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Sistema nervoso - Anatomia Geral

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Marina Moura Fé – M7 
 
Sistema Nervoso 
Organização do Sistema Nervoso 
Esta rede intrincada de bilhões de neurônios e de 
um número ainda maior de células da neuróglia está 
organizada em duas subdivisões principais: o 
sistema nervoso central e o sistema nervoso 
periférico. 
 
➢ SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
O sistema nervoso central (SNC), denominado parte 
central do sistema nervoso segundo a Terminologia 
Anatômica, é composto pelo encéfalo e pela medula 
espinal. O encéfalo é a parte do SNC que está 
localizada no crânio e contém cerca de 85 bilhões de 
neurônios. A medula espinal conecta-se com o 
encéfalo por meio do forame magno do occipital e 
está envolvida pelos ossos da coluna vertebral. A 
medula espinal possui cerca de 100 milhões de 
neurônios. O SNC processa muitos tipos diferentes 
de informações sensitivas. Também é a fonte dos 
pensamentos, das emoções e das memórias. A 
maioria dos sinais que estimulam a contração 
muscular e a liberação das secreções glandulares se 
origina no SNC. 
➢ SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
O sistema nervoso periférico (SNP), também 
denominado parte periférica do sistema nervoso 
segundo a Terminologia Anatômica, é formado por 
todo o tecido nervoso fora do SNC. Os componentes 
do SNP incluem os nervos, os gânglios, os plexos 
entéricos e os receptores sensitivos. 
Nervo é um feixe composto por centenas de 
milhares de axônios, associados a seu tecido 
conjuntivo e seus vasos sanguíneos, que se situa fora 
do encéfalo e da medula espinal. 
Doze pares de nervos cranianos emergem do 
encéfalo e 31 pares de nervos espinais emergem da 
medula espinal. Cada nervo segue um caminho 
definido e supre uma região específica do corpo. 
Os gânglios são pequenas massas de tecido nervoso 
compostas primariamente por corpos celulares que 
se localizam fora do encéfalo e da medula espinal. 
Estas estruturas têm íntima associação com os 
nervos cranianos e espinais. Os plexos entéricos são 
extensas redes neuronais localizadas nas paredes de 
órgãos do sistema digestório. Os neurônios destes 
plexos ajudam a regular o sistema digestório. 
O termo receptor sensitivo refere-se à estrutura do 
sistema nervoso que monitora as mudanças nos 
ambientes externo ou interno. São exemplos de 
receptores sensitivos os receptores táteis da pele, os 
fotorreceptores do olho e os receptores olfatórios do 
nariz. 
O SNP é dividido em sistema nervoso somático (SNS), 
sistema nervoso autônomo (SNA, divisão autônoma 
do sistema nervoso segundo a Terminologia 
Anatômica) e sistema nervoso entérico (SNE). 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
O SNS é composto por (1) neurônios sensitivos que 
transmitem informações para o SNC a partir de 
receptores somáticos na cabeça, no tronco e nos 
membros e de receptores para os sentidos 
especiais da visão, da audição, da gustação e do 
olfato, e por (2) neurônios motores que conduzem 
impulsos nervosos do SNC exclusivamente para os 
músculos esqueléticos. Como estas respostas 
motoras podem ser controladas conscientemente, 
a ação desta parte do SNP é voluntária. 
A divisão autônoma do sistema nervoso ou SNA é 
formado por (1) neurônios sensitivos que levam 
informações de receptores sensitivos autônomos – 
localizados especialmente em órgãos viscerais 
como o estômago e os pulmões – para o SNC, e por 
(2) neurônios motores que conduzem os impulsos 
nervosos do SNC para o músculo liso, o músculo 
cardíaco e as glândulas. Como suas respostas 
motoras não estão, de modo geral, sob controle 
consciente, a atuação do SNA é involuntária. A 
parte motora do SNA é composta por dois ramos, a 
divisão simpática e a divisão parassimpática. Com 
poucas exceções, os efetores recebem nervos de 
ambas as divisões, e geralmente têm ações 
opostas. 
Por exemplo, os neurônios simpáticos aumentam a 
frequência cardíaca, enquanto os parassimpáticos a 
diminuem. De modo geral, a divisão simpática está 
relacionada com o exercício ou ações de emergência 
– as respostas de “luta ou fuga” – e a divisão 
parassimpática se concentra nas ações de “repouso 
e digestão”. 
A atuação do SNE, o “cérebro do intestino”, é 
involuntária. Considerado antigamente como parte 
do SNA, o SNE é composto por mais de 100 milhões 
de neurônios que estão dentro dos plexos entéricos, 
e se estendem pela maior parte do sistema 
digestório. A maioria destes neurônios funciona 
independentemente do SNA e em parte do SNC, 
embora eles se comuniquem com o SNC através de 
neurônios simpáticos e parassimpáticos. Os 
neurônios sensitivos do SNE monitoram mudanças 
químicas no sistema digestório, bem como o 
estiramento de suas paredes.Os neurônios motores 
entéricos controlam, no sistema digestório, as 
contrações do músculo liso para impulsionar o 
alimento, as secreções dos órgãos (como o suco 
gástrico) e a atividade das células endócrinas, 
secretoras de hormônios. 
 
