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Hipertensão e Gestação

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1 HIPERTENSÃO E GESTAÇÃO 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
➢ A hipertensão é a principal causa de morte materna e 
perinatal e de prematuridade no Brasil 
• Ou seja, é a principal patologia a causar mortalidade 
materna e puerperal 
• Prematuridade → à medida em que a hipertensão se 
agrava, muitas vezes há necessidade de retirar os bebês 
prematuros, pensando-se em salvar principalmente a vida 
da mãe 
➢ A hipertensão é uma doença multifatorial com potencial para 
insuficiência progressiva de múltiplos órgãos 
➢ DEFINIÇÕES: 
• Pré-Eclâmpsia: 
▪ Pressão Arterial (considerando o 5º ruído de 
Korotkoff – desaparecimento da bulha): 
✓ Sistólica ≥ 140 mmHg (PAS) 
✓ Diastólica ≥ 90 mmHg (PAD) 
▪ Assim, o diagnóstico se dá por meio dos seguintes 
critérios: 
✓ PAS ≥ 140 e/ou PAD ≥ 90 + Proteinúria 
ou 
✓ Na ausência de proteinúria → PAS ≥ 140 e/ou 
PAD ≥ 90 + disfunção de órgão alvo 
▪ Atenção → essas alterações devem ser a partir da 
20ª semana de gestação e deve se resolver em até 12 
semanas do pós-parto para ser considerada pré-
eclâmpsia 
✓ Caso contrário (se o inicio por antes das 20 
semanas), considera-se como sendo uma 
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) crônica → 
ou seja, a paciente já apresentava HAS antes da 
gravidez 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ 10 a 15% das mortes maternas em todo o mundo estão 
associadas à Pré-Eclâmpsia e à Eclâmpsia 
➢ Incidência mundial de Pré-Eclâmpsia (2002 a 2010) → variou 
de 1,2% a 4,2% 
➢ Incidência no Brasil: 
• Pré-Eclâmpsia → 1,5% 
• Eclampsia → 0,6% 
➢ Prevalência geral de pré-eclâmpsia e de eclampsia no 
Brasil: 
• 5,2 casos por cada 1000 nascidos vivos 
➢ A incidência varia de acordo com a área: 
• Áreas mais desenvolvidas: 
▪ Pré-eclâmpsia e eclampsia → 0,2% 
▪ Índice de morte materna → 0,8% 
• Regiões menos favorecidas: 
▪ Pré-eclâmpsia e eclampsia → 8,1% 
▪ Índice de morte materna → 22% 
ETIOLOGIA E PATOGÊNESE 
➢ ETIOLOGIA: 
• Ainda é desconhecida. Assim, não se sabe quais as causas 
exatas da pré-eclâmpsia 
➢ PATOGÊNESE → suspeita-se que o surgimento da pré-
eclâmpsia possa ser por um ou mais dos seguintes: 
• Placentação deficiente 
• Predisposição genética: 
▪ Um dos principais fatores de risco para a pré-
eclâmpsia é justamente a história familiar de 
hipertensão ou de pré-eclâmpsia (mãe ou irmã) 
• Quebra da tolerância imunológica: 
▪ Acredita-se que a gestante produz anticorpos que 
atingem o endotélio, provocando a pré-eclâmpsia 
• Resposta inflamatória sistêmica 
• Desequilíbrio angiogênico 
• Deficiência do estado nutricional 
FISIOPATOLOGIA 
➢ GESTAÇÃO NORMAL (sem fatores de risco para pré-eclâmpsia): 
• O tecido trofoblástico (placenta) invade as artérias 
espiraladas da decídua uterina desde o primeiro trimestre 
da gestação → assim acaba formando um sistema de 
baixa resistência, baixa pressão e fluxo elevado 
▪ Dessa forma, o sangue flui normalmente e as artérias 
espiraladas irão se modificar para que haja uma 
menor resistência para a passagem desse fluxo 
sanguíneo 
• A Prostaciclina (PGI2), substância produzida pelas 
paredes dos vasos, aumenta sua produção, fazendo com 
que ocorra um predomínio da ação vasodilatadora e uma 
diminuição da resistência vascular sistêmica 
• Diante disso, ocorre uma elevação do volume plasmático 
e uma elevação do débito cardíaco 
➢ GESTAÇÃO COM PRÉ-ECLÂMPSIA: 
• Tudo aquilo que ocorre na gestação normal, não ocorre na 
gestação com pré-eclâmpsia! 
