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DOENÇA DOS OVÁRIOS: ANATOMIA DOS OVÁRIOS: Ligamento ovariano = liga ovário ao útero vem pelo meio NÃO é pelo ligamento ovariano que passa a artéria ovariana!!!!!! Ligamento infundíbulo pélvico = ligamento suspensor do ovário ajuda a fixar o ovário Regiões do ovário: Córtex = onde fica o epitélio germinal que forma os folículos Medula = estroma de tecido conjuntivo + vasos espiralados Hilo = onde entram os nervos e vasos Irrigação = artéria ovariana chega pela lateral através do infundíbulo pélvico É ramo DIRETO da AORTA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Circulação venosa = plexo pampiniforme veias ovarianas VCI (à direita) e veia RENAL (à esquerda) TUMORES BENIGNOS DOS OVÁRIOS: TIPOS DE TUMORES: Tumores não neoplásicos Cistos funcionais: Cisto folicular Cisto do corpo lúteo Cisto tecaluteínico Endometriomas Abscesso tubo-ovariano Ovários policísticos Tumores proliferativos (neoplásicos) Tumores epiteliais: Cistoadenoma seroso Cistoadenoma mucinoso Tumores de células germinativas: Teratoma cístico benigno Tumores sólidos benignos Fibroma Tumor de Brenner Luteoma da gravidez Tumores funcionantes Feminilizantes: Tecoma Tumor de células hilares Gonadoblastoma Virilizante Struma ovarii TUMORES OVARIANOS POR FAIXA ETÁRIA: Infância Tumor de células germinativas Cisto funcional Lesões císticas simples, uniloculares e < 5 cm = acompanhar com USG Tumores sólidos, multilobulados e > 5 cm = cirurgia > mobilidade = ↑ chance de torção Adolescência Cisto funcional Gravidez ectópica Cistos simples pequenos = acompanhar Cistos complexos = cirurgia se Teratoma cístico benigno ou outro tumor de células germinativas Tumor ovariano epitelial persistência do tumor após 2 exames de imagem Menacme Cisto funcional Gravidez ectópica Tumor ovariano epitelial Tumor costuma ser silencioso = assintomático ou sintomas inespecíficos Tumor funcionante = sangramento genital Perimenopausa Tumor ovariano epitelial Cisto funcional Pós-menopausa Tumor ovariano (maligno ou benigno) Cisto funcional CARACATERÍSTICAS DOS TUMORES DE OVÁRIO BENIGNOS: 1. Cisto folicular: Cisto funcional mais comum Cisto simples > 3 cm Folículo estimulado pelo FSH e que não se rompeu Resolução espontânea = repetir USGTV em 2-3 meses para conferir se regrediu 2. Cisto do corpo lúteo ou luteínico: Corpo lúteo que se tornou cístico por hemorragia excessiva na cavidade folicular OU acúmulo de líquido por estímulo excessivo do LH Regressão espontânea Pode causar dor pelo sangramento para cavidade do cisto Rotura + hemorragia = hipersensibilidade bilateral ao exame pélvico Rotura é mais comum do lado DIREITO Conduta conservadora = estabilidade hemodinâmica Cirurgia com preservação ovariana = instabilidade/hemoperitônio importante 3. Cisto tecaluteínico: Bilaterais e grandes > incidência na gestação (principalmente molar) Regressão espontânea 4. Cistoadenoma seroso: Origem = epitélio superficial do ovário Faixa etária = 20-50 anos Tumores multiloculares, com septações normalmente finas, projeções papilares e calcificações Conteúdo claro ou acastanhado Desejo reprodutivo = cistectomia Suspeita de malignidade = biópsia por congelação maligno ooforectomia Torção de ovário = torce pedículo vascular isquemia dor pélvica AGUDA Pode ocorrer após levantamento de peso, exercício, relação sexual Dor pélvica + náuseas/vômitos + massa pélvica grande ao exame físico + febre baixa/leucocitose Sem infarto = desfazer torção + cistectomia + ooforopexia bilateral (LAPAROSCOPIA) // Infarto + necrose = ooforectomia ipsilateral + ooforopexia contralateral 5. Cistoadenoma mucinoso: Bilaterais e de grande volume Faixa etária = 3ª-4ª décadas Multilobulados, císticos, conteúdo mucoide e acastanhado Associação (< que adenocarcinoma mucinoso) com pseudomixoma peritoneal Secreção exacerbada de material mucinoso e gelatinoso ascite A secreção pode ser circundada por tecido fibroso obstrução intestinal + aderência d alças Cistoadenoma ou carcinoma de ovário, câncer de apêndice e câncer de cólon Tratamento = preferencialmente com ooforectomia 6. Teratoma cístico ou cisto dermoide: Unilateral > bilateral Conteúdo dos 3 folhetos (ectoderme, mesoderme e endoderme) Crescimento lento, medindo ≈ 5-10 cm Risco de malignização é RARO (1%) = neoplasia maligna mais comum é o CCE USG = ecos brilhantes, massa heterogênea, sombra acústica, parede espessa, hiperecogênica Complicação = torção do pedículo e rotura (pode provocar peritonite química) Tratamento = cistectomia (desejo reprodutivo) ou ooforectomia (prole definida ou torção com necrose) 7. Fibroma: Tumor do cordão sexual mais comum = células estromais da granulosa Não tem atividade hormonal Síndrome de Meigs = fibroma + ascite + hidrotórax 8. Tumor de Brenner: Ninhos de células de Walthard = epitélio transicional 9. Luteoma da gravidez: Tumor sólido uni ou bilateral Pode produzir testosterona virilização de feto feminino 10. Tecoma: Estroma cortical dos ovários Predomina na pós-menopausa ↑ produção estrogênica = sangramento genital e hiperplasia endometrial Tratamento = ooforectomia ± histerectomia total (idosas) 11. Gonadoblastomas: Misto = germinativo + cordão sexual produzem androgênios + estrogênios Tratamento = ooforectomia 12. Struma ovarii: Teratoma cístico maduro com tecido TIREOIDIANO Pode levar à crise tireotóxica 13. Tumor limítrofe (borderline): Baixo potencial maligno Mais comuns antes da menopausa Baixo potencial de crescimento e invasão = 20-25% disseminam-se além dos ovários Não invadem o estroma = sem destruição tecidual ABORDAGEM DIAGNÓSTICA DE MASSAS ANEXIAIS: Anamnese + exame físico USGTV: CARACTERÍSTICAS BENIGNIDADE MALIGNIDADE Volume Geralmente < 8 cm Geralmente > 8 cm Aspecto da parede interna Geralmente REGULAR Geralmente IRREGULAR Aspecto do conteúdo Unilocular, cístico Multilocular, misto Septações Se presente, são FINAS Grosseiras, espessas (> 3 mm) Dopplerfluxometria: Neoangiogênese no tumor maligno = fluxo com baixa resistência Se neovascularização no SEPTO = grande chance de malignidade RNM CA-125: Sensível para tumores epiteliais (principalmente seroso) Pouco específicos = pode estar ↑ em pessoas saudáveis, com tumores benignos de ovário, câncer não ginecológico e câncer ovariano epitelial Outros marcadores tumorais = alfafetoprotéina, hCG, LDH, CA-19.9: CA-19-9 = mais sensível para tumores ovarianos mucinosos Cirurgia ABORDADEM TERAPÊUTICA: 1. INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: Ultrassonografia ovariana: A. Multiloculados: Pré-menarca = cariótipo marcadores tumorais cirurgia Pós-menarca = observação por 2-3 meses ± ACO ↑ tamanho ou massa persistente marcadores tumorais cirurgia ↓ tamanho segmento clínico B. Uniloculados/cistos de paredes finas: Pré-menarca = observação por 2-3 meses ↑ tamanho ou massa persistente marcadores tumorais cirurgia ↓ tamanho segmento clínico Pós-menarca = observação por 2-3 meses ↑ tamanho ou massa persistente marcadores tumorais cirurgia ↓ tamanho segmento clínico C. Características sólidas suspeitas/> 8-10 cm = CIRURGIA!!!!!!! 2. PRÉ-MENOPAUSA: Cistos funcionais: Assintomáticos = esperar regressão espontânea ACO ↓ recidiva Oligossintomáticos = analgesia Abordagem cirúrgica = dor intensa ou suspeita de torção ou malignidade Massas ovarianas benignas: A. B-hCG (+) = suspeitar de ectópica B. B-hCG (-): Achados suspeitos de malignidade ao USGTV/RM SIM = referenciar para cirurgião ginecológico ou oncoginecologista SEM achados suspeitos demalignidade ao USGTV/RM: Afastar abscesso tubo-ovariano = PCR, hemograma Massa > 8-10 cm? - SIM = referenciar para especialista - NÃO = conduta expectante ± AINE repetir USGTV a cada 4 semanas se persistir > 12 sem referenciar para o especialista 3. PÓS-MENOPAUSA: Baixo risco = tumor < 5 cm + CA-125 normal USGTV + CA-125 a cada 6 meses Risco intermediário/alto = tumor > 5 cm e/ou CA-125 ↑ e/ou sintomas Cirurgia Fluxograma: A. Massa > 8-10 cm? SIM = referenciar para especialista NÃO = fazer USGTV B. Achados suspeitos de malignidade na imagem (USGTV/RM)? SIM = referenciar para o especialista NÃO = dosar CA-125 C. CA-125 > 35? SIM = referenciar para o especialista NÃO = repetir imagem a cada 4 semanas persistiu por > 12 semanas referenciar para o especialista CÂNCER DE OVÁRIO: FATORES DE RISCO DO CÂNCER DE OVÁRIO: História familiar = principal fator de risco!!! ≈ 90% dos casos NÃO são hereditários!!! Mutação BRCA Idade > 60 anos Menácme longo = mais tempo exposta a hormônio Tabagismo Indutores da ovulação Nuligesta que não usa ACO = mais tempo exposta a hormônio Obesidade/dietas ricas em gorduras Endometriose Raça branca FATORES DE PROTEÇÃO CONTRA O CÂNCER DE ÓVARIO: Amamentação Uso de anovulatórios (ex.: ACO) = não estimula tanto os ovários Laqueadura tubária/fimbriectomia Salpingo-ooforectomia profilática = se mutações BRCA (+) RASTREIO DE CÂNCER DE OVÁRIO: Sem indicação de rastreio para mulher de baixo risco = não ↓ morbimortalidade Na prática = solicita US após o climatério DIAGNÓSTICO: Avaliação clínica = peso na barriga, sintomas gastrointestinais, sintomas dispépticos Exame físico = massa pélvica palpável, ascite, edema de MMII nódulo umbilical metastático (irmã Maria-José) USG EXAME DE IMAGEM – BENIGNO X MALIGNO: Pré-púbere = 50% de chance de malignidade se tumor sólido Menacme = > 90% das vezes é FUNCIONAL Folículo em crescimento Corpo lúteo que não regrediu Tumores benignos = abscesso ovariano, endometrioma Pós-menopausa = SEMPRE pensar em malignidade S ólida lesões císticas são na maioria das vezes benignas U SG doppler com BAIXA resistência (não tem dificuldade à passagem do sangue) = ↑ fluxo neovascularização S eptada (espesso) P rojeção papilar E spessamento da parede I rregular T amanho > 8 cm A ntes/pós-menacme SUSPEITA = CIRURGIA Sem suspeita = pode acompanhar NÃO BIOPSIAR!!!!!!! = pode espalhar tumor pelo peritônio e cavidade peritoneal!!!!!!!!!!!! MARCADORES TUMORAIS: CA 125 = marcador de tumores epiteliais Não é sensível e não é específico = só serve para ACOMPANHAMENTO se (+) Se tiver ↑ = opero e acompanho para ver se vai cair Pode ter câncer e não estar alterado = existem tumores não epiteliais ↑ CA-125 = endometriose, mioma, DIP, tumores benignos LDH (desidrogenase láctica) = Disgerminoma mais comum na infância HCG e alfaFETOproteína = Tumor embrionário CA-19-9 = marcador de tumores epiteliais mucinosos Estradiol = tumores de células da granulosa Testosterona = tumor de células de Sertoli-Leydig DIAGNÓSTICO = CIRURGIA! 1. Benignos: Adenoma = epitelial (pode ↑ CA-125) Teratoma benigno ou cistodermoide = linhagem germinativa tem conteúdo dos 3 folhetos embrionários Risco de torção Struma ovarii = muito tecido TIREOIDEANO faz crise tireoitóxica Fibromas = Síndrome de Meigs Tu ovariano + ascite + derrame pleural 2. Malignos: Epitelial: Adenocarcinoma seroso = câncer de ovário MAIS COMUM de todos Pode ↑ CA-125 (em estágios mais avançados) Origem = epitélio tubário Mais comum em faixa etária mais alta Adenocarcinoma mucinoso = pseudomixoma peritoneal Origem = epitélio endocervical ou colônico ou do piloro gástrico Tem as maiores dimensões = pode chegar até 1m de diâmetro Quando um tumor de ovário ou apêndice libera tanta mucina no peritônio que forma meio que uma gelatina incolor Adenoma mucinoso também pode dar, mas o adenocarcinoma é mais comum Normalmente não ↑ CA-125 Pode ↑ CEA + CA-19-9 Adenocarcinoma endometrioide = originado do epitélio endometrial ↑ CA-125 Tumores de células claras = originado de epitélio endometrial durante a gestação Dá metástases precoces = prognóstico ruim Germinativo: Disgerminoma = tumor germinativo MAIS comum Aparece mais em crianças e pode ser bilateral ↑ LDH Rápido crescimento = sintomas compressivos + abdome agudo Pode ter associação com cromossomopatias = sempre avaliar cariótipo em mulheres na pré-menarca Células gigantes + infiltração de