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Tumores Benignos do Ovário e Câncer de Ovário

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1 TUMORES BENIGNOS DO OVÁRIO E CÂNCER DE OVÁRIO 
Gizelle Felinto 
EPIDEMIOLOGIA DOS TUMORES DE OVÁRIO 
➢ O tumor de ovário é o tumor 
ginecológico mais agressivo, 
com taxa de letalidade de 
55,4% 
➢ É a 4ª causa mais frequente de 
morte por câncer em mulheres 
➢ 75% das pacientes se apresentam em estágio/estádio avançado 
no momento do diagnóstico 
➢ Dados: 
• 2019 → 4.123 óbitos 
• 2020 → 6.650 novos casos 
➢ É relativamente raro e o risco de uma mulher desenvolver câncer 
de ovário é de 1 para cada 78 mulheres 
 
NEOPLASIAS OVARIANAS BENIGNAS 
CLASSIFICAÇÃO 
➢ CISTOS OVARIANOS: 
• Os cistos ovarianos estão relacionados à fase ovariana em 
que a mulher se encontra 
• Constituem os seguintes: 
▪ Cistos Foliculares → formam-se na Fase Pré-
Ovulatória (quando o corpo está se preparando para 
ovular) 
✓ Ultrassonografia (USG) → caso uma a mulher 
faça um USG no período pré-ovulatório, os cistos 
foliculares aparecerão na imagem 
✓ Normalmente, esse cisto folicular se rompe 
(roto), fazendo com que a mulher possa sentir dor 
durante a ovulação, que é passageira e terá 
resolução espontânea 
▪ Cistos de Corpo Lúteo ou Corpo Amarelo → aparecem 
na Fase Pós-Ovulatória (quando a mulher já ovulou e 
está se preparando para menstruar) 
✓ Quando a mulher ovula, pode haver o rompimento 
desses cistos, causando sangramento 
✓ Na maioria das vezes, se resolve 
espontaneamente 
▪ Cistos Teca-Luteínicos → aparece quando a mulher 
apresenta uma Gestação Molar 
✓ Geralmente, esses cistos são bilaterais, múltiplos 
e medem > 20cm de diâmetro 
✓ Apesar do tamanho, o tratamento não é cirúrgico 
✓ Tem caráter cíclico e regressão espontânea → 
na medida em que vão se reduzindo os níveis de 
HCG, esses cistos vão regredindo 
espontaneamente 
➢ CISTOADENOMAS: 
• Podem ser: 
▪ Serosos: 
✓ São cistos grandes que apresentam conteúdo 
líquido e límpido 
✓ A depender do tamanho, o tratamento pode ser 
cirúrgico 
▪ Mucinosos: 
✓ Apresenta um conteúdo mais escuro 
✓ A depender do tamanho, o tratamento pode ser 
cirúrgico 
▪ Cistos Dermoides ou Teratomas Maduros: 
✓ São tumores de diferenciação ectodérmica, com 
conteúdo espesso com pelos, gordura, ossos, 
dentes e sebo (esses conteúdos apresentam-se 
dentro do ovário) 
✓ Não há regressão espontânea 
✓ O tratamento é cirúrgico 
 
➢ ENDOMETRIOMAS: 
• São cistos ovarianos derivados da endometriose 
• É um cisto de conteúdo espesso, sanguinolento e com 
coloração achocolatada na parte interior do parênquima 
ovariano 
• O tratamento é cirúrgico → Cistectomia 
• Atenção → pode elevar o marcador CA-125 
▪ Diante disso, o CA-125 não está alterado apenas em 
tumores malignos, pois, caso a mulher tenha uma 
endometriose, esse marcador também pode estar 
alterado 
 
➢ FIBROMAS: 
• São tumores derivados do tecido conjuntivo 
• Síndrome de Meigs → caracteriza-se pela presença dos 
três seguintes: 
▪ Fibroma 
▪ Ascite 
▪ Derrame Pleural (hidrotórax) 
• Tratamento → tratamento cirúrgico 
 