• Não ocorre a segunda onda de invasão trofoblástica (que 
ocorre entre 12 e 16 semanas) → há uma falha na 
invasão miometrial pelo citotrofoblasto, não havendo 
modificação das artérias espiraladas e a circulação 
placentária se instala como um sistema de alta resistência 
▪ As artérias continuam nesse formato espiralado, 
dificultando a passagem do sangue, pois há uma alta 
resistência e baixo fluxo 
• Não há desenvolvimento da ação das prostaglandinas, 
havendo uma queda dos níveis de Prostaciclina (PGI2) na 
circulação materna e um aumento do Tromboxano A2 
(TXA2), aumentando a reatividade vascular, provocando 
vasoconstrição e diminuição do fluxo sanguíneo, e a 
placenta doente libera Tirosina Quinase Solúvel (sFLt-1), 
diminuindo o fator de crescimento endotelial, o que limita a 
vascularização placentária 
• A ativação endotelial determina: 
▪ Vasoconstrição e consequente aumento da resistência 
periférica 
 
2 HIPERTENSÃO E GESTAÇÃO 
Gizelle Felinto 
▪ Alterações da permeabilidade vascular, responsável 
pelo edema → o vaso fica mais permeável, causando 
um maior extravasamento de líquido para o espaço 
extracelular e, consequentemente, o edema 
▪ Ativação do sistema de coagulação 
• ÓRGÃOS-ALVO QUE SERÃO AFETADOS NA PRÉ-
ECLÂMPSIA → as alterações placentárias tem 
consequências sobre os órgãos-alvo: 
▪ Rins: 
✓ Há uma Glomeruloendoteliose e uma 
consequente esclerose focal: 
o Glomeruloendoteliose → é uma lesão 
patognomônica da pré-eclâmpsia (caso 
fosse feita uma biópsia renal nessas 
mulheres seria possível ver essa lesão) 
o Como se identifica isso pelos exames de 
sangue: 
❖ Proteinúria > 300 mg 
❖ Comprometimento da filtração 
glomerular (Ureia, Creatinina e Ácido 
úrico) 
▪ Fígado: 
✓ Ocorre uma isquemia, que gera disfunção e 
aumento das transaminases e da Bilirrubina 
o Assim, solicita-se os seguintes exames em 
gestantes com Pré-eclâmpsia: 
❖ Transaminases → TGO/AST e 
TGP/ALT 
❖ Bilirrubinas Totais e Frações (direta e 
indireta) 
✓ Também há edema e/ou hemorragias focais → 
assim, há uma distensão da cápsula de Glisson e, 
consequentemente, uma ruptura hepática com 
hemorragia maciça, que pode levar, muitas 
vezes, ao óbito materno, pois não há como 
controlar essa hemorragia hepática 
▪ Coagulação Sanguínea: 
✓ Não há uma boa ativação do endotélio. Assim, 
consequentemente, haverá uma ativação e 
consumo progressivo de plaquetas e uma 
instalação de coagulação disseminada 
✓ Quando ocorre a coagulação disseminada 
(estágio avançado da doença) ou quando a 
gestante desenvolve a Síndrome HELLP → 
decide-se interromper a gestação 
▪ Cérebro: 
✓ Ocorre uma isquemia, que é agravada pelo 
edema difuso, resultando em convulsões ou 
acidentes vasculares encefálicos 
o Convulsões → são patognomônicas da 
eclampsia 
▪ Placenta: 
✓ A placenta é o órgão que será mais afetado pela 
hipertensão, pois é devido à placentação 
defeituosa que ocorrerão todas as alterações da 
pré-eclâmpsia 
✓ Ocorre uma dificuldade do fluxo 
uteroplacentário, podendo levar a infartos 
placentários e, consequentemente, o sangue não 
terá uma boa passagem para o feto, podendo 
causar: 
o Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR) 
