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RESPIRAÇÃO E AMAMENTAÇÃO RESUMO

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RESPIRAÇÃO
Alteração de fala, voz, apineia,
Respiração pulmonar após o nascimento 
Exerce função vital
Relação com o desenvolvimento craniofacial
Funções da respiração: trocas gasosas entre meio ambiente e organismo
Adulto inspira: cerca de 7 litros de ar /minuto
O sistema respiratório: conjunto de órgãos tubulares e alveolares situados na cabeça, pescoço e cavidade torácica
Mecanismo da respiração: Repuxado pelos músculos intercostais o feixe de costelas se expande como um fole, e a pressão de cavidade toráxica diminui a fim de provocar a inspiração. A expiração é passiva. O tecido pulmonar, muito elástico, assume automaticamente a posição de repouso ao faltarem as forças que o mantém expandido.
Funções do nariz: Respirar – Filtrar, aquecer, umidificar
Cheirar – Olfato
Falar – Ajuda na fala
 FONOAUDIOLOGIA E RESPIRAÇÃO
A respiração é uma função vital que quanto realizada somente por via oral ou bucal desencadeia diversos problemas que vão desde mau hálito, cáries, dores de cabeça, falhas na concentração e atenção até má postura corporal.
A qualidade do ar que entra no organismo pelas vias aéreas superiores é inigualável, pois somente as cavidades nasais realizam um sistema de filtração das partículas e microorganismos do ar fazendo com que chegue aos pulmões na temperatura ideal e com boa oxigenação, favorecendo o organismo.
A obstrução nasal causada problemas alérgicos como a rinite, bronquite e sinusite, é quem prejudica a respiração que, em caso de crianças e adolescentes, contribuem com a má formação facial e anomalias dentofaciais, entre outros malefícios.
A fala também pode acabar prejudicada e por isso, o tratamento requer atuação multidisciplinar. Enquanto o ortodontista irá contribuir no tratamento relacionado à expansão da arcada dentária superior para aumentar a capacidade das vias aéreas superiores, o fonoaudiólogo promove exercícios e treinamentos respiratórios enfatizando o funcionamento correto do diafragma visando a recuperação do padrão respiratório nasal.
INTRODUÇÃO
Voz e Motricidade Oral são áreas de especialidade que ocupam lugar de destaque na Fonoaudiologia. Ambas estudam o aparelho fonador em suas dimensões constitucionais, neurológicas e funcionais(1).
As funções estomatognáticas são comportamentos realizados a partir das estruturas que compõem o sistema estomatognático, ou seja, os ossos fixos da cabeça, a mandíbula, o hióide e o esterno; os músculos da mastigação, da deglutição e faciais; a articulação temporomandibular (ATM); os dentes e tecidos anexos; o sistema vascular e também que dependem do sistema nervoso central e periférico(2).
São consideradas funções estomatognáticas a mastigação, a sucção, a deglutição, a fala e a respiração. Todas as funções atuam de acordo com suas propriedades funcionais e seus sistemas específicos de controle; porém, é necessária uma inter-relação harmônica entre eles, que finaliza em um equilíbrio do sistema(3).
A respiração é o mecanismo fisiológico que permite a ocorrência das trocas entre o organismo e o ambiente. Quando há interferência ou desvio no padrão de respiração nasal, por manifestação de determinados fatores etiológicos, ocorre a suplência oral ou respiração mista(4).
Os fatores etiológicos da respiração oral podem ser alterações alérgicas como: rinite ou sinusite; alterações anatômicas na cavidade nasal, como: desvio do septo nasal, hipertrofia de cornetos, hipertrofia de adenóides, hipertrofia das amígdalas palatinas(5-8).
A voz falada se utiliza de estruturas do aparelho respiratório e do digestivo, na medida em que ocorrem alterações constantes na movimentação dos lábios, língua, véu palatino e da própria laringe(9).
O sistema respiratório funciona como o ativador da voz, em que os volumes e a pressão do fluxo de ar expirado, passam pelas pregas vocais que se aproximam e põe-se em vibração, o que produz a voz. Portanto, qualquer comprometimento da função aérea pode provocar um efeito direto sobre a fala e sobre a voz (intensidade, altura, qualidade)(10).
