentando 
teratogenicidade em uma série de 
metanálises 
o O metronidazol em doses habituais é 
secretado em doses mínimas no leite, 
podendo ser usado na lactação 
▪ Gestantes Assintomáticas → o benefício do 
tratamento das gestantes assintomáticas não foi 
estabelecido, exceto nas HIV positivas, pois elas 
apresentam maior taxa de transmissão vertical 
✓ Porém, na prática, se a gestante for diagnosticada 
com tricomoníase, mesmo sendo assintomática, 
deve-se realizar o tratamento 
▪ Tinidazol → seu uso não foi estudado, devendo ser 
evitado na gravidez e lactação 
• Seguimento: 
▪ Em virtude de as taxas de reinfecção chegarem a 17%, 
sugere-se a reavaliação das pacientes em 3 meses, 
independentemente do tratamento do parceiro 
• Abordagem do(a) parceiro(a): 
▪ O tratamento do(a) parceiro(a) está indicado, o que 
leva ao aumento das taxas de cura 
• Associação Tricomoníase-HIV: 
▪ O seguinte tratamento da tricomoníase em pacientes 
infectadas pelo HIV apresenta melhores taxas de 
sucesso do que os esquemas em dose única: 
 METRONIDAZOL 500mg, via oral, de 12 em 12h, por 
7 dias 
• Alergia e Efeitos Adversos: 
▪ A associação entre álcool e Imidazólicos pode produzir 
reação alérgica intensa (Dissulfiram-like), sendo 
fundamental alertar as pacientes para esse risco 
▪ A abstenção do álcool preconizada é por até 24h após 
o fim do tratamento com Metronidazol e 72h após o fim 
do tratamento com Tinidazol 
➢ TRICOMONÍASE RECORRENTE: 
• A resistência do Trichomonas vaginalis é de 5% ao 
Metronidazol e de 1% ao Tinidazol 
• Nos casos de resistência, opta-se por esquemas mais 
prolongados de tratamento (7 a 14 dias) 
• Esquema de Tratamento para Tricomoníase Resistente 
(CDC, 2015) → pode-se fazer uso de um dos seguintes: 
 METRONIDAZOL 500mg (comprimido): 
✓ Dose: 1 comprimido, via oral, a cada 12h, por 7 dias 
 METRONIDAZOL 2g (comprimido): 
✓ Dose: 1 comprimido, via oral, dose única diária, por 
7 dias 
 TINIDAZOL 2g (comprimido): 
✓ Dose: 1 comprimido, via oral, dose única diária, por 
7 dias 
 TINIDAZOL 2 a 3g (via oral, dose única diária, por 14 dias) 
+ TINIDAZOL Creme Vaginal 
CERVICITE 
INTRODUÇÃO 
➢ DEFINIÇÃO: 
• A cervicite é a inflamação do epitélio colunar cervical 
(epitélio glandular) 
• Pode ter etiologia infecciosa ou não infecciosa 
• É classificada em aguda ou crônica 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Está presente em cerca de 30 a 40% das pacientes em 
ambulatório de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) 
➢ O diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais → a 
importância da rápida identificação da cervicite e início do 
tratamento reside no risco de: 
• Ascensão do processo infeccioso, podendo resultar em: 
▪ Endometrites 
▪ Doença Inflamatória Pélvica (DIP), com suas vastas 
complicações 
• Transmissão sexual 
• Aumento significativo do risco de aquisição e disseminação 
do HIV 
ETIOLOGIA 
➢ ETIOLOGIA INFECCIOSA: 
• Agentes etiológicos mais frequentes: 
▪ Chlamydia trachomatis → Clamídia 
▪ Neisseria gonorrhoe → Gonorreia 
 