o Sofrimento Fetal Crônico (SFC) → devido à 
falta de oxigênio e de nutrientes que seriam 
transportados pelo sangue 
o Descolamento Prematuro de Placenta (DPP) 
→ pode ocorrer quando a gestante tem um 
pico hipertensivo. Forma-se um coágulo 
entre a placenta e o útero, que vai 
crescendo até causar o descolamento da 
placenta 
o Óbito Fetal Intrauterino (OFIU) → pode 
ocorrer pelo sofrimento fetal crônico, pelo 
DPP ou simplesmente pela hipertensão 
descompensada, por exemplo 
FATORES DE RISCO PARA PRÉ-ECLÂMPSIA E PREDIÇÃO/PREVENÇÃO 
➢ É importante saber os fatores de risco para pré-eclâmpsia, pois 
em mulheres com algum fator de risco deve-se realizar a 
Predição e a Prevenção da pré-eclâmpsia 
➢ FATORES DE RISCO: 
• História de: 
▪ Pré-Eclâmpsia, Eclâmpsia ou Síndrome HELLP em 
gestação anterior 
▪ Perda fetal recorrente (2 ou mais) 
▪ SAAF (Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide) 
• Primigesta 
• Hipertensão Arterial Sistêmicas (HAS) crônica ou Diabetes 
Mellitus prévio 
• Gestação molar 
• Gestação gemelar 
• Parentes de primeiro grau com Pré-Eclâmpsia ou 
Eclâmpsia (mãe ou irmã) 
• Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) ou outras colagenoses 
• Mulheres com Obesidade ou IMC elevado (> 30 kg/m2) 
➢ PREDIÇÃO → para prever se a mulherestá suscetível a 
desenvolver pré-eclâmpsia e CIUR 
• Em pacientes que tenham algum fator de risco para Pré-
Eclâmpsia, pode-se solicitar: 
▪ Doppler das Artérias Uterinas (a partir de 12 
semanas de gestação): 
✓ Solicita-se no 1º e no 2º trimestre da gestação 
➢ PREVENÇÃO → iniciar entre a 12ª e a 16ª semana de gestação 
• Como é feita: 
 CARBONATO DE CÁLCIO 500mg 
✓ Iniciar entre 12 e 16 semanas 
✓ 3 comprimidos por dia (1500mg/dia) 
✓ Deve ser prescrito para mulheres que tenham 
baixa ingesta de cálcio 
 
3 HIPERTENSÃO E GESTAÇÃO 
Gizelle Felinto 
✓ Se a gestante tomar, pelo menos, 3 copos de 
leite puro por dia, não há necessidade de 
suplementação com cálcio 
 CITRATO MALATO DE CÁLCIO 250mg 
✓ É uma alternativa ao Carbonato de cálcio 
✓ São 6 comprimidos por dia (1500mg/dia) → 
devido a isso, é melhor a prescrição do 
carbonato de cálcio 
 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) 50mg a 150 mg/dia 
durante a noite 
✓ Iniciar entre 12 e 16 semanas 
✓ Suspender na 37ª semana de gestação 
• Deve ser feita apenas em pacientes do grupo de risco: 
▪ Gestantes com fator de risco para Pré-Eclâmpsia e 
que o Doppler mostrou risco de desenvolver pré-
eclâmpsia 
▪ Gestante com fator de risco para pré-eclâmpsia, mas 
que não tem dinheiro ou não pôde realizar o doppler 
→ mesmo sem a predição, deve-se iniciar a 
prevenção 
• A prevenção é necessária para que a gestante não 
desenvolva pré-eclâmpsia com sinais de gravidade 
• Porque iniciar a partir de 12 a 16 semanas: 
▪ A segunda onda de migração trofoblástica deixa de 
acontecer exatamente entre 12 e 16 semanas. Assim, 
as evidências mostram que o uso de AAS 50 a 150mg, 
principalmente à noite, faz com que haja um melhor 
fluxo sanguíneo, mesmo que se tenha a placentação 
defeituosa 
▪ Não adianta começar antes das 12 semanas e nem 
depois das 16 semanas! 
