Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 1 Sistema Nervoso O sistema nervoso é responsável por receber informações do meio ambiente externo através dos sentidos e informações do meio interno, para elaborar respostas sob a forma de: ações, sensações e informações cognitivas. Anatomia do Sistema Nervoso Anatomicamente, o sistema nervoso é divido em: 1. Sistema Nervoso Central (SNC) Compreende o encéfalo e a medula espinal. 2. Sistema Nervoso Periférico (SNP) Está localizado fora do SNC; é constituído por nervos cranianos (se originam no encéfalo), nervos espinais (se originam na medula espinal), os gânglios nervosos e terminações nervosas especializadas (motoras ou sensitivas). O SNP está divido em componente sensorial (aferente) e componente motor (eferente). Aferente (sensorial): recebe estímulo e o transmite para o SNC. Eferente (motor): se origina no SNC e transmite resposta motora aos órgãos efetores do corpo. O componente motor (eferente) é dividido em 1. Sistema Nervoso Somático (SNS): através dele os impulsos no SNC são transmitidos diretamente através de um único neurônio aos músculos esqueléticos. O SNS controla as funções que estão sob controle voluntário consciente. 2. Sistema Nervoso Autônomo (SNA): fornece inervação motora involuntária eferente para o músculo liso, o sistema de condução do coração e as glândulas. No SNA, os impulsos do SNC são transmitidos a um gânglio autônomo através de um neurônio e é repassado para um segundo neurônio originado no gânglio autônomo, que repassa o impulso para a musculatura. Vamos ver isso melhor em outro momento! Observação: Os gânglios são aglomerados de corpos celulares de neurônios fora do SNC. Um nervo é a união de vários axônios envolvidos por um tecido conjuntivo. Nervos são responsáveis por transmitir a informação do SNC para as estruturas corporais ou das estruturas corporais para o SNC. . AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 2 Componentes do Tecido Nervoso O tecido nervoso consiste em dois tipos principais de células: os neurônios e as células da glia (células de sustentação). Neurônios O neurônio ou célula nervosa é a unidade funcional do sistema nervoso, que tem a função de recepção, transmissão e processamento de informações. Ou seja, é uma célula especializada em receber estímulos e conduzir impulsos elétricos para outras partes do sistema por meio dos seus prolongamentos. Ele apresenta basicamente três componentes: 1. Corpo celular (pericário ou soma) 2. Dendritos 3. Axônio Corpo celular O corpo celular do neurônio possui núcleo redondo e central com nucléolo bem evidente. No corpo celular há projeções citoplasmáticas que formam ramificações chamadas dendritos. Seu citoplasma é rico em mitocôndrias e retículo endoplasmático granular (rugoso). O conteúdo ribossômico possui pequenos corpúsculos de Nissl. Corpúsculo de Nissl = pilha de REG + ribossomos Devido à presença do corpúsculo de Nissl os neurônios tem uma grande capacidade sintética de proteínas. Cone axonal: região de transição entre corpo celular e axônio; nesse local não existe organela. Dendritos Prolongamentos citoplasmáticos especializados em receber estímulos e transmiti-los para o corpo celular. Dendritos recebem informação da sinapse vai transmitir para corpo celular corpo celular processa transmite para axônio Muitas vezes os dendritos são tão ramificados que formam estruturas chamadas árvores dendríticas. O que vai dizer se o dendrito é pouco ou muito ramificado? Se a célula nervosa tiver muita informação chegando, maior será a árvore dendrítica dela. Na maioria dos neurônios excitatórios, há espinhos dendríticos. Os espinhos dendríticos estão envolvidos na plasticidade dos neurônios relacionada com a adaptação, o aprendizado e a memória. Quando é feito o armazenamento de uma nova memória, por exemplo, aumenta a quantidade de espinhos dendríticos. AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 3 Axônio Constitui a maior parte de um neurônio. É um prolongamento único especializado na condução e na transmissão do impulso nervoso para outra célula, que pode ser uma célula nervosa ou células efetoras (como tecido muscular, glândulas, etc). O axônio começa no cone axonal (região sem organela) e o