 
6 VULVOVAGINITES, CERVICITES E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
Gizelle Felinto 
• Agentes etiológicos mais raros: 
▪ Herpes simplex → Herpes 
▪ Trichomonas vaginalis → Tricomoníase 
▪ Mycobacterium tuberculosis 
▪ Mycoplasma genitalium 
➢ ETIOLOGIA NÃO INFECCIOSA: 
• Irritação mecânica → por pessário, tampão (Ex: absorvente 
OB), diafragma (para evitar gravidez)... 
• Irritação química → por látex, duchas ou espermicidas (é 
um spray que a mulher coloca na vagina após a relação 
sexual, para matar os espermatozoides) 
• Radioterapia 
• Doenças sistêmicas → Es: Síndrome de Behçet, Líquen 
plano... 
FATORES DE RISCO 
➢ Idade < 25 anos → devido ao fato de que é nessa idade em que 
as mulheres apresentam o maior número de relações sexuais e 
de relações desprotegidas 
➢ Idade precoce da primeira relação sexual 
➢ Não uso de preservativos 
➢ Novo parceiro sexual 
➢ Paciente portadora de outras ISTs 
➢ Passado de Doença Inflamatória Pélvica (DIP) 
➢ Parceiro sexual com múltiplos parceiros 
➢ Parceiro sexual com IST 
➢ Uso de duchas 
QUADRO CLÍNICO 
➢ Em Pacientes Sintomáticas: 
• Corrimento Genital Purulento ou Mucopurulento 
• Sangramento durante ou após o coito 
• Disúria (Uretrite) 
• Dispareunia 
• Irritação vulvovaginal 
➢ Pacientes Assintomáticas → correspondem a 70 – 80% dos 
casos de cervicites 
DIAGNÓSTICO 
➢ HISTÓRIA CLÍNICA → deve-se questionar sobre: 
• Tipo de corrimento vaginal 
• Sangramento vaginal → durante e após a relação sexual 
• Dor abdominal ou pélvica 
• Tempo dos sintomas 
• Estado estrogênico (ciclo menstrual) 
➢ EXAME FÍSICO → a paciente pode apresentar: 
• Secreção mucopurulenta por endocérvice 
• Dor à mobilização do colo, útero ou anexos 
• Colo friável com aspecto variando de acordo com agente 
etiológico 
➢ PATOLOGIAS E MANIFESTAÇÕES: 
• Cervicite Gonocócica ou por Clamídia: 
▪ Cervicite mucopurulenta 
▪ Colo uterino edemaciado e friável 
• Tricomoníase: 
▪ Hemorragias pontuadas (colo em morando ou colpite 
difusa) 
• Cervicite por Herpes: 
▪ Lesões vesiculares difusas ou ulcerações 
➢ ACHADOS DE ALARME: 
• Suspeita de Doença Inflamatória Pélvica (DIP) → 
presença de: 
▪ Sensibilidade à mobilização do colo uterino, útero e 
anexos 
▪ Secreção endocervical purulenta 
• Lesões Cervicais Erosivas: 
▪ Na presença dessas lesões, pode-se pensar em câncer 
de colo uterino (diagnosticado pelo Papanicolau e 
Biópsia) 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES: 
• A avaliação laboratorial tem alto custo e pode atrasar o 
início do tratamento 
• pH Vaginal e Microscopia Salina → são exames mais rápidos 
• Biologia Molecular (Teste de Amplificação de Ácido Nucléico 
- NAAT) → muito caro 
• Coloração pelo Gram → tem 30% de sensibilidade 
• Cultura para Gonococo em Meio Seletivo (Thayer-Martin 
Modificado) 
• Proteína C Reativa (PCR), Elisa e Captura Híbrida para 
Clamídia → são os mais utilizados 
TRATAMENTO 
➢ CARACTERÍSTICAS: 
• Tratamento Empírico → para Gonorreia e Clamídia 
• A paciente deve realizar abstinência sexual por 7 dias 
• Deve-se tratar os parceiros 
➢ GONORREIA: 
• Tratamento segundo o CDC 2015 → trata-se com a 
associação dos seguintes medicamentos: 
 CEFTRIAXONA 250mg (via intramuscular em dose única) 
+ 
 AZITROMICINA 1g (via oral em dose única) 
• Tratamento segundo o Ministério da Saúde (MS) 2015 → 
trata-se comum dos dois primeiros medicamentos 
(Ciprofloxacino ou Ceftriaxona) associado à Azitromicina 
 CIPROFLOXACINO 500mg (via oral, dose única) 
ou 
 CEFTRIAXONA 500mg (via intramuscular, dose única) 
+ 
 AZITROMICINA 1g (via oral, dose única) 
➢ CLAMÍDIA → trata-se com uma das seguintes medicações: 
 AZITROMICINA 1g (via oral, dose única) 
ou 
 DOXICICLINA 100mg (via oral, de 12 em 12h, por 7 dias) 
COMPLICAÇÕES 
➢ COMPLICAÇÕES NA GESTAÇÃO: 
• Maior risco de Rotura Prematura de Membranas 
 