Em respiradores orais as funções de fala, mastigação, deglutição e voz podem estar alteradas. Todavia, a voz, muitas vezes, passa despercebida no momento da avaliação(5). A voz apresenta um desequilíbrio ressonantal e de coordenação pneumo-fônica-articulatória(11). Nesses indivíduos, a voz pode, ainda, encontrar-se com uma alteração no traço de sonoridade, hiper ou hiponasal, ou rouca(3,6).
A disfonia pode ser qualquer dificuldade na emissão vocal que impeça a produção natural da voz(12). Os distúrbios da voz resultam de alterações nas estruturas ou no funcionamento do trato vocal: na respiração, na vocalização ou na ressonância(10). Podem-se citar como fatores etiológicos da disfonia as alterações congênitas da laringe, infecções de vias aéreas, fatores alérgicos, obstrução nasal, abuso vocal, hábitos vocais inadequados, dentre outros(11,13-14).
O objetivo do presente estudo é fazer uma revisão na literatura sobre a relação entre respiração oral e disfonia, analisando a influência das alterações causadas pela respiração oral na qualidade e comportamento vocal. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, nas bases de dados LILACS, SciELO, livros, revistas especializadas e monografias sobre o tema.
A intervenção fonoaudiológica também é para o tratamento da respiração oral aborda quatro aspectos considerados importantes na readequação da função de respiração: conscientização e treino do modo respiratório; manobras passivas; exercícios miofuncionais e atividades dirigidas para a atenção/percepção do modo respiratório.
ALEITAMENTO
Sucção, respiração, mastigação, deglutição, articulação/fala
Objetivo: Apresentar a biomecânica do aleitamento natural e artificial, relacionando esse conteúdo com o crescimento e desenvolvimento craniofacial e subsidiar a atuação fonoaudiológica .
- nutrição infantil 
- Formas de aleitamento
- Estrutura mamária 
- Bico de mamadeira
 O aleitamento consiste na alimentação do bebê podendo ser por meio do aleitamento exclusivo ou amamentação exclusiva, que consiste em oferecer apenas o leite materno direto do peito ou ordenhado, aleitamento materno predominante ou amamentação predominante sendo que o bebê é amamentado tanto com o leite materno e também é oferecido outros líquidos, aleitamento por mamadeira, alimentando a criança usando a mamadeira, independente do conteúdo, aleitamento misto, quando se amamenta em algumas mamadas e se oferece alimento artificial também e posteriormente a alimentação complementar no tempo oportuno , quando é oferecido outros alimentos, no momento adequado, além do leite materno.
É importante também atentar-se a classificação do recém-nascido quanto a idade gestacional classificados em pré-termo, indicando menos de 37 semanas, termo, de 37 a 41 semanas e 6 dias e pós-termo com 42 semanas ou mais.
Considerando a nutrição infantil do recém-nascido à criança, do nascimento até 6 meses é primordial o aleitamento exclusivo. Em situação normal de desenvolvimento a sucção é a única forma de adquirir o alimento para sobrevivência, crescimento e desenvolvimento, após os primeiros 6 meses ocorre a introdução de diferentes alimentos , a continuidade do aleitamento prossegue até os 2 anos.
Em relação ao crescimento e desenvolvimento da criança é também fundamental ressaltar que a composição do leite materno atua no controle de doenças e redução de mortalidade infantil , reduzindo infecções intestinais, fortalece o vinculo mãe-bebê, estimula o tato, a visão, o olfato, corrige a retrusão mandibular fisiológica, remodela a Articulação Temporo Mandibular (no bebê são planas) , instalação da oclusão normal, instalação da respiração nasal, contração coordenada dos músculos favorece a maturação do controle motor oral, favorecendo demais funções (mastigação e deglutição) – Observação sobre a fala e sobre as relações direta.
