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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 2 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PEDIÁTRICAS ................................... 5 3 SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA .................................. 9 4 POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO: CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO .......... 13 5 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA ........................................................................... 16 6 INSTRUMENTOS PARA O ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM PEDIATRIA .............................................................................. 17 7 SUPORTE BÁSICO E AVANÇADO DE VIDA PEDIÁTRICO ........... 24 7.1 Resumo dos principais pontos de discussão e alterações ........ 24 7.2 Algoritmos e recursos visuais .................................................... 26 7.3 Novas principais recomendações atualizadas ........................... 32 7.4 Suporte de vida neonatal ........................................................... 42 7.5 Novas principais recomendações atualizadas ........................... 44 7.6 Ciência da educação em ressuscitação .................................... 48 7.7 Novas principais recomendações atualizadas ........................... 50 8 TÉCNICAS BÁSICAS DE MANEJO DAS VIAS AÉREAS – MANOBRAS MANUAIS DE ABERTURA segundo YAGUE et al, 2014. .......... 55 8.1 Manobra de inclinação da cabeça com elevação do mento (parte inferior e média da face, abaixo do lábio inferior) ......................................... 55 8.2 Manobra de tração da mandíbula no trauma (jaw thrust) .......... 55 8.3 Manobra de tração da mandíbula no trauma (jaw thrust) – alternativa.......................................................................................................56 8.4 Manobra de elevação do mento no trauma (chin lift) ................ 57 8.5 Técnica de ventilação com dispositivo bolsa-valva-máscara (BVM):............................................................................................................58 3 8.6 Técnicas básicas de manejo das vias aéreas – aspiração ........ 63 9 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE PACIENTES COM COVID-19 NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA ............................ 64 9.1 Organização estrutural e fluxos ................................................. 64 9.2 Suspeita clínica de COVID-19 ................................................... 65 9.3 Estratificação da Gravidade ...................................................... 66 9.4 Prognóstico ............................................................................... 75 10 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................. 77 4 1 INTRODUÇÃO Prezado (a) aluno (a)! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula é raro, quase improvável um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PEDIÁTRICAS Fonte: bozelli.com A pediatria é a área da saúde dedicada à assistência à criança, adolescentes e pré-adolescentes, até 11 anos, 11 meses e 29 dias. A triagem pediátrica é o contato inicial com a criança e com os pais, é importante explicar para eles que a prioridade do atendimento é por gravidade e não por ordem de chegada, e que a cor atribuída não significa necessariamente ter de ficar o tempo de espera máximo referente a essa cor, que são: vermelha, amarela, verde e azul, determinadas pelo Protocolo de Manchester (ANDRADE et al, 2016). Em 2004 com início do Programa Nacional de Humanização (PNH) o HUMANIZA-SUS, trouxe em suas diretrizes uma estratégia de modificação do processo de trabalho em saúde utilizando as ferramentas do acolhimento e da avaliação com classificação de risco (BRASIL, 2004 apud ANDRADE et al, 2016). De acordo com Andrade (2016), o acolhimento é uma ação tecno- assistencial que prevê a mudança na relação entre os profissionais e os usuários, através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade. Acolher é buscar, atender de forma holística a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários. A classificação de risco é um instrumento que, além de organizar a fila de espera e proporcionar uma ordem de atendimento que não a ordem de chegada, tem também outros objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato 6 do usuário com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores condições de trabalho para os profissionais pela discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes internas e externas de atendimento (ANDRADE et al, 2016). Ainda segundo os autores, o atendimento no campo da saúde à criança é caracterizado por peculiaridades biológicas e psicológicas próprias desse grupo populacional, sujeito aos agravos decorrentes das doenças prevalentes na infância, como também aos agravos entendidos como situações de emergência, por exemplo, traumas e envenenamentos, necessitando de recursos materiais e humanos especializados. É possível afirmar que, na emergência pediátrica, podem ocorrer situações graves e ameaçadoras da vida da criança, pressionada pelo tempo, em que cada segundo pode fazer a diferença. Além disso, acrescenta-se nesse contexto assistencial a participação dos familiares, uma vez que os pais estão incorporados ao atendimento e, portanto, fazem parte da rede do cuidado que, ao mesmo tempo em que relatam as intercorrências com a criança que os levaram a procurar o serviço de emergência, também presenciam as intervenções que podem ser bem-sucedidas ou não (PIRES et al, 2017). Segundo Pires (2017), no setor de urgências de qualquer hospital, o enfermeiro é um elemento central nas várias áreas da prestação do socorro, desde a triagem à reanimação, à cirurgia ou trauma ou à sala de observações, entre outras. Em cada uma dessas áreas, espera-se que, nas atividades autônomas como nas interdependentes, o enfermeiro atue de forma segura, respeitando os direitos dos pacientes e com base em evidências científicas. Mas a atuação em contexto de urgência é uma área do saber de vastas proporções que compreende tanto procedimento simples como de grande complexidade. A assistência realizada pelo profissional de enfermagem aos pacientes pediátricos demanda cuidados técnicos de caráter subjetivo, de modo a compreender a excentricidade, a particularidade e a maneira de expressão de afeto dessacriança. É de suma importância diante de um quadro emergencial, onde há risco de morte, a construção de um plano de cuidados de enfermagem, que contenha toda assistência 7 fundamental para conservação da vida, além de proporcionar atenção ao acompanhante (NEVES et al., 2016 apud RIBEIRO et al, 2019). Como líder da equipe, o enfermeiro depara-se com inúmeros desafios de como gerir a assistência no serviço de emergências, no entanto, além do conhecimento técnico e cientifico, o profissional necessita ter habilidade de organizar o trabalho realizado, para que possa funcionar de acordo com os recursos disponíveis à quantidade e ao nível de gravidade que requer cada caso (RIBEIRO et al, 2019). As crianças que adentram aos serviços de urgência e emergência, chegam em situações agudas ou de extrema gravidade em risco iminente de morte, precisando de intervenções imediatas, sendo que, nesses locais há uma grande variabilidade assistencial para os cuidados, e se faz necessário garantir as manobras de estabilidade da vida, e dessa maneira possibilita a integralidade do cuidado na própria unidade e em outros níveis de atendimento, fortalecendo assim, a rede de ações e serviços de saúde no âmbito do SUS (RIBEIRO et al, 2019). As instituições hospitalares que recebem casos que demandam atendimento emergencial e que, devido ao rápido e acelerado andamento nos serviços prestados, é perceptível a indispensabilidade de um corpo de profissionais de diversas áreas, a fim de que haja um compartilhamento dos saberes no campo de atuação (SALVIANO, 2017 apud RIBEIRO et al, 2019). O profissional de enfermagem tem como atividade dentro do setor de emergência, o acolhimento, e através