seu segmento inicial é onde o PA (potencial de ação) é gerado. Assim como no cone axonal, todo o axônio é pobre em organelas, sendo assim, toda síntese proteica ocorre no corpo celular. O axônio pode ou não ser banhado pela bainha de mielina. A bainha de mielina é formada por segmentos que tem espaços entre elas, os nódulos de Ranvier. Como ocorre o transporte da mensagem no axônio? Há dois tipos de transporte Transporte anterógrado: acontece no sentido do corpo celular para o terminal axônico. Transporte retrógrado: ocorre do terminal axônico para o corpo celular. Correlações clínicas Vírus da raiva, do tétano e da herpes Esses patógenos usam a via retrógrada pra chegar ao SNC. Ou seja, usam o transporte retrógrado do axônio, entrando através dos botões terminais, atravessando o axônio e chegando ao núcleo celular. Classificação morfológica dos neurônios 1. Neurônios multipolares Apresentam um axônio e dois ou mais dendritos. A direção dos impulsos ocorre do dendrito ou corpo celular para o axônio. Do ponto de vista funcional, os dendritos e o corpo celular dos neurônios multipolares constituem as porções receptoras da célula. O axônio é a porção condutora da célula. A porção terminal do axônio, a terminação sináptica, contém vários neurotransmissores que podem afetar outros neurônios, células musculares ou epitélio glandular. Dendrito ou corpo celular Axônio (receptora) (condutora) 2. Neurônios bipolares São raros e apresentam um axônio e um dendrito. Estão associados aos receptores dos sentidos (paladar, olfato, audição, visão e equilíbrio). Dendrito recebe informação passam ao corpo celular corpo celular passa para axônio AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 4 3. Neurônios pseudounipolares (unipolares) A maioria dos neurônios pseudounipolares consiste em neurônios sensitivos localizados próximo do SNC. Os neurônios pseudounipolares (unipolares) apresentam um prolongamento, o axônio, que se bifurca próximo do corpo celular em dois ramos axônicos longos. Um ramo estende-se até a periferia (ramo dendrítico periférico), enquanto o outro se estende até o SNC (ramo axônico central). Os dois ramos axônicos são as unidades de condução. Os impulsos são gerados nos ramos periféricos do neurônio, que constituem as porções receptoras da célula. Resumindo O corpo celular é “pra fora” e esse tipo de neurônio não tem dendritos (por isso está entre aspas na imagem). Os neurônios pseudounipolares possuem dois polos e os dois polos são axônios. Um polo está no SNC enquanto o outro polo estende até a periferia (esse polo da periferia é o que vai constituir a porção receptora da célula). A informação não passa pelo corpo celular. Conclui-se, portanto, que o neurônio pseudounipolar (unipolar) é muito grande, sendo especializado em longas distâncias. Classificação funcional dos neurônios 1. Neurônios motores (eferentes) Esses neurônios originam-se no SNC e conduzem seus impulsos aos músculos, glândulas e para outros neurônios. Ou seja, os neurônios motores transmitem impulsos do SNC ou dos gânglios para as células efetoras (músculos, gânglios ou outros neurônios). Os neurônios eferentes somáticos enviam impulsos voluntários para os músculos esqueléticos. Os neurônios eferentes autônomos (viscerais) transmitem impulsos involuntários para músculo liso, células de condução cardíaca (fibras de Purkinje) e glândulas. 2. Neurôniossensoriais (aferentes) Recebem informações sensitivas nos terminais dendríticos e conduzem os impulsos ao SNC para o processamento. Se estiverem localizados na periferia do corpo, monitoram mudanças no ambiente externo e se estão dentro do corpo, vão monitorar o ambiente interno. 