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Vulvovaginites e cervicites

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​ Vulvovaginites e cervicites     
Ana Carolina Picanço 
 
 
Conceito 
 
Corrimento genital baixo: infecções que vão           
desde estruturas inferiores até o orifício interno             
do colo uterino; 
 
Vulvovaginite: é toda a manifestação         
inflamatória e/ou infecciosa do trato genital           
inferior (vulva, vagina, ectocérvice); 
 
Cervicite ​: é a inflamação e/ou infecção da               
mucosa endocervical. 
 
***40% das causas de consulta ginecológicas. 
 
 
Conteúdo vaginal fisiológico 
 
O meio vaginal é composto pelo resíduo vaginal,               
pelos restos celulares e micro-organismos. 
 
➔ Assintomático; 
➔ Muco cervical; 
➔ Células vaginais esfoliadas / transudato; 
➔ Secreção das glândulas de Bartholin e           
Skene; 
➔ Leucócitos / Microorganismos da flora         
vaginal. 
 
Cor branca ou transparente, ​volume variável​, pH             
ácido (4,0 a 4,5) (variam com fase do ciclo                 
menstrual, uso de hormônios, gravidez...) 
   
Nem todo fluxo vaginal é uma doença e nem toda                   
doença é infecciosa!!! 
 
Flora vaginal normal 
 
A composição e a densidade populacional dos             
micro-organismos da flora vaginal normal podem           
variar de mulher para mulher e nas diferentes               
fases do ciclo menstrual. 
 
 
 
 
 
 
➔ Predominantemente aeróbica; 
➔ Variações cíclicas de acordo com o ciclo             
menstrual. 
 
Gram negativos:​ Escherichia coli; 
Anaeróbios facultativos: ​Gardnerella vaginalis; 
Anaeróbios estritos: Bacterioides sp,       
Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis. 
Fungos: ​Candida sp. 
 
Lactobacillus sp (Bacilos de Doderlein) 
 
Lactobacillus sp. é a espécie bacteriana que             
predomina na microbiota vaginal normal. Os           
Lactobacillus acidophilus representam 90% das         
bactérias presentes na flora normal de uma             
mulher sadia em idade reprodutiva, e respondem 
pelo pH ácido que inibe o crescimento de               
bactérias nocivas à mucosa vaginal. 
 
*** Lactobacillus acidophilus: bactéria       
predominante na microbiota vaginal (90%). 
 
Responsáveis pelo pH ácido (inibe bactérias           
nocivas). 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
 
 
 
Fatores predisponentes para vulvovaginites 
 
➔ Diabetes; 
➔ Uso de esteróides e imunossupressores /           
ATBC; 
➔ Traumas; 
➔ Lubrificantes vaginais / Duchas vaginais; 
➔ Absorventes internos e externos; 
➔ Depilação exagerada ou frequente /         
Estresse; 
➔ Prática de coito não convencional; 
➔ Uso de DIU; 
➔ Estado hiper / hipoestrogênicos; 
➔ Hospitalização prolongada. 
 
 
Quais são as principais infecções vaginais? 
 
 
 
Vaginose Bacteriana 
 
Síndrome polimicrobiana (principal = ​Gardnerella         
vaginalis​). 
 
É importante destacar que todos os fatores que               
fazem diminuir a quantidade de oxigênio nos             
tecidos e, portanto, o seu potencial de             
oxirredução, favorecem a infecção por         
anaeróbios estritos. 
 
Reduzido aumento de leucócitos: sintomas         
inflamatórios são discretos 
 
Desequilíbrio da flora vaginal 
⇓ 
↓ lactobacilos e ↑ pH 
⇓ 
Proliferação anaeróbios vaginais 
⇓ 
Gardnerella, Mobiluncus, Bacteroides, 
Mycoplasma hominis 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
- Principal causa de corrimento vaginal         
(46% das mulheres). 
- Mais frequentes em mulheres com vida           
sexual ativa. 
 