▪ Assim, visando esse tempo de início, o ideal é que, 
caso a gestante tenha fatores de risco, seja iniciada a 
prevenção da pré-eclâmpsia já na Unidade Básica, 
pois, geralmente, quando se consegue uma consulta 
no pré-natal de alto risco essas mulheres já estão 
com mais de 16 semanas, perdendo-se esse período 
de iniciar a prevenção 
CLASSIFICAÇÃO 
➢ HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA CRÔNICA: 
• Paciente que já é hipertensa antes mesmo de engravidar 
• Quando se detecta a hipertensão no 1º trimestre da 
gestação ou antes de 20 semanas de gestação → PAS 
≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg 
• Exemplo: paciente, 37 anos, obesa e na 15ª semana de 
gestação com PA = 140x90mmHg → é classificada como 
HAS crônica, e não como Hipertensão gestacional 
▪ Assim, devido aos fatores de risco e ao nível 
pressórico, essa gestante deveria iniciar a prevenção 
da pré-eclâmpsia (AAS + Cálcio), já que se encontra 
entre a 12ª e a 16ª semana de gestação 
➢ HIPERTENSÃO GESTACIONAL: 
• Hipertensão que surge após a 20ª semana de gestação, 
sem proteinúria e sem sinal, sintoma ou alteração 
laboratorial que caracterize a pré-eclâmpsia 
➢ HIPERTENSÃO DO JALECO/AVENTAL BRANCO: 
• Hipertensão apenas na hora da consulta 
• Pacientes com hipertensão do jaleco branco não 
apresentam nenhum fator de risco, alteração laboratorial e 
sinais e sintomas que caracterizem pré-eclâmpsia 
• Nesses casos, solicita-se que ela faça um mapa pressórico 
em casa e solicita-se os exames da gestação → todos se 
encontram normais, mas quando se verifica a pressão no 
consultório ela se encontra alta (ao contrário das que 
foram aferidas em casa e estão documentadas no mapa 
pressórico) 
➢ PRÉ-ECLÂMPSIA: 
• Existe a Pré-Eclâmpsia com sinais de gravidade e sem 
sinais de gravidade 
• É caracterizada, após a 20ª semana de gestação, por: 
▪ Hipertensão (PAS ≥ 140mmHg e/ou PAS ≥ 90mmHg) + 
Proteinúria 
ou 
▪ Hipertensão sem proteinúria + Sinais de disfunção 
materna ou placentária 
✓ Sinais de disfunção materna → cefaleia, 
escotomas, epigastralgia, alterações 
laboratoriais 
✓ Disfunção placentária → alteração a nível fetal 
(ao se solicitar o Doppler obstétrico vê-se 
alguma alteração à nível de circulação 
fetoplacentária ou uteroplacentária) 
• Exames que podem ser solicitados em caso de suspeita 
de pré-eclâmpsia: 
▪ Proteinúria de 24h → será > 300 mg/24h 
▪ Sumário de Urina: Relação Proteína/Creatinina → 
será ≥ 0,3 mg/dL 
▪ LABSTIX (Proteína de Fita) → será de 1+ (uma cruz 
ou mais) 
SUBCLASSIFICAÇÕES DA PRÉ-ECLÂMPSIA 
➢ PRÉ-ECLÂMPSIA SOBREPOSTA: 
• Gestante com HAS crônicas antes de 20 semanas de 
gestação e que descompensa após 20 semanas, mesmo 
fazendo uso de hipotensor → nesse caso, essa paciente 
deixa de ser hipertensa crônica e passa a caracterizar uma 
pré-eclâmpsia sobreposta 
• É um tipo de pré-eclâmpsia com sinais de gravidade, mas 
ela é classificada como sobreposta pelo fato de já ser 
Hipertensa crônica 
• Exemplo: 
▪ Mulher com diagnóstico de HAS crônica, em uso de 
hipotensor, chega na UBS com idade gestacional de 21 
semanas apresentando picos hipertensivos (PAS ≥ 160 
mmHg e/ou PAD ≥ 110 mmHg) e proteinúria ≥ 300 mg 
(ou sem proteinúria, mas com queixas) 
➢ PRÉ-ECLÂMPSIA (PE) COM SINAIS DE GRAVIDADE (PE GRAVE): 
• Caracteriza-se por: 
▪ PAS ≥ 160 mmHg (persistente) e/ou PAD ≥ 110 mmHg 
OU 
 
4 HIPERTENSÃO E GESTAÇÃO 
Gizelle Felinto 