 
 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
Funções do sistema nervoso 
O sistema nervoso executa tarefas complexas. Ele 
nos permite sentir vários odores, falar e lembrar 
eventos do passado; além disso, ele gera sinais que 
controlam os movimentos corporais e regula o 
funcionamento dos órgãos internos. Estas diversas 
atividades podem ser agrupadas em três funções 
básicas: sensitiva (aporte), integradora 
(processamento) e motora (saída). 
➢ Função sensitiva: Os receptores sensitivos 
detectam estímulos internos, como elevação da 
pressão arterial, ou estímulos externos (p. ex., uma 
gota de água caindo no seu braço). Essas 
informações sensitivas são então levadas para o 
encéfalo e para a medula espinal por meio dos 
nervos cranianos e espinais. 
➢ Função integradora: O sistema nervoso 
processa as informações sensitivas, analisando-as e 
tomando as decisões adequadas para cada 
resposta – uma atividade conhecida como 
integração. 
➢ Função motora. Após o processamento das 
informações sensitivas, o sistema nervoso pode 
desencadear uma resposta motora específica por 
meio da ativação de efetores (músculos e 
glândulas) por intermédio dos nervos cranianos e 
espinais. A estimulação dos efetores causa a 
contração dos músculos e a secreção de hormônios 
pelas glândulas. 
 
As três funções básicas do sistema nervoso 
acontecem, por exemplo, quando você atende a 
seu telefone celular após ouvi-lo tocar. O som do 
toque do telefone celular estimula receptores 
sensitivos em suas orelhas (função sensitiva). Essas 
informações auditivas são então transmitidas para 
o encéfalo onde são processadas, e é tomada a 
decisão de atender ao telefone (função 
integradora). Após isso, o encéfalo estimula a 
contração de músculos específicos que lhe 
permitirão pegar o telefone e pressionar o botão 
apropriado para atendê-lo (função motora) 
 
Histologia do tecido nervoso 
O tecido nervoso é composto por dois tipos de 
células – os neurônios e a neuróglia. Estas células se 
combinam de várias maneiras em diferentes regiões 
do sistema nervoso. Além de formarem as 
complexas redes de processamento no encéfalo e na 
medula espinal, os neurônios também conectam 
todas as regiões do corpo com o SNC. 
 