A amamentação impacta potencialmente na saúde das pessoas. Tanto a mulher que amamenta quanto o bebê que recebe leite materno são beneficiados de maneira significativa não só no períododa amamentação como ao longo de toda a vida
Vivemos em uma era na qual a evolução tecnológica ocorre em um ritmo cada vez mais intenso. O gerenciamento de problemas e a tomada de decisões ocorrem de maneira prática e eficiente. O acesso à informação está ao alcance de todos. Com apenas um clique, é possível obter esclarecimentos acerca de uma infinidade de conteúdos.
Entretanto, apesar de todos esses recursos tecnológicos, a amamentação, que é um ato milenar, ainda representa um grande desafio para a mulher e para os profissionais de saúde.
No Brasil, a mulher recebe alta hospitalar antes mesmo da apojadura, período no qual ocorre a descida do leite. Por esse motivo, quando ela retorna para casa, além dos desafios com os cuidados do bebê, ela terá que administrar os transtorno comuns dessa fase. Nesse momento delicado, a falta de assistência especializada obriga a puérpera a enfrentar os problemas iniciais da amamentação que coincidem ou se agravam com a apojadura.
A dificuldade mais comum no período da descida do leite é o ingurgitamento mamário, acúmulo de leite nas mamas, ocasionando dor e aumento de volume. O leite torna –se viscoso, o que dificulta sua saída. Isto ocorre devido à sucção ineficaz, mamadas infrequentes, excesso de produção láctea, técnica de amamentação incorreta. O ingurgitamento mamário e as fissuras mamilares são fatores que, frequentemente, levam ao desmame precoce.
Diante deste cenário, é muito importante priorizar a assistência especializada no pós parto imediato e o acompanhamento da dupla mãe/bebê após a alta hospitalar. A fonoaudiologia, compondo a equipe multidisciplinar, tem um papel fundamental neste processo. Cabe ao fonoaudiólogo orientar sobre o envolvimento da musculatura orofacial no aleitamento materno, advertindo quanto aos prejuízos e consequências do uso de bicos artificiais; avaliar estruturas orofaciais do bebê, posição de língua, lábios e bochechas, sucção, pega, postura e posicionamento, anatomia e condições das mamas e ganho ponderal do bebê.
O fonoaudiólogo é o profissional mais indicado para avaliar com precisão de detalhes o padrão de sucção do neonato, identificando a ação muscular desempenhada pelas estruturas orofaciais durante a extração do leite em seio materno. Ele é capaz de identificar as causas das alterações no padrão de sucção, realizando estímulos musculares excitatórios ou inibitórios, a fim de promover o equilíbrio e garantir assim uma mamada eficiente tanto para a nutriz quanto para o lactente.
Um exemplo interessante do papel do fonoaudiólogo que atua com aleitamento materno dentro de uma equipe multidisciplinar é o Programa de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno desenvolvido pela Secretaria de Saúde na Maternidade Municipal de Taboão da Serra. Esse programa foi criado com o objetivo de fortalecer e ampliar o serviço de assistência ao aleitamento materno que já existia no município.
A Secretaria de Saúde designou à maternidade uma equipe multidisciplinar formada por fonoaudiólogo, odontopediatra e psicólogo para realizar o acompanhamento da puérpera e do recém-nascido nas primeiros horas após o parto. A atuação da equipe ocorre no centro obstétrico, alojamento conjunto e na unidade neonatal. Os profissionais que compõem a equipe possuem formação especializada no manejo clínico da amamentação, realizam atendimento individualizado e orientações em grupo quanto aos diversos aspectos que envolvem o aleitamento materno, identificando e intervindo nas dificuldades iniciais da amamentação.
Na ocasião da alta hospitalar, as mães em aleitamento materno exclusivo efetivo são encaminhadas para as Unidades Básicas de Saúde. Por outro lado, as puérperas que apresentam complicações mamilares, os recém nascidos que foram submetidos à frenotomia, os prematuros, gemelares, recém-nascidos com alterações neurológicas ou malformações orofaciais são encaminhados ao ambulatório de Aleitamento Materno onde serão acompanhados semanalmente pela equipe multidisciplinar até que amamentação se reestabeleça.
Após a implantação do programa, os pediatras da rede passaram a encaminhar mais cedo e com maior frequência, para o Ambulatório de Aleitamento Materno, os casos de insucesso na amamentação que são, normalmente, bebês com baixo ganho de peso, anquiloglossia e puérperas com traumas mamilares. O Programa contribuiu, assim, para a diminuição da introdução de substitutos do leite.