3. Interneurônios Estão localizados somente no SNC, funcionando como uma vida de conexão entre neurônios sensoriais e motores, formando circuitos complexos. AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 5 Substância branca e cinzenta: o que são? No SNC existe uma segregação entre os corpos celulares dos neurônios e os seus prolongamentos. Essa segregação faz com que sejam reconhecidas no encéfalo e na medula espinal duas porções distintas. Substância branca: essa região é constituída, em sua maioria, por fibras nervosas mielínicas, juntamente com algumas fibras amielínicas e células da glia (ainda vamos ver sobre essas células). A cor branca resulta da abundância de mielina que envolve os axônios. NÃO CONTÊM CORPOS CELULARES DE NEURÔNIOS, APENAS AXÔNIOS. Substância cinzenta: consiste em agregados de corpos celulares de neurônios, dendritos e células da glia; a ausência de mielina faz com que essa região tenha uma aparência cinzenta no tecido vivo. Medula espinal Substância cinzenta: é a região mais corada (parece uma borboleta) com pintas mais escuras (essas pintas são os corpos dos neurônios). Forma o H medular. Substância branca: não tem corpos de neurônios, majoritariamente axônios e algumas poucas células de sustentação (da glia). Sinapses Em geral, vários neurônios estão envolvidos no envio de impulsos de uma parte do sistema para outra. Tais neurônios estão dispostos de maneira semelhante a uma cadeia, como uma rede integrada de comunicações. Os contatos especializados entre neurônios que possibilitam a transmissão da informação de um neurônio para o seguinte são denominados sinapses. Resumindo Região de Sinapse: é o local onde um neurônio encontra com outro neurônio para transmitir o impulso nervoso. Sinapse = passagem da transmissão nervosa de um neurônio para outro. AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 6 Circuitos neuronais: passagem de informação entre um neurônio e outro, é um evento em cadeia. A sinapse é apenas um impulso transmitido, mas quando a sinapse ocorre várias vezes, ela forma os circuitos neuronais. Classificação de sinapses entre neurônios Sinapse é a forma de comunicação entre neurônios e as células efetoras (células musculares, por exemplo) ou outros neurônios (neurônio pré- sináptico neurônio pós-sináptico). Elas podem ser de três tipos: 1. Axodendríticas: essas sinapses ocorrem entre axônios e dendritos; é o tipo mais comum. 2. Axossomáticas: essas sinapses ocorrem entre axônios e o corpo celular; é uma sinapse rara. 3. Axoaxônicas: essas sinapses são observadas entre axônios e axônios; acontece muito em eventos de inibição. Por exemplo, quando o sistema quer inibir uma mensagem que foi enviada de outro neurônio, é mais fácil inibir nos axônios, como se fosse pra cortar uma mensagem. Células da glia São células de sustentação não condutoras localizadas próximas aos neurônios. Podem ser chamadas de células da glia, células de sustentação ou células neurogliais. Nas lâminas coradas pela HE as células da glia não se destacam bem, aparecendo apenas os seus núcleos. Essas células dão suporte físico, metabólico e proteção aos neurônios formando coletivamente a neuróglia. O tipo de célula da glia varia conforte o sistema que estamos estudando. Neuróglia central São os tipos de células da glia localizadas no SNC, são elas: 1. Olidendrócitos 2. Astrócitos 3. Micróglia 4. Células ependimárias Neuróglia periférica São os tipos de células da glia localizadas no SNP, são elas. 1. Célula de Schwann 2. Células satélites 3. Variedades de outras células associadas a estruturas periféricas: Neuroglia terminal (telóglia) associada à placa motora Neuroglia entérica associada aos gânglios localizados na parede do TGI Células de Müller na retina Neuróglia periférica No SNP, as células de sustentação (células da glia) são denominadas neuroglia periférica. Células de Schwann A principal função dessas células consiste em sustentar as fibras das células nervosas mielinizadas e não mielinizadas. No SNP, as células de Schwann produzem uma camada rica em lipídios, a bainha de mielina. A bainha de mielina circunda os axônios e os isola do compartimento extracelular. A função da bainha de mielina é garantir a rápida condução dos impulsos nervosos. estímulo AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 7 Mielinização O citoplasma da célula de Schwann envolve um único axônio. Após isso, ela vai girando em torno desse axônio (enrolando), formando várias camadas concêntricas e sobrepostas. Essas camadas vão compor a bainha de mielina. Ao final, teremos um axônio mielinizado. A bainha de mielina é segmentada (células de Schwann dispostas sequencialmente ao longo do axônio). Nó de ranvier: região onde o impulso elétrico é regenerado para a propagação em alta velocidade pelo axônio; o nó de