Por serem células muito especializadas, capazes de 
atingir grandes comprimentos e de fazer conexões 
extremamente complexas com outras células, os 
neurônios desempenham a maioria das funções 
exclusivas do sistema nervoso, como sentir, pensar, 
lembrar, controlar a atividade muscular e regular as 
secreções glandulares. Como consequência de sua 
especialização, a maior parte dos neurônios perdeu 
a capacidade de sofrer divisões mitóticas 
 
As células da neuróglia são menores, mas muito mais 
numerosas que os neurônios, talvez até 25 vezes 
mais numerosas. A neuróglia fornece suporte, 
nutrição e proteção aos neurônios e ajuda a manter 
o líquido intersticial que os banha. Ao contrário dos 
neurônios, a neuróglia continua se dividindo durante 
a vida de um indivíduo. Tanto os neurôniosquanto a 
neuróglia são estruturalmente diferentes de acordo 
com sua localização no sistema nervoso central ou 
no sistema nervoso periférico. Estas diferenças 
estruturais se correlacionam com as diferentes 
funções exercidas nestes sistemas. 
NEURÔNIOS 
Assim como as células musculares, os neurônios 
(células nervosas) apresentam excitabilidade 
elétrica, ou seja, a capacidade de responder a um 
estímulo e convertê-lo em um potencial de ação. Um 
estímulo é qualquer mudança no ambiente que seja 
forte o suficiente para iniciar um potencial de ação. 
Um potencial de ação (impulso nervoso) é um sinal 
elétrico que se propaga pela superfície da membrana 
de um neurônio. 
Marina Moura Fé – M7 
 
Ele começa e se propaga devido à passagem de íons 
(como sódio e potássio) entre o líquido intersticial 
e a parte interna de um neurônio por meio de 
canais iônicos específicos em sua membrana 
plasmática. Uma vez iniciado, o impulso nervoso é 
transmitido rapidamente e em uma velocidade 
constante. 
Alguns neurônios são minúsculos e propagam seus 
impulsos por curtas distâncias (menos que 1 mm) 
no SNC. Outros são as células mais longas do corpo. 
Os neurônios que permitem que você movimente 
os dedos dos pés, por exemplo, se estendem da 
região lombar de sua medula espinal (logo acima 
do quadril) até os músculos do seu pé. Alguns 
neurônios são ainda mais longos. Aqueles que o 
fazem sentir cócegas no pé se estendem por todo 
seu pé até chegar à parte inferior de seu encéfalo. 
Os impulsos nervosos trafegam por estas grandes 
distâncias a velocidades que variam de 0,5 a 130 
metros por segundo (1,6 a 467 km/h). 
➢ PARTES DE UM NEURÔNIO 
A maioria dos neurônios tem três partes: (1) um 
corpo celular, (2) dendritos e (3) um axônio. 
 
 
O corpo celular, também conhecido como pericárdio 
ou soma, contém um núcleo cercado por citoplasma, 
o qual inclui organelas celulares típicas como os 
lisossomos, as mitocôndrias e o complexo de Golgi. 
 
Os corpos celulares neuronais também apresentam 
ribossomos livres e proeminentes agrupamentos de 
retículo endoplasmático rugoso, denominados de 
corpúsculos de Nissl. Os ribossomos são os locais 
onde ocorre a síntese proteica. As proteínas recém-
produzidas pelos corpúsculos de Nissl são utilizadas 
para repor componentes celulares, como material 
para o crescimento neuronal, e para regenerar 
axônios danificados no SNP. O citoesqueleto inclui as 
neurofibrilas, compostas por feixes de filamentos 
intermediários que dão formato e suporte à célula, e 
os microtúbulos, que auxiliam no transporte de 
material entre o corpo celular e o axônio. Neurônios 
mais velhos também contêm lipofuscina, um 
pigmento que se apresenta como agregados de 
grânulos marrom-amarelados no citoplasma. A 
lipofuscina é um produto dos lisossomos neuronais 
que se acumula à medida que o neurônio envelhece, 
mas parece não ser danosa a ele. 
 
