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AMAMENTAÇÃO, POLÍTICA DE ALEITAMENTO MATERNO E FUNCIONAMENTO DE UM BANCO DE LEITE

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Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
OBJETIVOS 
• COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO (BENEFÍCIOS, CONSEQUÊNCIAS 
E CONTRAINDICAÇÕES) 
• COMPREENDER O QUE É A POLÍTICA DE ALEITAMENTO MATERNO 
• COMPREENDER COMO FUNCIONA O BANCO DE LEITE HUMANO 
IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO 
POR QUE AMAMENTAR? 
O leite materno é um alimento natural e renovável que traz inúmeros benefícios para a criança e para mãe, 
comprovados cientificamente 
• Benefícios para o bebê: 
o Valor nutricional: é um alimento único e exclusivo para o RN que contém os nutrientes 
necessários para o seu crescimento e desenvolvimento em quantidade e qualidade 
adequadas 
o Proteção imunológica 
o Menor risco de contaminação, alergias e intolerâncias (pois seus componentes são de origem 
humana, sendo mais facilmente aceitados na digestão do RN) 
o Desenvolvimento e fortalecimento da musculatura da boca → melhora do desempenho da 
sucção, mastigação, deglutição e fala 
o Redução do risco de obesidade infantil, de desenvolvimento de hipercolestorolemia e de 
diabetes mellitus no futuro 
o Forma relação de vínculo afetiva com a mãe 
• Benefícios para a mãe: 
o Aceleração da involução uterina → redução do sangramento pós-parto 
o Redução dos índices de câncer de mama e de ovário, de fraturas por osteoporose e de artrite 
reumatoide 
o Recuperação do peso devido ao aumento do metabolismo por conta da amamentação → 
recuperação da forma física 
o Maior segurança e menos ansiedade para a mãe 
o Fortalecimento do vínculo afetivo com o bebê 
PRODUÇÃO DO LEITE MATERNO 
A lactação (produção de leite materno) é promovida pelo hormônio prolactina, o qual é secretado pela 
hipófise anterior materna. O estrógeno e a progesterona possuem efeitos inibitório sobre a lactação 
Colostro: Nos últimos dias que antecedem o parto e nos primeiros dias pós-parto, a mãe secreta um líquido 
chamado de colostro, que possui os mesmos componentes do leite materno maduro, com exceção da 
gordura e sua taxa de produção é de 1/100 da taxa do leite maduro 
Leite de transição: é produzido no período intermediário entre o colostro e o leite maduro, em que sua 
composição se modifica de forma gradual e progressiva 
• Com o nascimento do bebê, há uma perda súbita na produção de estrógeno e progesterona pela 
placenta → aumento do efeito lactogênico da prolactina 
• A mama fica mais cheia, firme e pesada (ingurgitamento), podendo ser aliviada com mamadas 
frequentes 
Leite maduro: começa a ser produzido a partir de duas semanas após o parto, contendo todos os nutrientes 
necessários ao crescimento e desenvolvimento saudáveis do bebê 
• Leite anterior: leite do início da mamada, rico em proteínas, vitaminas, minerais e água 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
• Leite posterior: leite proveniente da continuação da mamada, em que sua composição vai sendo 
alterada, passando a ter mais gorduras 
o É indicado que, a cada mamada, o bebê esvazie toda a mama para que receba todos os 
nutrientes 
• Após o nascimento do bebê, o nível basal de produção de prolactina retorna aos seus níveis não 
grávidos → cada vez que a mãe amamenta, sinais neurais do mamilo ao hipotálamo causam um pico 
de secreção de prolactina → prolactina age nas glândulas mamárias → produção e secreção de leite 
nos alvéolos mamares para a próxima amamentação 
#quando o leite de vaca é utilizado no lugar do leite materno para o bebê, sua proteção imunológica é perdida, 
pois os agentes protetores do leite de vaca são logo destruídos pelo organismo do bebê 
Recomendação da OMS: amamentação exclusiva até os 6 meses de idade. A partir do 6° mês começam a 
receber alimentação complementar segura e nutricionalmente adequada e a amamentação deve ser mantida 
até os 2 anos ou mais 
TIPOS DE MAMA 
 
