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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI CENTRO DE TECNOLOGIA E URBANISMO - CTU GRADUAÇÃO EM BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA Davi Anderson Vieira Veloso Francisco de Assis Cordeiro de Oliveira Junior ESTUDOS DOS INVERSORES MONOFÁSICOS DE TENSÃO COM MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSO (PWM) E SUAS METODOLOGIAS DE PROJETOS DE FILTROS TERESINA JANEIRO 2020 DAVI ANDERSON VIEIRA VELOSO FRANCISCO DE ASSIS CORDEIRO DE OLIVEIRA JUNIOR ESTUDOS DOS INVERSORES MONOFÁSICOS DE TENSÃO COM MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSO (PWM) E SUAS METODOLOGIAS DE PROJETOS DE FILTROS Trabalho de conclusão de curso apresentada para a disciplina de TCC II, do curso de Bacharelado em Engenharia Elétrica da UESPI. Orientador: Prof°. M.e Reginaldo de Castro Cerqueira Filho. TERESINA JANEIRO 2020 Ficha elaborada pelo Serviço de Catalogação da Biblioteca Central da UESPI Grasielly Muniz Oliveira (Bibliotecária) CRB 3/1067 V432e Veloso, Davi Anderson Vieira. Estudos dos inversores monofásicos de tensão com modulação por largura de pulso (PWM) e suas metodologias de projetos de filtros / Davi Anderson Vieira Veloso, Francisco de Assis Cordeiro de Oliveira Júnior. - 2020. 63f.: il. TCC (graduação) – Universidade Estadual do Piauí - UESPI, Curso Bacharelado em Engenharia Elétrica, Centro de Tecnologia e Urbanismo - CTU, Teresina-PI, 2020. “Orientador(a): Prof. Me. Reginaldo de Castro Cerqueira Filho.” 1. Conversores. 2. Filtros. 3. Inversores. 4. Modulação. I. Oliveira Júnior, Francisco de Assis Cordeiro de. II. Título. CDD: 621.3 ESTUDOS DOS INVERSORES MONOFÁSICOS DE TENSÃO COM MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSO (PWM) E SUAS METODOLOGIAS DE PROJETOS DE FILTROS Davi Anderson Vieira Veloso Francisco de Assis Cordeiro de Oliveira Junior ‘Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Grau de Engenheiro Eletricista, habilitação Eletrotécnica e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual do Piauí.’ Prof. Reginaldo de Castro Cerqueira Filho, M.e Orientador Prof. Juan de Aguiar Gonçalves, M.e Coordenador do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica BANCA EXAMINADORA: Prof. Reginaldo de Castro Cerqueira Filho, M.e Presidente Prof. Fabriciano Louchard da Cunha, Exp. Membro Prof. Patrese Veras Quelemes, M.e Membro RESUMO Os inversores são os dispositivos responsáveis por converter tensão contínua em tensão alternada. As formas de onda da saída não são senóides perfeitas, por isso ao serem injetadas na rede ou carga, podem causar distorções no formato de onda na saída e causar a criação de harmônicos, por isso é necessário a utilização de um sistema de modulação adequado e a utilização de filtros que corrijam as saídas para a obtenção dos valores e condições desejadas. Neste trabalho estão sendo apresentados os mais comuns tipos de inversores monofásicos, que são os de meia-ponte e ponte completa. Com base nas informações das normas, aborda-se os projetos de filtros L, LC e LCL com aplicações em inversores monofásicos. São utilizadas simulações com o software PSIM . Palavras-chave: Conversores; Filtros; Inversores; Modulação. ABSTRACT Inverters are the devices responsible for converting direct voltage to alternating voltage. Output waveforms are not perfect sinusoidal, so when injected into the grid or load, they can cause distortions in the output waveform and create harmonics, so it is necessary to use a proper modulation system and use of filters that correct the outputs to obtain the desired values and conditions. This work presents the most common types of single-phase inverters, half-bridge and full-bridge. The design verification is made using simulations on PSIM software. Keywords: Converters; Filters; Inverters; Modulation. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Circuito inversor PWM, corrente no sentido positivo................................16 Figura 2 - Circuito inversor PWM, corrente no sentido negativo............................16 Figura 3 - Corrente modulada quadrada.................................................................16 Figura 4 - Tensão senoidal, formato da onda.........................................................17 Figura 5 - Tensão senoidal, formato médio da onda..............................................17 Figura 6 - Princípio da modulação PWM senoidal.................................................19 Figura 7 - Princípio da modulação PWM senoidal a dois níveis............................20 Figura 8 - Diferença de potência da saída do inversor ........................................21 Figura 9 - Princípio da modulação PWM senoidal a três níveis............................22 Figura 10 - Etapas da operação de um inversor em meia ponte...........................24 Figura 11 - Circuito por ponte completa, funcionamento de acordo com o chaveamento.........................................................................................................26 Figura 12 - Forma de onda distorcida e sua decomposição.................................27 Figura 13 - Inversor Sungrow SG6K-D instalada..................................................34 Figura 14 - Circuito comparador utilizado para modulação de dois níveis no inversor de meia ponte..........................................................................................39 Figura 15 - Circuitos comparadores utilizado para modulação de três níveis no inversor de ponte completa...................................................................................40 Figura 16 - Circuito inversor de meia ponte com modulação de dois níveis.........42 Figura 17 - Circuito inversor de meia ponte conectado à rede com modulação de dois níveis.............................................................................................................43 Figura 18 - Circuito inversor com Filtro L conectado à rede com modulação de dois níveis....................................................................................................................45 Figura 19 - Circuito inversor de meia ponte com Filtro LC...................................48 Figura 20 - Circuito inversor com modulação de três níveis................................49 Figura 21 - Inversor de ponte completa com modulação de três níveis conectado à rede...................................................................................................................51 Figura 22 - Inversor em ponte completa com Filtro L...........................................53 Figura 23 - Circuito inversor em ponte completa com modulação de três níveis e Filtro LC................................................................................................................56 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Formas de ondas nas entradas e saídas do circuito de modulação de dois níveis ...........................................................................................................39 Gráfico 2 - Formas de ondas nas entradas e saídas do circuito de modulação de três níveis ............................................................................................................41 Gráfico 3 - Onda de tensão da saída do circuito .................................................42 Gráfico 4 - Onda de tensão da saída do inversor conectado à rede ...................44 Gráfico 5 - Ampliação do Gráfico 4 ....................................................................44 Gráfico 6 - Tensão de saída primeira metodologia .............................................46Gráfico 7 - Tensão de saída segunda metodologia ............................................47 Gráfico 8 - Tensão de saída Filtro LC .................................................................48 Gráfico 9 - Tensão de saída do inversor .............................................................50 Gráfico 10 - Ampliação do primeiro semiciclo da gráfico do Gráfico 6 ...............50 Gráfico 11 - Tensão de saída do inversor conectado à rede ..............................52 Gráfico 12 - Ampliação do Gráfico 11 .................................................................52 Gráfico 13 - Tensão de saída do inversor com Filtro L dimensionado pela primeira metodologia ........................................................................................................54 Gráfico 14 - Gráfico da saída do inversor com Filtro L dimensionado pela segunda metodologia ........................................................................................................55 Gráfico 15 - Gráfico da tensão de saída do inversor com modulação de três níveis com Filtro LC .......................................................................................................56 LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ABNT : Associação Brasileira de Normas Técnicas A: Ampere ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica BJT: Bipolar Junction Transistor - Transistor de Junção Bipolar CA: Corrente Alternada CC: Corrente Contínua DHI: Distorção Harmônico Individual DHT: Distorção Harmônico Total GOT: Gate-Turnoff Thyristor, ou Tiristor de Desligamento por Porta GTO: Gate Turn Off, ou Desligamento pelo Gate H: Henry HZ: Hertz IEEE: Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos IGBTs: Insulated Gate Bipolar Transistor, ou Transistor Bipolar de Porta Isolada MOSFET: Metal-Oxide Semiconductor Fild-Effect Transistor, ou Transistor de Efeito de Campo Metal-Oxido-Semicondutor NBR: Norma Reguladora Brasileira SCR: Silicon Controlled Rectiffier, ou retificador controlado por silício SF: Sistemas Fotovoltaicos TCC: Trabalho de Conclusão de Curso V: Volts SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ............................................................................................5 LISTA DE GRÁFICOS .........................................................................................6 LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS.........................................................7 CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ..........................................................................11 1.1 JUSTIFICATIVA ......................................................................................11 1.