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Desenvolvimento - D.E. - PDF

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1 
INTRODUÇÃO 
As gastroenterites ou doenças entéricas comprometem os órgãos do sistema 
gastrointestinal. O problema é mais comum no verão e em locais sem tratamento de água, 
rede de esgoto, água encanada ou destino adequado de dejetos. 
Vírus entéricos podem causar diversas infecções que acometem os seres humanos 
e são disseminados pelos meios hídricos, sendo o esgoto doméstico um dos principais 
contaminantes. 
A relação ambiente-saúde é de extrema importância uma vez que tais 
microrganismos podem permanecer viáveis no ambiente e serem disseminados em meio 
hídrico devido à falta de saneamento básico. É imprescindível o conhecimento científico 
sobre a relação hídrica/ambiente com a saúde humana, uma vez que os vírus são 
responsáveis por diversas enfermidades e atingem a população a qual carece de uma 
melhor qualidade hídrica. 
Os sintomas mais notórios associados a infecções no trato gastrointestinal são 
vômito e diarreia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/gastroenterite
https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/infeccoes_no_trato_gastrointestinal.htm
 
2 
O QUE SÃO DOENÇAS ENTÉRICAS? 
Doenças entéricas afetam seu estômago ou intestino. Elas podem causar sintomas 
como diarreia, febre ou cólicas estomacais. As doenças entéricas podem ser causadas por 
uma variedade de germes. Esses germes normalmente entram no corpo através da boca. 
Elas são adquiridas através de água e alimentos contaminados, pelo contato com animais 
ou seus ambientes, ou pelo contato com as fezes (cocô) de uma pessoa infectada. Muitas 
vezes, germes são propagados em alimentos, água ou superfícies pelas mãos de uma 
pessoa infectada que não as tenha lavado corretamente após usar o banheiro. Entretanto, 
também é possível contrair essas infecções através do contato sexual. 
 
 
Figura 1 - Doenças entéricas afectam o trato gastrointestinal 
 
ENTEROVÍRUS 
Os enterovírus correspondem à um gênero de vírus que têm como principal meio 
de replicação o trato gastrointestinal. As doenças causadas por enterovírus são altamente 
infecciosas e mais comuns nas crianças, já que os adultos possuem o sistema imunológico 
mais desenvolvido, respondendo melhor às infecções. 
O principal enterovírus é o poliovírus, que é o vírus causador da poliomielite, e que, 
quando atinge o sistema nervoso, pode resultar em paralisia dos membros e alteração da 
coordenação motora. A transmissão do vírus acontece principalmente por meio da 
ingestão de alimentos e/ou água contaminados pelo vírus ou contato com pessoas ou 
objetos também contaminados. Assim, a melhor forma de prevenir infecções é através da 
melhoria dos hábitos de higiene, além da vacinação, no caso da poliomielite. 
 
INFECÇÕES POR ENTEROVÍRUS 
A presença e/ou ausência de sintomas relacionados à infecção por enterovírus 
depende do tipo de vírus, sua virulência e do sistema imunológico da pessoa. Na maioria 
 
3 
dos casos de infecção, não são verificados sintomas e a doença soluciona-se naturalmente. 
No entanto, no caso de crianças, principalmente, como o sistema imunológico é pouco 
desenvolvido, é possível que surjam sintomas como dor de cabeça, febre, vômitos, dor de 
garganta, feridas na pele e úlceras dentro da boca, dependendo do tipo de vírus, além de 
haver maior risco de complicações. Os enterovírus podem atingir vários órgãos, sendo os 
sintomas e a gravidade da doença dependentes do órgão acometido. 
Os enterovírus humanos pertencem ao gênero Enterovirus e à família 
Picornaviridae. São classificados em 4 espécies (enterovírus humanos A, B, C [incluindo 
os poliovírus]; vírus Coxsackie A e B ; vírus echo; e enterovírus. Os enterovírus são vírus 
pequenos (cerca de 30 nm) que contêm uma fita única de RNA e não possuem envelope. 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Os enterovírus estão entre os vírus mais comuns em todo o mundo. Em regiões de 
clima temperado, a incidência das infecções causadas por enterovírus atinge o pico 
durante os meses de verão e outono. Nos trópicos, a transmissão ocorre durante o ano 
todo. 
Vários sorotipos de enterovírus cocirculam na comunidade, sendo que os sorotipos 
predominantes tendem a mudar ao longo do tempo. O aparecimento de novos sorotipos 
de enterovírus predominantes muitas vezes é acompanhado de surtos em grande escala. 
 
As doenças associadas aos enterovírus afetam principalmente crianças, porém 
indivíduos de qualquer idade podem ser suscetíveis. Além da idade jovem, os fatores 
predisponentes ao desenvolvimento de doenças enterovirais incluem sexo masculino, 
condição socioeconômica precária, residência em áreas urbanas, saneamento precário e 
condições de vida em aglomeração. 
 
Os enterovírus são universalmente encontrados no meio ambiente (p. ex., no esgoto, 
na superfície da água, como em rios, lagos e outros reservatórios, e na água do mar), pois 
são excretados em grandes quantidades pelas pessoas infectadas. A ausência de um 
envelope lipídico e a presença de um denso capsídeo proteico permitem aos enterovírus 
sobreviverem no meio ambiente por longos períodos, especialmente a baixas 
temperaturas. Os enterovírus são inativados por calor extremo, luz ultravioleta, 
ressecamento e cloro. A existência de uma alta concentração de matéria orgânica previne 
a inativação dos enterovírus pela ação do cloro. 
 
Atualmente, os enterovírus são mais frequentemente transmitidos de um indivíduo 
a outro, pela via fecal-oral ou respiratória, embora a transmissão via fomites também 
ocorra. As crianças pequenas são os transmissores mais importantes destes vírus, sendo 
comumente o caso índice em surtos nas famílias e nas escolas. O vírus pode afetar muitos 
órgãos diferentes, e os sintomas e a gravidade da doença dependem do órgão específico 
afetado. 
 