Fibra nervosa é um termo genérico para qualquer 
prolongamento que emerge do corpo celular de um 
neurônio. A maior parte dos neurônios tem dois 
tipos de prolongamentos: dendritos (múltiplos) e um 
único axônio. Os dendritos são as porções 
receptoras de um neurônio. A membrana plasmática 
dos dendritos (e dos corpos celulares) contém 
inúmeros receptores para que ocorra a ligação de 
mensageiros químicos de outras células. Os 
dendritos geralmente são curtos, afilados e muito 
ramificados. Em muitos neurônios, eles formam um 
arranjo arboriforme de prolongamentos que se 
estendem a partir do corpo celular. O citoplasma dos 
dendritos contém corpúsculos de Nissl, mitocôndrias 
e outras organelas. 
 
 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
O axônio de um neurônio propaga o impulso 
nervoso para outro neurônio, para uma fibra 
muscular ou para uma célula glandular. Ele é uma 
projeção longa, fina e cilíndrica que geralmente se 
liga ao corpo celular por meio de uma elevação 
cuneiforme chamada cone de implantação. A parte 
do axônio que está mais próxima ao cone de 
implantação é chamada segmento inicial. 
 
Na maioria dos neurônios, os impulsos nervosos se 
iniciam na junção do cone de implantação com o 
segmento inicial, a zona-gatilho, a partir da qual 
eles percorrem o axônio até seu destino final.Um 
axônio contém mitocôndrias, microtúbulos e 
neurofibrilas. Como não há retículo 
endoplasmático rugoso, não existe síntese proteica 
no axônio. O citoplasma de um axônio, chamado 
axoplasma, é envolvido por uma membrana 
plasmática conhecida como axolema. Em toda a 
extensão de um axônio, podem ser encontrados 
ramos laterais chamados axônios colaterais, que 
normalmente se projetam em um ângulo reto. O 
axônio e seus ramos colaterais terminam se 
dividindo em várias projeções finas chamadas 
terminais axônicos ou telodendros. 
 
O local de comunicação entre dois neurônios ou 
entre um neurônio e uma célula efetora é chamado 
sinapse. As extremidades de alguns terminais 
axônicos se tornam estruturas com formato de um 
botão, chamadas botões sinápticos; outras 
apresentam uma cadeia de pequenas saliências, 
chamadas varicosidades. Tanto os botões 
sinápticos terminais quanto as varicosidades 
contêm minúsculos sacos envoltos por membrana 
chamados vesículas sinápticas, que armazenam 
uma substância chamada neurotransmissor. O 
neurotransmissor é uma molécula liberada de uma 
vesícula sináptica que excita ou inibe outro 
neurônio, uma fibra muscular ou uma célula 
glandular. Muitos neurônios contêm dois ou até 
três tipos de neurotransmissores, cada um com 
diferentes efeitos na célula pós-sináptica. 
 