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA .....................................................12 1.3 OBJETIVOS .............................................................................................13 1.3.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................... ...13 1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .........................................................13 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................13 1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...........................................................14 CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................15 2.1 INVERSORES DE TENSÃO.....................................................................15 2.1.1 FUNCIONAMENTO DO INVERSOR DE TENSÃO........................15 2.1.2 INVERSORES MODULADOS POR LARGURA DE PULSO (PWM)............................................................................................15 2.1.2.2 MODULAÇÃO DE DOIS E TRÊS NÍVEIS ............... ..............18 2.1.2.2 MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSOS SENOIDAL .....18 2.1.2.3 MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSOS SENOIDAL A DOIS NÍVEIS...............................................................................20 2.1.2.4 MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSOS SENOIDAL A TRÊS NÍVEIS..............................................................................21 2.2 INVERSOR MONOFÁSICO DE EM MEIA PONTE ................................22 2.3 INVERSOR MONOFÁSICO DE PONTE COMPLETA..............................24 2.4 COMPORTAMENTO HARMÔNICO.........................................................26 2.4.1 DEFINIÇÃO DE HAMÔNICOS .............................................. ......26 2.4.2 PRINCIPAIS FONTES DE HARMÔNICOS ..................................27 2.4.3 EFEITOS DOS HARMÔNICOS........................................................28 2.4.4 TAXA DE DISTORÇÃO HARMÔNICA.............................................28 CAPÍTULO 3 – MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO.......................................30 3.1 MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO E APLICAÇÕES DE FILTROS L E LC...............................................................................................30 3.2 MÉTODOS DE PROJETO PARA FILTRO L ..........................................30 3.2.1 PRIMEIRA METODOLOGIA ......................................................... .30 3.2.2 SEGUNDA METODOLOGIA.........................................................31 3.3 FILTRO LC...............................................................................................33 3.4 EXEMPLOS DE PROJETO......................................................................34 3.4.1 PRIMEIRA METODOLOGIA – SISTEMA MONOFÁSICA COM MODULAÇÃO DE TRÊS NÍVEIS, SEGUNDO MACCARINI, 2009........35 3.4.2 PRIMEIRA METODOLOGIA – SISTEMA MONOFÁSICA COM MODULAÇÃO A DOIS NÍVEIS, SEGUNDO MACARRINI, 2009.............35 3.4.3 SEGUNDA METODOLOGIA – SISTEMA MONOFÁSICA COM MODULAÇÃO A TRÊS NÍVEIS, SEGUNDO NARDI ET AL.,2014..........36 3.4.4 SEGUNDA METODOLOGIA – SISTEMA MONOFÁSICA COM MODULAÇÃO A DOIS NÍVEIS, SEGUNDO NARDI ET AL.,2014...........36 3.4.5 MÉTODOLOGIA MARTINS; BARBI, 2008......................................36 CAPÍTULO 4 – RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES........................................38 4.1 SIMULAÇÕES.........................................................................................38 4.2 CIRCUITOS DE MODULAÇÃO ............................................................38 4.2.1 PWM DE DOIS NÍVEIS................................................................38 4.2.2 PWM DE TRÊS NÍVEIS...............................................................40 4.3 CIRCUITOS INVERSOR DE MODULAÇÃO DE DOIS NÍVEIS..............41 4.3.1 NÃO CONECTADO À REDE.........................................................41 4.3.2 CONECTADO À REDE..................................................................43 4.3.3 CONECTADO À REDE COM FILTRO.........................................45 4.3.3.1 FILTRO L (PRIMEIRA METODOLOGIA)............................45 4.3.3.2 FILTROS L (SEGUNDA METODOLOGIA).........................46 4.3.3.3 FILTRO LC..........................................................................47 4.4 CIRCUITOS INVERSOR COM MODULAÇÃO DE TRÊS NÍVEIS.........48 4.4.1 NÃO CONECTADO À REDE.......................................................48 4.4.2 CONECTADO À REDE...............................................................51 4.4.3 CONECTADO À REDE COM FILTRO........................................53 4.4.3.1 FILTRO L (PRIMEIRA METODOLOGIA)............................53 4.4.3.2 FILTRO L (SEGUNDA METODOLOGIA)............................54 4.4.3.3 FILTRO LC......................................................................... 55 CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO .........................................................................57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................59ANEXO A – DATASHEET DO INVERSOR SUNGROW SG46K-D.................61 11 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 Justificativa Com o passar dos anos a corrente contínua vem tomando espaço tanto na geração de energia elétrica através das usinas de energia fotovoltaica, quando na transmissão de linhas de alta tensão. Mas a transmissão e a distribuição de energia elétrica nas cidades fazem com que a energia que chegue nas casas ainda seja exclusivamente de corrente alternada, fazendo com que seja necessário a utilização de um conversor que converta a corrente contínua (CC) em corrente alternada (CA) (PULPO, 2015). Quando os conversores transformam níveis de tensão CC em CA, estes são chamados de inversores. Utilizando a modulação de largura de pulso (PWM - do inglês Pulse Width Modulation) para modular uma tensão CC, com a utilização de chaves semicondutoras, os inversores sintetizam formas de onda senoidais. A frequência de modulação das chaves, se comparada com a frequência da onda senoidal que se deseja sintetizar, é considerada de alta frequência. Essa modulação em alta frequência faz com que se tenha uma redução de perdas no inversor mas, por outro lado, ela gera um conteúdo harmônico que precisa ser revisado por uma filtragem ou do contrário, irá degradar a qualidade da energia, uma vez que dependendo da aplicação, poderá ser injetado na rede ou servirá como fonte de tensão que irá alimentar uma carga crítica (AHMED, 2000). Às perdas e interferências eletromagnéticas que surgem das distorções harmônicas, podem causar a redução da vida útil de máquinas girantes, aquecimento de transformadores, queima de banco de capacitores, ressonâncias, interferência nos dispositivos de proteção e erros nas medidas de potência (AHMED, 2000). Uma das técnicas usadas para a redução das distorções harmônicas nos inversores é a utilização de filtros que são conectados em suas saídas. São objetos desse trabalho dois tipos de filtros passivos: do tipo L e do tipo LC, isto é, filtro indutivo e filtro indutivo-capacitivo respectivamente (PULPO, 2015). 12 O filtro L, como o nome já sugere, é um filtro indutivo, em que a indutância é calculada de modo a atenuar as distorções de corrente na saída do inversor, os tipos de filtros indicados para conversores são as que possuam saída em corrente, para isso devem ser conectados em série na saída e os filtros tipo L costumam ser de primeira ordem. O filtro LC é um filtro indutivo-capacitivos, que costumam ser utilizados em conversores com saídas em tensão, mas também podem ser utilizados em conversores com saída em corrente, dependendo do espectro harmônico e da amplitude das componentes harmônicas. Para inversores com saída em tensão, o uso de um filtro LC fornece maior atenuação dos harmônicos da forma de onda de tensão a ser sintetizada. Para saída em corrente e o ponto de conexão da saída do conversor tenha uma característica indutiva, pode se utilizar o filtro LC no lugar de um filtro L para que se tenha maior atenuação. Entretanto, para inversores conectados à rede, esse não se mostra a melhor opção, basicamente por dois problemas: a frequência de ressonância é muito suscetível a impedância no ponto de conexão e a corrente de carga durante a conexão com a rede é elevada. Os filtros LC são filtros de segunda ordem (PULPO, 2015). 