4 
O QUE É A CÓLERA? 
A cólera é uma doença infectocontagiosa do intestino delgado geralmente 
transmitida por meio de alimento ou água contaminados. 
Já houve muitos dos chamados “surtos de cólera” ao longo dos anos, mas o 
saneamento do esgoto e o tratamento da água em países industrializados reduziram 
drasticamente o número de casos da doença 
 
SURGIMENTO DA CÓLERA 
A cólera é originaria da Índia, onde ela é uma doença endêmica, principalmente na 
região de Bengala. Existem notícias desde 500 a.C., escritas em sânscrito e em grego, 
relatando doenças parecidas com a cólera. Gaspar Correa, que participou da viagem de 
Vasco da Gama à Índia, anotou a ocorrência de uma fulminante doença na região do 
Malabar. Desta forma, Gaspar Correa descreveu uma doença fulminante, uma forte dor 
de barriga que matava as pessoas em oito horas. 
Entretanto, quem mais fez para que a cólera virasse uma pandemia foi o Exército 
Inglês. Pode-se dizer que a cólera foi a primeira grande pandemia imperialista. Viajando 
em modernos vapores, os soldados ingleses, os “red coats”, espalharam a doença a partir 
da Índia para quase todos os portos em que fizeram escala no Oceano Índico, até que 
chegaram às ruas sujas e fétidas da Londres oitocentista. 
De Londres, a cólera pegou o trem e espalhou-se rapidamente por todo o Reino 
Unido. De lá, o vibrião colérico atingiu toda a Europa e, pouco mais tarde, as Américas. 
Assim, a cólera se espalhou por todo o mundo no século XIX. 
Durante a grande pandemia do cólera, que experimentou vários pequenos surtos de 
mais alta intensidade, as populações expostas a sua ação ficavam apavoradas e 
desnorteadas. Não era para menos. Entretanto, as autoridades públicas responsáveis por 
este enfrentamento, embora tomassem diversas medidas, não sabiam exatamente o que 
fazer. Desta forma, havia uma certa noção que a higiene era importante. Mas não se sabia 
como a cólera se transmitia. Nem qual seria o tratamento mais adequado. 
 
 Pacini E O Vacilo De Koch 
Os governos e dos cientistas de todos os países durante este tempo gastaram muito 
tempo e dinheiro na busca de uma solução para se descobriras causas da transmissão e 
também a cura da doença. 
 
5 
 
 
O vibrião colérico foi descrito pela 
primeira vez em 1854 pelo médico 
italiano Filipo Pacini (1812-1883). O 
trabalho de Pacini, apesar de muito bem 
feito e com descrições muito boas do 
patógeno, foi praticamente ignorado pelos 
patologistas europeus. 
 
 
O bacilo (na verdade um vibrião) da 
cólera foi (re)descoberto em 1883-84 pelo 
Dr Robert Koch (1843 – 1910) e sua 
equipe, que fez o anúncio da descoberta do 
“comma bacillus” em 1883. Motivo pelo 
qual o vibrião ficou durante muito tempo 
conhecido como o “bacilo de Koch”. 
A descoberta do vibrião foi um 
esforço dos cientistas que construíam a 
“teoria dos germes”, ou teoria 
contagionista. Esta teoria pressupunha que 
as doenças seriam transmitidas através do 
contato entre as pessoas, que transmitiram 
os “germes” de uma a outra, provocando o 
contágio. Entretanto, a aceitação desta 
explicação, como tudo em ciência, não era 
universal. Existia uma outra teoria, a 
teoria miasmática, que pressupunha que a 
doença se espalharia pelo ar contaminado, 
os “miasmas”. 
 
 
Figura 2 - Vibrião Colerico, descrito por Pacini, 1854 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Robert Koch, bacteriologista alemão, foi 
importante na descoberta dos bacilos da difteria, antraz, 
tuberculose e cólera 
 
 
CAUSAS 
Uma bactéria chamada Vibrio cholerae é a responsável por causar a infecção de 
cólera. Essa bactéria, conhecida popularmente como Vibrião colérico, libera uma toxina 
chamada CTX, que se liga às paredes intestinais, onde ela interfere diretamente no fluxo 
normal de sódio e cloreto do organismo. Essa alteração faz com que o corpo secrete 
grandes quantidades de água, levando à diarreia e a uma rápida perda de fluidos e de sais 
importantes, os chamados eletrólitos. 
https://en.wikipedia.org/wiki/Filippo_Pacini
https://en.wikipedia.org/wiki/Robert_Koch
 
6 
 
Figura 4 - A cólera é causada por uma bactéria gram-negativa, o Vibrio cholerae 
 
A transmissão de cólera é fecal-oral e se dá basicamente por meio de água e 
alimentos contaminados pelas fezes ou pela manipulação de alimentos por pessoas 
infectadas. A infecção pela bactéria costuma acontecer após uma pessoa consumir água, 
frutos do mar, frutas e legumes crus e alguns grãos contaminados, como arroz e milho, 
por exemplo. 
 
FATORES DE RISCO 
Todas as pessoas são suscetíveis à cólera. Uma vez tendo contraída a doença, você 
se torna imune a ela. Por isso, crianças que são filhas de mulheres que já tiveram cólera 
herdam a imunidade das mães, geralmente por meio da amamentação. 
Alguns fatores podem tornar uma pessoa mais vulnerável à doença ou mais 
propensa a manifestar os sinais e sintomas mais graves da cólera. Estes são: 
 
 Más condições sanitárias 
A cólera pode surgir em ambientes que não disponham de condições sanitárias e 
higiênicas adequadas, com ausência de saneamento básico e de abastecimento de água 
potável, por exemplo. Essas condições são comuns em acampamentos e em outros locais 
de grande aglomeração humana, como campos de refugiados e em áreas pobres e 
devastadas pela fome, por guerra ou por desastres naturais. 
 
 Ácido do estômago reduzido ou inexistente 
A bactéria da cólera não sobrevive em um ambiente com pH muito ácido. Por isso, 
o ácido produzido pelo estômago muitas vezes serve como um tipo de defesa contra a 
infecção. No entanto, pessoas com baixos níveis de ácido do estômago - como crianças, 
idosos e pessoas que tomam antiácidos, por exemplo -, não dispõem dessa proteção, o 
que os coloca imediatamente em risco alto de contrair cólera. 
 
7 
 Exposição 
Uma pessoa tem mais chances de desenvolver cólera se viver no mesmo lugar que 
uma pessoa infectada. 
 
 Frutos do mar crus ou mal cozidos 
Embora os surtos de cólera em larga escala não ocorram nos países industrializados, 
alimentar-se de mariscos oriundos de águas conhecidas por abrigar as bactérias aumenta 
muito o risco de uma pessoa contrair cólera. 
 