do julgamento clínico a classificação de risco. No entanto, para que essa avaliação aconteça de maneira apropriada, é de grande importância que haja capacitação desses profissionais, assim como a classificação da criança de maneira satisfatória. Nesse contexto, o enfermeiro não se restringe apenas à assistência direta, por isso faz parte do seu trabalho se manter, capacitado permanentemente para assistência à criança em quadros emergenciais, além de saber lidar dentro do setor da urgência e emergência com saberes diversos. Além do cuidado técnico, o cuidado subjetivo ressaltando a singularidade, a individualidade e a forma como a criança expressa seus sentimentos e emoções. Assim, quando a mesma encontra-se em situação de risco, em uma unidade de emergência, é necessário um plano de cuidado de enfermagem, que contemple os cuidados necessários e indispensáveis para manutenção da vida, bem como 8 promover atenção ao seu acompanhante (BRASIL, 2013 apud (ANDRADE et al, 2017). Para promover à assistência adequada os profissionais atuantes nessas unidades devem receber treinamento específico, tanto técnico e cientifico, quanto uma educação continuada voltada para o autoconhecimento, o que exige dos mesmos o domínio de suas próprias emoções e conhecimento de seus limites e possibilidades. A educação dos profissionais de saúde objetiva melhorar a qualidade da assistência prestada à criança grave para um melhor resultado (ANDRADE et al, 2017). Outro importante ponto para a melhoria da assistência prestada foi a implantação do acolhimento com classificação de risco. Essa adaptação foi necessária devido à grande demanda que vai em busca dos serviços de maior complexidade ofertados nestas unidades. No Brasil, há uma demanda de atendimento maior que sua capacidade de absorção tornando-se visível o desequilíbrio entre a oferta e a procura por atendimento, assim é de fundamental importância a reorganização do processo de trabalho. O Acolhimento com Classificação de Risco configura-se como uma nova cultura de atendimento centrada na comunicação entre usuário, profissional e gestor, por meio da escuta qualificada. Proporcionando a garantia da assistência integral e igualitária a toda população. Dessa forma, este acolhimento é uma ferramenta importante no atendimento pediátrico, pois é necessário que os profissionais estejam atentos aos anseios e às manifestações da criança enquanto indivíduo capaz de expressar sua subjetividade e que deseja ser ouvido (ANDRADE et al, 2017). Este acolhimento é uma ação técnico assistencial que prevê a mudança na relação entre profissional e o usuário, através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade. Acolher é buscar, atender de forma holística a todos que procuram serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas ao usuário. 9 3 SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Fonte: planserv.ba.gov Os serviços de urgência e emergência ocupam importante parte da assistência de saúde no Brasil. Nos últimos anos, houve crescimento da demanda por atendimentos nessa área em consequência, principalmente, do aumento no número de acidentes e a violência urbana. A insuficiente estruturação da rede assistencial tem acarretado uma sobrecarga dos serviços disponibilizados para o atendimento da população. Esses serviços, como a Atenção Básica de Saúde, são considerados a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), pois recebe grande número de pessoas em busca por um atendimento rápido e eficaz, para diminuir e evitar danos à saúde (VIEIRA, 2020). Portanto, a emergência é considerada uma ocorrência imprevista, que obtém risco potencial à vida, em que o paciente necessita de atenção imediata, para poder garantir a integridade das funções vitais básicas. E urgência significa uma condição de agravos à saúde, no qual apresenta risco real e iminente à vida, necessitando de intervenção rápida e efetiva, estabelecida por critérios médicos previamente definidos, com procedimentos de proteção, manutenção ou recuperação das funções vitais acometidas. Assim, emergência e urgência se referem a agravos da saúde que precisam de atenção médica imediata. Dentre os setores hospitalares, os serviços de urgência e emergência apresentam maiores riscos de erros e eventos adversos por exigirem tomadas de decisão 10 imediatas, relacionamento com diversas categorias profissionais, realização de variados procedimentos e administração de diversas medicações de alto risco, ou seja, uma série de atividades que exige atenção cognitiva complexa e simultânea. Entretanto, os profissionais de saúde que atuam nos serviços de urgência e emergência dos hospitais, em especial os enfermeiros, necessitam de conhecimentos, habilidades e atitudes para acolher, escutar e orientar os usuários de saúde e determinar a prioridade de atendimento destes nas portas de entrada. Um dos grandes desafios da área da saúde é estabelecer estratégias para melhorar a qualidade da assistência nos serviços de emergências e urgências (VIEIRA, 2020). A classificação de risco é uma estratégia que consiste em classificar o paciente de acordo com o grau de urgência, definindo a fila de espera por este critério, e não pela ordem de chegada (MAGALHÃES et al., 2016 apud VIEIRA, 2020). O Ministério da Saúde (MS), por meio da Política Nacional de Humanização (PNH), também conhecida como Humaniza SUS, 2004, estabelece que nos serviços de urgência e emergência a demanda seja acolhida por meio de critérios de avaliação de risco, garantindo o acesso referenciado aos demais níveis de assistência, bem como o comprometimento da referência e contra referência, aumentando a resolução da urgência e emergência, dispondo o acesso à estrutura hospitalar, a transferência segura conforme a necessidade dos usuários e o estabelecimento de protocolos clínicos para garantir intervenções necessárias e respeitando as diferenças (VIEIRA, 2020). Outro marco importante foi à reformulação da Política Nacional de Atenção às Urgências de 2003, consolidando a Portaria nº 1.600de 2011, que institui a Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) no SUS. Em 2009, o Ministério da Saúde propõe uma reorganização destes serviços com o texto base sobre o acolhimento e classificação de risco, considerando como uma ferramenta de atendimento para organizar a fila de espera e propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada, além de outros objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores condições de trabalho 11 para os profissionais pela discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos usuários e, principalmente, possibilitar e estimular a pactuação e a construção de redes internas e externas de atendimento. Em 2013, o MS lançou o Manual Instrutivo da Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) no Sistema Único de Saúde, que apresenta um consolidado de estratégias para sua implementação, assegurando ao usuário um conjunto de ações e serviços nas situações de urgência e emergência com resolutividade e em tempo oportuno. Sendo a classificação de risco uma das principais diretrizes que norteiam a implementação da RUE (BRASIL, 2013 apud VIEIRA, 2020). A classificação de risco é o ato de identificar a queixa principal manifestada ou relatada por pacientes e/ou respectivos acompanhantes, visando estabelecer uma lista de espera baseada no risco clínico e não na ordem de chegada. Assim, propõe-se direcionar a realização da anamnese e do exame físico, identificando os sinais e sintomas expressos e determinando a prioridade de atendimento, em virtude das condições relacionadas às complicações e ao risco de morte. Torna-se importante destacar que para a sua realização, os serviços utilizam tecnologias em saúde, dentre elas os protocolos de atendimento (VIEIRA, 2020). Segundo Vieira (2020), acolhimento, de acordo com a PNH, é um processo que implica responsabilização da equipe pelo usuário, desde o momento da sua chegada até sua saída da instituição, ouvindo suas queixas, considerando suas preocupações e angústias, utilizando uma escuta qualificada que possibilite analisar a demanda, colocando os limites necessários, garantindo atenção integral, resolutiva e responsável por meio das articulações internas dos serviços, e destes com de outras instituições de saúde, para continuidade da assistência, quando necessário. No que tange os serviços de urgência e emergência pediátrica, em 1984, nos Estados Unidos da América houve a criação dos serviços médicos de emergência para crianças e adolescentes, apontando para a necessidade de assegurar o atendimento em situações graves, vítimas de trauma, para reduzir complicações e evitar a morte. Ainda no final da década de 80, programas de treinamento em emergência pediátrica dirigidos para profissionais de saúde foram instituídos, dentre eles o Suporte Básico e Avançado de Vida em Pediatria (PALS). 