1.2 Caracterização do Problema Podem ser encontrados sem grandes dificuldades em livros e materiais digitais, uma grande abrangência de literatura técnica a respeito do funcionamento, aplicação e projeto de inversores de todos os tipos, mas todo inversor necessita de um filtro de acoplagem e esses já não são tão fáceis de se encontrar em uma forma sistemática sendo suas especificações dos elementos encontrada de maneira muito dispersa, criando assim muita dificuldade para realizar o projeto de um inversor. Procedimentos de projetos de filtros para inversores com máximo detalhamento são então necessários para que se possa escolher qual o tipo de filtro e parâmetros mais adequados para se acoplar a saída de um inversor, uma vez que esses filtros determinam parte dos modelos matemáticos utilizados para o controle de tais equipamentos. Assim o correto dimensionamento vai garantir que a distorção harmônica total da tensão ou da corrente seja corretamente reduzida e que o volume e custo do inversor sejam melhor definidas. 13 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Este trabalho tem como objetivo o estudo e desenvolvimento de metodologias de projeto de filtros de acoplamento do tipo L e LC para inversores monofásicos. 1.3.2 Objetivos Específicos Com base nesse objetivo geral, também serão abordados os seguintes objetivos específicos: • Entender o funcionamento, configurações e principais características dos circuitos inversores tal qual suas técnicas de modulação; • Sumarizar técnicas de projetos para filtros L e LC. • Exemplificar os projetos de filtros utilizando as técnicas estudadas; • Realizar a simulação computacional dos filtros projetados para a verificação da metodologia de projeto. As normas definem limites de distorção harmônica toleráveis em diferentes ocasiões de operação dos inversores estudados, por isso sua inclusão no trabalho, mesmo elas não dizendo a respeito dos projetos de filtros, porém são importantes e tem impacto direto neste. Após o projeto dos filtros, os resultados de simulação serão confrontados com especificações descritas nestas normas para se verificar a eficácia das metodologias de projeto apresentadas. 1.4 Procedimentos Metodológicos Inicialmente é realizada uma revisão bibliográfica sobre os inversores, modulação, bem como dos parâmetros relacionados ao comportamento harmônico. Em seguida, são apresentadas as metodologias de projetos de filtros e exemplificações. Por fim, são apresentados os resultados obtidos com as simulações e será realizada uma análise de como as variações das características de modulação e filtros afetam o comportamento harmônico dos inversores. 14 1.5 Organização do Trabalho O trabalho está organizado em cinco capítulos: O capítulo de introdução descreve a justificativa e caracterização do problema, objetivo geral, objetivos específicos e a organização do trabalho. O capítulo dois descreve o funcionamento dos inversores e suas principais características. O capítulo três são apresentadas, de forma sistematizada, as metodologias e exemplificações de projeto dos filtros estudados. No capítulo quatro são realizadas as simulações computacionais utilizadas para a verificação dos projetos. O capítulo cinco conclui o trabalho. 15 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Inversores de Tensão 2.1.1 Funcionamento do Inversor de Tensão Conversores CC em CA são conhecidos como inversores e consistem converter uma tensão de entrada CC em uma tensão de saída CA simétrica de amplitude e frequência desejada. A tensão de saída pode ser fixa ou variável em uma frequência também fixa ou variável. A tensão variável de saída pode ser obtida variando-se a amplitude da tensão CC de entrada e mantendo o ganho do inversor constante. Por outro lado, se a tensão CC de entrada for fixa e não-controlável, a tensão variável de saída pode ser obtida pela variação do ganho do inversor, a qual é normalmente realizada pelo controle de modulação por largura de pulso dentro do inversor. O ganho do inversor pode ser definido como a relação entre a tensão de saída CA e a tensão de entrada CC (HAMED, 2000). 2.1.2 Inversores Modulados por Largura de Pulso (PWM) Inversores obtém uma saída de energia senoidal a partir de uma entrada de energia. A corrente alternada, periodicamente inverte sua direção e por essa razão, o valor médio de uma corrente alternada em um ciclo será zero. Antes de se entender como é feita a produção do sinal da onda, deve se entender comouma corrente alternada de onda quadrada é produzida (HAMED, 2000). Os inversores antigos costumam produzir simples ondas quadradas em suas saídas como mostra na Figura 3, e o circuito é mostrado nas Figuras 1 e 2, ele funciona com quatro chaves e uma tensão de alimentação, esse circuito é conhecido como inversor em Ponte completa, a saída é desenhada entre os pontos A e B, entres eles é colocada uma carga hipotética. Percebe-se que a corrente flui quando a chave S1 e esse S4 estão ligados, e S2 e S3 estão desligados, para a corrente fluir no sentido contrário, liga-se e desliga-se as chaves contrárias. Esta é uma técnica básica e produz uma corrente alternada na forma de um quadrado (EASIER, 2017). 16 Figura 1 - Circuito Inversor PWM, corrente no sentido positivo. Fonte: (EASIER, 2017). Figura 2 - Circuito Inversor PWM, corrente no sentido negativo. Fonte: (EASIER, 2017). Figura 3 - Corrente modulada quadrada. Fonte: (EASIER, 2017). 17 Para se obter uma onda senoidal pura, utiliza-se o PWM. A lógica é simples, ele gera a tensão CC na forma de pulso em diferentes larguras, nas regiões onde precisamos de amplitude maiores, ele gerará pulsos com larguras maiores como mostrado na Figura 4 (EASIER, 2019). Figura 4 – Tensão senoidal, formato da onda. Fonte: (EASIER, 2017). Pegando a média desses pulsos em um pequeno espaço de tempo, a configuração da média dos pulsos é bem similar a curva da onda senoidal, quanto mais fino os pulsos, melhor será a forma da senóide. A média dos pulsos ficam na forma como é mostrado no gráfico em azul na Figura 5 (EASIER, 2017). Figura 5 – Tensão senoidal, formato médio da onda. Fonte: (EASIER, 2017). 18 2.1.2.1 Modulação de Dois e Três Níveis A técnica correta de modulação utilizado em um inversor, promove uma redução mais eficiente no conteúdo harmônico, também possibilita o controle da tensão de saída do inversor. Segundo Martins e Barbi (2008, p.311) “Pode-se dizer que o controle da tensão de saída através das técnicas de modulação ou defasagem é efetuado por meio do ajuste do intervalo de condução das chaves estáticas controladas, em relação ao período de comutação”. Serão utilizados dois tipos de modulação neste trabalho: modulação PWM senoidal a dois níveis e modulação PWM senoidal a três níveis. 2.1.2.2 Modulação por Largura de Pulsos Senoidal A modulação por largura de pulsos senoidal é feita através da comparação entre um sinal de referência de baixa frequência que se deseja reproduzir (normalmente o sinal de rede) com uma onda portadora triangular de alta frequência. O formato da onda produzida através dessa comparação pode ser visto na Figura 6. Quando a tensão de referência é maior que a tensão da portadora, a saída do PWM estará em nível alto, e quando a tensão de referência for menor que a portadora, a saída terá nível lógico baixo (NOVELIN, 2017). No primeiro gráfico da Figura 6, estão sobrepostos os formatos da onda de referência e da onda portadora, com a onda de referência identificada como Vseno, sendo ela senoidal e de baixa frequência, enquanto a onda portadora, identificada na Figura 6 como Vtri, é uma onda triangular de alta frequência. Através da comparação entre esses dois sinais, sendo essa comparação normalmente feita por um amplificador operacional, é gerada uma forma de onda quadrada de largura de pulso variável, como mostrado no segundo gráfico, que representa o formato de onda da tensão que é gerado na saída do modulador PWM senoidal. Esse formato de onda da saída do PWM, quando aplicado ao circuito do inversor, gera na carga uma onda senoidal de frequência igual à onda de referência utilizada no PWM, em que a frequência de onda da referência determina a frequência do componente fundamental de tensão da saída, enquanto a frequência da portadora define a frequência de comutação das chaves estáticas (NOVELIN, 2017). 19 Figura 6 - Princípio da modulação PWM senoidal. Fonte: (MARTINS; BARBI. 