SINTOMAS DE CÓLERA 
A maioria das pessoas expostas à bactéria causadora da cólera não manifesta 
sintomas e às vezes nem sabe que está infectada. Esses casos são chamados 
de assintomáticos. No entanto, mesmo quem não manifesta os sintomas da doença pode 
infectar outras pessoas. Isso acontece porque a pessoa infectada continua excretando 
bactérias em suas fezes durante uma a duas semanas. 
Os casos sintomáticos da doença, ou seja, quando há manifestação de sintomas, 
principalmente a diarreia, são facilmente confundidos com outros problemas de saúde. 
Apenas uma em cada dez pessoas infectadas pela bactéria causadora da cólera 
desenvolve os sinais e sintomas típicos da doença, normalmente poucos dias após a 
infecção. 
Os sintomas da cólera podem incluir: 
 Diarreia 
 Náuseas e vômitos, principalmente durante a fase inicial da infecção 
 
A desidratação em decorrência da perda de líquidos pode levar a outros sintomas: 
 Irritabilidade 
 Letargia 
 Olhos encovados 
 Boca seca 
 Sede excessiva 
 Pele seca e enrugada 
 Pouca ou nenhuma produção de urina 
 Pressão arterial baixa 
 Arritmia cardíaca 
 Desequilíbrio eletrolítico. 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/diarreia
https://www.minhavida.com.br/temas/n%C3%A1useas
https://www.minhavida.com.br/temas/boca-seca
https://www.minhavida.com.br/temas/pele-seca
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/arritmia-cardiaca
 
8 
A desidratação pode levar a uma rápida perda de minerais do sangue (eletrólitos) – 
um problema que é conhecido como desequilíbrio eletrolítico. Este pode levar ao 
surgimentos de novos sinais e sintomas, como: 
 Caimbras musculares 
 Choque, que ocorre quando o volume de sangue baixo provoca queda 
na pressão arterial e na quantidade de oxigênio no sangue – o que, se 
não tratado, pode levar uma pessoa a óbito em questão de minutos. 
 
BUSCANDO AJUDA MÉDICA 
O risco de cólera é pouco significativo em países industrializados, e até mesmo em 
áreas endêmicas as chances de contrair a doença são pequenas se a pessoa seguir à risca 
as recomendações de segurança alimentar. 
Ainda assim, casos esporádicos de cólera ocorrem em todo o mundo e 
matam milhares de pessoas por ano. Por isso, é melhor se precaver. Se você apresentar 
diarreia grave, principalmente depois de visitar uma área em que a cólera ainda não foi 
erradicada, procure assistência médica imediatamente. 
 
DIAGNÓSTICO DE CÓLERA 
Embora os sinais e sintomas de cólera sejam inconfundíveis em áreas endêmicas, a 
única maneira de confirmar o diagnóstico da doença é identificar a bactéria em uma 
amostra de fezes. 
Testes rápidos de cólera já estão disponíveis, permitindo que os profissionais de 
saúde em áreas remotas possam fazer o diagnóstico precoce de cólera e dar início o quanto 
antes ao tratamento. A confirmação mais rápida da doença ajuda a diminuir as taxas de 
mortalidade e a controlar os surtos de cólera e uma possível epidemia. 
 
TRATAMENTO DE CÓLERA 
A cólera é uma doença que requer tratamento imediato. Se não for tratada, a doença 
pode levar à morte em poucas horas. Os meios terapêuticos existentes e viáveis para 
cólera são: 
 Reidratação 
O objetivo dessa terapia é repor os líquidos e eletrólitos perdidos usando uma 
solução simples de sais para reidratar os pacientes, chamada de SRO. A solução de SRO 
está disponível como um pó que pode ser dissolvido em água fervida. 
https://www.minhavida.com.br/temas/choque
 
9 
Sem a hidratação necessária, cerca de metade das pessoas com cólera morrem. Com 
o tratamento, o número de mortes cai para menos de 1%. 
 
 Fluidos intravenosos 
Durante uma epidemia de cólera, a maioria das pessoas pode ser reidratada via 
oral, mas quando a desidratação atingiu níveis ainda mais graves, o paciente pode precisar 
de fluidos intravenosos para sobreviver. 
 
 Antibióticos 
Embora os antibióticos não sejam parte essencial do tratamento de cólera, algunsdesses medicamentos podem reduzir tanto a quantidade quanto a duração da diarreia 
relacionada à cólera. 
 
MEDICAMENTOS PARA CÓLERA 
Os medicamentos mais usados para o tratamento de cólera são: 
 Azitromicina 
 Bactrim 
 Bacteracin e Bacteracin-F 
 Clordox 
 Ciprofloxacino 
 Doxiciclina 
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, 
bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as 
orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do 
medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em 
quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula. 
 
CÓLERA TEM CURA? 
A desidratação grave, provocada pela diarreia, pode levar o paciente à morte. Se 
tomarem a quantidade de líquidos adequada, a maioria das pessoas conseguirá se 
recuperar totalmente, sem maiores dificuldades. 
O tratamento imediato para cólera é essencial para impedir a evolução da doença. 
 
10 
PREVENÇÃO 
A cólera é uma doença rara em países industrializados. Nesses lugares, os poucos 
casos que ainda são registrados são de pessoas que viajaram para áreas endêmicas ou que 
se alimentaram de fontes contaminadas de água e comida, principalmente as que vêm de 
países com altos riscos de desenvolver a doença. 
Se você estiver viajando para áreas de cólera endêmica, o risco de contrair a doença 
é extremamente baixo se você seguir algumas precauções: 
 Lavar as mãos com água e sabão frequentemente, especialmente depois de 
usar o banheiro e antes de manipular alimentos. Se possível, desinfete as mãos 
com álcool 
 Beba apenas água potável, de preferência água engarrafada 
 Alimente-se de comidas completamente cozidas e quentes 
 Evite alimentos que se come crus, como peixes e mariscos de qualquer tipo 
 Atenha-se a frutas e legumes que você pode mesmo pode preparar e descascar, 
como bananas, laranjas e abacates 
 Desconfie de laticínios, incluindo sorvetes, que muitas vezes podem ser feitos 
com leite não pasteurizado. 
 