▪ Paciente com Pré-Eclâmpsia apresentando: 
✓ Sinais e sintomas: 
o Cefaleia intensa, escotomas (pontos 
brilhantes na visão) e/ou turvação visual 
o Dor torácica, dispneia e/ou saturação de O2 
< 97% 
o Epigastralgia (dor em barra, no andar 
superior do abdômen, principalmente no 
epigástrio) → é diferente de azia/pirose 
✓ Alterações laboratoriais: 
o Leucocitose 
o Plaquetopenia < 100.000 
o Creatinina > 1,1 mg/dL 
o Ácido Úrico > 4,5 mg/dL 
o TGO/AST ou TGP/ALT elevados (2 vezes 
maior que o valor de referência) 
➢ ECLÂMPSIA: 
• Convulsões motoras generalizadas, do tipo grande mal 
→ podem acontecer no período: 
▪ Pré-parto (50% dos casos) 
▪ Durante o parto (20% dos casos) 
▪ Pós-parto (11% a 44% dos casos) 
• A eclampsia pode ocorrer, por exemplo, em uma mulher 
com PA 140x90 mmHg que, de repente, apresentou uma 
crise convulsiva 
➢ SÍNDROME HELLP: 
• Ocorre quando a paciente com pré-eclâmpsia apresenta 
um ou mais das seguintes alterações laboratoriais: 
▪ Hemólise 
▪ Elevação das enzimas hepáticas 
▪ Plaquetopenia 
• HELLP incompleta → quando se tem apenas uma ou duas 
das alterações laboratoriais 
• HELLP completa → quando se tem as 3 alterações 
laboratoriais 
• Pode ou não haver proteinúria 
• Hemólise: 
▪ Vê-se através do Esfregaço do Sangue Periférico, no 
qual observa-se a presença de: 
✓ Esquizocitose 
✓ Anisocitose 
✓ Equinocitose 
✓ Pecilocitose 
▪ Bilirrubina ≥ 1,2 mg/dL (principalmente a bilirrubina 
total) 
▪ DHL ≥ 600 U/L (Desidrogenase Lática) 
• Elevação das enzimas hepáticas: 
▪ TGO ≥ 70 UI 
• Plaquetopenia → < 100.000 
TRATAMENTO 
➢ O tratamento depende diretamente da classificação da 
hipertensão e da idade gestacional da paciente 
➢ HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICAS CRÔNICA: 
• Dieta Hipossódica 
• Pré-natal de alto risco (compartilhado) → assim, essa 
gestante com HAS crônica faz o pré-natal no risco habitual 
(UBS) e no alto risco 
• Solicitar MAPA pressórico → entrega-se um papel para a 
gestante anotar seus níveis pressóricos em determinado 
horário do dia 
▪ Assim, ela escolhe um horário do dia para ir à UBS 
(caso não tenha aparelho de pressão em casa) aferir 
a pressão e anotar no mapa pressórico 
▪ Ela deve passar 10 a 30 minutos em repouso antes de 
aferir a pressão, devendo, preferencialmente, ser no 
braço esquerdo 
• Substituir o Hipotensor que a gestante já estava 
usando por: 
 METILDOPA 250mg a 2g/dia 
✓ Dose máxima: 2g/dia 
✓ Tomar de 8 em 8 horas 
✓ Tem-se comprimidos de 250mg e de 500mg 
▪ Exemplo: gestante hipertensa crônica que fazia uso de 
anlodipino → deve-se trocar esse hipotensor por 
Metildopa 
• Se a gestante estiverentre 12 e 16 semanas de 
gestação → Prevenção da Pré-Eclâmpsia: 
 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) 
 CARBONATO DE CÁLCIO 
• Após 20 semanas de gestação → Solicitar: 
▪ Exames de Rotina para Pré-Eclâmpsia: 
✓ Hemograma → para avaliar presença de 
hemólise, plaquetopenia e leucocitose 
✓ Ureia 
✓ Creatinina 
✓ Ácido úrico 
✓ Transaminases (TGO/AST e TGP/ALT) 
✓ Bilirrubinas total e frações (direta e indireta) 
✓ Desidrogenase Lática (DHL) 
✓ Proteinúria de 24h → não há necessidade de 
solicitar em todas as consultas, pois é um exame 
que auxilia no prognóstico, e não no diagnóstico 
o Geralmente, pede-se apenas 1 proteinúria 
de 24h durante todo o pré-natal, pois é um 
exame caro e difícil de ser feito 
o Assim, pede-se uma proteinúria de 24h 