FATORES PREDISPONENTES 
 
- Múltiplos ou novos parceiros; 
- Duchas vaginais; 
- Tabagismo; 
- Coito durante período menstrual (sêmem         
+ sangue = ↑ pH). 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
Corrimento fluido, homogêneo,     
branco-acinzentado, em pequena quantidade,       
pode formar microbolhas, não aderente à           
parede vaginal. 
 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
Odor fétido tipo “peixe podre” (piora após coito               
e durante menstruação). 
⇓ 
Volatilização de aminas aromáticas (putrescina,         
cadaverina, dimetilamina) resultantes do       
metabolismo das bactérias anaeróbias em         
contato com a alcalinidade do sêmen ou sangue. 
 
Menos intensos: disúria, dispareunia, irritação         
vulvar. 
 
 
 
DIAGNÓSTICO (cai na prova) 
 
A VB pode ser diagnosticada pelo uso de               
critérios clínicos (critérios de Amsel) ou pela             
coloração de Gram. 
 
CRITÉRIOS DE AMSEL 
 
   
 
CLUE CELLS 
 
 
A identificação de ​clue cells no exame a fresco é                   
muito sugestiva de Vaginose Bacteriana (VB),           
mas somente sua presença não “fecha” o             
diagnóstico. A VB também pode cursar na             
ausência de visualização de clue cells, desde que               
os outros três critérios de Amsel estejam             
presentes. Assim, embora as clue cells           
constituam um achado característico de VB, as             
células-guia podem estar ausentes em até 40%             
dos casos. 
  
ESCORE DE NUGENT  
  
Avaliação do esfregaço corado pelo Gram. 
 
1) escore de 0 a 3 – padrão normal; 
2) escore de 4 a 6 – flora vaginal intermediária; 
3) escore de 7 a 10 – vaginose bacteriana.  
 
 
 
Escore de Nugent: contabilização do tipo           
morfológico bacteriano fazendo um pontuação e,           
de acordo com essa nota, irá se determinar               
como está a flora vaginal (não usa na prática,                 
nem em prova). 
   
TRATAMENTO: 
 
- Metronidazol 500 mg VO​, 12/12h -           
durante 7 dias ou 
- Metronidazol gel 0,75% - (um aplicador)           
intravaginal durante 5 noites ou 
- Clindamicina creme 2% - (um aplicador)           
intravaginal durante 7 noites. 
 
Não é necessário fazer o uso dos dois métodos                 
(oral e creme vaginal), a não ser que esteja                 
muito exacerbado. E não precisa tratar o             
parceiro. 
Alternativas:  
 
- Tinidazol 2 g por VO​, uma vez ao dia -                   
durante 2 dias ; 
Ana Carolina Picanço 
 
 
- Tinidazol 1 g VO​, uma vez ao dia -                 
durante 5 dias ; 
- Clindamicina 300 mg​, VO, 12/12h -           
durante 7 dias. 
 
 *** Efeito ANTABUS 
 
Tomar cuidado com efeito ANTABUS . Uso de               
qualquer azol junto com álcool irá causar             
taquicardia, sensação de morte, face         
avermelhada e suor excessivo. Não pode ingerir             
álcool durante o uso desses fármacos e até 24h                 
depois. 
 
VAGINOSE RECORRENTE 
 
Recidivas são frequentes (15-30%) ​> mais de 4               
episódios por ano por exemplo; 
 
Opções: repetir o mesmo esquema terapêutico           
anterior. 
 
Recorrências múltiplas: 
 
- Metronidazol gel 0,75%, VV, por 7-10 dias; 
 ou 
- Óvulos de ácido bórico 600mg, VV,             
diariamente, por 21 dias; 
 ou 
- Metronidazol gel 0,75%, VV, 2x/semana por 4 -                 
6 meses. 
 
ABORDAGEM DO PARCEIRO 
 
Tratamento do parceiro não aumenta as taxas             
de cura e/ou recorrência, não devendo ser             
realizado de rotina. 
 