Contudo, quando o assunto é amamentação não podemos pensar em algo linear e pontual. O processo envolve diversos fatores e abrange uma gama enorme de profissionais. Muitas vezes, a mesma nutriz procura o profissional de saúde em um curto período de tempo, apresentando queixas completamente diferentes que exigem a assistência de diversas especialidades. Todos os profissionais envolvidos necessitam de formação especializada em amamentação a fim de tomar decisões acertadas diante das complicações, evitando que os procedimentos realizados impossibilitem ou dificultem o processo de amamentar. A equipe envolvida tem que falar a mesma língua e manter-se em contato, a fim de que todos tenham conhecimento das condutas adotadas.
A assistência multidisciplinar especializada no pós parto imediato e, principalmente , durante as primeiras semanas de vida do bebê aumentam consideravelmente as chances da mulher superar os problemas iniciais da amamentação, sendo capaz de manter o aleitamento materno exclusivo por mais tempo.
Nutrição
PÁGINA INICIALSOBRE PREMATUROSOrdenha_
Todos sabemos da importância da amamentação, da importância do leite materno para os recém-nascidos, que o melhor alimento para qualquer bebê é o leite materno da própria mãe, principalmente se o leite materno for oferecido diretamente ao seio. Certo?
Porém, quando se tratam de bebês prematuros, nem tudo vai correr como planejamos. Em função da imaturidade do trato gastrointestinal dos prematurinhos e da falta de reflexos de sucção e deglutição, eles podem precisar receber suas primeiras calorias por via intravenosa.
Mas nada de desanimar, a amamentação do prematuro é possível sim!!!
Quando ainda não conseguem sugar, os prematuro muito extremos recebem água com glicose (soro), e com o passar do tempo, vai-se acrescentando proteínas, gorduras, vitaminas e minerais aos fluidos que recebem através da veia, o que chamamos de "Nutrição Parenteral Total (NPT)".
Se eles já tiverem uma maior maturidade gastrointestinal, iniciam a alimentação através de uma sonda, um tubo flexível que é introduzido no nariz (nasogástrica) ou na boca (orogástrica) e chega ao estômago do bebê. Dessa forma, o leite materno (da própria mãe ou de doadoras) ou mesmo fórmulas infantis, na falta do leite humano, são oferecidos para o prematuro na UTI. Não se assuste com o volume inicial da dieta dele, pois como os próprios, ele geralmente é muito pequeno e oferecido em intervalos de 2 ou 3 horas. À medida que desenvolve os reflexos naturais de sucção e de deglutição, o bebê provavelmente iniciará a via oral com o aleitamento ou receberá alimentação por mamadeira.
Geralmente os primeiros ml's de dieta que seu bebê irá receber pela sonda será o seu colostro, aquele primeiro leite super rico em anticorpos, proteínas e calorias secretado nos primeiros 7-10 dias após o parto. Por isso a importância de seguir confiante na amamentação do seu prematuro e manter a esgota do leite materno conforme descrito nos parágrafos abaixo.
O leite da mãe prematura
O leite materno da mãe prematura que teve um bebê com 29 semanas é diferente da que teve com 31 semanas e ainda distinto da mãe que teve um bebê a termo, porém todos esses leites são adequados às necessidades da criança. O teor de proteína do leite prematuro, por exemplo, é menor porque o rim do bebê é imaturo e pode não conseguir excretar grande quantidade elevada desses nutrientes. No entanto, alguns estudos mostram que os prematuros tem, durante algum tempo, uma maior necessidade de proteínas, cálcio e sais minerais, e devem, portanto, receber algum tipo de aditivo, queé adiconado ao leite humano, e que fornece os nutrientes citados anteriormente, além de calorias extras ao bebê.
Nos casos em que a produção do leite materno se torna insuficiente e não é possível oferecer leite humano de bancos de leite, é necessário recorrer a leites artificiais. Existem atualmente fórmulas lácteas especialmente concebidas para prematuros. Estes leites especiais são reforçados com calorias e nutrientes para que correspondam às exigências nutricionais no período de crescimento rápido dos prematuros.