depois da 20ª semana de gestação e, 
depois, se observa-se que essa paciente 
está aumentando os níveis pressóricos e 
não outra causa para isso, pode-se solicitar 
novamente uma proteinúria de 24h depois 
de 28 a 32 semanas, por exemplo 
▪ USG com Doppler 
➢ HIPERTENSÃO SOBREPOSTA: 
• Internação Hospitalar → pois essa gestante já tem uma 
Pré-Eclâmpsia com sinais de gravidade 
▪ Não há como tratá-la a nível ambulatorial 
• Dieta Hipossódica → pois essa gestante com hipertensão 
sobreposta já era uma hipertensa crônica, necessitando 
dessa dieta hipossódica 
 
5 HIPERTENSÃO E GESTAÇÃO 
Gizelle Felinto 
• Tratar Crise Hipertensiva → com uma das seguintes 
medicações: 
 NIFEDIPINO 10 mg, Via Oral (VO), de 30 em 30 minutos 
✓ Faz-se 4 doses de Nifedipino 
✓ O Ministério da Saúde orienta mais o uso de 
Nifedipino, devido ao fato de ser via oral 
 HIDRALAZINA Endovenosa (EV) ou Intramuscular (IM) 
• Prevenir a Eclâmpsia: 
 SULFATO DE MAGNÉSIO (MgSO4) 
✓ É neuroprotetor. Assim, faz-se o Sulfato de 
Magnésio na intenção de evitar que a gestante 
tenha crises convulsivas 
✓ Durante o uso do Sulfato de Magnésio a gestante 
deve estar em jejum → pois, mesmo fazendo 
uso do Sulfato de Magnésio, essa mulher pode 
convulsionar, correndo o risco de 
broncoaspiração, caso não esteja em jejum 
✓ Esquema de Sibai: 
o 6 gramas de ataque e 6 gramas de 
manutenção durante 24 horas, que é o 
período crítico em que essa mulher pode 
desenvolver eclampsia 
• Se a gestante estiver entre 24 e 34 semanas → para 
acelerar a maturidade pulmonar fetal, deve-se fazer uso de 
CORTICOTERAPIA, com um dos seguintes: 
 BETAMETASONA 12mg Intramuscular 
✓ É o corticoide de preferência 
✓ Faz-se 12mg por 2 dias consecutivos (12 mg em 
um dia e depois de 24h repete-se essas 12 mg) 
 DEXAMETASONA 6mg Intramuscular 
✓ São 4 doses → 6 mg de 12 em 12 horas, por 2 
dias consecutivos 
• Após a gestante sair da crise hipertensiva → Avaliar o 
grau de comprometimento fetal 
▪ Pois o feto pode estar em grau de sofrimento fetal 
crônico grave e ser preciso interromper a gestação 
mesmo antes de ser estabelecida e idade gestacional 
ideal para a interrupção 
▪ Idade ideal para interrupção da gestação na 
Hipertensão Sobreposta → 34 semanas 
✓ Não se deve esperar mais de 34 semanas para 
interromper a gestação! Pois é um tipo de pré-
eclâmpsia com sinais de gravidade e, nesses 
casos, deve-se prezar pela vida da mãe 
✓ Caso se espere passar das 34 semanas → a 
hipertensão é de evolução muito rápida. Assim, 
essa gestante pode, de repente, ter uma 
eclampsia, um descolamento prematuro de 
placenta ou um óbito fetal intraútero, por 
exemplo 
✓ Assim, a gestante com HAS sobreposta fica 
internada até chegar na 34ª semana, quando 
será interrompida a gestação 
➢ HIPERTENSÃO GESTACIONAL: 
• O tratamento pode ser à nível ambulatorial, não havendo 
necessidade de internação hospitalar 
• Dieta Normossódica: 
▪ Pois o mecanismo da hipertensão gestacional tem 
relação com a placenta, ao contrário da HAS crônica, 
que necessita de uma dieta hipossódica 
• Pré-natal compartilhado 
• MAPA Pressórico 
• Se níveis Pressóricos PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 
mmHg: 
 METILDOPA 250mg a 2g/dia 
• Interromper a gestação após 37 semanas 
➢ PRÉ-ECLÂMPSIA SEM SINAIS DE GRAVIDADE: 
• Dieta Normossódica 
• Pré-natal quinzenal → no de risco habitual e no de alto 
risco 
• MAPA pressórico 
• Não iniciar Hipotensor! 
