Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 PMSUS 2 - DOENÇAS CARDIOVASCULARES 1. DESCREVER A MORBIMORTALIDADE DO IAM NO BRASIL E NO MUNDO E AS PARTICULARIDADES DE CADA REGIÃO. O IAM representa as maiores causas de morte no Brasil e no mundo, sendo a doença cardiovascular que mais leva a óbito nas primeiras horas após o início dos sintomas, onde 65% das mortes ocorrem na primeira hora e 80% nas primeiras 24h após a manifestação dos sintomas. A prevalência do IAM ocorre no sexo masculino, porém a idade é variável, assim como os fatores desencadeadores para cada faixa etária. Em adultos jovens, com idade entre 35 e 45 anos, os principais fatores desencadeadores são: sedentarismo, uso abusivo de álcool, drogas e tabaco. Por outro lado, os pacientes com idade superior aos 45 anos são mais propensos a apresentar HAS, DM tipo II, dislipidemia e IAM prévio, doenças crônicas desenvolvidas ao longo da vida. Ao traçar o perfil epidemiológico do IAM é notório que os fatores de risco referente a DAC estarão presentes, até porque o IAM se constitui como uma evolução da DAC. Desse modo, os fatores de risco ganham evidência nessa temática, bem como o papel da atenção básica visando a prevenção desse tipo de doença. 2. CARACTERIZAR A LINHA DE CUIDADO PRÉ HOSPITALAR, HOSPITALAR E PÓS DO IAM. Com a constatação de que o IAM podia ser abordado de forma eficaz, desde que o paciente seja atendido e tratado rapidamente, as atenções se voltaram para o fato de que frequentemente os pacientes elegíveis não recebiam o tratamento indicado um tempo ótimo. Para que o paciente com IAM recebesse o tratamento de reperfusão no tempo e local adequado, o sistema de saúde precisaria se organizar, para permitir o reconhecimento precoce do IAM com supra de ST, seu rápido encaminhamento para uma unidade de saúde habilitada ao tratamento e o uso efetivo da terapia de reperfusão nesta unidade de saúde. Estes sistemas de cuidado incluem métodos de telemedicina para diagnóstico eletrocardiográfico precoce e protocolos rígidos de transferência e transporte, existindo diretrizes específicas para sua implantação. O número de vidas perdidas por infarto e a morbidade dos pacientes infartados não reperfundidos, potencialmente evitáveis, foram motivações mais que suficientes para que o problema fosse enfrentado de uma forma sistêmica e não apenas focal. Para a implantação da Linha do Cuidado do IAM, é necessário a integração de todas as Unidades de Saúde da Rede de Atenção às Urgências envolvidas com o atendimento deste perfil de paciente. Considerando que o atendimento aos usuários com quadros agudos deve ser prestado por todas as portas de entrada dos serviços de saúde do SUS, possibilitando a resolução integral da demanda ou transferindo a, responsavelmente, para um serviço de maior complexidade, dentro de um sistema hierarquizado e regulado, define-se como constituintes da Linha do Cuidado do IAM os seguintes componentes: Unidades de Atenção Primária à Saúde; Unidades de Atenção Especializada; Serviço móvel pré-hospitalar (SAMU); Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e pronto-socorros de hospitais gerais; Hospitais com credenciamento especializado para Atenção Cardiovascular de Alta Complexidade, com habilitação em cardiologia intervencionista e leitos de Unidade Coronariana dedicada à rede de IAM; O objetivo da Rede de Atenção ao IAM é garantir que o paciente com IAM com supra de ST receba a terapia de reperfusão em tempo adequado, com acesso à terapia intensiva e ao tratamento e estratificação complementares à reperfusão. Considera-se que o tempo total de isquemia (entre o início dos sintomas e o início da terapia de reperfusão) deve ser idealmente até 120 minutos. A portaria de 2021 tem como foco a melhoria do atendimento pré-hospitalar nos casos de IAM em todo o Brasil. Como sabemos o atendimento deve ser rápido, sendo ele representado pela SAMU e as unidade de pronto-atendimento. Desse modo, a organização de uma central eficiente destine de forma ágil as unidades móveis avançadas (contendo médico e trombolíticos) é de suma importância. Desse modo, podemos então reduzir tempo porta-balão (tempo decorrido dos sintomas até a entrada do paciente no serviço de emergência para realização de CATE, geralmente não deve ultrapassar 90 minutos. 2 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 São objetivos da portaria: - Ampliação do uso de fibrinolíticos nas ambulâncias avançadas - Apoio da telecardiologia (parcerias com universidades federais). - Foco no atendimento pré-hospitalar - Criação de um fundo de investimento do MS para angioplastia primária - Avaliação de todas as intervenções realizadas - Criação de um sistema de vigilância de todos os implantes pelo CATE - O monitoramento e a avaliação da Linha de Cuidado do IAM dar-se-ão em conformidade com o seu objetivo, qual seja, o de implantar redes de atendimento capazes de garantir o cuidado apropriado no tempo oportuno, contribuindo para a redução da mortalidade prematura e das complicações do infarto. - Foco na indústria nacional que fomenta os materiais utilizados para os cuidados com o IAM - Leito da unidade coronariana - Defasagem no valor pago pela diária da UTI - Busca de melhoria da regulação das unidades avançadas 3. COMPREENDER A PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE RELACIONADO AO IAM NA ATENÇÃO BÁSICA. No Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada principal e o centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde. Esta rede objetiva melhorar o acesso e eficácia do Sistema Único de Saúde. Além de organizar o fluxo dos pacientes, a APS deve também ser responsável pelo usuário em todos os pontos da rede, produzindo assim um cuidado compartilhado e continuado. Neste sentido, a efetividade do sistema de referência e contrarreferência, articulação e comunicação entre os serviços, constitui o principal elemento para integração das redes de atenção à saúde. Neste sentido, a manutenção do acompanhamento pós-tratamento do IAM é essencial para evitar complicações e um novo infarto. Diante deste contexto a enfermagem exerce papel fundamental, atuando na elaboração de estratégias para melhoria da qualidade de vida, mudança nos hábitos alimentares e adesão ao tratamento medicamentoso. Para que a continuidade do cuidado aos pacientes em fase de reabilitação se consolide, é necessário o levantamento de fatores de risco para eventuais complicações, visto que poderão embasar o planejamento de intervenções/ações adequadas. Nesta perspectiva, destacam que pacientes com IAM, com parada cardíaca fora do hospital, apresentam maior risco de choque cardiogênico, insuficiência cardíaca, parada cardíaca recorrente, sangramento importante e necessidade de transfusão de hemácias em comparação com IAM sobreviventes sem parada cardíaca extra hospitalar, porém não interfere na mortalidade, Com isso, os dados reforçam a premissa de que acompanhar o paciente pós-tratamento de IAM possibilita aos profissionais de saúde compreender a capacidade do indivíduo de se adaptar à nova condição de saúde, seja com limitações funcionais, emocionais ou até mesmo a adesão a terapia medicamentosa. 3 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 4. DEBATER SOBRE OS DESAFIOS E POTENCIALIDADES LIGADOS A LINHA DE CUIDADO DO IAM.
Compartilhar