ranvier possui muitos canais de sódio (como se o impulso usasse um redbull em cada nó de ranvier, ganhando mais energia e velocidade de propagação). Incisuras de Schmidt-Lanterman: pequenas quantidades de citoplasma remanescente em vários locais da mielina. Ou seja, ao enrolar o citoplasma com mielina, as células de Schwann deixam uma parte desse citoplasma pra trás, então o espaço em branco na microscopia é o pouco de citoplasma “esquecido” pelas células de Schwann; essas incisuras não possuem função fisiológica. As células não mielinizadas são envolvidas e nutridas pelo citoplasma das células de Schwann. Os axônios não mielinizadas não são “enrolados” pelas células de Schwann, mas, na verdade, esses axônios estão somente apoiados no citoplasma da célula de Schwann. Sendo assim, essas células não realizam isolamento elétrico, apenas tem papel de sustentação. Células de Schwann, degenereção walleriana e regeneração axonal no SNP As células de Schwann ajudam na remoção de resíduos do SNP e orientam o recrescimento de axônios do SNP. Se acontecer alguma lesão no corpo celular, o neurônio não pode regenerar e morre. Já lesões nos dendritos e axônio são passíveis de regeneração. Após uma lesão da fibra nervosa periférica haverá reconstrução dessa fibra. Isso é AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 8 visto na prática diária, quando sofremos uma lesão na pele, um corte, e percebemos alterações da sensibilidade daquela região por algum período de tempo. Não só os nervos sensitivos, mas também os motores e os viscerais possuem essa mesma capacidade de regeneração. Nas lesões axonais diversas ações celulares se desenvolvem com a finalidade de remover o segmento danificado e estabelecer a regeneração axonal e, assim, a recuperação do nervo. Quando acontece uma lesão do axônio, existe uma região distal à raiz e uma região proximal à raiz. No segmento distal da lesão, os axônios iniciam um processo de degradação chamado de degeneração walleriana. Os produtos dessa degeneração são eliminados com a ação cooperativa entre células de Schwann e macrófagos. A lesão axonal faz com que as células de Schwann se diferenciem e atuem por meio da síntese de moléculas de adesão celular, fatores neurotróficos são responsáveis pela formação de um canal dentro do qual o crescimento axonal é guiado, esse canal é chamado de Banda de Bunger. No segmento proximal da lesão, há o desenvolvimento do processo de regeneração axonal. Isso significa que cada axônio envia vários brotos (brotamento axonal) que atravessamo local da lesão e continuam seu crescimento no interior das bandas de Bunger. Revisando Importância dos macrófagos nesse processo: eles fagocitam todo o conteúdo que está na distal da lesão, isso é muito importante, pois o macrófago faz a limpeza que “abre” o caminho para que ocorra a regeneração axonal. Bandas de Bunger: as células de Schwann se diferenciam e formam “tubos celulares” que guiam a regeneração do axônio, esse tubo é denominado banda de Bunger. A banda de Bunger atua como um canal dentro do qual o crescimento do axônio é guiado; as moléculas de adesão celular juntamente com os fatores neurotróficos são essenciais para o crescimento axonal no interior deste canal. Fatores neurotróficos (neurotrofinas): moléculas de sinalização e adesão, que estimulam o crescimento axonal. Sendo assim, as neurotrofinas vão estimular que o axônio cresça e entre dentro da banda de Bunger. Brotamento axonal: o axônio não cresce em linha; ele cresce em todas as direções possíveis. Ou seja, surgem os brotamentos axonais e o axônio que entrar na banda de Bunger é o que vai ser regenerado e os outros vão involuir. AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 9 Células satélites São pequenas células cuboides que circundam os corpos celulares dos neurônios dos gânglios. Apenas os seus núcleos são visíveis em H&E. Essa organização das células-satélites ajuda a estabelecer e a manter um microambiente controlado em torno do corpo neuronal no gânglio, proporcionando um isolamento elétrico, bem como uma via para trocas metabólicas. Por conseguinte, o papel funcional da célula-satélites é análogo ao da célula de Schwann, exceto que ela não sintetiza mielina. Neuróglia Central