PEGA CORRETA 
O momento da amamentação demanda um preparo especial, com técnicas e posições corretas para a mãe 
e para o bebê 
• Escolha de um lugar confortável para se sentar, com bom apoio para as costas, não a deixando muito 
reclinada 
 
Pega correta: 
• A boca do bebê fica bem aberta, pegando a aréola toda, não somente o mamilo e com o queixo 
encostado na mama → bebê consegue colocar os seios mais profundamente na boca, de tal forma 
que o mamilo fique fundo → realização de movimento ritmados da língua do bebê contra a superfície 
para sugar o leito dos ductos 
o Esse processo deve ser indolor para a mãe 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
• A pega adequada do bebê na amamentação é o principal fator para o ganho adequado de peso e 
para a não lesão das mamas 
Pega incorreta: causa lesões no mamilo, como fissuras e sangramentos 
• Queixo não toca a mama 
• Boca pouco aberta, com lábio inferior para dentro 
• Sobra de aréola abaixo ou acima da boca 
INGURGITAMENTO MAMÁRIO 
Conhecido popularmente como “leite empedrado” 
Sintomas: 
• Mamas muito cheias de leite, se tornando muito duras e volumosas 
• Áreas avermelhadas na mama e pele brilhante 
• Desconforto ou sensação de dor nas mamas 
• Pode ocorrer extravasamento de leite pelas mamas e febre 
Os mamilos ficam achatados, o que dificulta a pega correta → recomenda-se que a mãe retire um pouco de 
leite com as mãos ou com uma bombinha antes de oferecer as mamas ao bebê 
Tratamentos: 
• Esvaziar o peito após as mamadas por meio de ordenha, preferencialmente manual, iniciando na base 
areolar até que desapareçam os pontos dolorosos 
• Realizar compressa fria sobre a mama 
• Usar sutiã com boa sustentação 
• Manter a amamentação exclusiva e frequente 
ALIMENTAÇÃO DA NUTRIZ 
A alimentação deve ser equilibrada e nutritiva 
• Legumes, frutas e verduras 
• Evitar alimentos industrializados, como temperos e caldos em tabletes, molhos, conservas, fast food, 
entre outros 
Ingestão de 3 a 4L de água por dia 
Evitar bebidas alcoólicas e cigarro 
Alimentos que mais causam reações aos bebês: leite, trigo, frutas cítricas, milho, nozes, avelãs, amendoins, 
amêndoas e mariscos 
Descansar durante os períodos de sono do bebê → prolonga a amamentação e melhora a produção de leite 
PROTOCOLO DE SUPLEMENTAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO 
A amamentação é uma prática fundamental para o desenvolvimento saudável do bebê e da mãe e a maioria 
das mães podem ser bem-sucedidas nesse processo por meio do apoio de profissionais e do acesso à 
informação 
Poucas são as situações em que se justifica a prescrição de fórmulas infantis para complementar ou substituir 
o leite materno 
• OMS (2009): atualização sobre razões médicas aceitáveis para uso temporário ou permanente de 
substitutos do leite materno 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
 
 
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES 
Condições maternas que interrompem a amamentação permanentemente: 
 
Manejo do aleitamento materno em condições especiais: 
 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
 
Amamentação e o uso de medicamentos ou drogas de vício e abuso: 
• A indicação da amamentação deve respeitar o manual do Ministério da Saúde “Amamentação e Uso 
de Medicamentos e Outras Substâncias” 
o Medicamentos classificados em vermelho: contraindicados 
o Medicamentos classificados em amarelo: uso criterioso, a amamentação será orientada após 
avaliação médica 
• Recomenda-se que as nutrizes não utilizem drogas de vício e abuso, pois já se comprovou seus 
efeitos danosos para o lactente 
o Álcool, opiáceos, benzodiazepínicos e maconha: podem causar sedação tanto na mãe quanto 
no bebê 
▪ Álcool: uso criterioso durante a amamentação 
• Pode modificar o odor e o sabor do leite materno, levando à recusa dele pelo 
bebê 
• Doses > ou = 0,3g/kg de peso podem reduzir a produção láctea 
o Nicotina: uso criterioso durante a amamentação 
▪ Tabagismo materno está associado à redução do volume de leite e desmame precoce 
▪ Medicamentos como spray,adesivo e goma de mascar contendo nicotina são 
compatíveis com a amamentação 
• A quantidade de nicotina excretada para o leite é muito pequena 
 