TRATAMENTO EM PACIENTE HIV + 
 
Esquema habitual; 
 
ALERGIA OU INTOLERÂNCIA 
 
Clindamicina creme 2% - (um aplicador)           
intravaginal durante 7 noites; 
 
TRATAMENTO x GRAVIDEZ 
 
Gestantes = sempre tratar, pois diminui as taxas               
de aborto, bolsa rota, parto prematuro. 
* 1º trimestre: Clindamicina 300mg, VO, 12/12h,             
por 07 dias; 
* 2º e 3º trimestre: Metronidazol 250mg, VO,               
8/8h, por 07 dias 
 
Candidíase vaginal 
 
Candidíase Vulvovaginal (CVV) é uma infecção da             
vulva e vagina causada por um fungo do gênero                 
Candida, Gram-positivo, dimorfo, saprófita do         
trato genital e gastrointestinal, com virulência           
limitada. A Candida é capaz de se proliferar em                 
ambiente ácido, apesar da ação dos           
lactobacilos. 
 
Candida albicans (85%)​, Candida glabrata,         
Candida krusei; 
  
Infecção da vulva e vagina causadapor um fungo                 
comensal (habita mucosa vaginal e digestiva),           
que prolifera quando o meio está favorável,             
causando sintomas. 
 
Capaz de se proliferar em ​ambientes ácidos​,             
apesar dos Lactobacilos. 
 
Segunda causa mais comum de corrimento (23%) 
 
75% das mulheres vão ter candidíase vaginal 1x               
durante a vida. 
 
FATORES PREDISPONENTES 
 
É uma infecção causada por um fungo comensal,               
que já habita a flora vaginal e digestiva, que irá                   
se proliferar quando o meio estiver propício             
(estresse, uso de ATB, período pré menstrual,             
calor, uso de calça muito apertada, etc.). É a                 
segunda causa mais comum de corrimento e 75%               
das mulheres terão cândida pelo menos uma vez               
na vida. 
 
- Obesidade; 
- Diabetes mellitus (descompensado); 
- Gravidez; 
- ACO alta dosagem; 
- ATBC, corticoides, imunossupressores; 
- Vestuário / hábitos de higiene inadequados; 
- Substâncias irritativas (talcos, perfumes,         
desodorantes); 
 - Imunodeficiência. 
Ana Carolina Picanço 
 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
- Prurido vulvovaginal (principal sintoma –           
variável). 
 
- Corrimento branco, ​grumoso​, ​inodoro​, tipo           
“leite coalhado”​, ​aderido na parede vaginal e             
colo. 
 
 - Ardência vulvovaginal / Dispareunia; 
 
- Disúria; 
 
 - Hiperemia e edema vulvar; 
 
 - Escoriação por coçadura / fissura. 
  
 - Início súbito. 
 
- Toxina da levedura (canditina) = sintomas de                 
prurido, mas não é obrigatório, alguns pacientes             
podem desenvolver cândida sem apresentar         
prurido. 
 
- Manifestam antes da menstruação (acidez             
vaginal máxima). 
 
- Parceiro pode apresentar irritação ou             
hiperemia do pênis. 
 
 
 
 DIAGNÓSTICO  
 
- Quadro clínico + exame a fresco ( visualização                   
de pseudo-hifas à microscopia); 
 
 
 
 - pH vaginal < 4,5 (fita de pH); 
 - Whiff test negativo; 
 
- Para casos recorrentes: Culturas em meios               
ágar-Sabouraud ou Nickerson (avaliar presença         
de espécies não albicans). 
 
FORMAS CLÍNICAS 
 
 
 
 TRATAMENTO 
 
 - Optar por esquemas curtos (melhor adesão). 
 
*** Nistatina deve ser evitada se possível:               
resistência fúngica e baixa adesão = tratamento             
14 dias. 
 
- Associação de ​antifúngico + corticoide tópico               
fornece rápido alívio dos sintomas vulvar. 
 
 
Candidíase não complicada: ​tratamento VV ou           
VO 
⇣ 
 
- Fenticonazol creme 0,02 g/g, um         
aplicador, 7 noites, ​ou ​óvulo com 600 mg               
em dose única). (FEBRASGO); 
- Miconazol creme 2% - um aplicador, 7             
noites. (MS); 
 
- Clotrimazol creme 10mg/g, 7 noites; 
- Butaconazol creme 2% - um aplicador           
dose única. 
 