Existem quatro tipos de neuroglia central. Astrócitos Células morfologicamente heterogêneas; são as maiores células da neuróglia. Os astrócitos tem a função de fornecer suporte físico, estrutural e metabólico para os neurônios e atuam na captação de íons e de neurotransmissores liberados no espaço extracelular. Eles formam uma rede celular dentro do SNC e se comunicam com os neurônios para sustentar e modular suas atividades. Os astrócitos fazem a ligação dos neurônios aos capilares e a pia-máter (camada de tecido conjuntivo que reveste o SNC). Os prolongamentos dos astrócitos vão envolver os capilares sanguíneos (por meios dos pés vasculares), impedindo a passagem de macromoléculas. Dessa forma, os astrócitos controlam a composição iônica e molecular do meio extracelular dos neurônios. Revisão Os astrócitos emitem diversos prolongamentos dos vasos sanguíneos até os neurônios para manter as junções de oclusão dos capilares que formam a barreira hematoencefálica. A barreira hematoencefálica é formada pelas junções oclusivas das células endoteliais do vaso sanguíneo, ou seja, poucas substâncias são permeáveis à barreira hematoencefálica. As substâncias que são permeáveis passam por dentro das células endoteliais. A barreira hematoencefálica é uma importante capacidade do sistema nervoso se proteger contra patógenos. Os astrócitos estabelecem a ligação entre os neurônios e os capilares sanguíneos e a pia-máter. Eles também são responsáveis por regular algumas funções neuronais e criam uma barreira contra agentes tóxicos encontrados no sangue. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/sangue AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 10 Nas fendas sinápticas, quando vesículas de neurotransmissores sobram, os astrócitos pegam essas vesículas para evitar estímulo excedente desnecessário. Sendo assim, os astrócitos também possuem a função de regular a atividade neuronal. De acordo com a quantidade e o comprimento dos prolongamentos os astrócitos são classificados em: Astrócitos protoplasmáticos Estão predominantemente na substância cinzenta e possuem diversos prolongamentos citoplasmáticos curtos e ramificados. As pontas de alguns prolongamentos formam os pedicelos (pés vasculares) que entram em contato com os vasos sanguíneos. Na microscopia, ele está como se fosse um borrão, não dá pra visualizar muito bem. Astrócitos fibrosos São comuns na substância branca e apresentam um menor número de prolongamentos, os quais são mais finos, retos e longos. Resumindo Os astrócitos realizam a captação de neurotransmissores que estiverem sobrando na fenda sináptica, conferem suporte aos neurônios e fazem manutenção da barreira hematoencefálica. Oligodendrócitos É a célula responsável pela produção de mielina no SNC. Eles têm função semelhante à célula de Schwann no SNP; a diferença entre a célula de Schwann para o oligodendrócito, é que um único oligodendrócito pode mielinizar vários axônios, enquanto a célula de Schwann envolve somente um axônio com mielina. Micróglia São as menores células neurogliais e apresentam núcleos pequenos e alongados. No citoplasma dessas células há um predomínio de lisossomos. As células da micróglia fazem parte do sistema mononuclear fagocitário. Ou seja, essas células possuem função fagocítica, atuando na remoção de fragmentos e estruturas danificadas do SNC. Células ependimárias Essas células realizam o revestimento epitelial das cavidades do SNC preenchidas com líquido (ventrículos cerebrais e o canal central medular). Elas formam uma camada única de células epiteliais cuboides a colunares. Em determinadas regiões, essas células são ciliadas, o que facilita a movimentação e absorção do líquido cérebro-espinal. AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 11 Resumindo As células ependimárias são células de revestimento do sistema nervoso. Elas revestem os ventrículos do encéfalo e o canal central da medula. Lâminas histológicas e neuróglia central Apenas os núcleos das células gliais são reconhecíveis em HE. Astrócitos: núcleos redondos, maiores e mais claros. Oligodendrócitos: núcleos redondos e mais escuros. Pode ter halo claro (entrada de água= artefato histológico) Microglia: núcleos achatados/alongados e escuro