 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
POLÍTICA DE ALEITAMENTO MATERNO 
AÇÕES DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E APOIO AO ALEITAMENTO MATERNO 
A prática do aleitamento materno (AM) está aquém em todo o mundo, e seu declínio teve início no séc. XIX, 
com a inserção da mulher no mercado de trabalho, influências de práticas hospitalares contrárias e 
industrialização de produtos e alimentos artificiais → impacto sobre a mortalidade infantil 
BREVE HISTÓRICO DOS MOVIMENTOS EM PRÓL DO ALEITAMENTO MATERNO 
 
 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
 
 
A SITUAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO NO BRASIL 
Análise de dados da Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS): 
• Prevalência da amamentação exclusiva em crianças menores de 6 meses subiu de 3,6% em 1986 
para 38,6% em 2006 
Pesquisas de Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal, realizadas 
durante as campanhas de vacinação em 1999 e 2008: 
• Prevalência da AM exclusivo em menores de 6 meses subiu de 26,7% em 1999 para 41% em 2008 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
Esses estudos evidenciam aumento gradativo das taxas de AM e, mesmo não sendo iguais em todos os 
estados do país, pode-se dizer que as estratégias utilizadas nas últimas décadas visando ao retorno à prática 
de amamentação estão trazendo resultados positivos 
Apesar dos bons resultados de alavancagem dos indicadores de amamentação no Brasil, o país ainda não 
atingiu os valores preconizados pelas organizações de saúde mundiais 
A pactuação de política nacional de promoção, proteção e apoio ao AM tem o objetivo de reforçar, adequar, 
ampliar e integrar intervenções e estratégias relacionadas ao AM, com vistas à sua consolidação como 
política de Estado → induzir a acelerar a adesão à prática da AM e sua manutenção por tempo necessário 
preconizado pela OMS, Unicef e MS 
PRESSUPOSTOS E PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E APOIO 
AO ALEITAMENTO MATERNO 
Princípios do SUS articulados com a política de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno: 
• Equidade: indivíduos e grupos sociais mais desfavorecidos podem ser sistematicamente incluídos 
com uma atenção integral, segundo suas necessidades e contexto de vida 
o Estímulo ao protagonismo, participação e empoderamento feminino 
• Integralidade: visa atender às necessidades singulares dos indivíduos e suas famílias 
o Reconhecimento das diversidades e variedades de necessidades das mulheres, crianças e 
suas famílias, disponibilizando serviços e recursos de poder às mulheres 
• Universalidade: política não seletiva, os beneficiários da política não podem ser segmentados por 
nenhuma matriz racial, social, econômica, geográfica ou opção sexual ou religiosa 
Condições fundamentais para a efetividade e eficiência das ações propostas na política de promoção, 
proteção e apoio ao aleitamento materno: 
• Decisão política traduzida em alocação de recursos humanos e financeiros 
• Envolvimento dos colegiados gestores do SUS 
• Compromisso dos envolvidos na implementação da política, em especial profissionais de saúde 
• Participação popular e dos conselhos de saúde como protagonistas na definição e controle social 
sobre a política 
DIRETRIZES GERAIS 
Para melhor compreensão e para que as intervenções no aleitamento materno sejam exitosas, é necessário 
que haja trabalho intersetorial articulado e estratégias integradas 
• O setor da saúde deve ser o promotor da articulação intersetorial, com envolvimento dos setores 
governamental, legislativo, sociedade civil e produtivo 
o SUS + Política de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno: parcerias e 
articulações interfederativas 
A atenção primária deve enfocar os determinantes do processo saúde-doenças e da adesão à prática da 
amamentação no meio social onde aquela população vive 
• Atua como primeiro contato, devendo ser acessível e ter um acompanhamento longitudinal, na 
gestação e no crescimento infantil 
Atenção secundária e terciária: as ações e serviços relacionados à amamentação e ao uso de leite humano 
podem demandar disponibilidade de profissionais especialistas e uso de maior densidade tecnológica 
• Hierarquização + regionalização: critérios para organização da rede → evitar serviços mal 
dimensionados e ociosos, garantindo atenção às necessidades da população e economia de escala 
 