 
 Cisto Folicular Cisto de Corpo Lúteo Cisto Teca-Luteínico 
 
 Cistoadenoma Seroso C istoadenoma Mucinoso Teratoma Maduro 
 
Endometriomas 
 
2 TUMORES BENIGNOS DO OVÁRIO E CÂNCER DE OVÁRIO 
Gizelle Felinto 
COMPLICAÇÕES 
➢ CISTO OVARIANO ROTO (Rompimento do Cisto): 
• É a principal complicação, principalmente dos cistos 
foliculares e dos cistos grandes 
• Queixa principal: 
▪ Dor em aperto e bem localizada, geralmente em fossa 
ilíaca 
• Exame Complementar: 
▪ Ultrassonografia (USG): 
✓ Visualiza-se os seguintes: 
o Cisto anexial 
o Líquido livre na cavidade pélvica e no 
peritônio (hemoperitônio) 
• Tratamento: 
▪ Tratamento Clínico: 
✓ Analgésico 
✓ Anti-inflamatório 
✓ Hidratação 
✓ Controle Hematimétrico 
✓ Se o tratamento clínico não resolver, deve-se 
partir para o tratamento cirúrgico 
▪ Tratamento Cirúrgico: 
✓ Pode ser feito por Laparoscopia ou Laparotomia: 
o Cistectomia (retirada apenas do cisto) e 
lavagem da cavidade 
o Ooforectomia (retirada do ovário) → 
quando não é possível a retirada apenas do 
cisto 
✓ Indicações: 
o Quando o tratamento clínico não resolve 
o Em casos de sinais de choque hipovolêmico 
o Quando há queda de 10 pontos no 
hematócrito 
 
➢ TORÇÃO OVARIANA: 
• Características: 
▪ É mais complicado, 
consistindo em uma 
urgência maior que o cisto 
ovariano roto 
▪ Geralmente, ocorre quando 
os cistos são > 5cm 
▪ Apresenta maior incidência entre 20 e 35 anos de idade 
 
• Patologia: 
▪ Ocorre uma torção/rotação do ovário em torno do 
ligamento infundíbulo pélvico (onde cursam artéria e 
veia ovariana), ocorrendo o colabamento do sistema 
venoso, resultando em ingurgitamento sanguíneo 
ovariano proveniente da artéria ovariana, ocasionando 
isquemia 
• Quadro Clínico: 
▪ Dor pélvica e abdominal → é a principal queixa 
▪ Febre 
▪ Náuseas 
▪ Vômitos 
▪ Sangramento genital (raramente) 
• Diagnóstico: 
▪ Ultrassonografia (USG): 
✓ Observa-se os seguintes: 
o Ovário ingurgitado e edemaciado 
o Ausência de fluxo sanguíneo arterial e venoso 
ao Doppler 
• Conduta → Tratamento Cirúrgico: 
▪ Ooforopexia: 
✓ É a distorção e fixação ovariana local, para 
prevenir uma nova torção 
✓ Indicação → quando não se tem áreas de necrose 
▪ Ooforectomia: 
✓ É a retirada de todo o ovário 
✓ Indicação → em casos de ovário já necrótico 
 
NEOPLASIAS MALIGNAS 
INTRODUÇÃO 
➢ CLASSIFICAÇÃO (OMS 2014 e FIGO 2013) → de acordo com a 
linhagem celular de sua provável origem, são classificados em 
tumores: 
• Epiteliais (90% dos casos) 
• Germinativos (3 a 5%) 
• Dos Cordões Sexuais (2 a 3%) 
• Metastáticos (5%) 
CLASSIFICAÇÃO 
➢ TUMORES EPITELIAIS (derivados do epitélio celômico) – 90%→ 
são os tumores: 
• Serosos 
• Mucinosos 
• De Células Claras 
• Endometrióide 
• Tumores de Brenner 
• Seromucinosos 
• Indiferenciados 
➢ TUMORES DOS CORDÕES SEXUAIS E ESTROMA GONADAL (2 a 3%): 
• Tumor de Célula da Granulosa 
• Tecoma 
• Tumor de Células de Leydig-Sertoli 
• Androblastomas 
 Cisto Ovariano Roto 
 