VACINA 
Hoje em dia, já existem doses de vacina disponíveis para cólera. Esta é, de longe, a 
forma mais eficaz de evitar a infecção. As vacinas existentes, no entanto, não são 
aplicadas rotineiramente na população, pois oferecem proteção relativa e de curta 
duração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
O QUE É A HEPATITE A? 
Hepatite A é uma inflamação do fígado causada por um vírus, geralmente tem um 
curso benigno, evoluindo para a cura espontânea em mais de 90% dos casos. 
No mundo, são registrados 1,4 milhão de novos casos da doença todos os anos, 
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 
A hepatite A tem tratamento super simples e se ele for seguido direitinho, a doença 
certamente terá cura. Saiba mais sobre sintomas, transmissão e prevenção da doença a 
seguir. 
 
SURGIMENTO DA HEPATITE A 
A palavra Hepatite vem do Grego “HEPAR”, que significa “fígado”, associado à 
terminação “ITIS”, que originalmente quer dizer “relativo a”, mas acabou sendo 
absorvida pelo linguajar médico para designar “doença inflamatória”. 
Informações contidas na literatura chinesa já faziam referência à ocorrência de 
icterícia na sua população há mais de cinco mil anos. Há cerca de 2500 anos os Babilônios 
já faziam referências a surtos epidêmicos de icterícia entre o seu povo, e já no século IV 
a.C., Hipócrates também relatou quadros de icterícia epidêmica, sem qualquer ideia de 
agente causal ou formas de transmissibilidade. Dessa forma, por muitos anos a hepatite 
permaneceu uma incógnita para os médicos, até que em 1865, Virchow descreveu um 
doente com icterícia, que apresentava obstrução do colédoco terminal por uma rolha de 
muco, e assim surgiu o conceito de “icterícia catarral”, que foi perpetuado ao longo de 
muitas gerações. 
Quadros de icterícia epidêmica ocorreram por séculos e foram marcantes, 
sobretudo, nos períodos de guerra e catástrofes humanas, especialmente na Idade Média, 
quando ocorria piora das condições sócio higiênicas locais. Daí vem a origem das 
designações de “icterícia de campanha” e de “doença do soldado”. A primeira epidemia 
descrita ocorreu em Bremen, na Alemanha, envolvendo trabalhadores de um estaleiro 
naval em 1885. 
 
 O Vírus Da Hepatite A 
 
Em 1973, Stephen Feinstone (24) descreveu pela primeira vez a visualização, por 
imunoelectromicroscopia, de partículas virais nas fezes de voluntários presos em 
Washington, nos quais havia sido inoculado o vírus MS1. 
Uma vez que não existe o estado de portador crônico do vírus da hepatite A, foram 
importantes os estudos em modelos experimentais animais e o cultivo celular, o que 
possibilitou o desenvolvimento da vacina com vírus atenuado (25). A continuidade dos 
estudos permitiu o desenvolvimento de uma vacina que se mostrou altamente eficaz. 
 
12 
CAUSAS 
A hepatite A é causada pelo vírus da hepatite, o HAV (vírus A), um vírus de RNA 
que pertence à família Picornaviridae e destaca-se por promover o acometimento 
do fígado. Essa doença é silenciosa, portanto, é fundamental a realização de exames 
periódica. 
 
 
Figura 5 - A Hepatite A é causada por um vírus de RNA que afecta o fígado 
 
 
TRANSMISSÃO 
A hepatite A é uma doença contagiosa que apresenta transmissão fecal-oral, por 
contato de pessoa a pessoa, ou por alimentos ou água contaminados. Após a ingestão do 
vírus, este cai na corrente sanguínea e chega até os hepatócitos (células do fígado), onde 
se multiplica. 
A transmissão da hepatite A está diretamente relacionada com as precárias 
condições de higiene da população, sendo comum em locais onde o saneamento básico é 
inadequado ou ainda inexistente, por exemplo. 
De acordo com o Centro de Informação em Saúde para Viajantes (Cives), nos países 
em desenvolvimento, em que o saneamento básico, de maneira geral, é menos eficiente, 
a hepatite A afeta mais crianças. Dessa forma, os adultos em sua maioria são imunes. Já 
nos países desenvolvidos, o quadro é outro, sendo a grande parte da população 
adulta suscetível à doença. 
A sua transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados com 
matéria fecal. A pessoa infectada elimina o vírus nas fezes, podendo contaminar a água 
onde não existem condições adequadas de saneamento básico, as pessoas que tomarem 
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/virus.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/figado.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/paises-emergentes.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/paises-emergentes.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/mortalidade-infantil.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/paises-desenvolvidos.htm
 
13 
essa água contaminada ou ingerirem alimentos crus lavados com essa água, podem se 
infectar, assim como ao comer marisco ou frutos do mar crus, de água poluída com 
esgoto. 
Outra forma de transmissão da hepatite A é decorrente falta de higiene adequada 
após evacuar, quando alguém infectado com o vírus manipula alimentos sem lavar as 
mãos após usar o banheiro. 
É muito frequente a transmissão de hepatite A entre crianças, que muitas vezes não 
lavam bem as mãos, pegam brinquedos que outras crianças vão pegar e levam os 
brinquedos e as mãos à boca, dessa forma ingerindo o vírus. 
 
FATORES DE RISCO 
Especialistas enumeraram alguns fatores de risco para a transmissão da hepatite A. 
São estes: 
 Viajar para regiões com altos índices de contaminação por hepatite A 
 Ingerir água não filtrada 
 Comer frutos do mar crus ou mal cozidos 
 Ser HIV positivo com sistema imunológico comprometido. 
Morar em lugares com altos índices de hepatite A também pode favorecer a 
transmissão da doença. 
 
SINTOMAS DE HEPATITE A 
Os sinais e sintomas da hepatite A geralmente aparecem 2 a 4 semanas após a 
infecção pelo vírus, que é o período de incubação do vírus. 
Entre os principaissintomas, estão: 
 Fadiga 
 Náusea e vômitos 
 Dor ou desconforto abdominal, especialmente na área próxima ao 
fígado 
 Perda de apetite 
 Febre 
 Urina escura 
 Fezes Claras 
 Dor muscular 
 Amarelamento da pele e olhos (icterícia). 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/hiv
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/fadiga
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/febre
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/dor-muscular
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/ictericia
 
14 
Geralmente a doença dura menos de dois meses, mas pode perdurar até seis meses 
eventualmente. Raramente pode apresentar uma forma grave, chamada fulminante, que 
pode ocasionar insuficiência hepática aguda grave e levar a óbito rapidamente. 
Nem todas as pessoas com hepatite A desenvolvem sintomas, ou seja, existem casos 
de infecção assintomática e outras podem ser subclínicas, onde existem poucos sintomas 
e pode passar despercebida. 
 