 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
OBJETIVOS 
GERAIS 
Aumentar a prevalência do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) nos primeiros 6 meses de vida e do 
Aleitamento Materno (AM) por 2 anos de vida ou mais no Brasil 
ESPECÍFICOS 
 
RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS DAS 3 ESFERAS DE GOVERNO 
Os gestores devem articular ações no âmbito de suas competências em conjunto com os demais gestores e 
a sociedade, de modo a viabilizar a implementação da Política de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento 
Materno no país → todo esse processo deve estar em conformidade com os princípios do SUS 
 
 
 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
COMPONENTES DA POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E APOIO AO 
ALEITAMENTO MATERNO 
 
 
Modelo de atenção horizontal oferecido pela rede de atenção à saúde sob coordenação da atenção primária, 
com referência (nível menor para o maior) e contrarreferência (nível maior para o menor) para os diversos 
locais de prestação de serviços de saúde relacionados ao AM 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
 
Esses componentes são integrados e articulados, com intervenções complexas e elevado grau de 
interdependência 
Considerando-se um modelo dinâmico, é necessária uma permeabilidade às demandas sociais, sobretudo 
das mulheres, para que se alcance o sucesso da política pública → deve estar aberta a adequações e 
proposições de novas demandas, de forma a sempre suprir as necessidades daquela população 
Gestão e articulação política: componente estratégico com o objetivo de desenvolver e induzir uma política 
efetiva e eficiente, integrando e otimizando as atividades relacionadas ao incentivo ao AM 
• Coalização política + coordenação nacional política 
Proteção legal à amamentação: abrange a proposição e o monitoramento de legislações que garantam o 
direito da mulher de amamentar seu filho e protejam a amamentação quanto ao marketing não ético de 
produtos que comprometam essa prática 
Estratégia amamenta e alimenta Brasil: no âmbito da atenção primária, busca fortalecer as equipes de saúde 
no desenvolvimento das ações de promoção, proteção e apoio ao AM e alimentação complementar saudável 
Iniciativa hospital amigo da criança + Método Canguru + rede brasileira de bancos de leite humano: associam 
e potencializam as ações voltadas para o êxito da Política de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento 
Materno nesse nível de atenção (secundária e terciária) 
• Método canguru: voltado para RN de baixo peso e suas mães, busca favorecer o AM por meio de 
apoio e assistência à amamentação na maternidade e no seguimento da criança 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
• Rede de bancos de leite humano: busca disponibilizar leite humano com segurança às crianças 
privadas de amamentação, prestando assistência clínica à mulher criança e sua família 
Educação, comunicação e mobilização social: desenvolver competências, difundir conhecimento, incentivar 
e induzir a mobilização social em torno em do AM 
Monitoramento e avaliação: acompanhar a situação dos indicadores do AM no país e as intervenções 
relacionadas à Política de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno, alémde incentivar e apoiar 
a pesquisa sobre o tema 
 
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E 
APOIO AO ALEITAMENTO MATERNO 
Práticas sistemáticas de monitoramento e avaliação que consolidam, revisam, atualizam e contribuem para 
a tomada de decisão nos diferentes âmbitos do sistema de saúde corresponsáveis pela política 
Além das questões relacionadas aos resultados e impactos da política, é fundamental conhecer os processos 
de trabalho envolvidos e a estrutura disponível para a produção dos resultados 
O monitoramento e avaliação da política utiliza estratégias metodológicas quantitativas e qualitativas que 
considerem as dimensões objetivos, subjetivas e intersubjetivas que levam à definição de critérios, 
indicadores e padrões 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
 