2008, p.333). Segundo Martins e Barbi (2008, p.332), isso faz com que o aumento da frequência da onda portadora haja um aumento de frequência no chaveamento, o que facilita a filtragem dos harmônicos devido seu deslocamento para frequências mais altas. Apesar disso, devido a capacidade limitada da frequência de chaveamento que todo dispositivo de comutação não ideal possui, o limite para aumentar a frequência da portadora não é infinito e deve-se considerar o aumento das perdas por comutação do conversor. 20 2.1.2.3 Modulação por Largura de Pulsos Senoidal a Dois Níveis A partir da comparação entre a onda de referência e da onda portadora, o PWM apresentará em sua saída uma onda quadrada de largura de pulso variável. Essa saída do PWM será utilizada para controle do tempo de condução das chaves do circuito do inversor (NOVELIN, 2017). A Figura 7 representa as formas de onda do PWM senoidal a dois níveis. No primeiro gráfico tem-se a onda de referência Vseno e a onda triangular Vtri. Quando são comparadas e a saída do PWM é aplicada as chaves, a forma de onda na saída do inversor será a representada no segundo gráfico, em que a tensão varia entre +E e −E, ou seja, com a modulação PWM senoidal de dois níveis, o formato da onda na saída no inversor é igual ao formato da onda na saída do circuito modulador, mas com o pico de tensão na saída do inversor sendo definida pelo valor da tensão CC, a alimentação E do inversor que se deseja converter para CA (NOVELIN, 2017). Figura 7 - Princípio da modulação PWM senoidal a dois níveis. Fonte: (MARTINS; BARBI. 2008, p.335). Esse tipo de modulação é chamado de modulação a dois níveis pela tensão de saída assumir somente dois valores, +E e −E. 21 2.1.2.4 Modulação por Largura de Pulsos Senoidal a Três Níveis O princípio de funcionamento do PWM senoidal a três níveis utiliza o mesmo princípio de comparação entre formas de onda do PWM senoidal a dois níveis. No entanto, na modulação por largura de pulsos senoidal a três níveis existem dois sinais senoidais de referência, Vseno1 e Vseno2, defasados 180º (MARTINS; BARBI. 2008). Para esse tipo de modulação, utiliza-se dois comparadores, um com uma onda senoidal normal Vseno1 e outro com a onda invertida Vseno1 e ambos com a mesma onda portadora triangular, isso faz com que a onda criada na saída de cada um dos comparadores seja igual a mostrada na Figura 8, sendo o gráfico Va a saída do comparador com a onda senoidal sem defasamento, e o gráfico Vb a saída do comparador com a onda de referência defasada 180 graus. A saída dos comparadores são ligadas nas chaves comutadoras no circuito do inversor de forma que o sinal de um dos seus potenciais seja igual ao sinal Va e a outra potência de saída igual ao sinal Vb, tendo a diferença de potencial na saída do inversor, igual ao sinal mostrado na Figura 8 (MARTINS; BARBI. 2008). Figura 8 - Diferença de potência da saída do inversor. Fonte: (EASIER, 2017). Na Figura 9 estão representadas no primeiro gráfico as formas de onda da onda portadora triangular Vtri e as ondas de referência Vseno1 e Vseno2, defasadas 180º. No segundo gráfico está representada a forma de onda na saída do inversor, que varia entre +E, 0 e −E (MARTINS; BARBI. 2008). 22 Figura 9 - Princípio da modulação PWM senoidal a três níveis. Fonte: (MARTINS; BARBI. 2008, p.340). Segundo Martins e Barbi (2008, p.339), a vantagem da modulação de três níveis em relação à de dois níveis é que o número de pulsos porsemiperíodo gerado na modulação de três níveis é o dobro, elevando ainda mais a frequência dos harmônicos na tensão de saída, facilitando a aplicação de filtros. 2.2 Inversor Monofásico em Meia Ponte Inversor em meia ponte, usado para aplicações de baixa potência, é o alicerce básico dos circuitos inversores, a Figura 10 mostra uma configuração de inversor monofásico em meia ponte que utiliza duas chaves controláveis (s1 e s2), duas não controláveis (D1 e D2) e duas fontes de alimentação CC. Os dispositivos de chaveamento s1 e s2 podem ser um transistor de potência, um BJT (bipolar junction transistor - transistor de junção bipolar) ou um MOSFET (metal-oxide semiconductor fild-effect transistor – transistor de efeito de campo metal-oxido- semicondutor), um tiristor GOT (gate-turnoff thyristor – tiristor de desligamento por porta) ou um SCR (silicon controlled rectiffier). Os dispositivos de chaveamento D1 e D2 são diodos utilizados para o retorno de corrente (TIGGEMANN, 2008). 23 São apresentadas a seguir as etapas de operação de um inversor em meia ponte, sendo no caso de uma carga puramente resistiva, só existirão as etapas 1 e 3, e no caso de uma carga com características indutivas, as etapas 2 e 4 são adicionadas (TIGGEMANN, 2008). 1a Etapa (Figura 10a): Nesta etapa a chave semicondutora S1 conduz a corrente de carga enquanto a chave s2 se encontra aberta. A tensão na carga é igual a +E. Durante esta etapa a fonte entrega energia à carga. A corrente io cresce exponencialmente (TIGGEMANN, 2008). 2a Etapa (Figura 10b): Em t=T/2 as chaves semicondutoras S1 e S2 são bloqueadas, provocando a imediata condução do diodo D2. Na literatura esta etapa é conhecida como de etapa de roda-livre. A tensão na carga é -E e a corrente io decresce exponencialmente (TIGGEMANN, 2008). 3a Etapa (Figura 10c): Quando a corrente io se anula a chave semicondutora s2 entram em condução. A corrente io cresce exponencialmente em sentido contrário ao da primeira etapa. A tensão na carga continua sendo –E. Nesta etapa a fonte entrega energia à carga (TIGGEMANN, 2008). 4a Etapa (Figura 10d): Em t=T as chaves semicondutoras S1 e S2 são bloqueadas, provocando a imediata condução do diodo D1 (roda-livre). A corrente de carga io decresce exponencialmente. A tensão na carga é agora +E (TIGGEMANN, 2008). Esta etapa é finalizada quando a corrente io se anula e a chave semicondutora S1 entra em condução, reiniciando a primeira etapa (TIGGEMANN, 2008). Com a utilização da modulação de dois níveis para o controle de comutação das chaves desse circuito inversor, sendo a saída do comparador ligada direta à chave s1 e ligada à chave s2 por meio de uma porta logica inversora, o formato da onda em cima da carga será igual ao mostrado na Figura 7 sendo os valores de +E e -E definidos pelos valores das fontes CC (TIGGEMANN, 2008). 24 Figura 10 - Etapas da operação de um inversor em meia ponte. Fonte: (TIGGEMANN, 2008). 2.3 Inversor Monofásico de Ponte Completa A topologia estudada a seguir é o inversor monofásico de tensão tipo ponte completa com modulação PWM senoidal. Essa topologia aliada à técnica de modulação é capaz de produzir uma tensão de saída senoidal de valor médio nulo, simétrica em amplitude e frequência constante (RASHID,1999). Os níveis de tensão ou de corrente de saída podem ser fixos ou variáveis, assim como sua frequência de operação. As formas de onda na saída dos inversores são normalmente não senoidais (retangulares) apresentando alto conteúdo harmônico. Felizmente, com o desenvolvimento atual dos dispositivos semicondutores de potência de alta velocidade, o conteúdo harmônico das formas de onda de saída dos conversores CC-CA pode ser minimizado, e em muitos casos reduzido significativamente, utilizando técnicas específicas de modulação e filtragem (RASHID,1999). As chaves estáticas são controladas tanto na entrada em condução como no bloqueio, sendo que para potências elevadas são recomendados o uso de IGBTs ou GTOs. Em potências muito mais elevadas (acima de 1MVA) é normalmente empregado tiristores e, nessas situações, circuitos de comutação forçada são 25 necessários. Dentre as várias topologias existentes, a estrutura em ponte completa é a mais utilizada e adequada para potências elevadas, por possuir características interessantes em relação a esforços de corrente e tensão, dentre outros fatores. O inversor tipo ponte completa possui esse nome devido à estrutura física desse inversor, cujo diagrama esquemático é mostrado na Figura 11, que utiliza oito semicondutores de potência, sendo quatro controlados (IGBT’s, MOSFET’s e etc) e quatro não controlados (diodos). Esse conversor é composto por dois braços e cada braço é composto por dois interruptores e seus respectivos diodos em antiparalelo (RASHID,1999). São apresentadas a seguir as etapas de operação de um inversor em ponte completa, com carga de característica RL (TIGGEMANN, 2008). 1a Etapa (Figura 11a): Nesta etapa as chaves semicondutoras S1 e S2 conduzem a corrente de carga. A tensão na carga é igual a +E. Durante esta etapa a fonte entrega energia à carga RL. A corrente io cresce exponencialmente (TIGGEMANN, 2008). 2a Etapa (Figura 11b): Em t=T/2 as chaves semicondutoras S1 e S2 são bloqueadas, provocando a imediata condução dos diodos D3 e D4. Na literatura esta etapa é conhecida como de etapa de roda-livre. A tensão na carga é -E e a corrente io decresce exponencialmente (TIGGEMANN, 2008). 3a Etapa (Figura 11c): Quando a corrente io se anula as chaves semicondutoras S3 e S4 entram em condução. A corrente io cresce exponencialmente em sentido contrário ao da primeira etapa. A tensão na carga continua sendo –E. Nesta etapa a fonte entrega energia à carga (TIGGEMANN, 2008). 