- Cisto Folicular Roto (seta azul) - Ovário aumentado de volume (seta verde) 
- Trompa (setas vermelhas) - Sangue dentro da cavidade (seta roxa) 
- Útero (seta amarela) 
 
 
3 TUMORES BENIGNOS DO OVÁRIO E CÂNCER DE OVÁRIO 
Gizelle Felinto 
➢ TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS (5%): 
• O diagnóstico desses tumores ocorre entre 20 a 30 anos, 
mas pode acontecer na infância 
▪ Exemplo: criança se queixando de dor pélvica → entre 
os possíveis diagnóstico pode-se pensar em um tumor 
de células germinativas 
• Constituem os seguintes tumores: 
▪ Disgerminoma (2%) 
▪ Tumor de Seio Endodérmico 
▪ Carcinoma Embrionário 
▪ Coriocarcinoma 
▪ Poliembrioma 
▪ Teratoma Imaturo e Maduro (Tumor Dermoide) 
▪ Tumor Carcinoide 
▪ Struma Ovarii 
▪ Formas mistas → tumores compostos de células 
germinativas e estromais 
✓ Gonadoblastomas 
✓ Tumores Mistos 
➢ NEOPLASIAS DERIVADAS DO MESÊNQUIMA NÃO ESPECÍFICO: 
• Fibroma 
• Linfoma 
• Sarcoma 
➢ NEOPLASIAS METASTÁTICAS: 
• Do Trato Gastrointestinal (Tumor de Krukenberg) 
• De Mama 
• De Endométrio 
• Linfoma 
DIVISÕES 
➢ As neoplasias malignas do ovário são divididas em: 
• Tumores de baixo potencial de malignidade (ou Borderline) 
ou Tumores proliferativos atípicos de ovário 
• Carcinomas 
➢ TUMORES DE BAIXO POTENCIAL DE MALIGNIDADE (BORDERLINE) OU 
TUMORES PROLIFERATIVOS ATÍPICOS DE OVÁRIO: 
• Epidemiologia: 
▪ Incidência → é a 
mesma que a doe 
tumores malignos, 
por volta da 5ª 
década de vida, em 
média 
▪ Os tumores de células germinativas podem estar 
presentes na infância 
▪ Tem-se menor incidência em usuárias de 
Contraceptivos 
✓ Um dos fatores protetores para câncer de ovário 
é fazer uso de Anticoncepcionais por muito tempo 
• Características: 
▪ Apresentam tipohistológico e evolução mais próximos 
dos tumores benignos 
▪ Não são benignos e nem são malignos 
▪ Têm a mesma origem proliferativa dos outros 
mesoteliomas que acometem tanto ovário quanto o 
peritônio 
▪ Tumores Serosos → podem ser bilaterais 
▪ Tumores Mucinosos → são os de maior volume 
▪ Os seguintes tumores são raros: 
✓ Tumores Endometrióides 
✓ Tumores proliferativos atípicos de células claras 
✓ Tumor de Brenner (tumor de células 
transicionais) 
• Quadro Clínico → as pacientes podem ser: 
▪ Assintomáticas 
▪ Sintomáticas: 
✓ Dismenorreia → a paciente terá cólica, 
principalmente quando está menstruada 
✓ Alterações menstruais (no número de dias, no 
fluxo ou no intervalo entre os ciclos menstruais) 
✓ Dor e/ou aumento do volume abdominal 
• Diagnóstico: 
▪ Ultrassonografia (USG): 
✓ Observa-se o seguinte: 
o Tumoração sólido-cística com septos 
espessos maiores que 1mm 
▪ CA-125: 
✓ Estará até 35 UI/mL 
• Tratamento (segundo a FIGO): 
▪ Histerectomia (HTA) + Salpingooforectomia Bilateral + 
Apendicectomia: 
✓ Indicação → em pacientes com prole definida ou 
sem desejo reprodutivo 
✓ Apendicectomia → faz-se apenas quando se trata 
da variante mucinosa intestinal (advindo da 
mucosa intestinal) 
▪ Anexectomia Unilateral: 
✓ Indicação → em pacientes jovens com tumores 
no estádio 1 
✓ Deve-se enviar o material para Biópsia 
(Histopatológico) 
➢ CARCINOMA: 
• Epidemiologia: 
▪ É o tumor de mais alta taxa de mortalidade 
▪ Está relacionado a melhores condições 
socioeconômicas 
▪ Incidência: 
✓ Em países desenvolvidos, a incidência é 3 a 7 
vezes maior que em países em desenvolvimento 
o Nos países desenvolvidos as mulheres 
demoram mais para engravidar, pois a 
gestação é fator protetor contra os tumores 
de ovário 
▪ A maioria das pacientes são diagnosticadas em estágio 
avançado, devido ao quadro clínico ser silencioso 
✓ Dessa forma, ao diagnóstico a mulher se 
apresenta com queixas inespecíficas e com 
estágio já avançado 
 