 
Figura 6 - Alguns Sintomas da Hepatite A 
 
 
BUSCANDO AJUDA MÉDICA 
Marque uma consulta com seu médico se você tem sintomas similares aos da 
hepatite A. Se você foi exposto ao vírus, pode prevenir a infecção tomando uma vacina 
contra hepatite A ou imunoglobulina em até duas semanas após a entrar em contato com 
o vírus. 
Procure ajuda médica também se: 
 
 Um restaurante onde você comeu recentemente relatou um surto de hepatite A 
 Alguém próximo a você for diagnosticado com hepatite A 
 Você teve contato sexual recente com alguém que tem hepatite A. 
 
DIAGNÓSTICO DE HEPATITE A 
Exames de sangue são geralmente solicitados pelo médico para detectar a presença 
do vírus da hepatite A no corpo do paciente. Uma amostra de sangue é retirada e enviada 
a um laboratório para análise. Seu médico também pode discutir os sinais e sintomas com 
o paciente como parte do processo de diagnóstico. 
 
15 
TRATAMENTO DE HEPATITE A 
Não existe tratamento específico disponível para a hepatite A. O próprio corpo se 
encarregará de livrar-se do vírus da hepatite A. 
Na maioria dos casos, o fígado se cura da hepatite A completamente em um ou dois 
meses sem danos permanentes. 
Há, no entanto, formas de se acelerar a cura. O tratamento, neste caso, baseia-se no 
manejo dos sintomas causados pela doença. 
 
 Descanse 
Esteja ciente de que a fadiga é um sintoma comum em pessoas infectadas com 
hepatite A. Por essa razão, saiba que é normal sentir-se cansado ou sem energia até mesmo 
para cumprir tarefas diárias. Esses sintomas podem perdurar por meses, por isso o 
descanso é um tratamento recomendado, porém não é necessário o repouso absoluto na 
cama. 
 
 Faça pequenos lanches ao longo do dia 
Encontre maneiras de lidar com as náuseas provocadas pela doença. Este sintoma 
pode ser frequente e tornar a sua alimentação difícil, mas identificar maneiras de tornar 
as refeições mais atraentes pode ser um bom começo de tratamento para evitar que elas 
apareçam o tempo todo. Fazer lanches pequenos ao longo do dia em vez de três grandes 
refeições diárias pode ajudar também. 
 
 Dê um tempo para o fígado 
O fígado é o órgão mais prejudicado pela hepatite A. Por isso, evite medicamentos 
que possam prejudicar o seu funcionamento, bem como a ingestão de álcool, para 
melhorar o tratamento. 
 
MEDICAMENTOS 
Pode ser necessário o uso de medicamentos como tratamento para controlar alguns 
sintomas da hepatite A, como febre, náuseas, dores musculares. Não deve ser ingerido 
nenhum medicamento sem consultar um médico. 
 
CONVIVENDO/ PROGNÓSTICO 
Se você tem a doença, você pode optar por algumas medidas caseiras para reduzir 
o risco de transmissão da hepatite A para outras pessoas. 
 
16 
Entre essas medidas estão: 
 Evitar contato sexual 
A hepatite A não é considerada doença sexualmente transmissível, sua transmissão 
ocorre pelo contato com material fecal, portanto somente em casos de relação anal sem 
proteção pode haver contaminação. 
 
 Higienize suas mãos 
Lave muito bem as mãos após usar o banheiro. As mãos são as principais portas de 
entrada para muitas infecções, incluindo a hepatite A. 
 
 Evite cozinhar 
Ao tocar em alimentos que serão ingeridos por outras pessoas, você pode facilitar 
o contágio. 
 
COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS 
Um pequeno número de pessoas com hepatite A continuará a apresentar os sinais e 
sintomas da doença por muitos dias após o diagnóstico, geralmente desaparecem logo. 
Pode acontecer também de os sintomas desaparecem e ressurgirem após um determinado 
período de tempo, para depois desaparecerem. 
É raro, mas hepatite A pode causar insuficiência hepática aguda, que é a perda 
repentina do funcionamento do fígado. Algumas pessoas apresentam maior risco de 
apresentar essa complicação, como pacientes portadores de doenças hepáticas crônicas e 
idosos. 
A insuficiência hepática aguda requer hospitalização para acompanhamento médico 
e tratamento imediato. Em alguns casos, pode ser necessário o tratamento com o 
transplante de fígado para esses pacientes. 
 
HEPATITE A TEM CURA? 
O vírus da hepatite A não permanece no organismo depois que a infecção 
desaparece por completo. 
A maioria das pessoas com hepatite A se recupera dentro de três meses. Quase todos 
os pacientes melhoram em seis meses, com raras exceções. 
Além disso, o risco de morte por hepatite A é muito baixo, somente nos casos de 
hepatite fulminante. 
 
17 
PREVENÇÃO 
O melhor método de prevenção contra hepatite A é por meio da vacina, que é 
geralmente dividida em duas fases: a inicial e um reforço após seis meses. A vacina é 
recomendada para os seguintes casos: 
 Todas as crianças de até um ano de idade ou mais velhas que não receberam 
a vacina ainda 
 Trabalhadores de laboratório que possam eventualmente entrar em contato 
com o vírus da hepatite A 
 Pessoas que pretendem viajar para áreas do mundo com alta incidência de 
hepatite A 
 Pessoas portadoras de doença hepática crônica. 
Outras medidas preventivas podem ajudar a evitar a hepatite A, veja: 
 Evitar carne e peixe crus ou mal cozidos 
 Ter cuidado com frutas que possam ter sido lavadas em água contaminada 
 Não comprar frutas vendidas na rua. 
 
VACINA 
A vacinação contra hepatite A é uma importante forma de prevenção da doença. A 
vacina é fornecida pelo SNS para crianças com idade entre 15 meses a 5 anos 
incompletos. 
A vacina também é disponibilizada para “pessoas de qualquer idade que tenham: 
hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, incluindo os tipos B e C; coagulopatias; 
pessoas vivendo com HIV; portadores de quaisquer doenças imunossupressoras; doenças 
de depósito; fibrose cística; trissomias; candidatos a transplante de órgãos; doadores de 
órgãos cadastrados em programas de transplantes; pessoas com hemoglobinopatias.” 
 