12 Já na década de 90, foram desenvolvidos protocolos de atendimento pré-hospitalar e adequação de equipamentos pediátricos nos serviços de emergência, bem como a transferência de pacientes para outros serviços ou seu referenciamento de acordo com a sua complexidade (PIVA, 2017 apud VIEIRA, 2020). O interesse pela temática surgiu frente atuação profissional como enfermeira em um Serviço de Emergência Pediátrica de um Hospital Universitário do sul do país, cuja alta demanda e superlotação me causava inquietação diante da dificuldade de priorizar o atendimento das crianças e adolescentes graves devido à falta da classificação de risco durante o acolhimento. Nessa instituição, os pacientes recebem atendimento médico por ordem de chegada, acarretando, muitas vezes, longos períodos de espera e piora do quadro clínico dos mesmos. Esta realidade contradiz com à Política Nacional de Humanização e a Política de Urgência e Emergência, fragilizando a escuta qualificada, a identificação de urgências e emergências, bem como a segurança do paciente pediátrico (BRASIL, 2004; BRASIL, 2009 apud VIEIRA, 2020). Sendo importante destacar que na emergência adulta da referida instituição há o acolhimento e a classificação de risco implementado, evidenciando a sua importância para assegurar as ações de enfermagem. De acordo com o boletim estatístico da referida instituição, o Serviço de Emergência e Urgência Pediátrica, no ano de 2018, apresentou 25.991 atendimentos (HU, 2019 apud VIEIRA, 2020). Para assegurar a prestação de uma assistência eficaz e segura, é imprescindível estabelecer a prioridade do atendimento baseado nas condições clínicas da criança e/ou adolescente, considerando que suas características específicas possibilitam uma maior fragilidade e instabilidade clínica. Portando, é necessário que a equipe de enfermeiros esteja treinada e equipada com uma tecnologia que os auxilie na avaliação, classificação e assistência segura a esses pacientes que buscam atendimento no serviço. Assim, a utilização de um Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco em pediatria vem ao encontro das necessidades do serviço (VIEIRA, 2020). 13 4 POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO: CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Fonte: tolife.com No decorrer dos anos políticas vêm sendo desenvolvidas no Brasil para contribuir com a melhoria da assistência à saúde, sendo que algumas delas refletem nos serviços de urgência e emergência com a finalidade de qualificá- los. O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), criado em 2001, teve como principal objetivo mudar substancialmente o padrão de assistência ao usuário nos hospitais públicos do Brasil, resultando na melhoria da qualidade e na eficácia dos serviços prestados por estas instituições (VIEIRA, 2020). Por conseguinte, em 2003, é criada a Política Nacional de Humanização – Humaniza SUS que tem como finalidade efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de saúde, trazendo em sua proposta à ideia do humano protagonista e autônomo. Esta política também foi elaborada para evidenciar a interface entre o cuidado e a gestão dos serviços de saúde, potencializando os profissionais e os usuários dos serviços de saúde como protagonistas e corresponsáveis pela produção de saúde. O Humaniza SUS traz como um dos seus dispositivos a Classificação de risco, que objetiva organizar as filas de espera, propondo uma ordem de atendimento conforme o grau de risco (VIEIRA, 2020). 14 Muitos serviços de atendimento às urgências convivem com grandes filas onde as pessoas disputam o atendimento sem critério algum, a não ser a hora da chegada. A não distinção de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem na fila, ocorrendo às vezes até a morte de pessoas pelo não atendimento no tempo adequado. Ainda, prevê espaços para acolhimento, espera, recepção, classificação do risco e atendimento administrativo. E como acolher é o ponto chave desta política, a criação de espaços de encontros entre os sujeitos, espaços de escuta e que possibilitem a interação entre usuários e trabalhadores, entre trabalhadores e entre os próprios usuários (BRASIL, 2009 apud VIEIRA, 2020). Segundo o autor, o termo humanizar abrange a condição de colocar-se no lugar do outro, respeitando os sujeitos e sua autonomia, bem como a garantia de saúde e o acesso aos serviços, efetivando os princípios do SUS que são responsáveis por sustentar e disparar um determinado movimento no âmbito das políticas públicas. Na Política Nacional de Humanização, dentre os dispositivos desenvolvidos que visa promover mudanças nos modelos de atenção e gestão, encontra-se o acolhimentocom classificação de risco que propõe os processos de trabalho na saúde pública para atender a população que procura esses serviços, oportunizando de forma equânime o atendimento. Também é considerado um modo de representar o processo de triagem, no qual se esgota na recepção do paciente, tornando todo processo uma ação de inclusão que transpassa todos os espaços e momentos do cuidado nos serviços de saúde. Dentre os princípios da Política Nacional de Humanização tem-se a transversalidade, sugerindo a ampliação da comunicação entre sujeitos e serviços para transformação nas relações de trabalho e compartilhamento dos saberes; indissociabilidade entre atenção e gestão, partindo da ideia de que há uma relação indivisível entre o cuidar e o gerir, apropriando-se do trabalho; e a consolidação do protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos (VIEIRA, 2020). Para viabilização dos seus princípios, segundo o autor, a PNH opera com diretrizes e dispositivos. Dessa maneira, na Rede de Atenção as Urgências de 2011, o ACCR (Acolhimento com Classificação de Risco) integra a base do processo e dos fluxos assistenciais, condição de todos os pontos de atenção por ser conhecido como um dispositivo tecnológico relacional de intervenção, o mesmo proporciona escuta qualificada, garantia do acesso com responsabilização, construção de vínculo, resolutividade dos serviços de saúde e priorização dos pacientes mais graves para atendimento. 15 O ACCR é considerado um modo de representar o processo de triagem, onde se esgota na recepção do paciente, tornando todo processo uma ação de inclusão que transpassa todos os espaços e momentos do cuidado nos serviços de saúde (HERMIDA et al., 2018 apud (VIEIRA, 2020). Por outro lado, os costumes adquiridos do modelo de saúde antecedente ao SUS, que faz jus de uma abordagem curativa e hospitalocêntrica, ainda está presente na sociedade. Com isso, a própria população busca um pronto atendimento que seja satisfatório a sua necessidade, ou seja, de forma centralizada e rápida, independente da gravidade do problema. Ainda assim, além do pronto atendimento ser utilizado como porta de entrada ao serviço de saúde, a população procura serviços que sejam resolutivos, mesmo que estes não concedam a continuidade do cuidado (VIEIRA, 2020). Os serviços de emergência e urgência estão saturados devido a superlotação e sofrem com o desequilíbrio simultâneo entre a procura por cuidados de saúde e a capacidade de resposta do sistema. Também representa uma dificuldade que afeta a maioria dos países, independentemente do nível socioeconômico, refletindo negativamente na gestão do sistema hospitalar, tornando-se um problema de saúde pública cada vez mais importante. A alta demanda de pacientes acarreta no atraso do atendimento, dificultando a assistência adequada ao paciente, especialmente quando a rapidez e agilidade entre a definição do diagnóstico e o início do tratamento é uma condição primordial (GUINTA et al., 2017 apud VIEIRA, 2020). A grande procura nos serviços de emergências e urgências gera grandes filas e o único critério de organização do atendimento é a hora da chegada. A não distinção de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem na fila, ocorrendo, às vezes, até a morte de pessoas pelo não atendimento no tempo adequado. O acolhimento exige a presença de um protocolo sistemático a fim de identificar os pacientes que necessitam ser visto primeiro e aqueles que podem esperar por atendimento em segurança (VIEIRA, 2020). 