4a Etapa (Figura 11d): Em t=T as chaves semicondutoras S3 e S4 são bloqueadas, provocando a imediata condução dos diodos D1 e D2 (roda-livre). A corrente de carga io decresce exponencialmente. A tensão na carga é agora +E. Esta etapa é finalizada quando a corrente io se anula e a chaves semicondutoras S1 e S2 entram em condução, reiniciando a primeira etapa (TIGGEMANN, 2008). Com a utilização da modulação de três níveis para o controle de comutação das chaves desse circuito inversor, sendo a saída do comparador ligada direta à chave s1 e ligada à chave s3 por meio de uma porta logica inversora, e outro comparador ligado diretamente à chave s2 e ligada à chave s4 por meio de um 26 inversor o formato da onda em cima da carga será igual ao mostrado na Figura 9 sendo os valores de +E e -E definidos pelos valores das fontes CC (TIGGEMANN, 2008). Figura 11 – Circuito por ponte completa, funcionamento de acordo com o chaveamento. Fonte: (TIGGEMANN, 2008). 2.4 Comportamento Harmônico 2.4.1 Definição de Hamônicos Segundo Dugan, Mcgranaghan, Beaty e Santoso (2002, p. 25), os harmônicos são tensões ou correntes senoidais múltiplas da corrente designada para operação (denominada frequência fundamental). Para facilitar a análise de uma onda distorcida devido aos harmônicos, utiliza- se a transformada de Fourier, que decompõe o sinal distorcido em várias ondas senoidais na qual as suas frequências são múltiplas da frequência fundamental e para que quando somadas, as ondas resultam no sinal original, cada onda possui uma amplitude especifica. É mostrado na Figura 12 um sinal de onda com componentes harmônicas e sua decomposição em frequências múltiplas da fundamental. Lembrado que os harmônicos não existem fisicamente no circuito, o que existe é uma forma de onda periódica distorcida que quando decomposta através da série 27 de Fourier é representada pelos harmônicos. Figura 12 -. Forma de onda distorcida e sua decomposição. Fonte: DUGAN, MCGRANAGHAN, BEATYE SANTOSO (2002, p.170). 2.4.2 Principais Fontes de Harmônicos As distorções harmônicas são causadas por cargas não lineares, ou seja, essas cargas não possuem uma relação linear entre tensão e a corrente como cargas resistivas, capacitivas e indutivas. As principais cargas não lineares e, portanto, maiores fontes de harmônicos, são os equipamentos elétricos e eletrônicos que possuem componentes não lineares tais como: diodos, transistores, chaves manuais entre outros. Dentre esses equipamentos estão os retificadores monofásicos, presentes em computadores, televisores e micro-ondas, e também os inversores de frequência, utilizados tanto para alimentação de motores quanto na conexão de painéis fotovoltaicos à rede elétrica (PUPO, 2015). Os dispositivos a arco, por sua vez, utilizados na fundição de metais por meio do calor gerado por um arco elétrico, também são grandes geradores de harmônicos no sistema elétrico. 28 2.4.3 Efeitos dos Harmônicos Há diversos efeitos maléficos aos equipamentos elétricos que os harmônicos podem causar como provocar um mau funcionamento aos equipamentos e também reduzir sua vida útil. Nas máquinas girantes, eles podem causar um aumento das perdas e consequentemente da temperatura e perda de força, e também um torque pulsante. Os harmônicos também podem levar os transformadores a ter um aumento em sua temperatura pois eles causam o aumento da corrente eficaz nas linhas de transmissão e cabos (PUPO, 2015). Nos capacitores utilizados para correção do fator de potência, os harmônicos de maior ordem reduzem a vida útil deles, uma vez que esse tipo de harmônicos encontram um caminho de menor impedância por eles, fazendo assim aumentar as perdas ôhmicas (PUPO, 2015). Além disso, podem causar erros de medição em equipamentos que não consideram a distorção da forma de onda e mau funcionamento de relés de proteção e em equipamentos dos consumidores finais. Os principais efeitos nos consumidores finais são a mudança de tamanho de imagem e brilho em televisores de tubo, possível ressonância em lâmpadas de mercúrio e fluorescentes e mau funcionamento de computadores (PUPO, 2015). 2.4.4 Taxa de Distorção Harmônica É importante saber o quanto uma onda está distorcida devido aos harmônios em comparação com uma onda perfeitamente senoidal, para isso foi criado a taxa de distorção harmônica, uma formula que permite que seja possível fazer essa relação, sendo possível ser calculado para um determinado harmônico, ou para todos os harmônicos do circuito (PUPO, 2015). A distorção harmônica individual, ou DHI, é a relação entre o valor de uma componente harmônica de determinada ordem e o valor da componente fundamental. É definida pela equação (1) (PUPO, 2015): 𝐷𝐻𝐼 = Xh X1 (1) 29 Em que: Xh é o valor eficaz da tensão ou corrente harmônica de ordem h; X1 é o valor eficaz da tensão ou corrente na frequência fundamental. O DHT, ou taxa de distorção harmônica total, é a relação entre os valores das componentes harmônicas e o valor da componente fundamental, definida pela equação (2) (PUPO, 2015): 𝑇𝐻𝐷 = √∑ 𝑋𝑛 2∞ 𝑛=2 𝑋1 (2) Em que: Xn é o valor eficaz da tensão ou corrente na frequência de ordem n; X1 é o valor eficaz da tensão ou corrente na frequência fundamental. Para a análise do DHT foi adotada como referência a ABNT NBR 16149, Sistemas Fotovoltaicos (SF) – Características da Interface de conexão com a rede elétrica de distribuição, que estabelece as recomendações específicas para a interface de conexão entre os sistemas fotovoltaicos e a rede de distribuição de energia elétrica e estabelece seus requisitos, sendo aplicável aos sistemas fotovoltaicos que operam em paralelo com a rede de distribuição. Quanto à distorção de corrente, a norma ABNT NBR 16149 define que “A distorção harmônica total de corrente deve ser inferir a 5% em relação à corrente. Quanto a distorção da tensão, a recomendação (não é uma norma) produzida pela IEEE - 519 quis que para os sistemas de distribuição, com tensão entre 69kv e 120v a DHT não pode ser superior a 5%. 30 CAPÍTULO 3 METODOLOGIAS DE DIMENSIONAMENTO 3.1 Metodologia de dimensionamento e aplicações de Filtros L e LC As aplicações para os filtros dos tipos L e LC para saída de inversores, são facilmente encontrados em diversas fontes de livros e trabalhos. Por outro lado, há poucas fontes que mostram com detalhamento como se projeta esses filtros. Assim, este capítulo apresenta metodologias de projeto para os filtros L e LC para a saída de inversores e exemplificações aplicando essas metodologicas. 3.2 Metodologia de Projeto para Filtro L A primeira metodologia apresentada neste capítulo será do projeto de filtro L para saída de um inversor monofásico com modulação de dois e três níveis conectado à rede, essa metodologia é descrita no trabalho de (MACCARINI, 2009). Essa metodologia faz uma relação entre a razão cíclica (D) em função do índice de modulação (M), para meio período da componente fundamental de tensão, dando o valor da indutância Lf a partir do índice de modulação. A segunda metodologia empregada também apresenta um projeto de filtro L para saída de inversor monofásico conectado à rede, com modulação a dois e três níveis, sendo essa metodologia descrita no trabalho de (NARDI et al., 2014). Essa metodologia relaciona a ondulação de corrente no indutor em função da distorção harmônica total de corrente (DHTi) desejada. Assim, o valor da indutância Lf é obtido a partir da distorção harmônica total de corrente (DHTi). 3.2.1 Primeira Metodologia A fórmula considera um inversor monofásico em ponte completa acoplado à rede através do filtro L. Para o desenvolvimento dela, partiu-se da tensão nominal do barramento CC 31 (VCC) e da tensão da rede (V0(t)). Com isso, obtém-se o valor do índice de modulação (M) e, com base nesse valor, determina-se a razão cíclica (D), em função do ângulo de meio período da tensão da rede elétrica. Desse modo, é calculada a indutância do filtro em função dos valores obtidos (MACCARINI, 2009). Para modulação de três níveis chega-se a seguinte fórmula: 𝐿𝑓 = ΔILfmax x VCC 2 x ΔILf x fs (3) Sendo: ΔILfmax = Máxima Variação da Corrente no Indutor. VCC = Fonte de Entrada. ΔILf = Variação de Corrente no Indutor. fs = Frequência de Chaveamento. Lf = Indutância. Para modulação de dois níveis chega-se a seguinte fórmula: 𝐿𝑓 = 0,5 𝑥 𝑉𝑐𝑐 ΔILf x fs (4) Sendo: Lf = Indutância. VCC = Fonte de Entrada. ΔILf = Variação de Corrente no Indutor. Fs = Frequência de Chaveamento. 3.2.2 Segunda Metodologia A segunda metodologia foi pensada em diminuir a necessidade de reprojeção de filtros, uma vez que os procedimentos de projetos de filtros são realizados a partir de uma ondulação desejada para a corrente no indutor que depois de checada em simulação verifica-se se DHTi máxima atendida. E quando não é atendida, o filtro é reprojetado. A metodologia proposta por (NARDI et al., 2014) parte da especificação da DHTi, procura evitar o reprojeto do filtro. Neste método, parte-se da DHTi desejável e da corrente fundamental I1 mínima a ser injetada na 32 rede. A partir destes dados, se obtém o valor de corrente harmônica RMS Ihrms. Com base na Ihrms, se determina o valor máximo de pico de ondulação de corrente no indutor e, dessa forma, se calcula uma indutância que forneça um DHTi menorou igual ao valor especificado por norma (NARDI et al., 2014). Para modulação de três níveis chega-se a seguinte fórmula: 𝐿𝑓 = M x Vcc x (1 − M) 2 x Ip x fs (5) Sendo: Lf = Indutância. VCC = Fonte de Entrada. M = Índice de Modulação. Ip = Corrente no Indutor. Fs = Frequência de Chaveamento. Para modulação de dois níveis chega-se a seguinte fórmula: 𝐿𝑓 = Vcc 4 x Ip x fs (6) Sendo: Lf = Indutância. VCC = Fonte de Entrada. Ip = Corrente no Indutor. Fs = Frequência de Chaveamento. 