USO SISTÊMICO: 
 
 - ​Fluconazol 150mg (comprimido) dose única; 
 - Itraconazol 100mg –02cp de 12/12h por 01 dia; 
 - Cetoconazol 200mg – 2cp / dia por 05 dias. 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
Candidíase complicada: ​preferencialmente VO 
 
⇣ 
 
- Fluconazol 150mg (comp) dose única –           
dia 1, 4, 7  
ou 
 
- Itraconazol 100mg (02 cp) 12/12h por 1             
dia – repetir após 5 dias. 
 
ou 
 
- Miconazol creme VV, por 14 dias 
 
Se necessário: AINES, Anti-histamínicos. 
 
 ​Manutenção 
  
- Identificar e excluir fatores agravantes; 
- Associar uso de condom; 
- Fluconazol 150mg/ 1x por semana (por 6             
meses)- supressão. 
 
O fluconazol é muito hepatotóxico, então           
deve-se tomar cuidado com pacientes que já             
tem um problema hepático, principalmente         
naqueles com candida complicada que terão que             
fazer uso durante 6 meses. Nunca prescrever             
todo o tempo necessário, rever sempre esse             
paciente avaliando sua função hepática. 
 
ESPÉCIE NÃO ALBICANS 
 
- Tratamento com esquemas mais       
prolongados: 7 a 14 dias; 
- Ácido bórico: cápsula 600mg/dia 10 - 14             
dias. 
 
GESTANTES E LACTANTES: 
 
Apenas tratamento por via vaginal. 
 
PACIENTES COM HIV: 
 
Mesmo tratamento 
 
***Imunossuprimidas: Tratar por 14 dias. 
 
 
Tricomoníase 
 
Trichomonas vaginalis – protozoário aeróbico         
flagelado (brinca-se que seu corrimento é           
bolhoso porque ele bate o rabinho). 
 
****É uma IST. ​Só pega através da relação               
sexual então sempre vai ter que se tratar o                 
parceiro. 
 
Maioria das mulheres infectadas são         
sintomáticas; 
 
Homens: portadores assintomáticos, mas       
transmitem; 
 
FATORES DE RISCO  
 
 ​SEXO DESPROTEGIDO !!! 
 
QUADRO CLÍNICO (cai em prova) 
 
Corrimento abundante, amarelo /       
amarelo-esverdeado (mais comum), mal cheiroso         
e bolhoso. 
 
 
 - pH > 5; 
 
 - Eritema e edema vulvar; 
 
 - Disúria; 
 
- Colpite focal ou difusa = “Colo em framboesa”                 
(prova) 
 
 
 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
- Colposcopia + teste de Schiller = colo de                 
aspecto “tigróide” ou “pele de onça” (prova) 
 
 
   
DIAGNÓSTICO  
  
- Anamnese + exame físico; 
 
- Microscopia a fresco do fluido vaginal; 
 
 
 
 
- pH > 5 ( 5,0 a 6,0 ); 
 
- Whiff teste fracamente positivo; 
 
- Cultura por meio de Diamond (era o             
padrão-ouro...) (prova); 
 
- O Teste de Amplificação do Ácido           
Nucleico (NAAT) é altamente sensível. É o             
método mais sensível e específico         
disponível, mas só está indicado nas           
pacientes em que a suspeita de           
tricomoníase não foi confirmada pela         
microscopia 
 
O diagnóstico será feito através da anamnese +               
exame físico. Na microscopia a fresco poderá             
ser observado os protozoários presentes no           
corrimento, o Wiff teste poderá dar levemente             
positivo (poderá ter um mal cheiro fraco,             
principalmente se comparado a vaginose) e a             
cultura será por meio de Diamond (quando não               
confirmado na microscopia). 
 ​TRATAMENTO 
 
SEMPRE TRATAMENTO SISTÊMICO, pois o         
tratamento tópico não atinge níveis terapêuticos           
na uretra e glândulas vaginais. 
 
- Metronidazol 2g - VO dose única; 
- Tinidazol 2g – VO dose única; 
- Metronidazol 500mg 12/12h – VO - 7             
dias. 
 