7 VULVOVAGINITES, CERVICITES E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
Gizelle Felinto 
• Maior risco de Parto Prematuro 
• Restrição de Crescimento Intrauterino 
• Endometrite Puerperal 
➢ COMPLICAÇÕES NO RECÉM-NASCIDO: 
• Conjuntivite 
• Septicemia 
• Artrite 
• Abscessos em couro cabeludo 
• Pneumonia 
• Meningite 
• Endocardite 
• Estomatite 
 
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
INTRODUÇÃO 
➢ DEFINIÇÃO: 
• É o conjunto de sinais e sintomas secundários à ascensão e 
à disseminação, no trato genital superior, de 
microrganismos provenientes da vagina ou da endocérvice, 
podendo acometer útero, trompas, ovários e, por vezes, até 
outros órgãos pélvicos 
✓ Exemplo: em uma cervicite não tratada pode ocorrer 
ascensão da infecção, que migra para o útero, trompas, 
ovários e órgãos pélvicos 
• ETIOLOGIA → a DIP é iniciada por um agente sexualmente 
transmissível 
• Neisseria gonorrhoeae* 
• Chlamydia trachomatis* 
• Mycoplasma genitalium 
• Infecção Polimicrobiana mista (facultativa e anaeróbica) 
*É causada principalmente por esses patógenos 
FATORES DE RISCO 
➢ Múltiplos parceiros 
➢ Infecções sexualmente transmissíveis em parceiros 
➢ Idade < 25 anos 
➢ História prévia de DIP 
➢ Método contraceptivo 
➢ Estado socioeconômico e estado civil → pois acredita-se que há 
menor incidência em mulheres casadas, que tem apenas um 
parceiro sexual 
➢ Tabagismo 
➢ Alcoolismo e Uso de drogas → estão associados a 
comportamentos de risco (Ex: relações sem proteção) 
➢ Parceiro com uretrite 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ ENDOMETRITE: 
• Pacientes Sintomáticas: 
▪ Descarga vaginal purulenta (corrimento purulento) 
▪ Dor abdominal infraumbilical 
▪ Dor em topografia anexial → ao toque bimanual 
▪ Dor à mobilização do colo uterino 
▪ Febre 
▪ Sangramento Uterino Anormal (SUA) 
▪ Dispareunia 
▪ Sintomas urinários 
• Também podem haver Pacientes Assintomáticas → Ex: 
paciente pode apresentar apenas o corrimento purulento, 
sem qualquer sintomatologia 
➢ MANIFESTAÇÕES TUBÁRIAS: 
• Aderências 
• Oclusão do Lúmen Tubário → o que acarreta uma das 
principais complicações tardias da DIP, que é a Infertilidade 
• Abscesso Tubo-ovariano 
• Abscesso em Fundo de Saco de Douglas 
• Irritação Peritoneal 
➢ SÍNDROME DE FITZ-HUGH-CURTS: 
• Pequenos abscessos em superfície 
hepática 
• Exsudato purulento na cápsula de 
Glisson 
• Aderências tipo corda de violino Aderências em forma de corda 
 de violino 
DIAGNÓSTICO 
➢ Não existe teste diagnóstico definitivo! 
➢ CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA DIP: 
CRITÉRIOS MAIORES 
Dor abdominal infraumbilical ou dor pélvica 
Dor à palpação dos anexos 
Dor à mobilização uterina ou do colo uterino 
 
CRITÉRIOS MENORES 
Febre > 38,3°C 
Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal 
Leucocitose 
Massa pélvica 
Proteína C Reativa (PCR) ou Velocidade de Hemossedimentação (VHS) 
elevadas 
> 5 Leucócitos por campo de imersão em secreção de endocérvice 
Comprovação laboratorial de infecção por Clamídia, Gonococo ou 
Micoplasma 
 
 
Cervicites 
- Colo em “pele de onça” → a tricomoníase também causa cervicite 
- As imagens mais escuras são a coloração pelo gram 
 
8 VULVOVAGINITES, CERVICITES E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
Gizelle Felinto 
 
CRITÉRIOS ELABORADOS 
Evidência histopatológica de endometrite 
Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em 
estudo de imagem (Ultrassonografia ou Ressonância) 
Videolaparoscopia com evidência de DIP 
 