 
Tumor Seroso Borderline 
 
4 TUMORES BENIGNOS DO OVÁRIO E CÂNCER DE OVÁRIO 
Gizelle Felinto 
▪ Tumores Epiteliais: 
✓ São os tumores mais frequentes, correspondendo 
a cerca de 80% dos casos 
✓ A variante mais habitual é a serosa 
• Fatores de Risco: 
▪ Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 
▪ Hereditariedade → mulheres com mãe ou irmã com 
câncer de ovário apresentam maior risco 
▪ Raça branca 
▪ Maior nível socioeconômico e de desenvolvimento: 
✓ Pois essas mulheres, geralmente, engravidam 
tardiamente 
▪ Menarca precoce 
▪ Menopausa tardia 
▪ Nuliparidade (que nunca engravidou) 
▪ Distúrbio endócrino → principalmente mulheres com 
história de: 
✓ Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) 
✓ Anovulação Crônica 
▪ Endometriose 
▪ Irradiação prévia (Ex: Radioterapia) 
▪ Genética → principalmente se na família houver 
história de Câncer de mama, cólon e útero 
• Fatores Protetores: 
▪ Uso de Contraceptivos Orais por mais de 1 ano: 
✓ Uso de contraceptivos por 1 a 4 anos → essa 
mulher tem 22% de chance de não ter câncer de 
ovário 
✓ Por 15 anos ou mais → essa mulher apresenta 
56% de chance de não ter câncer de ovário 
▪ Caxumba: 
✓ Pois quando a mulher tem caxumba, o corpo deixa 
de ovular e esses ovários serão usados apenas 
algumas poucas vezes 
▪ Gestação (Multiparidade) 
▪ Amamentação 
TUMORES EPITELIAIS 
➢ Os carcinomas mais frequentes são os tumores epiteliais 
➢ TUMORES DO EPITÉLIO CELÔMICO: 
• São os Tumores Serosos: 
▪ Cistoadenoma seroso 
▪ Adenofibroma 
▪ Papiloma superficial 
▪ Cistoadenoma seroso com 
proliferação epitelial focal 
com menos de 10% de arquitetura borderline (BOT) 
▪ Tumores Borderlines Ovarianos Serosos (SBOT) 
▪ Carcinoma seroso de baixo grau 
▪ Carcinoma seroso de alto grau 
• Características: 
▪ O epitélio celômico é o epitélio que também reveste as 
tubas uterinas (trompas) 
• Epidemiologia: 
▪ Cistoadenoma Seroso → é o tumor mais comum 
(corresponde a 40% dos tumores epiteliais) 
▪ Há predomínio entre os 40 e os 60 anos de idade 
▪ Podem ser bilaterais (50% dos casos) 
➢ TUMORES DO EPITÉLIO SEMELHANTE AO CANAL ENDOCERVICAL: 
• São os Tumores Mucinosos: 
▪ Cistoadenocarcinoma mucinoso 
▪ Tumor ovariano mucinoso borderline 
▪ Carcinoma mucinoso 
• Epidemiologia: 
▪ Corresponde a 15 a 20% dos tumores primários de 
ovário 
• Características: 
▪ Atinge os maiores volumes 
▪ É preenchido por conteúdo viscoso amarelado de 
aspecto gelatinoso 
• Complicações → pode apresentar a seguinte complicação: 
▪ Pseudomixoma Peritoneal: 
✓ Cavidade abdominal preenchida por material 
gelatinoso, devido ao extravasamento do 
conteúdo do tumor 
➢ TUMORES ENDOMETRIOIDES: 
• São os seguintes: 
▪ Cistoadenocarcinoma endometrioide 
▪ Cistoadenofibroma endometriótico 
▪ Carcinoma endometrioide 
▪ Tumor endometriótico borderline (BOT) 
• Características: 
▪ O epitélio é semelhante ao da cavidade endometrial 
▪ Tem aspecto macroscópico semelhante ao 
endometrioma ovariano (achocolatado e espesso) 
• Epidemiologia: 
▪ Corresponde a 15% dos carcinomas primários de 
ovário 
➢ OUTROS TIPOS: 
• Tumor Mesodérmico Misto 
• Carcinoma de Células Claras 
• Tumor de Brenner (Células Transicionais) 
RASTREAMENTO 
➢ Atenção → não existem evidências científicas de que o 
rastreamento de câncer de ovário traga mais benefícios do que 
riscos 
• Não há evidência de se fazer rastreamento de câncer de 
ovários nas mulheres que apresentam fatores de risco 
• Isso se deve ao fato de o diagnóstico do câncer de ovário ser 
Cirúrgico 
• Só se solicita os marcadores quando se tem evidência de 
alguma tumoração à nível ovariano 
DIAGNÓSTICO 
➢ CARACTERÍSTICAS: 
• Geralmente, o diagnóstico é difícil e tardio 
• Na maioria das vezes, os tumores são silenciosos ou 
causam apenas sintomas leves e inespecíficos, o que faz 
com que em grande parte das vezes passem despercebidos 
 