Outras fórmulas infantis utilizadas em UTI Neonatal são as anti-regurgitação (nos casos de refluxo exacerbado), hipoalergênicas (utilizadas preventivamente, na suspeita do risco de alergia alimentar), hidrolisadas e à base de aminoácidos livres (utilizadas no tratamento da alergia à proteína do leite de vaca) e fórmulas de partida (de 1o semestre).
Mantendo a produção de leite materno enquanto o bebê ainda não suga
O bebê nasceu prematuro! E agora?
Se a equipe do hospital indicar que você já pode amamentar seu filho, maravilha! "Peitos" à obra!
Mas se ele for muito prematuro ou ainda não estiver estável do ponto de vista de saúde, então pode levar um tempo até ele sugar o seu seio. Mas não desanime!
Muitas dúvidas podem surgir:
- Qual a melhor forma de amamentar meu prematuro?
- Como tirar leite materno e como armazenar meu leite?
- Como amamentar corretamente meu bebê?
- Estou amamentando meu prematuro, é normal sentir dor ao amamentar?
- Ainda terei leite materno quando o bebê puder sugar?
- Existe uma dieta para a amamentação?
Bem, mesmo que o bebê não esteja com você no quarto da maternidade, e não haja perspectivas dele sugar o seio tão cedo, é preciso pensar logo de cara na amamentação, que vai ser essencial para que ele se desenvolva forte e protegido de doenças.
Seguindo a orientação da equipe de profissionais do hospital, o primeiro passo é ordenhar o colostro, aquele primeiro leite mais amarelado (pela presença de vitamina A) e rico em proteínas e anticorpos, que é excretado pelo seio nos primeiros dias após o parto. O ideal é que isso seja feito nas primeiras 24 horas apóso parto.
A ordenha pode facilmente ser feita com as mãos (peça orientação profissional) ou com uma bombinha (manual ou elétrica). Não tenha vergonha de procurar ajuda. Pode ser que você só "pegue" o movimento olhando alguém fazer.
Faça a extração do leite com uma frequência aproximada de 3/3 horas, de 6 a 8 vezes por dia. No começo, a quantidade de leite que sai é mínima, mas não desista. Olhar para uma foto do seu filho no momento da esgota pode ajudar na produção.
Tente não ficar mais de 6 horas sem tirar leite, há risco dele empedrar. E sempre que sentir que suas mamas estão ingurgitadas (bem cheias), realize a ordenha. Quanto mais regulares forem as ordenhas, maior será a produção.
Você verá que logo estará craque na operação e será frequentadora assídua do lactário ou banco de leite do hospital. Não se esqueça de beber muita água, no mínimo 2 litros por dia!
Já é possível encontrar bombinhas elétricas para comprar ou alugar, para facilitar a retirada do leite em casa, quando você já tiver tido alta. Informe-se no próprio hospital.
Com o passar dos dias, à medida em que desenvolve os reflexos naturais de sucção e de deglutição, o bebê fica apto a alimentar-se por via oral. Daí cabe à equipe da UTI Neonatal avaliar a viabilidade da amamentação começar.
Mas uma coisa é certa: desde o nascimento do bebê, mantenha a ordenha do leite - quanto mais você ordenhar, mais leite vai produzir!
Importante! Uma vez em casa e amamentando exclusivamente, evite ao máximo o uso de mamadeiras e chupetas (a não ser por recomendação médica). Se precisar sair de casa, peça para alguém oferecer seu leite ao bebê utlizando um copinho (veja o vídeo de como fazer).
 
Dicas para extrair o leite materno em casa:
* Lave bem as mãos e mamas, prenda os cabelos, retire adornos, utilize roupas limpas e, se possível, use máscara.
* Massageie a mama no sentido aréola-tórax para liberar os ductos, e em seguida, no sentido da saída do leite.
* Para esterilizar os frascos onde o leite será armazenado é necessário fervê-los por no mínimo 15 minutos. Despreze os primeiros jatos de leite esgotados.