Como algumas substâncias produzidas ou recicladas 
no corpo celular neuronal são necessárias no axônio 
ou nos terminais axônicos, dois tipos de sistema de 
transporte levam estas substâncias do corpo celular 
para os terminais axônicos e vice-versa. O sistema 
mais lento, que movimenta substâncias a uma 
velocidade de aproximadamente 1 a 5 mm por dia, é 
chamado transporte axônico lento. Ele transporta o 
axoplasma em apenas uma direção – do corpo 
celular para os terminais axônicos. 
O transporte axônico lento fornece um axoplasma 
novo para axônios em desenvolvimento ou em 
regeneração e repõe o axoplasma nos axônios 
maduros ou em crescimento. 
O transporte axônico rápido, que é capaz de 
transportar substâncias a uma velocidade de 200 a 
400 mm por dia, utiliza proteínas que funcionam 
como “motores” para levar as substâncias pela 
superfície dos microtúbulos do citoesqueleto 
neuronal. Ele transporta material em ambas as 
direções – do corpo celular para os terminais 
axônicos e vice-versa. O transporte axônico rápido 
que ocorre na direção anterógrada leva as organelas 
e as vesículas sinápticas do corpo celular para os 
terminais axônicos. Já o transporte que ocorre na 
direção retrógrada transporta vesículas e outros 
materiais celulares dos terminais axônicos para o 
corpo celular, onde serão degradados ou reciclados. 
As substâncias que entram no neurônio através dos 
terminais axônicos também são levadas para o corpo 
celular através deste tipo de transporte. Estas 
substâncias incluem componentes tróficos, como o 
fator de crescimento neuronal, e agentes nocivos, 
como a toxina tetânica e os vírus que causam a raiva, 
o herpes simples e a poliomielite. 
➢ CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS 
Características estruturais e funcionais são utilizadas 
na classificação dos vários neurônios do corpo. 
CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL. Estruturalmente, os 
neurônios são classificados de acordo com o número 
de extensões que se projetam a partir do corpo 
celular: 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
Neurônios multipolares geralmente têm vários 
dendritos e um axônio. A maioria dos neurônios do 
encéfalo e da medula espinal é deste tipo, bem 
como todos os neurônios motores. 
Neurônios bipolares têm um dendrito principal e 
um axônio. Eles são encontrados na retina, na 
orelha interna e na área olfatóriado encéfalo. 
Neurônios unipolares têm dendritos e um axônio 
que se fundem para formar um prolongamento 
contínuo que emerge do corpo celular. 
Em síntese: Um neurônio multipolar tem muitos 
prolongamentos que emergem de seu corpo 
celular; um neurônio bipolar, dois 
prolongamentos; e um neurônio unipolar, apenas 
um 
 
Além da classificação estrutural que acabamos de 
descrever, alguns neurônios são descritos pelo 
nome do neurologista que primeiro os descreveu 
ou de acordo com algum aspecto de seu formato 
ou sua aparência; entre os exemplos estão as 
células de Purkinje do cerebelo e as células 
piramidais, encontradas no córtex cerebral, cujos 
corpos celulares apresentam o formato de uma 
pirâmide. 
 
Neurônios sensitivos ou aferentes contêm 
receptores sensitivos em suas extremidades distais 
ou estão localizados logo após receptores sensitivos 
que são células separadas. Quando um estímulo 
apropriado ativa um receptor sensitivo, ele gera um 
potencial de ação em seu axônio que é transportado 
para o SNC por nervos cranianos ou espinais. A 
maioria dos neurônios sensitivos é estruturalmente 
unipolar. 
Neurônios motores ou eferentes transportam os 
potenciais de ação para fora do SNC em direção a 
efetores (músculos e glândulas) na periferia (SNP) 
por meio de nervos cranianos ou espinais. Do ponto 
de vista estrutural, estes neurônios são multipolares. 
Interneurônios ou neurônios de associação estão 
localizados principalmente no SNC, entre os 
neurônios motores e sensitivos. Os interneurônios 
integram (processam) as informações sensitivas 
oriundas dos neurônios sensitivos e então 
promovem uma resposta motora por meio da 
ativação dos neurônios motores adequados. A maior 
parte dos interneurônios é multipolar. 
 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
NEURÓGLIA 
 A neuróglia ou glia constitui aproximadamente 
metade do volume do SNC. Seu nome deriva da 
concepção de antigos histologistas que 
acreditavam que a neuróglia era a “cola” que 
mantinha o tecido nervoso unido. Agora sabemos 
que a neuróglia não é uma mera expectadora e de 
fato participa ativamente nas funções do tecido 
nervoso. Geralmente as células da neuróglia são 
menores que os neurônios, mas são 5 a 25 vezes 
mais numerosas. Ao contrário dos neurônios, a 
neuróglia não gera ou propaga potenciais de ação 
e pode se multiplicar e se dividir no sistema 
nervoso maduro. 
 Quando ocorre uma lesão ou uma doença, a 
neuróglia se multiplica para preencher os espaços 
anteriormente ocupados pelos neurônios. Tumores 
encefálicos derivados da neuróglia, chamados 
gliomas, tendem a ser altamente malignos e a 
crescer rapidamente. Dos seis tipos de células da 
neuróglia, quatro – astrócitos, oligodendrócitos, 
micróglia e células ependimárias – são encontradas 
apenas no SNC. Os outros dois tipos – células de 
Schwann e células satélites – estão presentes no 
SNP. 
➢ NEURÓGLIA DO SNC 
A neuróglia do SNC pode ser classificada de acordo 
com seu tamanho, seus prolongamentos 
citoplasmáticos e sua organização intracelular em 
quatro tipos: astrócitos, oligodendrócitos, células 
da micróglia e células ependimárias. 
Astrócitos: Estas células com formato de estrela 
têm muitos prolongamentos e são as maiores e 
mais numerosas células da neuróglia. Existem dois 
tipos de astrócitos. Os astrócitos protoplasmáticos 
têm muitos prolongamentos curtos e ramificados e 
são encontrados na substância cinzenta. 
 