Sistema Nervoso Central O SNC é composto pelo encéfalo e pela medula espinal e protegido pelo crânio e pelas vértebras. Encéfalo: está localizado na cavidade craniana e é subdivido em: cérebro, cerebelo e tronco encefálico (se conecta com a medula). Medula espinal: está localizada no canal vertebral. As meninges são três membranas de tecido conjuntivo que circundam o SNC. O encéfalo e a medula espinal estão imersos no líquido cérebro- espinal, que tem a função banhar, nutrir e proteger essas estruturas. O líquido cérebro-espinal ocupa o espaço entre as duas meninges mais internas. Existem duas regiões no SNC: substância cinzenta e substância branca. Córtex cerebral: formado pela substância cinzenta, constitui a camada mais externa do encéfalo e possui agregados de corpos celulares, porções amielínicas dos axônios, dendritos e neuroglia central; no tecido vivo tem aspecto cinzento por conta da ausência de mielina. Os núcleos estão localizados nas porções profundas do cérebro e cerebelo e são regiões que, além do córtex, possuem substância cinzenta. Substância branca: a substância branca constitui a porção mais interna, abaixo do córtex e ao redor dos núcleos; essa substância é formada, em sua maioria, por axônios mielinizados das células nervosas, juntamente com células neurogliais e vasos sanguíneos. Nessa região, existem “ilhas” de corpo celulares neuronais chamadas de núcleos (grupos de neurônios presentes dentro da substância branca). AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 12 Substância cinzenta no encéfalo Os tipos de corpos celulares que encontramos na substância cinzenta vão variar de acordo com a região que está sendo estudada. O neurópilo é uma rede de prolongamentos de axônios, dendritos e células gliaisque estão associadas à substância cinzenta. Resumindo Neurópilo: emaranhado de tecido neural que formados por prolongamentos de dendritos, axônios e células gliais. No encéfalo, a substância cinzenta está em sua maioria localizada na periferia (região cortical) do cérebro e do cerebelo. Os núcleos são agregados de corpos de neurônios que estão “mergulhados” na substância branca (já foram citados). O tronco encefálico não está claramente organizado em regiões de substância branca e cinzenta. As seis camadas do córtex são designadas e descritas da seguinte maneira: (professora disse que não há necessidade de gravar essas camadas) 1. Camada plexiforme: células neurogliais e células de Cajal horizontais ocasionais. 2. Camada de células piramidais pequenas (ou camada granulosa): células piramidais e em células granulosas, também denominadas células estreladas. 3. Camada de células piramidais de tamanho médio (ou camada de células piramidais externas): células piramidais são ligeiramente maiores e apresentam formato piramidal típico. 4. Camada granulosa (ou camada granulosa interna): caracteriza-se pela existência de muitas células granulosas pequenas (células estreladas). 5. Camada de células piramidais grandes (ou camada interna de células piramidais): contém células piramidais que, em muitas partes do cérebro, são menores que as células piramidais da camada 3. 6. Camada de células polimórficas: contém células com diversos formatos, muitas das quais fusiformes (células fusiformes). O que precisamos saber para a prova é identificar as diferenças entre substância branca e cinzenta. Substância branca tem pontos brancos onde a mielina estaria localizada, a mielina é composta de lipídio que é removido durante o processo histológico. Medula Espinal A medula espinal é uma estrutura cilíndrica e contínua com o tronco encefálico. Na medula espinal, a substância branca está localizada na periferia, enquanto a substância cinzenta está localizada na porção central e forma o H medular em corte transversal (em forma de borboleta). O H medular é onde está localizado o canal medular, região de passagem do líquor que é revestida por células ependimárias como já foi visto. AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 13 Substância branca da medula espinal: possui em sua maioria axônios mielinizados e alguns não mielinizados; ausência de corpos de neurônio. Substância cinzenta da medula espinal: possui corpos celulares neuronais e seus