* Pode-se acumular o leite extraído dentro de 12h no mesmo frasco, ou seja: esgota-se a 1a vez, anotando o horário, e coloca-se o frasco no congelador. Na próxima coleta, acrescenta-se o leite ordenhado por cima do volume já congelado e assim por diante, por um período máximo de 12h.
Validade do leite materno armazenado:
* Freezer ou congelador: 15 dias
* Geladeira: 12 horas
* Pós-pasteurizado e congelado: 6 meses
* Em temperatura ambiente: máximo 2 horas (ideal não passar de 30 minutos)
Amamentando o prematuro
Amamentar pode não ser a tarefa mais fácil do mundo, ainda mais tratando-se de um prematurinho. Mas SIM, é possível amamentar seu bebê que nasceu antes da hora! Aliás, os prematuros são os que mais se beneficiam do leite materno, pois ajuda a protegê-los contra infecções.
Quanto mais prematuro o bebê, maior é a chance de você não conseguir produzir leite logo de cara para suprir todas as necessidades dele. Isso já é esperado, portanto a culpa não é sua, e sim dos hormônios. Para a maioria desses pequenos, mamar no seio é um aprendizado lento e gradual: tudo vai depender da idade gestacional com que ele nasceu, do tamanho do bebê e de seu estado de saúde.
Mas todo esforço será recompensado; conheça as principais vantagens da amamentação:
Para a mãe:
O sangramento pós-parto diminui.
Reduzem as chances de desenvolver anemia, câncer de mama e de ovário, diabetes e infarto cardíaco.
A mulher que amamenta perde mais rápido o peso que ganhou na gravidez.
Favorece a relação afetiva com o bebê
Para o bebê:
Na amamentação, o bebê recebe os anticorpos da mãe para proteção contra diarreia e diversos tipos de infecções, principalmente as respiratórias.
O leite materno diminui as chances de o bebê desenvolver alergias, colesterol alto, diabetes e obesidade.
O aleitamento materno também ajuda a criança a desenvolver-se bem, fisicamente e emocionalmente.
É um excelente exercício para o desenvolvimento da face e da fala.
É importante para que a criança tenha dentes fortes e bonitos.
Contribui também para que o bebê tenha uma boa respiração.
Dicas para amamentar o prematuro
Pega correta: para evitar dor ao amamentar e fissuras nos seios, o bebê deve fazer a pega corretamente. Ele deve abocanhar boa parte da auréola, e não somente o bico do seio. A boquinha deve estar bem aberta, com o lábio inferior voltado para fora e o queixo encostado na sua pele. Monitore então a efetividade da sucção: covinhas e barulhos não são bons sinais. Quando a pega está correta, o leite sai em quantidade suficiente, o bebê engole tranqüilamente e a mãe não sente dor alguma. Peça ajuda à equipe da UTI.
Descanso: para que a produção de leite materno seja satisfatória e seja possível tirar leite frequentemente, a mãe precisa estar descansada, isso é comprovado cientificamente! Peça à equipe da UTI para avisá-la nos horários da alimentação do bebê e aproveite os intervalos para descansar.
Evite o empedramento: quando há produção excessiva de leite, pode ocorrer enrijecimento da mama (ingurgitamento mamário) que provoca dor e atrapalha a sucção do bebê. Para evitar, massageie as mamas com movimentos circulares e se necessário faça a ordenha manual para facilitar a pega do bebê.
Apoio da família: cerque-se de pessoas solícitas que não façam cobranças ou comparações e entendam que nesse momento você deve ficar disponível aos horários e exigências da alimentação do seu filho que está na UTI.
Cuidados com os seios: para evitar fissuras, passe um pouco do leite materno nos bicos após o aleitamento ou coleta de leite. Troque o sutiã quando estiver molhado e só lave a região dos mamilos com água, sem usar hidratantes, cremes ou outros produtos.
Sem muitos conselhos: prepare-se para ouvir dicas de todo mundo. "Seu leite é fraco", "Ele está comfome", "Passe logo para a mamadeira", "Faça essa dieta, é boa para a amentação!". Diante desse bombardeio, a dica é não dar ouvidos aos conselhos sem embasamentos de amigos e famiiares. Palpites errados são uns dos principais responsáveis pelo desmame precoce.