33 3.3 FILTRO LC Para o projeto do filtro LC deve ser considerado que há na saída do inversor uma carga puramente resistiva, assim o projeto se inicia com o cálculo dessa resistência equivalente, o valor da resistência é encontrado a partir dos valores de tensão e potência na saída do inversor: 𝑅 = 𝑉0𝑒𝑓2 𝑃𝑜 𝑥 cos φ (7) Sendo: R = resistência equivalente de carga. Voef = tensão eficaz fundamental de saída do inversor. Po = potência ativa da carga. cos φ = fator de deslocamento da carga. Em seguida, determina-se o fator de amortecimento e a frequência de corte, que deve estar posicionada uma década abaixo da frequência de chaveamento mínima e ser pelo menos uma década a cima da frequência da componente de tensão alternada de saída (geralmente, 60 Hz) e o fator de amortecimento deve ser maior que 0,707 para evitar amplificações de harmônicos em baixa frequência, e deve ser arbitrado no projeto do filtro, Martins e Barbi (2008, p.393). Então, calcula-se o valor do capacitor e do indutor desse filtro, a partir das fórmulas: 𝐶𝑓 = 1 4 𝑥 𝜋 𝑥 ξ x f0 x R0 (8) 𝐿𝑓 = 1 (2 𝑥 𝜋 𝑥 𝑓0)2 𝑥 𝐶𝑓 (9) Sendo: f0 = frequência de corte do filtro. ζ = fator de amortecimento. 34 3.4 Exemplos de projeto Os parâmetros para o inversor utilizados nas exemplificações desse capitulo foram baseados no inversor da marca Sungrow de modelo SG6K-D, Figura 13, os valores podem ser conferidos na tabela e serão de vital importância para o projeto dos filtros L e LC baseados nas metodologias já citadas. Figura 13 – Inversor Sungrow SG6K-D instalada. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. Tabela 1 - Critérios do inversor monofásico. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. P0 Potência do Inversor 6 KW Vcc Tensão no barramento CC 360 V fs Frequência de comutação 10 KHz V0 Tensão de saída ou da rede 220 V fr Frequência relativa 60 Hz 35 3.4.1 Primeira Metodologia – Sistema Monofásica com Modulação de Três Níveis, segundo MACCARINI,2009. Calcula-se a tensão de pico (Vop), a corrente de pico (Io), e a corrente de fase (Iop), de acordo com (MACCARINI,2009), injetamos 5% da corrente de pico (ΔILf), a partir dela, tira-se o índice de modulação (M), depois calcula a variação do ângulo (θ) para tirar a variação máxima da corrente no indutor (ΔILfmax), o valor da indutância (Lf) da expressão (3) será feita depois de todas essas etapas. 𝑉𝑜𝑝 = 𝑉𝑜 𝑥 √2 = 220 𝑥 √2 = 311,12 𝑉; (10) 𝐼𝑜 = 𝑃𝑜 𝑉𝑜 = 6𝐾 220 = 27,27 𝐴; (11) 𝐼𝑜𝑝 = 𝐼𝑜 𝑥 √2 = 27,27 𝑥 √2 = 38,56 𝐴; (12) ΔILf = 0,05 x Iop = 1,92 A; (13) 𝑀 = 𝑉𝑜𝑝 𝑉𝐶𝐶 = 311,12 360 = 0,864; (14) θ = arcsen ( 1 2𝑀 ) = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 0,578 = 35,31°; (15) ______ ΔILfmax = M x sen(θ) − 𝑀2 𝑥 𝑠𝑒𝑛2(θ); (16) ______ ΔILfmax = 0,864 x sen(35,31) − 0,8642 𝑥 𝑠𝑒𝑛2(35,31) = 0,25 𝐴; (17) ______ 𝐿𝑓 = ΔILfmax x VCC 2 x ΔILf x fs = 0,25 𝑥 360 2 𝑥 1,92 𝑥 10000 = 2,34 𝑚𝐻; (18) 3.4.2 Primeira Metodologia – Sistema Monofásica com Modulação a Dois Níveis, segundo MACARRINI,2009. O sistema com modulação de dois níveis tem o mesmo valor da variação da corrente do filtro com modulação de três níveis. Então calculando a expressão (4): 𝐿𝑓 = 0,5 𝑥 𝑉𝑐𝑐 ΔILf x fs = 0,5 𝑥 360 1,92 𝑥 10000 = 9,3 𝑚𝐻; (19) 36 3.4.3 Segunda Metodologia – Sistema Monofásica com Modulação a Três Níveis, segundo NARDI et al.,2014. Neste segundo método utiliza a tabela 1 como critério, calcula-se a corrente RMS (I1), deve-se ter a máxima admissível por norma para a corrente injetada na norma, que é DHTi = 5%, com esse dado tira-se a corrente harmônica RMS (Ihrms), depois ver o valor de pico da ondulação da corrente no indutor (Ip); o índice de modulação (M) é de acordo o a tensão de pico de saída (Vop), fazendo todos esses cálculos, têm-se o valor da indutância do filtro na expressão (5). 𝐼1 = 𝑃𝑜 𝑉𝑜 = 6𝐾 220 = 27,27 𝐴; (20) Ihrms = DHTi x I1 = 5% x 27,27 = 1,36 A; (21) 𝐼𝑝 = 𝐼ℎ𝑟𝑚𝑠 𝑥 √3 = 1,36 𝑥 √3 = 2,36 𝐴 ; (22) 𝑉𝑜𝑝 = 𝑉𝑜𝑥√2 = 220𝑥√2 = 311,12 𝑉; (23) 𝑀 = 𝑉𝑜𝑝 𝑉𝐶𝐶 = 311,12 360 = 0,864; (24) 𝐿𝑓 = M x Vcc x (1 − M) 2 x Ip x fs = 0,86 𝑥 360 𝑥 (1 − 0,86) 2 𝑥 2,36 𝑥 10000 = 9,18 𝑚𝐻; (25) 3.4.4 Segunda Metodologia –Sistema Monofásica com Modulação a Dois Níveis, segundo NARDI et al.,2014. Como esse tipo de modulação é o mesmo do anterior sem alteração do Ip, então Lf da equação (6) é: 𝐿𝑓 = 𝑉𝑐𝑐 4 x fs x Ip = 360 4 𝑥 10000 𝑥 2,36 = 3,81 𝑚𝐻; (26) 37 3.4.5 Métodologia MARTINS; BARBI, 2008. Segundo a metodologia (MARTINS;BARBI, 2008), o projeto LC para um inversor monofásico, calcula-se a resposta da frequência do filtro de acordo com os valores do inversor de tensão. Baseado no valores da tabela, calcula-se a carga máxima do inversor (R0), considerando ela puramente resistiva, então cosφ = 1, com a constante de amortecimento entre (0,707 < ξ < 1,0), foi escolhido 0,80, a ressonância do filtro (f0) é uma década abaixo da frequência de comutação (fs) e uma década acima da frequência de rede (fr), contendo esses valores, encontra-se o valor do capacitor e a indutância do filtro, respectivamente nas expressões (8) e (9). 𝑅0 = /𝑍0/ = 𝑉0𝑒𝑓2 𝑃𝑜 𝑥 cos φ = (220)2 6000 𝑥 1 = 8,06 𝛺; (27) ξ = 0,80; (28) ( 600 Hz < f0 < 1000 Hz); (29) 𝑓0 = 750 𝐻𝑧; (30) 𝐶𝑓 = 1 4 𝑥 𝜋 𝑥 ξ x f0 x R0 = 1 4 𝑥 𝜋 𝑥 0,80 𝑥 750 𝑥 8,06 = 13,16 𝑢𝐹; (31) 𝐿𝑓 = 1 (2 𝑥 𝜋 𝑥 𝑓0)2 𝑥 𝐶𝑓 = 1 (2 𝑥 𝜋 𝑥 750)2 𝑥 13,16 𝑥 10−6 = 3,42 𝑚𝐻; (32) 38 CAPÍTULO 4 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES 4.1 Simulações Este capítulo mostrará as simulações realizadas dos circuitos inversores, iniciando com as simulações mostrando o funcionamento dos circuitos de modulação que foram utilizados para realizar as modulações de dois e três níveis. Em seguida será mostrado o resultado das simulações dos inversores, um totalde dez simulações foram realizadas, cinco com inversores de modulação com dois níveis, sendo um inversor não conectado à rede, e outro conectado à rede mas sem filtro e três com ele conectado em rede com filtro, cada um das três utiliza-se uma metodologia diferente para o projeto e dimensionamento dos filtros, os mesmos cinco tipos diferentes de simulações foram realizadas para o inversor com modulação de três níveis. Nos resultados das simulações será mostrado o gráfico de tensão na saída dos inversores e a sua distorção harmônica total (DHT). Todas as simulações foram feitas no software de simulação de circuitos elétricos PSIM. 4.2 Circuitos de modulação As simulações a seguir irão mostrar os circuitos na modulação dos inversores, ou seja, realizaram a comutação dos dispositivos de chaveamento do inversor, sendo ela a grande responsável pela criação dos harmônicos. Inicialmente foram realizadas as simulações do circuito de comutação que farão a modulação de dois níveis dos inversores, mostrando o gráfico com os sinais das entradas e saídas do circuito, em seguida o mesmo será simulado e mostrado para o circuito de modulação de três níveis. 4.2.1 Pwm de dois níveis Na Figura 14 e Gráfico 1 é mostrado o circuito e as formas de onda que controlam a modulação do inversor respectivamente. O circuito gera duas formas de 39 ondas apropriadas para modulação senoidal de dois níveis para o circuito inversor de meia ponte. Figura 14 - Circuito comparador utilizado para modulação de dois níveis no inversor de meia ponte. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. Gráfico 1 - Formas de ondas nas entradas e saídas do circuito de modulação de dois níveis. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. Na primeira janela do Gráfico 1 é mostrada a onda triangular em azul de frequência de 10khz e a onda senoidal em vermelho de referência, onde a comparação entre elas gera os formatos de ondas s1 e s2 que podem ser vistos na segunda e terceira janela respectivamente, sendo a terceira janela o resultado 40 invertido da segunda com a utilização de porta logica NOT. 4.2.2 Pwm de três níveis Na Figura 15 e Gráfico 2 é mostrado o circuito e as formas de onda que controlam a modulação do inversor respectivamente. O circuito gera quatro formas de ondas apropriadas para modulação senoidal de três níveis para o circuito inversor de ponte completa. Na primeira janela do Gráfico 2 é mostrada a onda triangular em verde de frequência de 10khz e a ondas senoidais de referência, em que a onda de referência em azul está 180 graus defasada em relação a vermelha. A partir da comparação entre as ondas de referência e a triangular, se gera os formatos de ondas que podem ser vistos da segunda a quinta janela, sendo s1 e s2 gerados a partir da onda de referência defasada em vermelho (sem desfasamento), com s2 sendo o resultado invertido de s1 com a utilização de porta logica NOT, e s3 e s4 gerados a partir da onda de referência em azul (defasada 180 graus), com s4 sendo o resultado invertido de s3 com a utilização de porta logica NOT. Figura 15 - Circuitos comparadores utilizado para modulação de três níveis no inversor de ponte completa. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 41 Gráfico 2 - Formas de ondas nas entradas e saídas dos circuitos de modulação de três níveis. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 4.3 Circuitos Inversor com Modulação de dois níveis Para as simulações dos circuitos inversores com modulação de dois níveis a seguir, foi escolhida a configuração de inversor de meia ponte e foram utilizados valores de parâmetros já citados no capítulo anterior, tomando como referência os valores do inversor de modelo SG6K-D da empresa Sungrow, com tensão das fontes CC de 360V e frequência de modulação em 10khz. Todos os dispositivos utilizados na simulação (MOSFET, portas logicas, fontes, etc...) são ideias e sem perdas. 4.3.1 Não Conectado à Rede Na Figura 16 e Gráfico 3 estão representados o circuito de meia ponte com modulação de dois níveis e os resultados de tensão de saída obtidos em simulação. Os resultados obtidos são com o inversor funcionando em vazio, ou seja, sem 42 carga, com sua saída em circuito aberto. Figura 16 - Circuito Inversor de Meia Ponte com Modulação de dois níveis. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. Gráfico 3 - Onda de tensão da saída do circuito. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 43 Pelo Gráfico 3 é possível comprovar a teoria, o formato de onda na saída do inversor é o mesmo da modulação na saída do comparador, com amplitude de onda igual ao valor máximo da tensão do barramento CC. 4.3.2 Conectado à Rede Para a simulação a seguir, foi utilizado uma fonte AC com tensão de 220 volts para representar uma fase da rede. Na Figura 17, e Gráficos 4 e 5 são mostrados o circuito e os resultados de tensão obtidos na saída o inversor. A distorção é facilmente percebida devido seu alto nível. Figura 17 - Circuito inversor de meia ponte conectado à rede com modulação de dois níveis. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 44 Gráfico 4 - Onda de tensão da saída do inversor conectado à rede. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. Gráfico 5 - Ampliação do Gráfico 4. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. Com o auxílio de instrumentos de medição do programa PSIM foi possível medir valor da distorção harmônica total (DHT), que chegou a 1.482e- 001 ou 14,82% e a média dos valores da distorção da tensão chegaram a 50 volts com uma variação de 2 volts para mais ou para menos ao longo da onda. 45 4.3.3 Conectado à Rede com Filtro Foram realizadas três simulações com filtro para o circuito de inversor com modulação de dois níveis, sendo duas delas com filtro L (filtro indutivo) e uma com filtro LC (filtro indutivo-capacitivo). 4.3.3.1 Filtro L (Primeira Metodologia) A Figura 18 mostra o inversor com o filtro inserido em série com a rede, o valor da indutância do filtro L para essa metodologia e tipo de modulação já foi calculada no capítulo anterior (9,3mH) na expressão (19) e o resultado da tensão de saída pode ser observado no Gráfico 6. Figura 18 - Circuito inversor com Filtro L conectado à rede com modulação de dois níveis. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 46 Gráfico 6 - Tensão de saída primeira metodologia. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. É possível observar a partir do Gráfico 6, que a tensão inserida na rede foi completamente estabilizada, não sendo mais observado nem um traço de distorção na tensão ao longo da onda e a DHT foi reduzida para 1.455e-003 ou 0.1455%. 4.3.3.2 Filtro L (Segunda Metodologia) O circuito em que se utiliza o Filtro L, com o valor da indutância calculado da segunda metodologia é o mesmo da figura 18, a partir dessa metodologia como já foi mostrado na expressão (26) do capítulo anterior, obteve-se o valor de 3.81mH para o indutor. O resultado da simulação de tensão na saída do indutor é ilustrado no Gráfico 7. É possível observar que o Gráfico 6 é idêntico ao Gráfico 7, possuindo também uma ótima filtragem e eliminação da distorção do formato da onda senoidal. 47 Gráfico 7 - Tensão de saída segunda metodologia. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 4.3.3.3 Filtro LC Assim como os outros filtros, os valores da capacitância e indutância para o filtro LC já foram calculados nas equações (31) e (32), sendo o valor do capacitor 13,16uF e do indutor em 3,42mH. A Figura 19 mostra a configuração de disposição dos filtros dentro do circuito, com o capacitor em paralelo com à rede e o indutor em série. Assim como os filtros anteriores, é possível observar peloGráfico 8, que o filtro LC também possui uma excelente redução da distorção na tensão de saída no inversor, deixando o formato da onda é uma perfeita senoide. O valor de DHT para essa configuração de filtro foi de 1.5028893e-003 ou 0.15%. 48 Figura 19 - Circuito Inversor de Meia Ponte com Filtro LC. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. Gráfico 8 - Tensão de saída Filtro LC. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 4.4 Circuitos Inversor com Modulação de Três Níveis Para a simulação do circuito inversor com modulação de três níveis, foi escolhido a configuração de ponte completa por se adaptar melhor com esse time de modulação. Assim como nos circuitos anteriores, os dispositivos utilizados na 49 simulação também possuem características ideais de funcionamento e seus parâmetros de funcionamento foram os mesmos utilizados no inversor de meia ponte. 4.4.1 Não Conectado à Rede Na Figura 20 e Gráfico 9 estão representados consecutivamente o inversor em ponte completa e o resultado obtido em sua saída em vazio. Assim como foi o gráfico de saída do inversor em meia ponte sem carga, é possível observar que o gráfico 9 e 10 se comporta de forma como é previsto pela teoria, com pulsos retangulares começando extreitos e se alargam ao longo da onda e voltam a se extreitar, tornando equivalente a uma onda senoídal. Figura 20 - Circuito inversor com modulação de três níveis. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 50 Gráfico 9 - Tensão de saída do inversor. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. Gráfico 10 - Ampliação do primeiro semiciclo do Gráfico 9. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 51 4.4.2 Conectado à rede Para simular a rede foi colocado um gerador de onda senoidal conectado a saída do inversor, os valores do gerador foram os mesmo da frequência e tensão padrão do nordeste do estado, ou seja, tensão monofásica de 220 volts e frequência de 60Hz. Mais uma vez é possível observar claramente no Gráfico 11, a distorção de tensão do inversor causa na rede, foi a menor em comparação a distorção causada pela configuração de meia ponte e modulação de dois níveis. No inversor de ponte completa e modulação de três níveis, os “ripples” de tensão foram menores que a metade dos observados na configuração anterior, chegando a 20 volts e a DHT também é bem menor, com o valor de 5.3306230e-002 ou 5,33%, chegando até a estar próxima dos valores permitidos por norma. Figura 21 - Inversor de ponte completa com modulação de três níveis conectado à rede. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 52 Gráfico 11 - Tensão de saída do inversor conectado à rede. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. Gráfico 12 - Ampliação do Gráfico 11. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019 53 4.4.3 Conectado à Rede com Filtro Mais uma vez, foram realizadas três simulações, duas simulações com filtro do tipo L, com os valores de cada uma determinados pelos métodos já citadas, e uma simulação com filtro do tipo LC. 4.4.3.1 Filtro L (Primeira Metodologia) A Figura 22 mostra o circuito inversor com o filtro indutivo inserido em série com à rede, o valor da indutância do filtro L foi 2,34mH, calculado na expressão (18) no capítulo anterior a partir do método de Maccarini. Assim como os filtros projetados para modulação de dois níveis, a utilização da metodologia proposta para modulação de três níveis se mostra extremamente eficiente, acabando com distorção visível no formato de tensão da onda e reduzindo a DHT para 1.5029306e-003 ou 0,15%. Figura 22 - Inversor em ponte completa com Filtro L. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019 54 Gráfico 13 - Tensão de saída do inversor com Filtro L dimensionado pela primeira metodologia. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 4.4.3.2 Filtro L (Segunda Metodologia) O circuito inversor com filtro L, projetado com valores a partir da segunda metodologia é o mesmo da Figura 22, sendo necessário apenas alterar o valor da indutância para o novo valor calculado, que fica 9,18mH pela equação (25). O resultado da simulação pode ser visto no Gráfico 14, mostrando a tensão de saída do inversor. Como foi visto na primeira metodologia, a segunda também possui uma excelente atenuação da distorção causada pelos harmônicos, com uma DHT de 1.5029011e-003 que também fica na casa dos 0,15%. 55 Gráfico 14 - Saída do inversor com Filtro L dimensionado pela segunda metodologia. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019 4.4.3.3 Filtro LC O projeto para filtros LC independe do tipo de modulação, dessa forma, os valores para o capacitor e indutor no inversor com modulação de três níveis serão o mesmo utilizado no inversor com modulação de dois níveis, ou seja, 13,16uF para o capacitor e 3,42mH para o indutor, respectivamente expressões (31) e (32). O circuito e a configuração da disposição dos componentes dos filtros podem ser vistos na Figura 23. O filtro LC para configuração de inversor em ponte completa e modulação de três níveis alcançou uma DHT de 1.5029181e-003 ou 0,15% assim como a maioria dos filtros. 56 Figura 23 - Circuito inversor em ponte completa com modulação de três níveis e Filtro LC. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. Gráfico 15 - Tensão de saída do inversor com modulação de três níveis com Filtro LC. Fonte: Elaborada pelos autores, 2019. 57 CAPÍTULO 05 CONCLUSÃO Com o crescimento das gerações de energia fotovoltaica residências, comerciais e industriais no Brasil, torna-se de total importância o estudo dos impactos que acontece nas matrizes energéticas. A energia injetada na rede por essas micro e minigeradoras podem causar impacto na qualidade de energia, principalmente no quesito da distorção harmônica, sempre haverá a necessidade da utilização de um inversor para a conexão com à rede, que por sua vez causam harmônicos. Neste trabalho foram feitas simulações com inversores em vazio e conectados à rede, com o PWM senoidal a dois e três níveis, com filtros L e LC projetados com diferentes metodologias. Através das simulações, foi possível analisar as principais formas de ondas dos inversores, seus funcionamentos, e também as mudanças nas configurações dos inversores, com suas modulações e filtros que influênciam na forma de onda na saída. Os resultados das simulações com inversores conectados à rede sem os filtros, com configurações de meia ponte e de ponte completa, com modulação de dois ou três níveis, todos apresentaram altos níveis de DHT acima dos normais recomendados, confirmando o que encontra-se nas literaturas, na necessidade da utilização de filtros nas saídas dos inversores, mas ressalva-se que, a configuração de inversor em ponte completa com modulação de três níveis, possui praticamente três vezes menos DHT em comparação com a configuração de meia ponte com modulação de dois níveis, no entanto a utilização dessa configuração de inversor e modulação pode elevar o preço do projeto, uma vez que possui um sistema mais complexo com a utilização de mais componentes. Todos os filtros projetados se mostraram muito eficiente, reduzindo consideravelmente o conteúdo harmônico e a distorção no formato da onda de tensão na saída conectada à rede. Todos possuíram uma DHT muito próxima, na casa dos 0,15%, com 0,01% de diferença entre elas para mais ou para menos. Para trabalhos futuros, sugere-se um estudo do projeto de inversores trifásicos e dos filtros adequados para eles. E recomenda o estudo da relação do custo do projeto de inversores e filtros, com os seus parâmetros e configurações, o que levará 58 a um estudoda conclusão de qual melhor configuração e parâmetros por custo benefício. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, Gustavo Medeiros. Sistema de Conversão de Energia Fotovoltaica com Compensação Baseada em Corrente e Tensão. Orientador: Marcelo C. Cavalcanti, D.Sc. 2007. 153 p. Dissertação (Pós Graduação em Engenharia Elétrica) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife/PE, 2007. Disponível em: <https://www.ufpe.br/documents/39830/1359036/144_GustavoAzevedo/81334936- 15aa- 458a-8907-4aaada04fafc>. Acesso em: 15 ago. 2019. DUGAN, Roger C.; MCGRANAGHAN, Mark F.; BEATY, Wayne H.; SANTOSO, Surya. Electrical power systems quality. 2.ed. New York, NY: McGraw-Hill, 2002. 528p. EASIER. 1 Vídeo (6:55min). Inversores - Como Funcionam. Publicado pelo canal Eng Easier, 2017. Disponível: <https://www.youtube.com/watch?v=ITgNqMuj_zg&t=346s>. Acesso em: 20 de mar de 2019. GABE, Ivan Jorge et al. Sba: Controle & Automação Sociedade Brasileira de Automatica. In: GABE, Ivan Jorge et al. Projeto e implementação de um controlador de corrente robusto para inversores com filtro LCL conectados à rede com incertezas paramétricas. 2009. Artigo (Grupo de Eletrônica de Potência e Controle - GEPOC) - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Santa Maria, RS, Brasil., 2009. HAMED, A. Eletrônica de Potência. São Paulo: Prentice Hall, 2000. MACCARINI,MateusCosta.InversorMonofásicoSincronizadoparaaconexãod e um GeradorEólicoàRedeElétrica:EstudoProjetoeImplementação. Dissertação (Mestrado)—UniversidadeFederaldeSantaCatarina,2009. MARTINS,DenizarCruz;BARBI,Ivo. 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Disponível em: https://nupet.daelt.ct.utfpr.edu.br/tcc/engenharia/docequipe/2016_2_09/2016_2_0 9_final.pdf. Acesso em: 26 mar. 2019.PORTAL Solar. In: Energia Fotovoltaica. São Paulo, 2017. Disponível em:<https://www.portalsolar.com.br/energia- fotovoltaica.html>. Acesso em: 10 set. 2019. PUPO, Andres Dal. Estudo de Metodologias de Projetos para Filtros de Saída de Inversores. Orientador: Prof.Dr.RafaelCardoso. 2015. 104 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Elétrica) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, Câmpus Pato Branco, Pato Branco, 2015. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8102/1/PB_COELT_2015_1_ 02.pdf.>. Acesso em: 28 mar. 2019. TIGGEMANN, Henrique. Análise e desenvolvimento de um inversor monofásico de baixa potência aplicado a sistemas de transporte. Orientador: Luciano Schuch. 2008. 88 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia de Controle e Automação) - Lajeado, [S. l.], 2008. Disponível em: https://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/545/1/2008HenriqueTiggemann.pdf. Acesso em: 22 mar. 2019. http://www.portalsolar.com.br/energia-fotovoltaica.html http://www.portalsolar.com.br/energia-fotovoltaica.html http://www.portalsolar.com.br/energia-fotovoltaica.html http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8102/1/PB_COELT_2015_1_02.pdf http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8102/1/PB_COELT_2015_1_02.pdf http://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/545/1/2008HenriqueTiggemann.pdf http://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/545/1/2008HenriqueTiggemann.pdf http://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/545/1/2008HenriqueTiggemann.pdf 61 ANEXO A – DATASHEET DO INVERSOR SUNGROW SG46K-D 62 SG4~6K-D String Inverter High Yield Higher yield with Max.efficiency 98.4%, European Smart Management Easy local and online monitoring via App or Web efficiency 98.0% Export power control with Sungrow energy meter Flexible PV string configuration, DC/AC ratio up to 1.3 Safe and Durable Build-in surge arresters and residual current protection High anti-corrosion with aluminum alloy die casting Easy and User Friendly 11.5 kg compact design, plug and play installation Fast commissioning via LCD Circuit Diagram Efficiency Curve DC Bus Inverter Circuit (DC/AC) L N AC SPD PE 100% 98% 96% 94% 92% 90% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Normalized Output Power © 2018 Sungrow Power Supply Co., Ltd. All rights reserved. Subject to change without notice. Version 1.0 AC Filter Vdc=260 V Vdc=360 V Vdc=480 V MPPT2 (Boost2) DC EMI Filter AC EMI Filter AC Relays MPPT1 (Boost1) DC EMI Filter D C 2 D C 1 E ff ic ie n c y 63 Input (DC) Max. PV input power Max. PV input voltage Startup voltage Nominal input voltage MPP voltage range MPP voltage range for nominal power No. of independent MPP inputs Max. number of PV strings per MPPT Max. PV input current Max. current for input connector Max. PV short-circuit current SG4K-D SG5K-D SG6K-D 5200 W 6500 W 7800 W 600 V 120 V 360 V 90 V–560 V 210 V–480 V 260 V–480 V 315 V–480 V 2 1 20 A (10 A / 10 A) 24 A (12A / 12 A) 24 A (12A / 12 A) Output (AC) Nominal AC power (at 45 ˚C) Max. AC output at PF=1 (at 45 ˚C) Max. AC apparent power (at 45 ˚C) Max. AC output current Nominal AC voltage AC voltage range Nominal grid frequency Grid frequency range Total Harmonic Distortion (THD) DC current injection Power factor 4000 W 5000 W 6000 W 4000 W 5000 W 6000 W 4000 VA 5000 VA 6000 VA 18.2 A 22.7 A 27.3 A 220 Vac (single phase) 176 Vac–276 Vac (this may vary with grid standards) 60 Hz 55 Hz–65 Hz (this may vary with grid standards) < 3 % (of nominal power) < 0.5 % (of nominal current) >0.99 at default value at nominal power (adj. 0.8 overexcited/l underexcited/lagging) Efficiency 98.4 % 98.0 % Protection Anti-islanding protection PV reverse connection protection AC short circuit protection Leakage current protection DC switch Overvoltage protection Yes (frequency shift) Yes Yes Yes Yes AC Type III General Data Dimensions (W x H x D) Weight Isolation method Degree of protection Power loss in night mode Operating ambient temperature range Allowable relative humidity range Cooling method Max. operating altitude Display / Communication PV connection type AC connection type Certification 360 mm x 390 mm x 133 mm 11.5 kg Transformerless IP65 < 1 W -25°C to 60 ℃ (derating
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