 
 
 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
COMO FUNCIONA O BANCO DE LEITE HUMANO 
ORGANIZAÇÃO DO BANCO DE LEITE HUMANO E DO POSTO DE COLETA 
O banco de leite humano (BLH) é um serviço especializado vinculado a um hospital de atenção materna e/ou 
infantil, sendo responsável por ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e execução de 
atividade de coleta, seleção, classificação, processamento, controle de qualidade e distribuição 
• É proibida a comercialização de produtos distribuídos pelo BLH 
O posto de coleta de leite humano (PCLH) é uma unidade fixa ou móvel, intra ou extra-hospitalar, vinculada 
tecnicamente a um banco de leite humano e administrativamente a um serviço de saúde ou ao próprio BLH 
• Responsável por ações de proteção, promoção e apoio ao AM e execução de atividades de coleta e 
estocagem, não podendo executar atividades de processamento do leite, que são exclusivas do BLH 
Para que tanto o BLH e quanto o PCLH funcionem, é necessário possuir licença sanitária atualizada emitida 
pelo órgão de vigilância sanitária competente local 
COMPETÊNCIAS DO POSTO DE COLETA DE LEITE HUMANO 
Desenvolver ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, como programas de incentivo e 
sensibilização sobre a doação de leite humano 
Prestar assistência à gestante, puérpera, nutriz e lactente na prática do aleitamento materno 
• Em relação à gestante: 
o prepará-la para a amamentação 
o elaborar medidas de prevenção de doenças e outros fatores que impeçam a amamentação 
ou a doação de leite humano ordenhado 
• Em relação à puérpera, nutriz ao lactente, prestar orientações sobre: 
o autocuidado com a mama puerperal 
o cuidados ao amamentar 
o pega, posição e sucção 
o ordenha, coleta e armazenamento do leite ordenhado no domicílio 
o cuidados na utilização do leite humano ordenhado cru (LHOC) e do leite humano ordenhado 
pasteurizado 
Executar as operações de controle clínico da doadora 
Coletar, armazenar e repassar o leite humano ordenhado para o BLH ao qual o posto está vinculado 
Registrar as etapas e os dados do processo, garantindo a rastreabilidade do produto 
Manter um sistema de informação que assegure os registros – relacionados às doadoras e aos produtos – 
disponíveis às autoridades competentes, guardando sigilo e privacidade 
Estabelecer ações que permitam a rastreabilidade do leite humano ordenhado 
Competências do BLH: 
• processamento e distribuição do leite pasteurizado 
• realização de controle de qualidade dos diversos produtos e processos sob sua responsabilidade 
Eventos cadastrais: 
• Para a doadora: identificação e avaliação (clínica e laboratorial) 
• Para o receptor: identificação e condição clínica 
• Para o produto: características físico-químicas e microbiológicas do produto e registro dos processos 
Ambientes, equipamentos e materiais: ver página 36 do material “Banco de Leite Humano: Funcionamento, 
Prevenção e Controle de Riscos” 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
HIGIENE, CONDUTA E SEGURANÇA 
O leite humano ordenhado é um alimento que não possui proteção física que impeça sua contaminação por 
microrganismos, mas suas propriedades antimicrobianas retardam a decomposição causada pela microbiota 
primárias, mas tem menos efetividade contra contaminantes vindos do ambiente 
• Se não for manipulado de forma adequada, o leite humano pode ser fonte de transmissão de 
patógenos 
O profissional que trabalha com a manipulação de leite humano ordenhado deve higienizar as mãos enquanto 
estiver em serviço com frequência e de forma cuidadosa, com produtos adequados para isso 
O acesso às áreas de manipulação deve ser restrito aos profissionais diretamente envolvidos no processo e 
devidamente paramentados 
• As doadoras precisam ser orientadas de forma oral e escrita quanto às práticas de higiene e 
antisepsia das mãos e antebraços antes de entrarem na sala de ordenha, na recepção de coleta 
externa e na sala de processamento 
O ar, as roupas, os utensílios e as próprias pessoas são carregadoras de microrganismos, por isso é essencial 
que se façam rotinas e padronizações de processos de limpeza de artigos e superfícies do BLH 
• Etapas do processo de limpeza do BLH: página 56 do material “Banco de Leite Humano: 
Funcionamento, Prevenção e Controle de Riscos” 
• Desinfecção x Esterilização de artigos 
o Desinfecção: processo físico ou químico que elimina a maioria dos microrganismos 
patogênicos (excetos esporos bacterianos) de objetos inanimados e superfícies, cuja potência 
varia de acordo com o artigo a ser tratado 
o Esterilização: processo que destrói todas as formas de vida microbiana (bactérias em qualquer 
estado, fungos e vírus) 
 