• Para o diagnóstico, deve-se ter pelo menos um dos 
seguintes: 
3 critérios maiores + 1 critério menor 
ou 
1 critério elaborado 
➢ Fatores que devem alertar o médico para que se tenha a DIP 
como hipótese diagnóstica: 
• Fatores de risco 
• Febre 
• Dor à mobilização do colo uterino 
• Dor anexial 
• Dispareunia 
• Corrimento vaginal mucopurulento 
• Queixas urinárias 
• Sangramento intermenstrual 
• Anorexia, náuseas e vômito 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES: 
• Teste de gravidez 
• Hemograma completo 
• Proteína C Reativa (PCR) e Velocidade de 
Hemossedimentação (VHS) 
• Sumário de Urina (EAS) ou Urocultura 
• Cultura Específica ou Teste de Amplificação de Ácido 
Nucléico (NAAT) → para saber se tem clamídia ou 
gonorreia, por exemplo 
• Sorologias para Infecções Sexualmente Transmissíveis 
(ISTs) 
• Ultrassonografia (USG) Transvaginal → para saber se há 
abscesso tubo-ovariano ou no fundo de saco de Douglas 
• Biópsia de Endométrio 
• Ressonância Nuclear Magnética (RNM) 
• Videolaparoscopia (VLSC) 
ESTADIAMENTO 
ESTADIAMENTO 
ESTÁGIO 1 Endometrite e Salpingite sem Peritonite 
ESTÁGIO 2 Salpingite com Peritonite 
ESTÁGIO 3 Salpingite e Abscesso Tubo-Ovariano 
ESTÁGIO 4 Abscesso Tubo-Ovariano roto com secreção 
purulenta em cavidade ou abscesso acima de 10cm 
 
➢ Endometrite = inflamação do endométrio 
➢ Salpingite = inflamação das tubas uterinas (trompas) 
➢ Estágio 1 → se restringe ao endométrio e às trompas, sem 
acometer o peritônio 
➢ Estágio 2 → acomete endométrio e peritônio 
➢ Estágio 3 → já apresenta abscesso tubo-ovariano 
➢ Estágio 4 → com abscesso tubo-ovariano roto ou > 10cm 
TRATAMENTO 
➢ TRATAMENTO DA DIP SEGUNDO O MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) 
2015: 
• Tratamento Ambulatorial → associação das seguintes 
medicações: 
 CEFTRIAXONA 500mg (intramuscular, dose única) 
+ 
 DOXICICLINA 100mg (1 comprimido, via oral, de 12 em 12 
horas, por 14 dias) 
+ 
 METRONIDAZOL 250mg (2 comprimidos, via oral, de 12 
em 12 horas, por 14 dias) 
• Tratamento Hospitalar → associação das seguintes 
medicações: 
 CEFOXITINA 2g (endovenoso, de 6/6 horas, por 14 dias) 
+ 
 DOXICICLINA 100mg (1 comprimido, via oral, de 12/12 
horas, por 14 dias) 
➢ CRITÉRIOS PARA TRATAMENTO HOSPITALAR (Internação): 
• Quando emergências cirúrgicas não podem ser excluídas 
• Presença de abscesso tubo-ovariano 
• Quadro grave com sintomas de peritonite, náuseas, vômitos 
ou febre alta 
• Gestantes com DIP 
• Pacientes imunocomprometidas 
• Ausência de resposta adequada ao tratamento ambulatorial 
após 72h → Ex: paciente do estágio 1 em que se iniciou o 
tratamento ambulatorial, mas não se obteve resposta 
adequada após 72h 
• Intolerância ou baixa adesão ao tratamento ambulatorial 
➢ CRITÉRIOS PARA TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
• Falha no tratamento clínico 
• Presença de massa pélvica que persiste ou aumenta mesmo 
após o tratamento clínico 
• Suspeita de rotura de abscesso tubo-ovariano 
• Hemoperitônio 
• Abscesso em fundo de saco de Douglas 
SEQUELAS TARDIAS DA DIP 
➢ Infertilidade → pois a DIP pode obstruir as trompas 
➢ Gravidez Ectópica → pois a DIP pode deixar o espaço das 
trompas mais “apertado”. Nesse caso, pode ocorrer a 
fecundação, mas o óvulo não migra para a cavidade endometrial, 
causando uma gravidez ectópica 
➢ Dor Pélvica Crônica → mesmo com o tratamento, algumas 
pacientes podem apresentar dor pélvica crônica após serem 
curadas da DIP 
➢ Dispareunia 
➢ Recorrência de Doença Inflamatória Pélvica (DIP) 
➢ Fase Crônica da Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis

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