 ​PARCEIRO: 
   
Tratamento OBRIGATÓRIO !!! 
 Abstinência sexual até o final do tratamento; 
   
*** INVESTIGAR OUTRAS IST´s NA SUA           
PACIENTE*** 
 
Na gestante está associado: 
  
- Amniorrexe prematura / Parto prematuro         
/ Recém-nascido de baixo peso. 
 
 ​ ​PACIENTE HIV + 
- Mesmo esquema terapêutico. 
 
 ​GESTANTES / LACTANTES: 
  
- 1° trimestre: Clindamicina 300mg, VO,         
12/12h, por 07 dias; 
 
- 2º e 3º trimestre: Metronidazol 250mg,           
VO, 8/8h, por 07 dias; 
 
(Suspender aleitamento materno por 12h) 
 
 ​Tabela resumidinha
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
 
 
 
Se você tem acesso ao microscópio, coloca a               
secreção e vê ​hifas e micélios é candida.               
Flagelados móveis é tricomoníase. Se visualiza           
clue cells é vaginose. Aqueles que não acesso ao                 
microscópio irá fazer uso da fita de pH vaginal                 
ou o teste de KOH. 
 
Vaginite descamativa / inflamatória 
 
Vaginite purulenta, crônica, que ocorre na           
ausência de processo inflamatório cervical. 
 
Etiologia desconhecia / Maior prevalência na           
perimenopausa. 
 
70% das culturas vaginais mostram         
Estreptocococos beta-hemolíticos. 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
Corrimento purulento em grande quantidade. 
pH vaginal alcalino; 
 
Microscopia: processo descamativo intenso /         
céls. Basais e parabasais / ausência de             
lactobacilos, aumento de polimorfonucleares. 
 
TRATAMENTO: 
 
- Clindamicina creme 2%, VV, por 07 dias. 
- Estrogênio tópico (menopausadas) / 2         
semanas. 
 
 Vulvovaginites não infecciosasVaginose citolítica 
  
- Desequilíbrio da flora vaginal ( ↑           
lactobacilos, ​↓ pH (ácido)​ e citólise); 
- Confunde com candidíase; 
 
Será quando a paciente tem um desequilíbrio da               
flora vaginal, ocorrendo um aumento dos           
lactobacilos deixando o pH muito ácido. Com             
isso, os bacilos de Doderlein ficam muito             
aumentados tendo sintomas muito       
característicos de candidíase. A paciente terá           
coceira, ardência e um corrimento fluido e             
branco mas não será em grumoso. Com saber               
que não é candidíase? Na microscopia. No             
esfregaço terá aumento de lactobacilos,         
ausência de hifas e micélios da candidíase,             
Trichomonas e Gardnerella . Só será visto             
lactobacilos na secreção. 
 
Diagnóstico: Corrimento esbranquiçado,     
aderente ou não, esfregaço com ↑ lactobacilos e               
ausência de Cândida, Tricomonas e Gardnerella. 
 
Tratamento: Ducha vaginal com bicarbonato de           
sódio 60g diluído em 1L de água – 3x por                   
semana. 
   
Cápsulas manipulada de bicarbonato 2% - 10-20             
dias. 
 
 
 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
Vulvovaginite atrófica 
 
É quando a paciente tem uma deficiência de               
estrogênio, normalmente ocorre em mulheres na           
menopausa ou pode acontecer em mulheres no             
pós parto. 
 
- Deficiência de estrogênio (menopausa e         
pós-parto); 
⇓ 
- Secura vaginal, irritação e dispareunia (           
mulheres > 50 anos); 
- Hipoestrogenismo = ↑ pH = infecções e             
traumatismo. 
 
Diagnóstico: prurido intenso, corrimento       
amarelo-esverdeado, disúria, ITU repetição,       
incontinência urinária, perda de lubrificação./         
Ausência de parasitas. 
 
OBS: Para diagnosticar não devemos nos guiar             
somente pela cor do corrimento; 
 
Tratamento: Estrogênio via vaginal (creme ou           
óvulos); 
Promestrieno: antecedente de CA de mama e             
endométrio; 
Ác. Poliacrílico: hidratante vaginal sem         
hormônio. 
 