 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
FLUXO DE TRABALHO NO BANCO DE LEITE HUMANO 
 
DOAÇÕES E DOADORAS 
Controle clínico das doadoras → detecção de doenças que poderiam ser transmitidas aos RN que impedem 
a amamentação e a doação de leite 
Doadoras nutrizes saudáveis: aquelas que apresentam secreção láctea superior às exigências de seu filho e 
que se dispõem a dor o excedente por livre e espontânea vontade 
• Nutrizes que estejam temporariamente impedidas de amamentar seus filhos diretamente no peito por 
razões ligadas à saúde deles ou outras compatíveis com a amamentação também podem ser 
doadoras 
o Geralmente costumam ser RN internados na neonatologia → mãe deve continuar a lactação 
para estar pronto e apta quando o neném retornar 
Nutrizes que fazem uso de drogas compatíveis com a amamentação devem ser rigorosamente avaliadas pelo 
médico do BLH ou do PCLH 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
O BLH e o PCLH devem estabelecer programas de captação de doadoras para garantir um número 
adequado de doadoras para atender às demandas dos receptores das unidades assistidas 
• Ex: orientação no pré-natal e no pós-natal, orientação em ambulatórios, centros de saúde e locais de 
atuação das equipes do programa de saúde da família, divulgação em meios de comunicação 
Triagem de doadoras: 
 
Seleção de doadoras: 
 