16 5 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA Fonte: ctecsaudebsb.com A equipe de enfermagem deve estabelecer confiança e vínculo com os pais e familiares das crianças por meio do esclarecimento de informações sobre regras, rotinas e execução de procedimentos. A exposição das informações deve ser realizada de forma claras e simples para evitar dificuldades. O diagnóstico de enfermagem faz parte da sequência do cuidado ao paciente que deve ser executada pelo enfermeiro. Em um estudo no qual se buscou identificar os diagnósticos de enfermagem mais frequente em uma unidade de pronto socorro pediátrico, identificaram-se prevalentes: o risco de infecção, hipertermia, dor aguda, desobstrução ineficaz das vias aéreas e integridade da pele prejudicada (NASCIMENTO et al, 2017). Segundo o autor, destaca-se a importância da construção de instrumento para a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE como facilitador do trabalho dos enfermeiros nas emergências pediátricas. O atendimento na unidade de emergência pediátrica deve ter profissionais com características diferenciadas e com atribuições voltadas para a assistência da criança e de sua família, algumas dessas atribuições estão expostas no quadro abaixo. 17 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM Orientar os acompanhantes Transmitir informações deforma clara e simples para os familiares. Estabelecer confiança e vínculo. Conhecer sobre medicação Realizar cuidado humanizado. Planejar ações e intervenções Utilizar guias de classificação de risco para pediatria Realizar avaliação e diagnostico de enfermagem Liderar a equipe Avaliar ações Fonte: NASCIMENTO et al, 2017. 6 INSTRUMENTOS PARA O ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM PEDIATRIA Fonte: tolife.com No Brasil, os estudos que abordam a utilização de instrumentos para auxiliar à conduta dos profissionais, principalmente na prática dos profissionais enfermeiros é considerado escasso. Dentre esses instrumentos destacam-se os protocolos que são considerados de suma importância na área da saúde, pois conferem embasamento científico ao profissional e promovem melhora 18 significativa do atendimento. Também é considerado uma tecnologia em saúde e um instrumento para o fundamento da prática de enfermagem, além de auxiliar na tomada de decisão durante a classificação de risco (VIEIRA, 2020). Alguns benefícios são apresentados na utilização de protocolos de assistência, como: redução da variabilidade de ações de cuidado, maior segurança aos usuários e profissionais, facilidade para a incorporação de novas tecnologias, melhora na qualificação dos profissionais para a tomada de decisão assistencial, inovação do cuidado, maior transparência e controle dos custos e uso mais racional dos recursos disponíveis. Destaca-se, também, que os protocolos possibilitam a disseminação do conhecimento, a comunicação profissional e a coordenação do cuidado, além de facilitar o desenvolvimento de indicadores de processo e de resultados da assistência (PIMENTA, 2017 apud VIEIRA, 2020). Ainda segundo autor, o protocolo é a descrição de uma situação específica de assistência, no qual contém detalhes operacionais e especificações em relação ao que se faz, quem faz e como se faz, conduzindo os profissionais nas decisões de assistência para a prevenção, recuperação ou reabilitação da saúde. Também tem a possibilidade de prever ações de avaliação/diagnóstico ou de cuidado/tratamento, como o uso de intervenções educacionais, de tratamentos com meios físicos, de intervenções emocionais, sociais e farmacológicas, que a enfermagem exerce de maneira independente ou compartilhada com outros profissionais de saúde. Os protocolos podem conter vários procedimentos e devem apresentar algumas características como serem de fácil leitura, e ter boa qualidade formal, ser válidos, confiáveis, corretamente utilizados, comprovadamente efetivos, com implementação e adaptação a realidade local, além de apresentarem conteúdo baseado em ênfases científicas. Sendo assim, a construção de protocolos envolve processos rigorosos, evidenciando indicadores em saúde e efetividade dos resultados. Na pediatria, o acolhimento com classificação de risco é uma tarefacomplexa e um desafio para os serviços de emergência e urgência, considerando a especificidade das crianças e/ou adolescentes, principalmente em relação à limitada capacidade de comunicação e subclínicas com variabilidade na normalidade dos sinais vitais nas diferentes fases do crescimento e desenvolvimento (VIEIRA, 2020). Diante desse contexto, é possível afirmar que a utilização do Protocolo de acolhimento com classificação de risco em pediatria implica na necessidade de 19 determinar a prioridade de atendimento de crianças e/ou adolescentes em situação de urgência e emergência. O enfermeiro deve ser treinado para a aplicação de tecnologias em saúde, com inteligência emocional e objetiva, e utilizar da sua habilidade, conhecimento e atitude durante uma avaliação que seja voltada à queixa principal e ao grau de complicações e risco de morte, principalmente nas filas de espera que se formam nas portas de entrada do sistema de saúde. Na literatura há estudos sobre os instrumentos de classificação de risco em emergência pediátrica, sendo que os instrumentos disponíveis são aplicados em várias realidades, tanto no âmbito nacional como no internacional. O estudo de Baracat (2016) apud Vieira (2020) apresentou instrumentos mais utilizados em Pediatria, sendo eles: The Pediatric Canadian Triage and Acuity Scale – (PaedCTAS), The Manchester Triage System (MTS), Emergency Severity Index (ESI) e Australian Triage Scale (ATS). Em sua maioria, estes instrumentos são estratificados em cinco níveis ou categorias de urgência e emergência, validados com a inclusão de parâmetros fundamentais da resposta pediátrica em agravos agudos. Entre esses parâmetros, os dados vitais do paciente como frequência respiratória, frequência cardíaca, nível de consciência, temperatura corporal e saturação transcutânea de oxigênio, além da queixa principal, são os principais componentes. Os instrumentos PaedCTAS, MTS e ESI contêm partes específicas para a população pediátrica, sendo que o estudo de Green et al. (2012) apud Vieira (2020) apontou que PaedCTAS e MTS apresentam uma melhor confiabilidade e eficácia para aplicação em emergências pediátricas. Outro aspecto que vale ressaltar é que estes protocolos de classificação de risco não estão disponíveis de forma acessível e gratuita. A escala Australian Triage Scale (ATS©) foi desenvolvida na Austrália e está regulamentada pelo órgão Australasian College for Emergency Medicine (ACEM). É utilizada nos serviços hospitalares de emergência desde 1994 e sua classificação segue cinco níveis de acordo com a gravidade do caso, estabelecendo o tempo máximo para avaliação dos pacientes. O enfermeiro baseia-se em uma lista de descritores clínicos para atribuir uma categoria de urgência, sendo eles (AUSTRALIAN COLLEGE FOF EMERGENCY MEDICINE, 2014 apud VIEIRA, 2020): 20 Categoria 1: imediata ameaça a vida – imediato; Categoria 2: iminente ameaça a vida – 10 minutos; Categoria 3: potencial ameaça a vida – 30 minutos; Categoria 4: pacientes sérios potencialmente – 60 minutos; Categoria 