linfócitos e granulomas no estroma Disseminação preferencialmente linfática Sensível à QT e RT Teratoma imaturo ou maligno: 2ª neoplasia germinativa mais comum Componentes tissulares assemelham-se aos do embrião e feto = crescimento mais rápido Marcadores tumorais negativos Tratamento = ooforectomia + QT Carcinoma do saco vitelínico: Presença de corpúsculo de Schiller-Duval = estruturas papilíferas ↑ alfa-fetoproteína = níveis estão diretamente relacionados com a extensão do tumor É UNILATERAL! Tratamento = salpingo-ooforectomia unilateral + biópsia de congelação + QT Carcinoma embrionário: Surgem em idade muito jovem e são agressivos ↑ alfafetoproteína + ↑ hCG Tratamento = salpingo-ooforectomia + QT Coriocarcinoma não gestacional puro do ovário: Mulheres jovens < 20 anos São agressivos = metástases precoces ↑ hCG + ↑ alfafetoproteína = acompanha na monitorização da resposta ao tratamento Tumores de células dos cordões sexuais/estroma: Tumores da tecagranulosa: Mais comum pós-menopausa Pequenos e unilaterais Células da granulosa ± células da teca Secreção de estrogênio = pseudopuberdade precoce (crianças), hiperplasia endometrial/doença cística da mama/câncer de endométrio (adultas) Tratamento = salpingo-ooforectomia unilateral Tecomas e fibromas: Tumores sólidos e unilaterais Mais comuns na perimenopausa Tecomas = produção de estrogênio Fibromas = sem produção hormonal Tumor de Krukenberg: Tumor metastático para ovário = encontra células em anel de sinete Tumores primários = estômago >> mama, cólon, vias biliares VIAS DE DISSEMINAÇÃO: 1. Transcelômica = mais comum e mais precoce para cavidade peritoneal 2. Contiguidade = trompas, útero, ovário contralateral e peritônio pélvico 3. Linfática = mais tardia 4. Hematogênica = rara fígado > pulmão e cérebro TRATAMENTO: 1. Tumores benignos: Cirurgia CONSERVADORA!!! Cisto dermoide (teratoma), endometrioma = cistectomia 2. Tumores malignos: LAPAROTOMIA = diagóstico + estadiamento na hora + tratamento Lavado peritoneal + Inventário da pelve Biópsias peritoneais + Histerectomia total + Salpingo-ooforectomia bilateral + Retirar toda massa tumoral visível (deixar < 1 cm) + Omentectomia infracólica + Ressecar implantes e linfonodos pélvicos e para-aórticos Congelação no ovário não é muito boa Mulher jovem com tumor IA (apenas em 1 ovário) + G1 (bem diferenciado) ou tumores germinativos (qualquer estágio) = avaliar salpingooforectomia unilateral Faz biópsia de congelação intra-operatória e avalia se tem margens livre = se não tiver faz cirurgia radical Neoplasia mucinosa = realizar apendicectomia + investigação do TGI ESTADIAMENTO: Estágio 1 = neoplasia limitada aos ovários ou tuba de falópio IA = limitado a 1 ovário ou a 1 tuba Estágio 2 = envolve 1 ou 2 ovários ou tubas com extensão para pelve ou carcinoma primário do peritônio Estágio 3 = envolve 1 ou 2 ovários ou tubas ou carcinoma primário de peritônio com doença além da pelve ou para linfonodos retroperitoneais Estágio 4 = metástases àdistância EXCETO metástase peritoneal GRAUS HISTOLÓGICOS: Grau 1 (G1) = bem diferenciado Grau 2 (G2) = moderadamente diferenciado Grau 3 (G3) = indiferenciado QT ADJUVANTE: Para quase TODO MUNDO = exceto IA e IB (bilateral) bem diferenciado (grau I e II) A partir de IC e todos indiferenciados = QT QT NEOADJUVANTE: Se não for possível realizar uma cirurgia primária completa QT INTRAPERITONEAL: Doença primária ou recorrente após cirurgia citorredutora completa, sem doença macroscópica ESTÁDIOS TRATAMENTO Ia e Ib grau I e II Tratamento cirúrgico = HTA + anexectomia bilateral estadiamento cirúrgico Não precisa de terapia adjuvante Se tumor borderline ou Ia grau I ou II com desejo de preservação da fertilidade = pode fazer ooforectomia unilateral Ia e Ib grau III e Ic Cirurgia fundamental + terapia adjuvante (QT combinada) II e III Cirurgia citorredutora + poliQT IV Tratamento cirúrgico ou poliQT exclusivo
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