Vulvovaginite inespecífica (da infância) 
  
Ocorre em paciente pré-púberes também por           
uma baixa de estrogênio, aumento do pH vaginal               
causando infecções (vulvite primária não         
específica). Outras causas da vaginite na           
infância são má higiene, uso de fraldas e corpo                 
estranho causando um corrimento amarelo com           
mau cheiro, precisa ser investigado. 
 
- Pré-púberes / ausência de estrogênio /           
↑ pH / infecções (vulvite primária não             
específica). 
 
- Má higiene / uso de fraldas / corpo               
estranho; 
 
Diagnóstico: história clínica (prurido e ardência           
vulvar, leucorréia variável, sinais de má higiene)             
/ Investigar sempre Abuso sexual. 
Inspeção da vulva / coleta de material a fresco; 
 
Tratamento: Melhora da higiene / Afastar           
agentes irritantes / uso correto do papel             
higiênico. 
 
Oxiuríase = Mebendazol 
 
 
Cervicites 
 
É a inflamação da ​mucosa endocervical, ou seja,               
do epitélio colunar do colo uterino. Os principais               
agentes causadores de cervicite serão a           
Neisseria gonorrhoeae e a Chlamydia         
trachomatis. 
 
Clamídia: é um bacilo gram negativo que poderá               
causar uma inflamação na uretra, na conjuntiva,             
da endocérvice e das trompas, causará uma             
uretrite não gonocócica e é um dos principais               
agentes causadores de DIP (Doença inflamatória 
pélvica). 
 
Gonococo: é um diplococo gram negativo,           
poderá causar infecções na faringe, trato           
genitourinário, conjuntivas e articulações.       
Causará a uretrite gonocócica e também poderá             
causar DIP. 
 
- A OMS recomenda o tratamento         
conjunto da gonorréia na presença de           
infecção por clamídia.  
 
- As endocervicites são assintomáticas em         
90 a 100% dos casos. 
 
- Aumentam o risco de DIP.  
 
- Corrimento endocervical geralmente     
amarelo-esverdeado/purulento. 
 
- Incluir o parceiro no tratamento. 
 
Quadro clínico: 
  
- Corrimento vaginal / Dispareunia /         
Disúria / Colo friável / Dor a mobilização               
do colo. 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
- Outras queixas: Sinusorragia /       
Bartholinite / DIP  
 
 
 
 
Diagnóstico (prova): 
 
 
Saber o meio de cultura de cada um! 
 
Tratamento: 
 
 
 
DIP – doença inflamatória pélvica 
 
- Processo agudo originado, 90%, de         
agentes sexualmente transmissíveis; 
- Polimicrobiana; 
 
Mais comum:  
 
Chlamydia trachomatis:​ 15 – 65% = PRINCIPAL 
Neisseria gonorrhoea: ​35 – 50% 
 
Micoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum,       
Streptococus B-hemolítico do grupo A,         
anaeróbios (Bacterioides fragilis), G. vaginalis.  
 
 
Síndrome clínica causada pela ascensão de           
microorganismos do trato genital inferior, de           
forma espontânea ou devido à manipulação.           
(infecção ocorre acima do orifício interno do             
colo uterino). 
 
 
 
Saber os nominhos de cada parte. 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
➔ EUA: 1 milhão mulheres por ano; 
➔ Mulheres jovens: 15 a 39 anos; 
➔ 70%: < 25 anos; 
➔ Raro antes dos 15 anos e após a               
menopausa; 
➔ Baixa mortalidade e alta morbidade; 
➔ Sequelas importantes: infertilidade,     
prenhez ectópica, dispareunia, dor       
pélvica crônica. 
 
FATORES DE RISCO 
 
➔ Início precoce da atividade sexual (3x); 
➔ Promiscuidade (4x); 
➔ História prévia de DST ou DIP; 
➔ Parceiro sexual portador de uretrite; 
➔ DIU (3 a 5x) – primeiras 2 semanas após                 
inserção; 
➔ Baixa condição socioeconômica; 
➔ Tabagismo, alcoolismo, uso de drogas         
ilícitas (imunossupressivo); 
➔ Duchas vaginais ; 
➔ Procedimentos cervicais recente. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
Dor abdominal/pélvica + corrimento purulento + 
febre. 
 