5: pacientes menos urgentes – 120 minutos. A escala Canadian Triage Acuity Scale (CTAS©) foi desenvolvida no Canadá e implementada em 1999. Sua finalidade consiste em classificar os pacientes de acordo com a gravidade de seus sinais e sintomas e garantir que os casos mais graves sejam atendidos prontamente. Possui cinco níveis, no qual o nível 1, na cor azul, corresponde ao nível com maior gravidade e o nível 5, na cor branca, corresponde ao nível com menor gravidade, como dispostos a seguir segundo Vieira, 2020: Nível 1: reanimação – azul: imediato; Nível 2: emergente – vermelho: 15 minutos; Nível 3: urgente – amarelo: 30 minutos; Nível 4: menos urgente ou semiurgente – verde: 60 minutos; Nível 5: não urgente – branco: 120 minutos. A Escala Emergency Severity Inde (ESI©) apresenta um sistema de triagem utilizado nos Estados Unidos, desde 1999. Tem como finalidade produzir a estratificação do risco dos pacientes e está baseada na condição física, necessidade comportamental e psicossocial, além de fatores que influenciam o acesso do usuário aos cuidados de saúde. A mesma apresenta cinco níveis de prioridade segundo Vieira (2020): Nível 1: emergente: avaliação medica imediata; Nível 2: urgente: recomenda-se não mais que 10 minutos para o atendimento; Nível 3: os sintomas relacionam-se a doença aguda e os fatores de risco não indicam risco de deterioração rápida; 21 Nível 4: pacientes com queixas crônicas, sem ameaça a função de órgãos vitais; Nível 5: os pacientes apresentam-se estáveis e não necessitam de recursos. A escala de Manchester (MTS©) foi criada na Inglaterra, em 1994 e teve sua segunda edição traduzida para o português em 2002. Sua finalidade é desenvolver uma nomenclatura comum, com uma sólida metodologia de triagem, além de ser um programa de formação e um guia de auditoria para a triagem. Utiliza fluxogramas que contém discriminadores gerais e específicos para obter a prioridade clínica, definindo o nível de urgência, a cor correspondente e o tempo-alvo de atendimento, são eles segundo Vieira (2020): Nível 1: emergente, vermelho, imediato; Nível 2: muito urgente, laranja: 10 minutos; Nível 3: urgente, amarelo: 60 minutos; Nível 4: pouco urgente – verde: 120 minutos; Nível 5: não urgente – azul: 240 minutos. No Brasil utilizam-se diversos protocolos de classificação de risco, sendo a maioria fundamentada no Modelo Australian Triage Scale (ATS), o qual utiliza tempo de espera de acordo com gravidade e no Modelo de Manchester, que simboliza o tempo de espera por cores (MAGALHÃES et al., 2016 apud VIEIRA, 2020). Torna-se importante destacar que os sistemas de classificação desenvolvidos na Europa, América do Norte e Austrália são complexos e tornam sua utilização uma questão problemática para o contexto de saúde tão desigual como o brasileiro. Além disso, as versões pediátricas desses modelos carecem de muitas especificidades para essa faixa etária e de literatura suficiente sobre sua validade e confiabilidade (VIEIRA, 2020). Alguns sistemas de classificação de risco foram apresentados aqui, mas até o momento, foram encontrados apenas dois instrumentos para emergências pediátricas no contexto de saúde brasileiro, sendo um deles o CLARIPED. Este 22 desenvolvido em 2013, no Rio de Janeiro, e apresenta cinco categorias de urgência: Vermelha (emergência), Laranja (muito urgente), Amarela (urgente), Verde (pouco urgente) e Azul (sem urgência). Sendo que a primeira etapa da classificação inclui a aferição de quatro sinais vitais (escore Vipe) e a segunda etapa consiste na avaliação de discriminadores de urgência. Cada etapa resulta na atribuição de uma cor, seleciona-se a de maior urgência para a classificação final. Cada cor corresponde a um tempo máximo de espera pelo atendimento médico e ao encaminhamento à área física mais adequada à condição clínica do paciente. O desenvolvimento deste instrumento para classificação de risco em emergências pediátricas resultou em um instrumento simples, objetivo e de fácil uso, cujos pré-testes recomendam boa confiabilidade e validade. Indicam que estudos em maior escala sobre sua validade, confiabilidade e aplicação em diferentes contextos de saúde estão sendo realizados e podem contribuir para a adoção de um sistema de classificação de risco pediátrico em âmbito nacional (VIEIRA, 2020). A primeira edição deste protocolo foi elaborada por Mafra et al. (2008) em conjunto com a Secretaria de Saúde de Fortaleza/CE, passou por um processo de validação de conteúdo e aparência, realizado no estudo de Magalhães (2012). Em seguida foi realizada a elaboração e validação quanto ao conteúdo e aparência, além da validação clínicada segunda edição do Protocolo, com a prática. Em 2018, este protocolo foi lançado em E-book. Este protocolo tem como objetivo determinar a prioridade de atendimento da criança ou adolescente em situação de urgência/emergência, o qual se utiliza de cinco cores para classificar o risco e determinar o tempo previsto para atendimento médico, sendo eles: vermelho (prioridade I), com atendimento médico imediato; laranja com atendimento médico em até 15 minutos, podendo ser reavaliado pelo(a) enfermeiro(a) a cada 15 minutos; amarelo, atendimento médico em até 30 minutos, podendo ser reavaliado pela enfermeira a cada 30 minutos; verde, atendimento médico em até 60 minutos, podendo ser reavaliado pela enfermeira a cada 60 minutos; e azul, atendimento médico por ordem de chegada ou direcionado à unidade de atenção primária com garantia de atendimento. Alguns sistemas de classificação de risco foram descritos e vale destacar a importância de sua utilização como uma tecnologia em saúde para organizar 23 os serviços de emergência e urgência, seja adulto ou pediátrico. Neste sentido, cabe destacar a Portaria no 675/GM de março de 2006, que aprova a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde. Neste documento está assegurado que todo o cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado ao sistema de saúde, envolvendo a promoção, proteção e recuperação da saúde promovidos pelo SUS. Nas situações de urgência/emergência, o atendimento se dará de forma incondicional e em qualquer unidade do sistema. Desse modo, será garantido o atendimento com a utilização de tecnologia apropriada, além de um atendimento acolhedor e com condições de trabalho adequadas para os profissionais de saúde (VIEIRA, 2020). Neste contexto, no âmbito da pediatria, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) traz referência aos direitos da criança e do adolescente em relação às ações em saúde, destacando no seu artigo 11º que deve ser garantido o acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. Também merece destaque a Resolução COFEN Nº 423/2012, que normativa a participação do enfermeiro na atividade de classificação de risco. O Art. 1º desta resolução traz que, no âmbito da equipe de enfermagem, a classificação de risco e priorização da assistência em serviços de urgência é privativa do enfermeiro. Por sua vez, este deverá ter conhecimentos e competências para garantir rigor técnico-científico ao procedimento (VIEIRA, 2020). Assim, o acolhimento com classificação de risco está respaldado pelo Conselho Federal de Enfermagem, destacando o enfermeiro como o profissional competente e capacitado para a determinação desta tecnologia em saúde, de acordo com os princípios da Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde. Em síntese, para a assistência em emergência e urgência pediátrica, considerando a reorganização do fluxo da criança e do adolescente no serviço, desde a sua entrada até a consulta médica, destaca-se o acolhimento com classificação de risco como uma tecnologia em saúde para determinar a prioridade de atendimento, na perspectiva da humanização com o acesso em saúde rápido e eficaz (VIEIRA, 2020). 