 
 
 
 
 
 
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/transplantes-orgaos-tecidos.htm
 
18 
O QUE É A FEBRE TIFOIDE? 
Também conhecida como Febre Entérica, a Febre Tifoide é uma doença de 
distribuição mundial associada a baixos níveis sócio-econômicos, situação precária de 
saneamento básico, higiene pessoal e ambiental. Por isso, está praticamente extinta em 
países onde esses problemas foram superados. 
A doença é exclusiva em seres humanos, sendo endêmica na América Latina, na 
África, Europa Oriental e sul da Ásia. A OMS estima que ocorrem entre 16 e 33 
milhões de casos de febre tifoide por ano, resultando em 216.000 mortes em áreas 
endêmicas. Sua incidência é maior em crianças e adultos jovens entre 5 e 19 anos. 
A febre tifoide não apresenta sazonalidade ou outras alterações cíclicas, assim como 
distribuição geográfica, que tenham importância prática. A sua ocorrência está 
diretamente relacionada às condições de saneamento básico existentes e aos hábitos 
individuais. Em áreas endêmicas, acomete com maior frequência indivíduos de 15 a 45 
anos e a taxa de ataque diminui com a idade. 
Durante o início do século XX, umacozinheira chamada Mary Mallon transmitiu 
a febre tifoide para muitas pessoas e tornou-se conhecida como “Typhoid Mary” (Maria 
Tifoide). 
 
SURGIMENTO DA FEBRE TIFÓIDE. 
Em 1880, o patologista Carl Joseph Eberth (1835-1926) descreveu um 
microrganismo – o “bacilo de Eberth”, depois chamado Salmonella typhi, encontrado 
nos gânglios mesentéricos e no baço dos cadáveres que autopsiou. A descoberta foi 
confirmada por Koch, que apresentou descrição mais precisa do bacilo encontrado em 
cortes da parede intestinal, do baço, fígado e rim. 
Em 1884, Georg Gaffky (1850-1918), assistente e sucessor de Koch, conseguiu 
isolar o bacilo e dele obter culturas puras. O bacteriologista francês Fernand 
Widal (1862-1929) estabeleceu a identidade do bacilo de Eberth, realizou a primeira 
vacinação antitifóide, e, em 1896, divulgou sua principal descoberta, o sorodiagnóstico 
da febre tifóide. 
 
 Maria Tifoide (Typhoid Mary) 
Naquela época, a ciência já havia feito avanços com relação aos fenômenos 
epidêmicos. Vacinas contra algumas doenças infecciosas já haviam sido desenvolvidas. 
No entanto, a medicina americana não conhecia nenhum caso de portador assintomático 
de doenças como febre tifoide. 
Portanto, diferentes hipóteses foram consideradas antes de se estabelecer que a 
origem do surto poderia ser uma pessoa capaz de transmitir a bactéria da doença por anos 
sem apresentar um sintoma febril e, além disso, sem saber que estava infectada. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/End%C3%AAmica
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/febre-tifoide
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19 
Mary Mallon era uma imigrante 
irlandesa que chegou aos Estados 
Unidos em 1883. Mallon infectou com 
a febre tifoide cerca de 50 pessoas, das 
quais pelo menos três morreram. Só 
anos depois descobriu-se que ela era o 
elemento comum entre os muitos casos 
de infecção que afetaram famílias e 
confundiram autoridades e médicos. 
Depois que foi detectado que ela 
carregava as bactérias infecciosas em 
seu corpo, Mallon se tornou a primeira 
Figura 7 - Mary Mallon. a mulher condenada a viver 26 anos em 
quarentena por doença assintomática 
portadora assintomática identificada da doença, também conhecida como febre entérica e 
ficou conhecida pela imprensa como: Typhoid Mary (Maria Tifoide, em português). 
Marginalizada e criticada, ela até mudou de nome para continuar trabalhando. 
Acabou, porém, condenada a viver em uma longa quarentena e ficou isolada numa ilha 
apenas acompanhada por um cão durante 26 anos até sua morte. 
 
CAUSAS 
É provocada pela a bactéria Salmonella Typhi que penetra no organismo através do 
tubo digestivo. Embora o contágio se costume efectuar através do consumo de líquidos 
ou alimentos contaminados, também pode ser realizado por contacto directo com os 
pacientes ou portadores saudáveis que não respeitem as devidas normas de higiene. 
A acidez gástrica é o primeiro mecanismo de defesa do organismo contra a bactéria, 
mas quando consegue resistir à acidez do estômago, a Salmonella Typhi chega ao 
intestino delgado, onde compete com as bactérias da flora normal intestinal. Se 
sobreviver, a bactéria invade a parede intestinal e alcança a circulação sanguínea. A 
presença desta no sangue determina o início dos sintomas. 
 
 
Figura 8 - Salmonella Typhi, bácteria causadora da Febre Tifoide 
https://monizsilva.co.ao/saude/nutricao
https://monizsilva.co.ao/saude/nutricao
 
20 
TRANSMISSÃO 
A Salmonella typhi está presente somente em pessoas. As pessoas que são 
infectadas excretam as bactérias nas fezes e, raramente, na urina. Algumas pessoas 
infectadas desenvolvem infecção crônica da vesícula biliar ou do trato urinário. Elas 
continuam a excretar a bactéria nas fezes ou na urina, embora não tenham mais 
sintomas. Tais pessoas são chamadas portadoras. Assim, elas não sabem se podem 
transmitir a infecção. 
A bactéria Salmonella typhi pode contaminar alimentos ou bebidas quando as 
mãos não são lavadas adequadamente após a defecação ou micção. Os suprimentos de 
água podem ser contaminados quando o esgoto é tratado inadequadamente. As moscas 
podem transmitir as bactérias diretamente das fezes para os alimentos. 
Às vezes, a febre tifoide é disseminada por contato direto entre crianças ao 
brincarem ou entre adultos durante sexo anal-oral. 
Assim como todas as bactérias Salmonella, muitas dessas bactérias devem ser 
consumidas para a infecção se desenvolver, a menos que o sistema imunológico esteja 
comprometido ou as pessoas tenham deficiência de ácido estomacal. Os ácidos do 
estômago tendem a destruir as bactérias Salmonella. 
 