▪ Exemplo: não se iniciar hipotensor naquelas mulheres 
que descobriram uma hipertensão após a 20ª semana 
de gestação, sem alterações laboratoriais, sem 
queixas e sem níveis pressóricos com PAS ≥ 160 
mmHg e/ou PAD ≥ 110 mmHg → nesse caso, apenas 
solicita-se o MAPA pressórico e não se prescreve 
hipotensor 
• Interrupção da gestação a partir de 36/37 semanas 
➢ PRÉ-ECLÂMPSIA COM SINAIS DE GRAVIDADE: 
• Internação Hospitalar 
• Estabilizar níveis pressóricos: 
 NIFEDIPINO 
 ou 
 HIDRALAZINA 
• Para evitar eclampsia: 
 SULFATO DE MAGNÉSIO (neuroprotetor) 
• Se gestação entre 24 e 34 semanas → Corticoterapia: 
 BETAMETASONA (preferível) 
 ou 
 DEXAMETASONA 
• Avaliar grau de comprometimento materno-fetal: 
▪ Solicita-se exames laboratoriais e USG com doppler 
▪ Se permanecer estável → a paciente permanece a 
nível hospitalar até a interrupção da gestação (até 34 
semanas) 
• Se a conduta for expectante (gestante com menos de 34 
semanas e com quadro clínico estável) → Iniciar 
Hipotensor (para manter os níveis pressóricos por volta 
de 140x90 mmHg ou menor que isso): 
 METILDOPA 250mg a 2g/dia (é a droga de primeira 
escolha) 
✓ Caso faça-se 2 gramas de Metildopa por dia e 
mesmo assim os níveis pressóricos 
permanecerem altos (PAS > 140 mmHg e/ou PAD 
> 90 mmHg) → associar medicação à Metildopa 
 NIFEDIPINO → associar como 2ª medicação à 
Metildopa, caso não compense apenas com a Metildopa 
 METOPROLOL → associar como 3ª medicação à 
Metildopa e ao Nifedipino 
 
6 HIPERTENSÃO E GESTAÇÃO 
Gizelle Felinto 
 PINDOLOL → associar como 4ª droga à Metildopa, 
Nifedipino e Metoprolol 
• Interrupção da Gestação com 34 semanas 
➢ ECLÂMPSIA: 
• Como a paciente se encontra em crise convulsiva, deve-se: 
▪ Desobstruir as vias aéreas (realizar ABCDE) 
▪ Medicação para retirar a gestante da crise 
convulsiva: 
 SULFATO DE MAGNÉSIO → medicação de 1ª 
escolha 
o É possível de ser administrado em um 
hospital de pequeno porte ou até mesmo na 
ambulância enquanto transporta-se a 
paciente para outro serviço 
 HIDANTAL → medicação de 2ª escolha 
o Faz-se apenas à nível de UTI 
✓ Atenção → FENOBARBITAL e DIAZEPAM, por 
exemplo, não são úteis, pois não tiram essa 
mulher com eclampsia da crise convulsiva 
• Avaliar Batimentos Cardíacos Fetais (BCF) 
• Solicitar exames laboratoriais 
• Interrupção da gestação → deve-se estabilizar a 
paciente e, posteriormente, interromper a gestação, 
independentemente da idade gestacional 
SÍNDROME HELLP 
➢ TRATAMENTO: 
• Interrupção da Gestação → independentemente da 
idade gestacional 
▪ O parto pode ser Normal ou Cesáreo, de acordo com 
cada gestante 
▪ Abaixo de 34 semanas de gestação: 
✓ Deve-se avaliar o colo uterino da mulher → 
Realizar Sulfato de Magnésio + Cesárea nos 
seguintes casos: 