24 7 SUPORTE BÁSICO E AVANÇADO DE VIDA PEDIÁTRICO 7.1 Resumo dos principais pontos de discussão e alterações Mais de 20.000 bebês e crianças têm PCR todo ano nos Estados Unidos. Apesar do aumento na sobrevivência e nas taxas com parativamente boas de bons resultados neurológicos depois de PCRIH pediátrica, as taxas de sobrevivência de PCREH permanecem deficientes, particularmente em bebês. As recomendações para suporte básico de vida pediátrico (SBVP) e RCP em bebês, crianças e adolescentes foram combinadas com as recomendações para Suporte avançado de vida pediátrico (SAVP) em um único documento nas diretrizes de 2020. As causas de PCR em bebês e crianças diferem da PCR em adultos e um número crescente de evidências pediátricas específicas corroboram essas recomendações (ASSOCIATION, 2020). Os principais problemas e alterações, além das melhorias das diretrizes de 2020 incluem o seguinte: Algoritmos e recursos visuais foram revisados para incorporar a melhor ciência e objetividade para os socorristas de ressuscitação de SBVP e SAVP. Com base em dados recentemente disponíveis de ressuscitações pediátricas, a taxa de ventilação assistida recomendada tem sido aumentada para uma ventilação a cada 2 a 3 segundos (20 a 30 ventilações por minuto) para todos os casos de ressuscitação pediátrica. TETs com cuff são sugeridos para reduzir o vazamento de ar e a necessidade de trocas de tubos para pacientes de qualquer idade com necessidade de intubação. O uso rotineiro de pressão cricoide durante a intubação não é mais recomendado. Para maximizar as chances de bons resultados da ressuscitação, a epinefrina deve ser administrada o quanto antes, sendo o ideal 25 em até cinco minutos depois do início da PCR de um ritmo não chocável (assistolia e atividade elétrica sem pulso). Para os pacientes com acessos arteriais, usar o feedback da mensuração contínua da pressão arterial pode melhorar a qualidade da RCP. Depois do RCE, os pacientes devem ser avaliados com relação a convulsões e o estado epilético e qualquer crise convulsiva deve ser tratada. Como a recuperação da RCP continua muito tempo depois da hospitalização inicial, os pacientes devem ter avaliação e suporte formais para suas necessidades físicas, cognitivas e psicossociais (ASSOCIATION, 2020). Uma abordagem de titulação para controle de fluido, com infusões de epinefrina ou sem infusões de epinefrina, se vasopressores forem necessários, é adequada na ressuscitação de choque séptico. Com base, principalmente, na extrapolação de dados de adultos, a ressuscitação equilibrada com derivados do sangue é aceitável para bebês e crianças com choque hemorrágico (ASSOCIATION, 2020). O tratamento da overdose de opioides inclui RCP e a administração de naloxona no momento certo por socorristas leigos ou socorristas treinados. Crianças com miocardite aguda acompanhadas de arritmias, bloqueio cardíaco, alterações do segmento ST ou baixo débito cardíaco têm alto risco de PCR. A transferência rápida para uma unidade de terapia intensiva é importante e alguns pacientes podem precisar de suporte circulatório mecânico ou suporte de vida extracorpóreo (SVE). Bebês e crianças com doença cardíaca congênita ou fisiologia funcional de ventrículo único que estão em processo de estadiamento para reconstrução requerem considerações especiais no SAVP. 26 O tratamento da hipertensão pulmonar pode incluir o uso de óxido nítrico inalatório, prostaciclina, analgesia, sedação, bloqueio neuromuscular, a indução de alcalemia ou terapia de resgate com SVE (ASSOCIATION, 2020). 7.2 Algoritmos e recursos visuais O grupo de redação atualizou todos os algoritmos para refletir a ciência mais recente e fez várias alterações importantes para melhorar o treinamento e suporte para desempenho: Uma nova cadeia de sobrevivência pediátrica foi criada para PCRIH em bebês, crianças e adolescentes. Um sexto elo, Recuperação, foi adicionado à cadeia de sobrevivência de PCREH pediátrica e está incluído na nova cadeia de sobrevivência de PCRIH pediátrica. O algoritmo para PCR em pediatria e o algoritmo pediátrico de bradicardia com pulso foram atualizados para refletir a ciência mais recente. O único algoritmo pediátrico para taquicardia com pulso agora abrange taquicardias de complexo estreito e largo em pacientes pediátricos. Dois novos algoritmos associados para emergência associada a opioides foram adicionadospara socorristas leigos e socorristas treinados. Uma nova lista de verificação é recomendada para cuidados pós- PCR pediátricos (ASSOCIATION, 2020). As causas de PCR em bebês e crianças diferem da PCR em adultos e um número crescente de evidências pediátricas específicas corroboram essas recomendações. 27 Figura. Cadeia de sobrevivência da AHA para PCRIH e PCREH pediátricas 28 Figura. Algoritmo de PCR em pediatria. 29 Figura. Algoritmo de bradicardia com pulso em pediatria. 30 Figura. Algoritmo de taquicardia com pulso em pediatria. 31 Figura. Lista de verificação de cuidados pós-PCR pediátrica. 32 7.3 Novas principais recomendações atualizadas Alterações na taxa de ventilação assistida: Ventilação de resgate 2020 (Atualizado): (SBVP) Para bebês e crianças com pulso, mas esforço respiratório ausente ou inadequado, é aconselhável fornecer uma respiração a cada 2 ou 3 segundos (20 a 30 respirações por minuto). 2010 (Antigo): (SBVP) Se houver um pulso palpável de 60/min ou maior, mas respiração inadequada, forneça ventilações de resgate a uma taxa de cerca de 12 a 20/ min (uma ventilação a cada 3 a 5 segundos), até que a respiração espontânea seja retomada (ASSOCIATION, 2020). Alterações na taxa de ventilação assistida: Taxa de ventilação durante a RCP com via aérea avançada 2020 (Atualizado): (SAVP) Ao executar RCP em bebês e crianças com via aérea avançada, pode ser aconselhável objetivar um intervalo de frequência respiratória de 1 ventilação a cada 2 a 3 segundos (20 a 30/min), de acordo com a idade e a condição clínica. Taxas superiores a essas recomendações podem comprometer a hemodinâmica. 2010 (Antigo): (SAVP) Se o bebê ou a criança estiver intubado, ventile a uma frequência de cerca de uma ventilação a cada 6 segundos (10/min) sem interromper as compressões torácicas. Por quê: Novos dados mostram que frequências mais altas de ventilação (no mínimo 30/min em bebês [de menos de 1 ano] e no mínimo 25/min em crianças) estão associadas a taxas melhores de RCE e de sobrevivência em PCRIH pediátrica. Embora não haja dados sobre a frequência de ventilação ideal durante a RCP sem via aérea avançada ou para crianças em parada respiratória com ou sem via aérea avançada, para simplificar o treinamento, a recomendação para parada respiratória foi padronizada para as duas situações (ASSOCIATION, 2020). 33 TET com cuff 2020 (Atualizado): É aconselhável escolher TET com cuff, em vez de TET sem cuff para intubar bebês e crianças. Quando um TET com cuff é usado, prestem atenção ao tamanho, à posição e à pressão de insuflação do cuff (normalmente <20 a 25 cm H2O). 2010 (Antigo): Tubos endotraqueais com e sem cuff são aceitáveis para a intubação de bebês e crianças. Em certas circunstâncias (por exemplo, má complacência pulmonar, alta resistência à via aérea ou grande fuga glótica de ar), um tubo endotraqueal com cuff pode ser preferível a outro sem cuff, contanto que se preste atenção ao tamanho, à posição e à pressão de insuflação do cuff do tubo endotraqueal (garantindo que sejam adequados). Por quê: Vários estudos e revisões sistemáticas corroboram a segurança dos TET com cuff e demonstram uma necessidade reduzida de troca de tubos e de reintubação. Tubos com cuff podem reduzir o risco de aspiração. A estenose subglótica é rara quando os TETs com cuff são usados em crianças e uma técnica cuidadosa é seguida (ASSOCIATION, 2020). Pressão cricoide durante a intubação 2020 (Atualizado): O uso rotineiro de pressão cricoide não é recomendado durante a intubação endotraqueal de pacientes pediátricos. 2010 (Antigo): Não há evidências suficientes para recomendar a aplicação da pressão cricoide de rotina para evitar aspiração durante a intubação endotraqueal em crianças (ASSOCIATION, 2020). Por quê: Novos estudos mostraram que o uso rotineiro da pressão cricoide reduz as taxas de sucesso da intubação e não reduz a taxa de regurgitação. O grupo de redação reafirmou as recomendações anteriores para interromper a pressão cricoide se ela interferir na ventilação ou na velocidade e facilidade da intubação (ASSOCIATION, 2020). 