 Disseminação através da corrente sanguínea 
As bactérias se disseminam do trato digestivo para a corrente sanguínea 
(causando bacteremia) e podem infectar órgãos distantes, como: 
 Fígado, baço e vesícula biliar 
 Pulmões (causando pneumonia) 
 Articulações (causando artrite infecciosa) 
 Rins (causando glomerulonefrite) 
 Válvulas do coração (causando endocardite) 
 Trato genital 
 Os tecidos que revestem o cérebro e a medula espinhal 
(causando meningite) 
 Ossos (causando osteomielite) 
Essas infecções se desenvolvem principalmente quando as pessoas não são 
tratadas ou quando o tratamento é tardio. 
 
SINTOMAS DE FEBRE TIFOIDE 
 Febre alta 
 Dores de cabeça 
 Mal-estar geral, falta de apetite 
 Retardamento do ritmo cardíaco 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/bacteremia-sepse-e-choque-s%C3%A9ptico/bacteremia
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/pneumonia/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-pneumonia
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/infec%C3%A7%C3%B5es-em-ossos-e-articula%C3%A7%C3%B5es/artrite-infecciosa
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/dist%C3%BArbios-da-filtra%C3%A7%C3%A3o-dos-rins/glomerulonefrite
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/endocardite/endocardite-infecciosa
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/meningite/meningite-bacteriana-aguda
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/infec%C3%A7%C3%B5es-em-ossos-e-articula%C3%A7%C3%B5es/osteomielite
 
21 
 Aumento do volume do baço 
 Manchas rosadas no tronco 
 Prisão de ventre ou diarreia 
 Tosse seca. 
 
Tipicamente, os sintomas similares à gripe começam 8 a 14 dias após a infecção. 
Os sintomas de febre tifoide começam aos poucos. As pessoas podem apresentar febre, 
dor de cabeça, dor de garganta, dores nos músculos e nas articulações, dores abdominais 
e tosse seca. Elas podem perder o apetite. 
Depois de alguns dias, a temperatura chega ao pico de 39 a 40 °C, permanece ele- 
Se a infecção for transmitida para outros órgãos, os sintomas dessas infecções 
também podem se desenvolver. 
Em cerca de 8% a 10% das pessoas não tratadas, os sintomas reincidem cerca de 
duas semanas após a febre ceder. 
 
Figura 9 – Roséolas Tíficas, manchas típicas da 
Febre Tifoide 
 
vada por mais 10 a 14 dias e volta ao 
normal durante a quarta semana após 
os sintomas terem iniciado. Muitas 
vezes a frequência cardíaca é lenta e 
as pessoas se sentem exaustas. 
Quando a infecção é grave, elas 
podem sofrer delírios. 
Durante a segunda semana, 
uma erupção cutânea com manchas 
rosadas planas se desenvolve no peito 
e no abdômen em aproximadamente 
10% a 20% das pessoas. 
 
As pessoas podem ficar com 
prisão de ventre inicialmente, mas 
depois de 2 semanas pode ocorrer 
diarreia. 
Em cerca de 1% a 2% das 
pessoas, o intestino sofre ruptura 
(perfuração) ou sangra. Algumas 
pessoas têm sangramento intenso, às 
vezes com risco à vida. 
 
Figura 10 – Prisão de ventre e/ou diarreia são sintomas 
comuns da Febre Tifoide 
 
 
22DIAGNÓSTICO DE FEBRE TIFOIDE 
 Exame e cultura de amostras de sangue, fezes ou de outros líquidos ou 
tecidos corporais 
Para confirmar o diagnóstico de febre tifoide, os médicos coletam amostras de 
sangue, fezes, urina, outros líquidos ou tecidos corporais e enviam a um laboratório 
onde as bactérias, se presentes, podem ser cultivadas. As amostras são examinadas e 
testadas para determinar se há bactérias Salmonella presentes. Normalmente a análise 
laboratorial feita é a Hemocultura. Também são feitos testes para determinar quais 
antibióticos serão provavelmente eficazes (testes de suscetibilidade). 
 
 
PROGNÓSTICO DE FEBRE TIFOIDE 
Sem tratamento, cerca de 12% das pessoas morrem. Com tratamento, apenas cerca 
de 1% das pessoas morre. A maioria das pessoas que morre é desnutrida, muito jovem 
ou idosa. O estupor (falta de resposta que requer estímulo vigoroso para a pessoa 
acordar), o coma e o choque são sinais de infecção grave e de prognóstico reservado. 
 
TRATAMENTO DE FEBRE TIFOIDE 
O paciente deve ser tratado em nível ambulatorial, basicamente com antibióticos e 
reidratação. Em casos excepcionais, é preciso internação para hidratação e administração 
venosa de antibióticos. Sem tratamento antibiótico adequado, a doença pode ser fatal em 
até 15% dos casos. 
Quando antibióticos são utilizados, o risco de morte é reduzido para menos de 
1%. A recuperação completa pode levar semanas ou meses. A resistência a antibióticos 
é comum e está aumentando em áreas onde a febre tifoide é habitual. O antibiótico 
cloranfenicol é usado em todo o mundo. Porém, ele pode danificar células na medula 
óssea que formam células sanguíneas. Além disso, a bactéria Salmonella typhi está se 
tornando cada vez mais resistente a ele. 
Se a infecção for grave, também são administrados corticosteroides, 
principalmente quando as pessoas apresentam delírio, comatose ou estão em choque. 
Enquanto as pessoas tiverem febre, aconselha-se repouso na cama. Uma dieta 
líquida clara pode ajudar a minimizar a diarreia. As pessoas não devem usar aspirina, 
laxantes e enemas. 
Em 15% a 20% das pessoas que recebem antibióticos, a infecção costuma voltar 
cerca de uma semana após o tratamento ser interrompido. Essa infecção é mais leve do 
que a doença inicial e é tratada da mesma maneira. 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/diagn%C3%B3stico-de-doen%C3%A7a-infecciosa/diagn%C3%B3stico-de-doen%C3%A7a-infecciosa#v29994191_pt
 
23 
 Tratamento de portadores 
Os portadores devem comunicá-la ao departamento de saúde local e ficam 
proibidos de trabalhar com alimentos até que os testes indiquem que as bactérias foram 
erradicadas. Tomar antibióticos durante 4 a 6 semanas pode erradicar a bactéria em 
muitos portadores. 
Se os portadores tiverem doença da vesícula biliar, a cirurgia para remover a 
vesícula biliar pode ser eficaz. No entanto, essa cirurgia não garante que as bactérias 
serão erradicadas. 
 