dendritos, juntamente com axônios e neuroglia central. Cornos dorsais/posterior (parte mais afunilada): recebem informações sensoriais dos neurônios periféricos (gânglios da raiz dorsal). Ou seja, é no corpo posterior que chegam as fibras sensoriais. Os corpos celulares dos interneurônios estão localizados nos cornos dorsais. Corno ventral/anterior (é a parte mais gordinha): contêm corpos celulares dos neurônios motores que dão origem à parte motora dos nervos periféricos. Resumindo Corso dorsal tem neurônios sensitivos. Corpo ventral tem neurônios motores. Tecido conjuntivo do SNC As meninges são três membranas de tecido conjuntivo que cobrem o encéfalo e a medula espinal. A camada mais externa é a dura-máter, a camada intermediária e a aracnoide e a camada mais interna é a pia-máter. Dura-máter É a camada mais externa; folheto espesso de tecido conjuntivo denso modelado. No crânio, está adjacente ao periósteo. Na medula, está separada do periósteo vertebral pelo espaço epidural. Aracnoide-máter (aracnoide) É um folheto delgado de tecido conjuntivo que está em contato com a superfície interna da dura-máter. Essa camada é avascular; o espaço entre a aracnoide e a pia-máter (espaço subaracnóideo) é uma região onde corre líquor. A aracnoide estende delicadas trabéculas aracnoides (parecem teias) até a pia-máter, essas trabéculas são compostas de fibras de tecido conjuntivo frouxo. O espaço conectado por essas trabéculas é o espaço subaracnóideo, que contém o líquido cerebrospinal. Pia-máter É a camada mais interna das meninges que está apoiada diretamente na superfície do encéfalo e da medula espinal. Constituída de tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado. AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 14 Resumindo Dura-máter tecido conjuntivo denso modelado Trabéculas da aracnoide tecido conjuntivo frouxo Pia-máter tecido conjuntivo frouxo Sistema Nervoso Periférico O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos periféricos com terminações nervosas e os gânglios contendo corpos celulares de células nervosas que residem forma do SNC. Nervos periféricos: consiste em um feixe de fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo. Esse feixe de fibras transporta a informação sensitiva e motora entre os órgãos e tecidos do corpo e o encéfalo e a medula espinal. Gânglios: são agregados de corpos celulares de neurônios localizados fora do SNC. Diferenciam- se em dois tipos de gânglios: aferente (sensitivos) e eferentes (autônomos). Envoltórios de tecido conjuntivo do nervo periférico As fibras nervosas podem ou não ser mielizadas. A maior parte de um nervo periférico consiste em fibras nervosas e células de Schwann. As fibras nervosas e suas células de Schwann são unidas por tecido conjuntivo que possui três divisões: Endoneuro É a camada mais internada dos três envoltórios sendo formada por tecido conjuntivo frouxo que circunda cada uma das fibras nervosas. Perineuro É a camada intermediária, circunda os fascículos nervosos e é formado por tecido conjuntivo especializado. Epineuro É a camada mais externa, sendo composto por tecido conjuntivo denso não modelado que circunda o nervo periférico e preenche o espaço entre os fascículos nervosos. Resumindo Epineuro – circunda o nervo periférico Perineuro – circula cada fascículo nervoso Endoneuro – circula cada uma das fibras nervosas AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 15 Sistema nervoso autônomo É a parte do SNP que conduz os impulsos involuntários para o músculo liso, o músculo cardíaco e epitélio glandular, a fim de realizar a manutenção da homeostase. Ele é formado por aglomerados de células nervosas no SNC, nervos cranianos e espinais e gânglios nervosos. Possui três divisões: Sistema nervoso simpático Sistema nervoso parassimpático Sistema nervoso entérico Existem três formas de diferenciar o sistema nervoso parassimpático do simpático Posição das fibras pré-ganglionares e pós- ganglionares Tamanho das fibras pré e pós ganglionares (tamanho dos axônio) Vamos falar sobre os sistemas e trataremos sobre essas diferenças. Sistema nervoso simpático Os corpos celulares estão presentes nas porções torácica e lombar da medula espinal. Os neurônios pré-sinápticos da divisão