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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ – ESTÁCIO VIA CORPVS GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA ADRIELLE LIMA DE SOUSA ÁLEFE DE SOUSA LEANDRO CAMILA LIMA DE SOUSA JÚLIA KELLI RODRIGUES HERON REBOUÇAS DE LIMA ISABELA SANTIAGO DE ALCâNTARA ROBERTA CâNDIDO MOTA RAILCE DE ALENCAR CHAVES MARIA DE FÁTIMA VAZ DOS SANTOS MIKAELLY ARRUDA MADEIRO LETÍCIA HORRANA VASCONCELOS CORDEIRO KILVIA MARCELA FREITAS CUNHA VITÓRIA DA SILVA MENEZES ALMEIDA RESENHA CRÍTICA RELIGIOSIDADE, LAICIDADE E O SER PSICÓLOGO FORTALEZA-CEARÁ 2021 Atualmente é comum nos depararmos com discussões relacionadas ao saber psicólogo e a religião como um todo. É um que tema relevante e que dele surgem várias outras indagações - a eternidade em cristo por exemplo – tem muitos fiéis. Um dos desafios do profissional psicólogo é evitar o reducionismo de sua profissão através da religião. É necessário manter um equilíbrio entre as áreas, respeitando suas especificidades e lugares próprios. Exige uma abordagem interdisciplinar que, discutindo aproximações e distanciamentos conceituais e metodológicos, permita uma análise crítica dessa relação. O psicólogo precisa movimentar-se entre as duas perspectivas mostrando competência e capacidade para estabelecer pontes entre elas. Esse diálogo permite a aproximação a fenômenos da religião - como o da meditação. Essa prática, na exegese cristã, inclui movimentos que se aproximam das propostas do método fenomenológico utilizado em investigações psicológicas; no entanto, aproximações e diferenças entre as duas propostas salientam a necessidade de diferenciação semântica. O berço da psicologia no Brasil tem características baseadas na filosofia religiosa, causando assim no seu desenvolvimento uma aproximação da abordagem terapêutica escolhida para o paciente e a religião professa por ele. Isso não quer dizer que as abordagens e tratamentos escolhidos com o fim de promover saúde mental para o indivíduo tenha que ter sua base em alguma religião de escolha do profissional ou da pessoa que está sendo atendida. A profissão de fé de alguém desrespeito somente a ela – quando levamos e tratamos em uma esfera global – a fé acaba não vindo ao caso. Não existe uma opinião sólida para o assunto – afinal, vivemos em um país democrático. Existem grupos que partem em defesa de que o profissional pode sim expor sua filiação religiosa e outros que são abertamente contra. Apesar de opiniões diversas, o ponto central acaba sendo: podemos utilizar de convencimento religioso para o trato de uma pessoa? De acordo com o código de ética do profissional psicólogo, o trabalho dele deve ser baseado na promoção do respeito, liberdade, igualdade e dignidade do indivíduo a quem ele presta serviço; sendo assim, fica vedado qualquer ato de discriminação e preconceito. Saúde é um direito de todos – e profissionais psicólogos promovem o tipo de saúde mental. Como promover saúde mental quando o assunto abordado são diversas ondas religiosas? Por vezes surgem profissionais coberto de boas intenções ao apresentar a religião que salvará a vida do indivíduo – o dever de promoção de saúde mental não é alcançado em grande parte das vezes. Somos parte de um grande processo coletivo que é a vida. Humanizamos quando acolhemos e desumanizamos quando expelimos. Não somos capazes de humanizar e acolher quando usamos de críticas de cunho religioso para com alguém. O aconselhamento psicológico já foi palco de religiões – hoje ainda existem muitos líderes religiosos que ainda o fazem. Podemos perceber uma tentativa de fazer com que o saber religioso seja maior que o conhecimento psicológico – a cura pela fé. Isso não quer dizer que a religião e seus adeptos não tenham um lugar – afinal, fazem parte da construção do país, é algo histórico. A fé tem sim o seu lugar de posição e o saber psicológico não deve intervir nisso e vice-versa. A laicidade do nosso país tem seu papel fundamental nesse aspecto. Nenhum saber religioso deve ser total – a escolha e divisão individual deve ser respeitada. Sendo assim, o profissional psicólogo não deve ser impossibilitado de ter uma escolha religiosa e seguir com ela. O respeito e a liberdade de escolha devem ser respeitados acima de tudo. Quando se trata do tratamento profissional a laicidade do estado deve ser sempre lembrada – as necessidades do indivíduo devem ser acima de sua escolha de fé e que isso não atrapalhe a profissão linda que é o ser psicólogo.
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