 
Cistoadenoma Seroso 
 
5 TUMORES BENIGNOS DO OVÁRIO E CÂNCER DE OVÁRIO 
Gizelle Felinto 
➢ APRESENTAÇÕES CLÍNICAS AO LONGO DO PROCESSO PATOLÓGICO: 
• No início do processo patológico → tumores silenciosos ou 
com sintomas leves 
• Com o avanço do processo patológico → podem ocorrer: 
▪ Aumento do volume abdominal 
▪ Dispepsia 
▪ Flatulência 
▪ Eructações 
▪ Azia 
▪ Emagrecimento 
▪ Inapetência 
▪ Fraqueza 
• No processo patológico avançado → paciente pode 
apresentar: 
▪ Ascite 
▪ Caquexia 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES: 
• Ultrassonografia Transvaginal com Doppler: 
▪ Pode-se encontrar as seguintes alterações: 
✓ Massa cística variando de 4 a 8cm ou massa 
sólida (com multiloculação, septos, papilas) 
✓ Vasos neoformados com baixo índice de 
resistência e desarranjo arquitetural → são 
responsáveis por nutrir o tumor 
• Marcadores Tumorais → geralmente, são solicitados para 
que se tenha noção sobre o tipo de tumor que a mulher 
apresenta, mas não confirmam diagnóstico 
▪ CA-125: 
✓ Está elevados em 85% dos casos 
✓ Geralmente, é positivo em tumores epiteliais 
✓ Também pode estar elevado em outras situações, 
como: 
o Endometriose 
o Doença Inflamatória Pélvica (DIP) 
o Miomatose Uterina 
▪ CEA: 
✓ Está alterado no Cistoadenocarcinoma mucinoso 
▪ CA-19-9: 
✓ Tumores mucinosos 
▪ Estradiol e Inibina-B: 
✓ Tumor de células da granulosa 
▪ Progesterona: 
✓ Tecoma 
▪ Desidrogenase Lática (DHL): 
✓ Disgerminoma 
▪ Alfafetoproteína: 
✓ Tumor de seio endodérmico 
▪ HCG: 
✓ Coriocarcinoma 
➢ Diagnóstico de Confirmação → ocorre por meio da Cirurgia, pelo 
Histopatológico, que também permite o estadiamento da doença 
• O diagnóstico só é confirmado com o Histopatológico 
• Os demais exames (de imagem e marcadores tumorais) são 
feitos apenas para que se tenha uma noção do tamanho do 
tumor e se já se tem implante em órgãos vizinhos 
ESTADIAMENTO 
➢ Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia - FIGO 
(1988):• O estadiamento só é possível com a realização do 
Histopatológico após a cirurgia 
ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS 
I Tumor limitado aos ovários 
Ia Tumor limitado a 1 ovário, sem ascite e com cápsula 
íntegra sem tumor 
Ib Tumor limitado a ambos os ovários, sem ascite e com 
cápsulas íntegras sem tumor 
 