ORDENHA E COLETA 
INDICAÇÕES DE ORDENHA 
A maioria das mulheres começa a produzir leite em excesso no 3° ou 5° dia após o parto, de tal forma que 
todas as sadias podem se tornar doadoras de leite 
As principais indicações de ordenha estão relacionadas à condição materna e/ou do bebê 
• Manter a lactação 
• Aliviar o ingurgitamento mamário (peito empedrado) 
• Aliviar a tensão na região mamilo-areolar visando a uma pega adequada 
• Alimentar bebês que não têm condição de sugar diretamente no peito da mãe, por prematuridade, 
doença e outras dificuldades relacionadas à amamentação 
• Fornecer leite para o próprio filho, no caso de volta ao trabalho ou separação temporária por outras 
causas 
• Tratar mastite 
• Colher o leite para ser doado a um BLH 
 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
TÉCNICA MANUAL PARA ORDENHA DAS MAMAS 
A doadora e a profissional de saúde devem estar devidamente paramentadas(roupa própria para o 
procedimento, luvas, touca e máscara) 
• Em casa não é necessária essa paramentação, desde que a mulher prenda o cabelo, use uma 
máscara e lave muito bem as mãos com água e sabão 
Posicionar-se atrás da doadora e realizar uma massagem areolar com as duas mãos para amolecer a saída 
e depois estende a massagem para o restante da mama (estimulando a lactação) 
• Sempre deve-se apoiar a mama com uma mão enquanto a outra realiza a massagem em círculo com 
leve compressão 
• Depois inverte-se a posição, apoiando uma mão na parte superior da mama e realizando a massagem 
em círculo e com leve pressão na parte inferior da mama, procurando encostar os dedos na região 
próxima às costelas (local em que podem surgir nodulações) 
• Região lateral das mamas: regiões mais propensas a terem nodulações por conta dos gânglios 
presentes 
o Dobrar os dedos realizar a massagem simultânea com ambas a mãos da parte lateral e interna 
das mamas, com o dorso dos dedos 
Despreza-se os primeiros jatos → limpa-se o mamilo → em seguida começa-se a ordenha 
• Pressiona-se, o indicador e o polegar de uma das mãos, a mama acima da aréola + pequena 
compressão da mama contra o tórax em movimentos rítmicos sem muita pressão, suficientes para 
que o leite comece a descer → coleta em um recipiente adequado segurado pela outra mão próxima 
ao mamilo 
• Inverte-se a posição, agora segurando com os dedos indicador e polegar da outra mão, a parte lateral 
e interna da aréola, para que seja possível retirar leite de forma equilibrada nos 4 quadrantes da 
glândula mamária 
A massagem manual é mais eficaz porque mexe com a glândula mamária em todos os sentidos e sem haver 
uma sucção da pele, o que evita superextensão da aréola e do mamilo e, assim, traumas mamilares (fissuras) 
Pode-se alternar massagens com coleta, observando sempre se a doadora refere dor, seja falada ou em 
expressões faciais e/ou gestos 
Utilizar as mãos da doadora para realizar os movimentos de massagem com o objetivo de ensiná-la 
TRANSPORTE 
Ocorre quando o leite humano é ordenhado em local externo ao BLH, como casa, unidade de internação ou 
posto de coleta, necessitando ser transportados ao banco. Ou quando o leite pasteurizado é encaminhado 
do BLH a alguma unidade receptora 
O leite humano ordenhado (cru ou pasteurizado) deve ser transportado sob cadeia de frio e o tempo de 
transporte não deve ser maior que 6h 
• Cadeia de frio: condição em que os produtos são mantidos sob refrigeração ou congelamento desde 
a coleta até o consumo → preservação da qualidade do alimento 
• Recipientes isotérmicos exclusivos para o transporte de leite humano ordenhado, constituídos por 
material liso, resistente, impermeável, de fácil limpeza e desinfecção, com gelo reciclável na 
proporção de 3L de gelo : 1L de leite 
o Gelo comum: só pode ser utilizado quando o leite estiver fluido 
o Gelo reciclável: propicia uma temperatura mais baixa, mantendo leite congelado 
o Deve-se transportar leites congelados e refrigerados separadamente 
 
 
 
Leonardo Souza – Medicina Universidade Federal do Amapá 
DISTRIBUIÇÃO 
Receptor deve estar inscrito no BLH 
Prescrição médica ou de nutricionista contendo diagnóstico do receptor, aporte energético e volume de cada 
mamada, número e horário de mamadas prescritas 
Prioridades: 
 
Orientar o responsável pela guarda e transporte do leite pasteurizado sob a manutenção da cadeia de frio 
até o momento do consumo 
PORCIONAMENTO 
Momento de alto risco de contaminação do leite, pois ocorre após a distribuição pelo BLH e constitui-se na 
divisão do leite em porções para consumo de acordo com a prescrição médica ou de nutricionista 
Deve ser realizado no próprio banco de leite ou em ambiente fechado próprio e de uso exclusivo 
• O procedimento é feito por um profissional paramentado em cabine de segurança biológica ou em 
campo de chama 
ADMINISTRAÇÃO DO LEITE HUMANO ORDENHADO 
Deve seguir o volume, a via e a frequência estabelecidos na prescrição médica ou do nutricionista 
O leite humano ordenhado cru só pode ser administrado em situações especiais e desde que seja 
exclusivamente da mãe para o próprio filho 
• Deve ter sido coletado em ambiente próprio com ordenha conduzida sob supervisão 
• O consumo deve ocorrer em no máximo 12h, com leite mantido em temperatura não superior a 5 °C

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