Os astrócitos fibrosos têm longos prolongamentos 
não ramificados e estão localizados principalmente 
na substância branca (também descrita a seguir). Os 
prolongamentos dos astrócitos entram em contato 
com capilares sanguíneos, neurônios e com a pia-
máter (fina membrana que recobre o encéfalo e a 
medula espinal). 
Oligodendrócitos: Estas células são parecidas com os 
astrócitos, mas são menores e contêm menos 
prolongamentos. Os prolongamentos dos 
oligodendrócitos são responsáveis pela formação e 
pela manutenção da bainha de mielina encontrada 
ao redor dos axônios do SNC. Como você vai ver logo 
adiante, a bainha de mielina é uma cobertura 
lipoproteica multicamada que envolve e isola alguns 
axônios e aumenta a velocidade da condução do 
impulso nervoso. Tais axônios são classificados como 
mielinizados. 
 
Micróglia: Estas pequenas células da neuróglia têm 
finas projeções que dão origem a numerosas 
ramificações espiculadas. As células da micróglia 
funcionam como fagócitos. Da mesma maneira que 
os macrófagos, elas removem restos celulares 
formados durante o desenvolvimento normal do 
tecido nervoso e fagocitam microrganismos e tecido 
nervoso danificado. 
 
Células ependimárias: As células ependimárias são 
células cúbicas ou colunares, dispostas em uma 
camada única, que apresentam microvilosidades e 
cílios. Elas revestem os ventrículos encefálicos e o 
canal central da medula espinal (espaços 
preenchidos por líquido cerebrospinal, que protege 
e nutre o encéfalo e a medula espinal). Do ponto de 
vista funcional, as células ependimárias produzem, 
possivelmente monitoram, e auxiliam na circulação 
do líquido cerebrospinal. Elas também formam a 
barreira hematencefálica. 
Marina Moura Fé – M7 
 
 
➢ NEURÓGLIA DO SNP 
A neuróglia do SNP envolve completamente os 
axônios e os corpos celulares. Os dois tipos de 
células gliais do SNP são as células de Schwann e as 
células satélites 
Células de schwann. Estas células envolvem os 
axônios do SNP. Assim como os oligodendrócitos, 
elas formam a bainha de mielina ao redor dos 
axônios. 
Um único oligodendrócito mieliniza vários axônios, 
mas cada célula de Schwann mieliniza apenas um 
axônio. Uma única célula de Schwann também 
pode envolver até 20 ou mais axônios não 
mielinizados (axônios que não apresentam bainha 
de mielina). Estas células participam da 
regeneração do axônio, que ocorre mais facilmente 
no SNP que no SNC. 
Células satélites. Estas células achatadas envolvem 
os corpos celulares dos neurônios nos gânglios do 
SNP. Além de fornecer suporte estrutural, as 
células satélites regulam as trocas de substâncias 
entre os corpos celulares neuronais e o líquido 
intersticial. 
 