➔ Abdome doloroso à palpação profunda em           
região hipogástrica e fossas ilíacas; 
 
➔ Exame especular: corrimento     
mucopurulento fluindo pelo OE (orifício         
externo do colo); 
 
➔ Toque vaginal: dor à mobilização do colo             
uterino e dos anexos. Abaulamento em           
fundo de saco sugere abscesso pélvico. 
 
 
Na mobilização do colo, a paciente irá sentir               
dor. É o famoso grito de Douglas, pois ao tocar                   
no fundo de saco de Douglas a paciente grita de                   
dor. Se observar abaulamento em fundo de saco               
sugere ter um abscesso pélvico. Sempre           
suspeitar de DIP em toda paciente sexualmente             
ativa com dor em região hipogástrica. 
 
 
 
 
Salpingite é a inflamação de toda a tuba uterina. 
DIP é a principal causa de aderências,             
parecendo com endometriose. 
 
 
 
Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (prova):       
peri-hepatite e formação de aderências entre a             
cápsula hepática e a parede abdominal anterior,             
causando dor em hipocôndrio direito sem           
alterações enzimas hepáticas (fase crônica da           
DIP). São chamadas de cordas de violino. Não               
apresenta alteração de enzima hepática. 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
DIAGNÓSTICO 
 
Usualmente baseado em história clínica e exame             
físico. 
 
 
 
 
Diagnóstico laboratorial 
 
➔ Teste de gravidez: excluir gravidez         
ectópica ou abortamento séptico. 
➔ Hemograma: leucocitose > 10.000 –         
12.000 com aumento de bastões. 
➔ VHS / PCR:​ elevados. 
➔ EAS / Urocultura:​ afastar ITU. 
➔ Cultura de material cervical com         
antibiograma ou NAAT para N.         
gonorrhoeae. 
➔ Sorologia para sífilis, Hep. B e C, HIV,               
imunofluorescência indireta para     
Clamídia. 
➔ USG abdominal / pélvico: revela líquido           
livre, abscesso tubo-ovariano e pélvico,         
líquido preenchendo a trompa.➔ RM: líquido livre, abscessos       
tubo-ovarianos; 
➔ Biópsia de endométrio: confirmar       
endometrite. 
 
➔ Laparoscopia: ​diagnóstico padrão ouro       
para salpingite e peritonites (caro). 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
 
CAUSAS GINECOLÓGICAS E OBSTÉTRICAS: 
 
➔ Dismenorréia 
➔ Dor ovulatória 
➔ Endometriose 
➔ Cisto ovariano roto, torção anexial 
➔ Tumor ovariano 
➔ Degeneração de miomas 
➔ Gravidez ectópica 
➔ Abortamento  
➔ Abortamento séptico 
 
CAUSAS NÃO GINECOLÓGICAS 
 
➔ Apendicite 
➔ Colecistite  
➔ Constipação intestinal 
➔ Diverticulite 
➔ Gastroenterite 
➔ Doença inflamatória intestinal 
➔ Cistite, pielonefrite 
➔ Nefrolitíase 
➔ Discopatia  
 
REPERCUSSÕES DA DIP 
 
➔ 25% das pacientes tem sequelas a longo             
prazo; 
➔ Risco gravidez ectópica: ↑ 6 a 10x; 
➔ Infertilidade em 10 a 15%; 
➔ Dor pélvica crônica e dispareunia em           
20%; 
➔ Síndrome de Fitz-Hugh Curtis**. 
 