E mesmo que os obstáculos sejam muitos, e àrduos, toda iniciativa e esforços para que a amamentação do prematuro seja bem sucedida são extremamente válidos. Toda mãe e todo bebê têm o direito de ter a chance de vivenciar juntos esse milagre da natureza que é a amamentação. Sem pressa, sem pressão, sem medo, e sem culpa caso não dê certo (e às vezes não dá mesmo, o que não é o fim do mundo!).
Faço aqui o download do livrinho "Aleitamento e UTI Neonatal" do Dr Luis Tavares.
Se o bebê for para casa utilizando fórmulas lácteas artificiais, aí vão algumas dicas:
Siga rigorosamente as instruções da lata, sempre fervendo por 5 minutos a água mineral para preparar as mamadeiras. Não esqueça de esterilizar as mamadeiras, bicos, arroelas e tampas fervendo-os por no mínimo 5 minutos.
Utilize uma peneira de malha fina para coar o leite já preparado, evitando assim que se acumulem grumos que possam entupir o bico da mamadeira ou até mesmo fazer com que o bebê se engasgue.
O ideal é que a mamadeira seja preparada imediatamente antes de ser oferecida. Se isto não for possível, deve-se deixar o leite preparado pronto por no máximo 12h na geladeira.
Evite oferecer a mamadeira muito quente, o ideal é temperatura corporal (aproximadamente 36ºC).
A evolução do volume e da freqüência das mamadas será orientada pelo pediatra.
INTRODUÇÃO
O aleitamento materno é uma etapa do processo reprodutivo feminino cuja prática resulta em benefícios para a saúde da mulher e da criança envolvidas no processo da amamentação, com repercussões positivas para a sociedade. Ao optar pela prática, a mãe além de prover o alimento ao filho, mantém proximidade corporal repleta de sentidos para a relação mãe e filho.
No Brasil, desde o Império, a amamentação era enfatizada pela literatura da época por ser mais saudável e como medicamento para qualquer doença da criança1. Ao final do século XIX, acreditava-se2 que a mortalidade infantil muito elevada resultasse das condições sociais desfavoráveis e do afastamento das leis naturais no modo da alimentação infantil. Portanto, inspecionar o regime de lactação e regulamentá-lo segundo os princípios da higiene infantil passou a constar, desde então, do estatuto de proteção e assistência à infância2.
Diante disso, o aleitamento materno, processo aparentemente fisiológico inerente à espécie, pode ser condicionado aos aspectos socioculturais3 e aos fatos históricos. A prática de amamentar não é instintiva e, portanto, requer ser aprendida pela mulher e protegida pela sociedade3. Culturalmente, o sucesso da amamentação qualifica o desempenho materno como uma das representações sociais mais importantes na vida da mulher. Ao sucesso desta prática se vincula o conceito de mãe suficientemente boa4, apregoado pela literatura médica clássica de Winicott4, que legitimou, nos anos 60, a difusão desta crença em relação às mulheres.
A motivação é uma das estratégias conferidas no processo de decisão da mulher em direção à prática do aleitamento materno. No percurso entre o desejo de amamentar e a concretização da prática, a motivação é o que permeia este processo de decisão materna, de modo favorável ou contrário. É condicionada pela história de vida da mulher e pela sua experiência passada, incluindo o conhecimento adquirido desde a infância, por observação de alguém da família amamentando3, pelo que foi aprendido e facilitado no contexto das oportunidades socioculturais e, por último, pelo conhecimento adquirido durante a assistência pré-natal e pediátrica5,6.
Fatores de ordem social atuam no contexto familiar influenciando diretamente a prática. O trabalho feminino, por exemplo, pode implicar na duração da amamentação de forma exclusiva5. Condições maternas relacionadas à anatomia das mamas podem dificultar o estabelecimento da amamentação, consistindo em impedimento físico que desestimula a intenção de amamentar. Por outro lado, o sucesso do aleitamento materno também depende da habilidade de sucção da criança, ato reflexo importante para a estabilidade do lactente à mama7.