MEDICAMENTOS PARA FEBRE TIFOIDE 
Os medicamentos mais usados para o tratamento de febre tifoide são: 
 Androfloxin 
 Azitromicina administrada por via oral 
 Bacteracin e Bacteracin-F 
 Bactrim 
 Cefalotina 
 Fluoroquinolonas (como ciprofloxacino, levofloxacino ou 
moxifloxacino) administradas por via oral ou injeção 
 Ceftriaxona administrada por injeção 
 Clordox 
 Doxiciclina 
 Norfloxacino 
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, 
bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as 
orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do 
medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em 
quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula. 
 
COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS 
A febre tifoide pode ser transmitida pela ingestão de água ou de alimentos 
contaminados com fezes humanas ou com urina contendo a bactéria Salmonella 
entérica sorotipo Typhi. Algumas vezes pode ser transmitida pelo contato direto (mão-
boca) com fezes, urina, secreção respiratória, vômito ou pus de indivíduo infectado. A 
vítima elimina a bactéria nas fezes e na urina, independentemente de apresentar os 
sintomas da doença. O tempo de eliminação das bactérias pode ser de até três meses. 
Portadores crônicos podem transmiti-la por até um ano. 
 
 
24 
PREVENÇÃO 
As recomendações para febre tifoide, que devem ser seguidas para prevenir a febre 
tifoide e também durante o tratamento, incluem: 
 Lavar as mãos antes e depois de usar o banheiro, antes das refeições e de 
preparar alimentos; 
 Ferver ou filtrar a água antes de bebê-la; 
 Não consumir alimentos mal cozidos ou crus; 
 Preferir alimentos cozidos; 
 Evitar fazer refeições fora de casa; 
 Evitar frequentar locais com más condições sanitárias e de higiene; 
 Não deixar a criança aceitar comida de estranhos nem beber água dos 
bebedouros da escola; 
 Avisar e não deixar a criança colocar objetos na boca porque podem estar 
contaminados; 
 Separar uma garrafa com água mineral ou água fervida ou filtrada só para a 
criança. 
 
As pessoas que viajam para áreas onde a febre tifoide é comum devem evitar 
comer verduras cruas e outros alimentos servidos ou armazenados à temperatura 
ambiente. As pessoas devem supor que gelo e água (a menos que seja fervida ou tratada 
com cloro antes de usar) não são seguros. Água engarrafada vedada deve ser usada para 
escovar dos dentes. 
 
VACINAÇÃO 
Além disso, para prevenir o desenvolvimento da febre tifoide, pode ser também 
recomendada a vacina para febre tifoide, que é indicada principalmente para pessoas que 
moram ou que irão viajar para locais com alta prevalência dessa doença. 
Uma vacina dada pela boca (via oral) e uma vacina de polissacarídeo dada por 
injeção no músculo podem ajudar a prevenir a febre tifoide. Ambas as vacinas têm uma 
eficácia de cerca de 70% e poucos efeitos colaterais. A vacinação é recomendada para: 
 Viajantes a regiões onde a febre tifoide é comum 
 Pessoas que vivem em um domicílio ou que tenham contato estreito com 
portadores 
 Funcionários de laboratório que trabalham com a bactéria 
As pessoas que permanecem em risco devem receber uma vacina de reforço dois 
anos após receber a vacina injetada e cinco anos depois de receber a vacina oral. 
 
 
25 
RECOMENDAÇÕES 
Os Enterovírus são microrganismos altamente contagiosos e transmitem-se via oral e 
fecal, através de água e superfícies contaminadas ou alimentos contaminados ou mal 
cozinhados. Podemos citar medidas como: 
 
1. Higiene Pessoal 
A regra de ouro da prevenção desta infeção é a higiene. Lave as mãos com água e 
sabão sempre que necessário, antes e depois das refeições, e depois de ir à casa de banho. 
Evite a partilha de toalhas, talheres ou outros objetos. Lave a roupa contaminada a 
temperaturas elevadas 
 
2. Segurança À Mesa 
Não consuma alimentos não pasteurizados, de origem não certificada ou 
desconhecida. Ferva a água ou use água engarrafada. Prefira produtos naturais e frescos e, 
caso tenha dúvidas quanto à preparação e conservação, não arrisque. Lave cuidadosamente 
a fruta e as verduras. Cozinhe muito bem os alimentos: a carne, os ovos, os moluscos 
bivalves e os crustáceos são veículos comuns de infeção. Limpe bem os utensílios usados: a 
contaminação pode ocorrer entre superfícies ou utensílios, se não existirem precauções de 
higiene. 
 
3. Sinal De Alarme 
A doença pode manifestar-se entre algumas horas e dias após o contágio. Queixas de 
mal-estar abdominal, náuseas, perda de apetite, dor de cabeça, febre, vómitos e/ou diarreia 
são os sintomas mais comuns de gastroenterite. Em caso de febre e vómitos, certifique-se de 
que se mantém hidratado, ingerindo pequenas porções de água. 
 
4. Como Agir? 
Nos adultos, os sintomas manifestam-se entre um e sete dias, desaparecendo por si. 
Nas crianças duram entre dois a três dias, embora os episódios dediarreia possam manter-
se mais de uma semana. Regra geral, não é ministrado tratamento específico para além de 
cuidados de repouso e de hidratação para compensar as perdas devido aos vómitos ou 
diarreia. Introduza gradualmente alimentos de fácil digestão (caldos, arroz) e evite os 
lacticínios ou alimentos ricos em fibra. A toma de medicamentos pode ser recomendada em 
casos mais graves, mas requer parecer médico. 
 
5. Quando Procurar Ajuda? 
Perante o agravamento na intensidade ou duração dos sintomas (diarreia superior a 
uma semana, sinais de desidratação severa, presença de sangue ou pus nas fezes) procure 
aconselhamento médico. O mesmo se aplica caso tenham passado férias num país com 
condições sanitárias insuficientes ou sofram de uma doença crónica e tenham dificuldade 
em tomar a medicação devido aos sintomas de gastroenterite.

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