TRATAMENTO: CLASSIFICAÇÃO DE MONIF 
 
Estadiamento de DIP 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
O tratamento da DIP será realizado de acordo               
com o estágio que a paciente apresentar. Se a                 
paciente apresenta somente uma salpingite         
aguda sem peritonite, podendo ter um pouco de               
febre ​(estágio 1) o tratamento será somente             
ambulatorial; se a paciente chegar com uma             
salpingite com uma peritonite ​(estágio 2)​, com             
uma dor mais intensa abdominal, às vezes             
vomitando não conseguindo tomar comprimidos,         
o tratamento será hospitalar. O ​estágio 3 já é                 
um pouco pior com uma salpingite aguda com               
obstrução da tuba ou com abscesso           
tubo-ovariano íntegro, a conduta também será           
hospitalar. No ​estágio 4 esse abscesso tubo             
ovariano já será roto ou paciente com choque               
séptico, abscesso >10cm, o tratamento será           
cirúrgico. 
 
TRATAMENTO AMBULATORIAL (PCDT IST - MS           
2015) 
 
➔ Quadro clínico leve; 
➔ Exame abdominal sem sinais de         
peritonite; 
➔ Consegue ingerir medicação VO; 
➔ Não se incluem em critérios para           
tratamento hospitalar. 
 
ESQUEMA  
 
 
Usa os 3 juntos! 
 
TRATAMENTO HOSPITALAR  
 
 
No tratamento hospitalar não pode descartar           
emergências cirúrgicas, sempre terá a presença           
de um abscesso tubo-ovariano, roto ou não, a               
paciente apresentará um quadro grave de           
peritonite, náuseas, vômito ou febre alta (por             
isso não consegue fazer uso de remédio VO),               
serão pacientes imunocomprometidos. Caso o         
paciente esteja em tratamento ambulatorial e           
dentro de 72h não aconteça melhora do quadro               
ou este piore, o paciente já vai para tratamento                 
hospitalar e também em casos de intolerância ou               
baixa adesão ao tratamento ambulatorial. Serão           
utilizados dois esquemas hospitalar: 
 
 
 
Frase da GO:​ Na GO não inventa, clinda e genta.  
 
Na dúvida, sempre dá clinda e genta. 
 
ABSCESSO TUBO-OVARIANO: 
 
- Sucesso em 70% com apenas TTO clínico             
(<10cm); 
- Drenagem guiada por USG ou TC. 
 
Quando a paciente tem um abscesso           
tubo-ovariano, em 70% se tem sucesso com o               
tratamento clínico, ​quando < 10cm​. Se for ​>10cm​,               
faz a drenagem do abscesso guiada por USG ou                 
TC. Caso esse abscesso se rompa, vai se fazer                 
um quadro de peritonite difusa podendo evoluir             
para sepse, deve fazer intervenção cirúrgica de             
urgência. 
 
Ruptura do abscesso: peritonite torna-se difusa,           
podendo evoluir para sepse. Deve-se realizar           
tratamento cirúrgico de urgência 
 
 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
ABORDAGEM CIRÚRGICA:  
 
Sempre que possível = laparoscopia. 
 
A abordagem cirúrgica irá ser realizada se             
houver ​falha no tratamento clínico​, se tiver             
presença de massa pélvica persistente ou           
progressiva (já drenou, mas esse abscesso voltou             
ou evoluiu), quando houver suspeita de rotura do               
abscesso, quando houver hemoperitônio       
(paciente vai evoluir para choque hipovolêmico)           
ou abscesso em fundo de saco. 
 
 
 
Laparotomia​: 
 
- Casos de emergência (rotura de         
abscesso, instabilidade hemodinâmica). 
 
ACOMPANHAMENTO 
 
➔ Reavaliar as pacientes em TTO         
ambulatorial em 72h; 
➔ Todas devem ser reavaliadas 3/3 meses           
no primeiro ano; 
➔ Solicitar sorologias: sífilis, hepatites B e           
C, HIV; 
➔ PARCEIROS: tratar empiricamente para       
clamídia e gonococo. (Azitromicina 1g VO           
+ Ceftriaxona 500mg IM - dose única) 
 
DIU + DIP 
 
➔ O risco está limitado as 2 primeiras             
semanas após a inserção; 
➔ Não há evidências que o DIU deva ser               
removido em pacientes com DIP; 
➔ Seguimento rigoroso clínico se o DIU           
permanecer. 
 
FIM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Picanço

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