Do ponto de vista bioquímico, o leite materno tem sido amplamente enaltecido tanto pela capacidade de suprir os requerimentos nutricionais e hídricos da criança até o sexto mês de vida, quanto pelo complexo imunológico que protege a saúde gastrintestinal da mesma3,8. Os benefícios da prática e da adequada composição nutricional vêm obtendo êxito na redução da mortalidade infantil, principalmente, em condições insatisfatórias de saneamento básico. No Brasil, a superioridade nutricional do leite humano traduz-se no principal argumento de incentivo ao aleitamento materno exclusivo para reverter a prática freqüente de oferta de alimentos ao recém-nascido desde o início da amamentação5.
A amamentação também resulta em benefícios para a saúde reprodutiva da mulher, pois sua prática freqüente com mamadas duradouras contribui para preservar a saúde materna ao ampliar o espaçamento entre gestações e partos3,8. Vantagens para a relação mãe e filho podem ser reportadas tendo em vista que, para amamentar, a mãe adquire o costume de oferecer aconchego à criança, promovendo o vínculo afetivo desejável na relação mãe e filho. Outros ganhos com a amamentação incluem a praticidade e a isenção de despesas com substitutos do leite materno3.
O primeiro passo do processo de tomada de decisão pela prática do aleitamento materno é identificar o desejo materno em amamentar. Marques et al.9 encontraram que o desejo pela amamentação expresso durante a gestação resultou, na maioria das vezes, no início da efetivação da prática. É, segundo Silva10, durante a gestação que as mulheres decidem-se em relação ao aleitamento materno. A gestação permite, em tempo hábil, repensar a decisão. Sandre-Pereira et al.11, acrescentaram que todas as mães de seu estudo haviam desejado amamentar desde a gestação.
Ao considerar a assistência pré-natal como uma oportunidade ímpar para dialogar com mulheres sobre suas reais possibilidades e desejos para amamentar, realizou-se este estudo com o objetivo de apreender a motivação de gestantes no processo de decisão pelo aleitamento materno.
 
MÉTODOS
Realizou-se estudo exploratório de natureza qualitativa envolvendo a demanda de 164 gestantes usuárias da assistência pré-natal do Centro de Saúde Escola Barra Funda e do Centro de Saúde Geraldo de Paula Souza, que se encontravam em salas de espera para consulta médica do serviço de pré-natal. Os Centros de Saúde localizam-se na região central da cidade de São Paulo, em região distrital de baixa fecundidade.
A escolha das participantes foi determinada pela demanda de mulheres atendidas no período de março a agosto de 2002 nos dois Centros de Saúde. As mulheres residiam ou trabalhavam nas proximidades dos Centros de Saúde, em serviços domésticos e em oficinas de costura da região. As mulheres recebiam assistência de equipe de saúde composta de médico obstetra, enfermeira e psicóloga. Nos consultórios existiam cartazes sobre aleitamento materno ressaltando a duração ideal de seis meses.
Os dados foram obtidos por meio de entrevista semi-estruturada realizada pela pesquisadora com cada usuária, em sala de espera, durante o intervalo entre as consultas médicas. Com auxílio de roteiro, a questão da intenção de amamentar foi abordada por meio da seguinte pergunta: A senhora pretende amamentar? Enquanto que a motivação foi apreendida com a pergunta: Por que a senhora pretende amamentar?
As narrativas foram apreendidas a partir de uma abordagem qualitativa com o senso prá-tico, proposto por Bauer & Gaskell12, de que os relatos de determinado grupo, como o de gestantes, expressam a verdade de um ponto de vista, de uma situação específica no tempo e no espaço. Foram, portanto, consideradas como representações ou interpretaçõesparticulares destas mulheres.
Para a análise, as narrativas foram organizadas em planilha eletrônica que permitiu categorizar e agrupar os motivos nas seguintes classes: atributos do leite materno; benefícios para a saúde da criança; vantagens para a saúde da mulher; responsabilização da criança; prazer versus dever materno em amamentar; experiência prévia com amamentação e trabalho materno.
Este estudo foi realizado de acordo com as Normas e Diretrizes Éticas da Resolução CNS 196/96 do Ministério da Saúde, e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública em 12 de setembro de 2001 (Of.COEP/201/01).