Mielinização 
Os axônios envolvidos por uma capa lipoproteica 
multicamada, denominada bainha de mielina, são 
classificados como mielinizados. A bainha isola 
eletricamente o axônio e aumenta a velocidade da 
condução do impulso nervoso. Os axônios que não 
possuem esta capa são classificados como não 
mielinizados. 
Dois tipos de células da glia produzem a bainha de 
mielina: as células de Schwann (no SNP) e os 
oligodendrócitos (no SNC). As células de Schwann 
começam a formar a bainha de mielina ao redor dos 
axônios durante o desenvolvimento fetal. 
Marina Moura Fé – M7 
 
Cada célula de Schwann envolve cerca de 1 
milímetro do comprimento de cada axônio, 
formando uma espiral que se enrola muitas vezes 
em torno dele. Por fim, múltiplas camadas de 
membrana plasmática da glia envolvem o axônio, 
com o citoplasma e o núcleo da célula de Schwann 
formando a camada externa. A porção interna, 
composta por até 100 camadas de membrana da 
célula de Schwann, é a bainha de mielina. A camada 
externa citoplasmática nucleada desta célula, que 
envolve a bainha de mielina, é o neurolema (bainha 
de Schwann). O neurolema é encontrado apenas ao 
redor de axônios do SNP. Quando um axônio é 
danificado, o neurolema ajuda na regeneração por 
meio da formação de um tubo regenerativo que 
guia e estimula o novo crescimento do axônio. 
Espaços na bainha de mielina, chamados nós de 
Ranvier, são encontrados em determinados 
intervalos ao longo do axônio. Cada célula de 
Schwann envolve um segmento axônico entre dois 
nós. 
 
No SNC, um oligodendrócito mieliniza partes de 
vários axônios. Cada oligodendrócito projeta cerca 
de 15 prolongamentos amplos e achatados que 
formam uma espiral ao redor dos axônios do SNC, 
produzindoassim uma bainha de mielina. 
Entretanto, não existe neurolema, pois o corpo 
celular e o núcleo desta célula não envolvem o 
axônio. Existem nós de Ranvier, mas em menor 
número. 
Os axônios do SNC crescem muito pouco após uma 
lesão. Acredita-se que isso ocorra devido à ausência 
do neurolema e à influência inibitória exercida pelos 
oligodendrócitos na regeneração do axônio. A 
quantidade de mielina aumenta desde o nascimento 
até a idade adulta, e sua presença aumenta muito a 
velocidade de condução do impulso nervoso. A 
resposta de um lactente a um estímulo não é tão 
rápida ou coordenada quanto aquela de uma criança 
maior ou de um adulto, em parte pelo fato de a 
mielinização ainda estar em desenvolvimento 
durante o primeiro ano de vida. 
Substância cinzenta e substância branca 
Em um corte recente do encéfalo e da medula 
espinal, algumas regiões parecem brancas e 
reluzentes e outras, cinzentas. A substância branca 
é composta primariamente por axônios 
mielinizados. A coloração esbranquiçada da mielina 
dá à substância branca seu nome. A substância 
cinzenta do sistema nervoso contém corpos 
celulares neuronais, dendritos, axônios não 
mielinizados, terminais axônicos e neuróglia. Ela 
parece acinzentada (e não esbranquiçada) porque os 
corpúsculos de Nissl são acinzentados e há pouca ou 
nenhuma mielina nessas áreas. Os vasos sanguíneos 
estão presentes tanto na substância branca quanto 
na cinzenta. Na medula espinal, a substância branca 
envolve uma região interna composta por substância 
cinzenta que, dependendo do quão imaginativo você 
é, parece uma borboleta ou a letra H em um corte 
transverso; no encéfalo, uma fina camada de 
substância cinzenta cobre a superfície de suas 
porções mais extensas, o cérebro e o cerebelo. 
 
 
 
 
Referências: Princípios de Anatomia e Fisiologia – 
TORTORA.

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