34 Ênfase na administração precoce da epinefrina 2020 (Atualizado): Para pacientes pediátricos em qualquer situação, é aconselhável administrar a dose inicial de epinefrina em até cinco minutos depois do início das compressões torácicas. 2015 (Antigo): É aconselhável administrar a epinefrina na PCR pediátrica. Por quê: Um estudo de crianças com PCRIH que receberam epinefrina para um ritmo não chocável inicial (assistolia e atividade elétrica sem pulso) demonstrou que, para cada minuto de atraso na administração de epinefrina, houve uma redução significativa na RCE, sobrevivência depois de 24 horas, sobrevivência depois da alta e sobrevivência com resultado neurológico favorável. Os pacientes que receberam epinefrina em até 5 minutos depois do início da RCP, comparados aos que receberam a epinefrina mais de 5 minutos depois do início da RCP tiveram mais probabilidade de sobreviver à alta. Estudos de PCREH pediátrica demonstraram que a administração mais precoce de epinefrina aumenta as taxas de RCE, de sobrevida depois da internação na unidade de terapia intensiva, de sobrevida depois da alta e de sobrevida depois de 30 dias. Na versão de 2018 do algoritmo de PCR pediátrica, os pacientes com ritmos não chocáveis receberam epinefrina a cada 3 a 5 minutos, mas a administração precoce de epinefrina não foi enfatizada. Embora a sequência da ressuscitação não tenha sido alterada, o algoritmo e a linguagem da recomendação foram atualizados para enfatizar a importância de administrar a epinefrina o mais rápido possível, particularmente quando o ritmo é não chocável (ASSOCIATION, 2020). Monitoramento invasivo da pressão arterial para avaliar a qualidade da RCP 2020 (Atualizado): Para pacientes com monitoramento invasivo contínuo da pressão arterial no momento da PCR, é aconselhável que os socorristas usem pressão arterial diastólica para avaliar a qualidade da RCP. 35 2015 (Antigo): Para pacientes com monitoramento hemodinâmico invasivo no momento da PCR, pode ser aconselhável os socorristas usarem pressão arterial para orientar a qualidade da RCP. Por quê: O fornecimento de compressões torácicas de alta qualidade é vital para ressuscitação bem-sucedida. Um novo estudo mostra que, entre os pacientes pediátricos que recebem RCP com acesso arterial, as taxas de sobrevivência com resultado neurológico favorável foram melhoradas se a pressão arterial diastólica estivesse em, no mínimo, 25 mm Hg em bebês e em, no mínimo, 30 mm Hg em crianças (ASSOCIATION, 2020). Detecção e tratamento de convulsões depois do RCE 2020 (Atualizado): Quando houver recursos disponíveis, o monitoramento contínuo por eletroencefalografia é recomendado para a detecção de convulsões depois de uma PCR em pacientes com encefalopatia persistente. 2020 (Atualizado): Recomendamos tratar as convulsões clínicas depois da PCR. 2020 (Atualizado): É aconselhável tratar o estado epilético não convulsivo depois da PCR em consulta com especialistas. 2015 (Antigo): Uma eletroencefalografia para o diagnóstico de convulsão deve ser imediatamente realizada e interpretada e depois deverá ser monitorada com frequência ou continuamente em pacientes em coma depois de RCE. 2015 (Antigo): Os mesmos regimes anticonvulsivos para o tratamento do estado epilético causado por outras etiologias pode ser considerado depois da PCR. Por quê: Pela primeira vez, as diretrizes oferecem recomendações pediátricas específicaspara o controle de convulsões depois da PCR. Crises não convulsivas, incluindo estado epilético não convulsivo, são comuns e não podem ser detectadas sem eletroencefalografia. Embora os dados de resultados da população pós-PCR sejam insuficientes, o estado epilético convulsivo e o não convulsivo estão associados a resultado ruim e o tratamento do estado epilético é benéfico nos pacientes pediátricos em geral (ASSOCIATION, 2020). 36 Avaliação e suporte para sobreviventes de PCR 2020 (Novo): Recomendamos que os sobreviventes de PCR pediátrica sejam avaliados com relação à necessidade de serviços de reabilitação. 2020 (Novo): É aconselhável encaminhar os sobreviventes de PCR pediátrica para avaliação neurológica contínua por pelo menos um ano depois da PCR. Por quê: Há um reconhecimento cada vez maior de que a recuperação da PCR continua por muito tempo depois da hospitalização inicial. Os sobreviventes podem precisar de suporte integrado contínuo médico, de reabilitação, de cuidadores e da comunidade nos meses e anos depois da PCR. Uma declaração científica recente da AHA destaca a importância do suporte aos pacientes e às famílias durante esse momento, para chegar ao melhor resultado possível em longo prazo (ASSOCIATION, 2020). Choque séptico - Bolus de fluído 2020 (Atualizado): Em pacientes com choque séptico, é aconselhável administrar fluidos em alíquotas de 10 mL/kg ou 20 mL/kg com reavaliação frequente. 2015 (Antigo): A administração de um bolus de fluido inicial de 20 mL/kg em bebês e crianças com choque é aconselhável, incluindo aqueles com quadros clínicos como sepse intensa, malária intensa e dengue. Escolha de vasopressor 2020 (Novo): Em bebês e crianças com choque séptico refratário a fluidos, é aconselhável usar epinefrina ou norepinefrina como infusão vasoativa inicial. 2020 (Novo): Em bebês e crianças com choque séptico refratário a fluidos, se a epinefrina ou a norepinefrina não estiverem disponíveis, a dopamina deverá ser considerada (ASSOCIATION, 2020). 37 Administração de corticosteroide 2020 (Novo): Para bebês e crianças com choque séptico que não respondem aos fluidos e que requerem suporte vasoativo, pode ser aconselhável considerar corticoi-des de dose de stress. Por quê: Embora os fluidos permaneçam a terapia inicial principal para bebês e crianças em choque, especialmente em choque hipovolêmico e choque séptico, a sobrecarga de fluidos pode aumentar a morbidade. Em estudos recentes de pacientes com choque séptico, os que receberam volumes mais altos de fluidos ou que tiveram ressuscitação mais rápida com fluidos apresentaram maior probabilidade de desenvolver sobrecarga de fluidos clinicamente significativa e de precisarem de ventilação mecânica. O grupo de redação reafirmou as recomendações anteriores para reavaliar os pacientes depois de cada bolus de fluido e para usar fluidos cristaloides ou coloides para ressuscitação de choque séptico. Versões anteriores das diretrizes não forneceram recomendações sobre a escolha de vasopressor ou o uso de corticoides no choque séptico. Dois ensaios clínicos randomizados controlados sugerem que a epinefrina é superior à dopamina como o vasopressor inicial no choque séptico pediátrico e a norepinefrina também é adequada. Estudos clínicos recentes sugerem benefícios com a administração de corticoides em alguns pacientes pediátricos com choque séptico refratário (ASSOCIATION, 2020). Choque hemorrágico 2020 (Novo): Entre os bebês e as crianças com choque hemorrágico depois de trauma, é aconselhável administrar derivados do sangue, quando disponíveis, em vez de cristaloides, para ressuscitação de volume contínuo. Por quê: Versões anteriores das diretrizes não diferenciaram o tratamento de choque hemorrágico de outras causas de choque hipovolêmico. Uma quantidade cada vez maior de evidências (na maior parte de adultos, mas com alguns dados pediátricos), sugere um benefício da ressuscitação precoce equilibrada usando concentrado de hemácias e plasma e plaquetas frescos 38 congelados. A ressuscitação equilibrada é suportada por recomendações das várias sociedades de trauma internacionais e dos EUA (ASSOCIATION, 2020). Overdose de opioides 2020 (Atualizado): Para os pacientes em parada respiratória, a ventilação de resgate ou a ventilação com bolsa-máscara deverá ser mantida, até que a respiração espontânea retorne, e as medidas de SBVP ou SAVP padrão devem continuar se o retorno da respiração espontânea não ocorrer. 2020 (Atualizado): Para um paciente com suspeita de overdose de opioides que tem pulso definido, mas não respiração normal ou apenas gasping (ou seja, uma parada respiratória), além de fornecer SBVP ou SAVP padrão, é aconselhável que os socorristas administrem naloxona intramuscular ou intranasal (ASSOCIATION, 2020). 