o Índice de Bishop < 5 → significa que ela 
apresenta um colo uterino grosso que vai 
responder tardiamente ao trabalho de parto 
ou 
o Alteração do Dopper 
▪ Acima de 34 semanas de gestação: 
✓ Atendimento na UTI materna 
✓ Controle da crise hipertensiva 
✓ Sulfato de Magnésio 
✓ Realizar avaliação laboratorial a cada 6 a 24 
horas 
✓ Induzir trabalho de parto normal 
➢ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
• Hepatite Aguda 
• Colecistite 
• Pancreatite 
• Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) 
• Fígado gorduroso da gestação (Esteatose Hepática) 
• Púrpura Trombocitopênica → pois pode-se ter 
plaquetopenia 
• Síndrome Hemolítico-Urêmica 
• Choque Séptico ou Hemorrágico 
• Atenção → o que diferencia essas doenças da Síndrome 
HELLP é justamente a hipertensão (PAS ≥ 140 mmHg e/ou 
PAD ≥ 90 mmHg) 
➢ COMPLICAÇÕES DA SÍNDROME HELLP (quando não se 
interrompe a gestação):• Oligúria (47%) 
• Hemorragia (34%) 
• Insuficiência Renal Aguda (20%) 
• Edema Agudo de Pulmão (7%) 
• Óbito Materno (4%) 
CONDUTA NO PÓS-PARTO 
➢ Atenção → a pré-eclâmpsia se estende até as 12 semanas de 
gestação. Após isso, caso a hipertensão continue, considera-se 
que a gestante é hipertensa crônica 
➢ Permanecer com Sulfato de Magnésio até 24 horas pós-
parto: 
• Após a interrupção do parto, deve-se continuar o uso do 
Sulfato de Magnésio, pois ele é neuroprotetor 
• Exemplo: se a gestante começou o uso do Sulfato de 
Magnésio no pré-parto, fez apenas 1 fase da medicação e 
pariu → como são 4 fases da medicação, essa gestante 
deve continuar as 3 fases restantes mesmo após o parto 
➢ Caso a gestante continue com picos hipertensivos → 
Trocar Hipotensor 
• Deve-se trocar a Metildopa por: 
 CAPTOPRIL 25 mg a 150mg/dia 
✓ É a droga de escolha no puerpério 
• Caso o Captopril não melhore os níveis pressóricos, deve-
se associar esse Captopril a: 
 NIFEDIPINO 
• Caso Captopril + Nifedipino não resolvam → associar 3ª 
droga: 
 METOPROLOL 
• Caso não se resolva, deve-se ir associando outras 
medicações até que se consiga melhorar os níveis 
pressóricos da paciente 
➢ Solicitar Exames Laboratoriais: 
• Caso haja alterações, não há necessidade de realizar 
medicações, pois, como é um problema do puerpério, 
espera-se que se resolvam espontaneamente 
• Exemplo: Puérpera que teve Síndrome HELLP 
apresentando: 
▪ Plaquetas = 80.000 → não há necessidade de 
intervir, pois esses níveis irão normalizar lentamente 
e espontaneamente 
▪ Plaquetas < 50.000 → pode-se fazer uso de 
corticoide para melhorar os níveis 
➢ Alta Hospitalar → só pode ser dada quando os exames 
laboratoriais estiverem normalizados e os níveis pressóricos 
estiverem PAS < 160 mmHg e PAD < 110 mmHg!

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