Ic 
Estadiamento a ou b com ascite ou lavado peritoneal 
positivo e com tumor na superfície externa do ovário 
ou cápsula rota 
II Tumor envolvendo 1 ou ambos os ovários, com extensão 
para a pelve 
IIa Envolvimento de útero ou tubas uterinas 
IIb Envolvimento de outros órgãos pélvicos (peritônio, 
bexiga) 
IIc A ou b com ascite, com lavado peritoneal positivo, 
capsula rota ou tumor na superfície ovariana 
 
III 
(metástase à 
distância) 
Tumor envolvendo 1 ou ambos os ovários com implantes 
peritoneais fora da pelve ou linfonodo retroperitoneal 
positivo; tumor limitado à pelve verdadeira com 
metástase para omento, intestino delgado ou superfície 
hepática 
 
IIIa 
Tumor limitado à pelve verdadeira, com linfonodos 
negativos, mas microtumor (histológico) na superfície 
peritoneal 
IIIb Tumor ≤ 2cm de diâmetro limitado à pelve verdadeira, 
com linfonodos negativos 
IIIc Tumor em um ou ambos os ovários, com derrame 
pleural positivo ou metástase no parênquima hepático 
 
TRATAMENTO 
➢ TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
• É o melhor recurso terapêutico, devendo deixar a menor 
massa tumoral possível 
• Objetivos → estadiamento e citorredução 
• Para a realização da cirurgia, por ser complexa, o ideal é que 
seja um Ginecologista Oncológico 
• Cirurgia Proposta (Citorredutora) → é a associação de 
todas as seguintes: 
▪ Histerectomia Total Abdominal (HTA) 
▪ Salpingooforectomia Bilateral 
▪ Omentectomia 
▪ Linfadenectomia pélvica e para-aórtica 
▪ Pesquisa de células neoplásicas em líquido ascítico 
(caso a paciente tenha ascite) ou no lavado peritoneal 
(caso a paciente não tenha ascite) 
▪ Biópsias múltiplas do peritônio pélvico, goteiras 
parietocólicas e diafragma 
➢ RADIOTERAPIA: 
• Indicações: 
▪ Como parte do tratamento para Tumores de Células 
Germinativas 
ou 
▪ Como tratamento paliativo nos outros tipos de tumores 
 
6 TUMORES BENIGNOS DO OVÁRIO E CÂNCER DE OVÁRIO 
Gizelle Felinto 
➢ QUIMIOTERAPIA: 
• É um tratamento adjuvante, sendo muito usada em tumores 
de estágio avançado associada à Cirurgia Citorredutora 
DISSEMINAÇÃO E METÁSTASES 
➢ DISSEMINAÇÃO: 
• A disseminação pode ser por: 
▪ Contiguidade 
▪ Via linfática 
▪ Implante de células do líquido ascítico no diafragma ou 
no intestino por peristalse 
➢ METÁSTASES DO OVÁRIO: 
• São as seguintes: 
▪ Metástases secundárias às neoplasias de mama ou do 
trato gastrintestinal (Estômago) 
▪ Tumor de Krukenberg 
• Tumor de Krukenberg: 
▪ Características: 
✓ É o de maior destaque, caracterizado, no 
Histopatológico, pela presença de células em 
“anel de sinete” com característica 
mucossecretora 
▪ Epidemiologia: 
✓ Acomete mulheres na 4ª e 5ª décadas 
▪ Quadro Clínico: 
✓ É inespecífico e, na maioria das vezes, o tumor é 
bilateral 
▪ Tratamento: 
✓ Exérese do Tumor Primário + Histerectomia Total 
+ Anexectomia Bilateral + Omentectomia 
▪ Prognóstico: 
✓ É ruim, com altas taxas de mortalidade já no 1º ano 
após a cirurgia

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