simpática estão localizados nas porções torácica e lombar superior da medula espinal. Resumo O sistema nervoso simpático possui a origem dos neurônios pré-ganglionares na região torácica e lombar (entre T1 e L2). Por isso, é comumente dito que o sistema nervoso simpático é toracolombar. O neurônio pós-ganglionar do sistema nervoso simpático faz sinapse em uma região distante do órgão alvo (ver a fibra em vermelho pontilhado na imagem). Pensando no tamanho dos axônios: Se o neurônio pré-ganglionar faz sinapse próximo da medula espinal, ele é menor do que o neurônio pós-ganglionar. O gânglio pré-ganglionar no sistema nervoso simpático é chamado de gânglio paravertebral justamente por ser curto e ficar paralelo à medula. A fibra pós-ganglionar é longa, pois sai de perto da medula e percorre uma longa distância para chegar ao órgão alvo. Simplificando: o neurônio sai da porção toracolombar da medula e vai para um gânglioparavertebral. No gânglio paravertebral ele encontra outro neurônio, e é esse outro neurônio que vai para o órgão alvo. Primeiro neurônio que sai da medula é curto o segundo neurônio é longo, pois sai do gânglio paravertebral e vai para o órgão alvo. Medula fibra pré-ganglionar gânglio paravertebral fibra pós-ganglionar órgão Sistema nervoso parassimpático Os neurônios pré-sinápticos da divisão parassimpática estão localizados no tronco encefálico e na medula espinal sacral. Neurônios efetores pós-sinápticos da divisão parassimpática estão nos órgãos inervados. Os gânglios parassimpáticos são pequenos gânglios localizados perto ou dentro dos órgãos que inervam. Resumo No sistema nervoso parassimpático, as fibras pré- ganglionares tem origem ou no tronco encefálico, ou na medula espinal sacral (S2, S3 e S4). Por isso é AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 16 comumente dito que o sistema nervoso parassimpático possui origem craniossacral. O neurônio pós-ganglionar, no sistema nervoso parassimpático, fica perto ou dentro do órgão alvo (ver o neurônio em verde localizado nos órgãos alvo da imagem da página 15). Como o gânglio pós- ganglionar fica ou dentro ou próximo do órgão alvo, ele é mais curto. Sendo o neurônio pré- ganglionar mais longo no sistema nervoso parassimpático. AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 17 SNC X SNP – Resposta a lesão Uma diferença essencial na resposta do SNC à lesão axônica está relacionada com o fato de que a barreira hematoencefálica sofre ruptura apenas no local de lesão, e não ao longo de toda a extensão do axônio lesionado. Como consequência disso: Limita a infiltração dos macrófagos no SNC Restringe drasticamente o processo de remoção da mielina (meses ou anos) Formação de uma cicatriz glial (derivada dos astrócitos), que preenche o espaço vazio deixado pelos axônios degenerados. Correlações clínicas Esclerose múltipla Trata-se de uma doença neurológica desmielinizante autoimune crônica provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem a bainha de mielina que revestem os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central. Ou seja, acontece a perda da mielina principalmente no SNC. Nessa patologia, por algum motivo desconhecido, a mielina é fagocitada. Consequentemente, a ausência da bainha de mielina faz com que a transmissão das informações seja prejudicada e sofra um atraso considerável. AMEC Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 18 Síndrome de Guillain-Barré A síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune grave em que o próprio sistema imunológico passa a atacar as células nervosas, levando à inflamação nos nervos e, consequentemente, fraqueza, formigamento nas pernas e nos braços, perda de sensibilidade, alterações na pressão arterial, palpitações e paralisia muscular, podendo ser fatal, já que pode interferir na capacidade de movimentação dos músculos respiratórios. Células nervosas são danificadas, acontecendo degeneração da bainha de mielina. Hidrocefalia As células ependimárias são responsáveis pela absorção do liquor e quando ocorre algum problema ou alteração nessas células o líquido cérebro-espinal vai acumular consideravelmente, gerando pressão intracraniana, que, se for muito alta, o cérebro entra em falência.
Compartilhar