2020 (Atualizado): Para os pacientes que se sabe ou se suspeita estarem em PCR, na ausência de um benefício comprovado com o uso de naloxona, medidas de ressuscitação padrão deverão ter prioridade ante a administração da naloxona, com foco na RCP de alta qualidade (compressões mais ventilação). 2015 (Antigo): A administração empírica de naloxona intramuscular ou intranasal em todos os pacientes que não respondem em uma emergência potencialmente fatal de ressuscitação associada a opioides pode ser adequada como complemento aos protocolos convencionais de primeiros socorros e de SBV prestado por pessoas que não são profissionais da saúde. 2015 (Antigo): Os socorristas de SAVC oferecem suporte à ventilação e administram naloxona aos pacientes com um ritmo cardíaco de perfusão e parada respiratória associada a opioides ou depressão respiratória intensa. A ventilação com bolsa-máscara deve ser mantida até que a respiração espontânea retorne, e as medidas de SAVC padrão devem continuar se o retorno da respiração espontânea não ocorrer (ASSOCIATION, 2020). 2015 (Antigo): Não podemos fazer nenhuma recomendação com relação à administração de naloxona em PCR associada a opioides confirmada. Por quê: A epidemia de opioides não poupou nem as crianças. Nos Estados 39 Unidos, em 2018, a overdose de opioides causou 65 mortes em crianças de menos de 15 anos e 3.618 mortes em pessoas de 15 a 24 anos 9 e muitas outras crianças precisaram de ressuscitação. As diretrizes de 2020 contêm novas recomendações para o tratamento de crianças com parada respiratória ou PCR por overdose de opioides. Essas recomendações são idênticas para adultos e crianças, exceto que a RCP de compressão-ventilação é recomendada para todas as vítimas pediátricas com suspeita de PCR. A naloxona pode ser administrada por socorristas treinados, leigos com treinamento focado e leigos não treinados. Algoritmos de tratamento separados de manejo de emergências de ressuscitação associadas a opioides são fornecidos para os leigos, que não podem verificar com confiança um pulso (Figura 5) e para socorristas treinados (Figura 6). A PCREH associada a opioides é o assunto de uma declaração científica da AHA de 2020 (ASSOCIATION, 2020). Miocardite 2020 (Novo): Devido ao alto risco de PCR em crianças com miocardite aguda que demonstram arritmia, bloqueio cardíaco, alterações do segmento ST e/ou baixo débito cardíaco, a consideração inicial de transferência para monitoramento e tratamento na UTI é recomendada (ASSOCIATION, 2020). 2020 (Novo): Para crianças com miocardite ou cardiomiopatia e débito cardíaco baixo refratário, o uso pré-PCR de SVE ou de suporte circulatório mecânico pode ser benéfico para fornecer suporte ao órgão final e evitar a PCR. 2020 (Novo): Dados os desafios de uma ressuscitação bem-sucedida de crianças com miocardite e cardiomiopatia, depois de a PCR ter ocorrido, a consideração precoce de RCP extracorpórea pode ser benéfica(ASSOCIATION, 2020). Por quê: Embora a miocardite seja responsável por 2% das mortes cardiovasculares repentinas em bebês, 5% das mortes cardiovasculares repentinas em crianças e de 6% a 20% das mortes cardiovasculares repentinas em atletas, as diretrizes de SAVP anteriores não continham recomendações específicas para o controle dessa doença. Essas recomendações são 40 consistentes com a declaração científica da AHA de 2018 sobre RCP em bebês e crianças com doença cardíaca. Ventrículo único: Recomendações para o tratamento de pacientes em Fase I paliativa pré-operatório e pós-operatório (shunt de Norwood / Blalock-Tausig) 2020 (Novo): O monitoramento direto (cateter na veia cava superior) e/ou indireto (espectroscopia infravermelha por aproximação) da saturação de oxigênio pode ser benéfico para o controle da tendência e tratamento direto do neonato gravemente doente depois da paliação de Norwood de Fase 1 ou da colocação de shunt (ASSOCIATION, 2020). 2020 (Novo): No paciente com um shunt adequadamente restritivo, a manipulação da resistência vascular pulmonar pode ter pouco efeito, enquanto a redução da resistência vascular sistêmica com o uso de vasodilatadores sistemáticos (antagonistas alfa-adrenérgicos e/ou inibidores de fosfodiesterase tipo III), com ou sem o uso de oxigênio, pode ser útil para aumentar a administração sistêmica de oxigênio (DO2.) (ASSOCIATION, 2020). 2020 (Novo): SVE depois da paliação de Norwood Fase I pode ser útil para tratar DO2 sistêmico baixo (ASSOCIATION, 2020). 2020 (Novo): Na situação de obstrução conhecida ou suspeita de shunt, é aconselhável administrar oxigênio, agentes vasoativos para aumentar a pressão de perfusão do shunt e heparina (de bolus de 50 a 100 unidades/kg), enquanto se prepara para uma intervenção cirúrgica ou por cateter (hemodinâmica) (ASSOCIATION, 2020). 2020 (Atualizado): Para neonatos antes do reparo de Fase I com hipercirculação pulmonar e débito cardíaco e DO2 sistêmico baixo, é aconselhável ter como meta uma PaCO2 de 50 a 60 mm Hg. Isso pode ser conseguido durante a ventilação mecânica, reduzindo a ventilação por minuto ou administrando analgesia/sedação com ou sem bloqueio neuromuscular. 2010 (Antigo): Neonatos em um estado de pré parada devido à elevação da taxa de fluxo pulmonar-a-taxa de fluxo sistêmico antes do reparo do Estágio I pode se beneficiar de um PaCO2 de 50 a 60 mm Hg, que pode ser conseguida durante a ventilação mecânica, reduzindo a ventilação por minuto, aumentando 41 a fração de CO2 ou administrando opioides com ou sem paralisia química (ASSOCIATION, 2020). Ventrículo Único: As recomendações para otratamento de pacientes pós-operatória de Fase II paliativa (Glenn/Hemi-Fontan bidirecional) e de Fase III (fontan) 2020 (Novo): Para os pacientes em estado pré-PCR com fisiologia de anastomose cavopulmonar e hipoxemia intensa devido a fluxo sanguíneo pulmonar inadequado (Qp), estratégias de ventilação que objetivem uma acidemia respiratória leve e uma pressão mínima das vias aéreas sem atelectasia podem ser úteis para aumentar a oxigenação arterial cerebral e sistemática (ASSOCIATION, 2020). 2020 (Novo): SVE em pacientes com anastomose cavopulmonar superior ou com circulação de Fontan pode ser considerada para tratar DO2 baixo de causas reversíveis ou como ponte para dispositivos de auxílio ventricular ou revisão cirúrgica. Por quê: Aproximadamente 1 em 600 bebês e crianças nascem com doença cardíaca congênita crítica. Cirurgia faseada para crianças que nascem com fisiologia de ventrículo único, como síndrome do coração esquerdo hipoplásico, se estendem por vários anos durante o início da vida. A ressuscitação desses bebês e crianças é complexa e difere de formas importantes do atendimento padrão para SAVP. As diretrizes anteriores para SAVP não continham recomendações para essa população específica de pacientes. Essas recomendações são consistentes com a declaração científica da AHA de 2018 sobre RCP em bebês e crianças com doença cardíaca (ASSOCIATION, 2020). Hipertensão Pulmonar 2020 (Atualizado): Óxido nítrico inalatório ou prostaciclina devem ser usados como a terapia inicial para tratar crise de hipertensão pulmonar ou insuficiência cardíaca aguda do lado direito secundária ao aumento da resistência vascular pulmonar. 42 2020 (Novo): Realize o manejo e o monitoramento respiratório cuidadosos para evitar a hipóxia e a acidose no tratamento pós-operatório da criança com hipertensão pulmonar (ASSOCIATION, 2020). 2020 (Novo): Para pacientes pediátricos com alto risco de crises de hipertensão pulmonar, administre os analgésicos, sedativos e agentes de bloqueio neuromuscular adequados. 2020 (Novo): Para o tratamento inicial de crises de hipertensão pulmonar, a administração de oxigênio e a indução de alcalemia por meio da hiperventilação ou da administração de solução alcalina pode ser útil enquanto os vasodilatadores pulmonares específicos são administrados (ASSOCIATION, 2020). 2020 (Novo): Para crianças que desenvolvem hipertensão pulmonar refratária, incluindo sinais de baixo débito cardíaco ou de insuficiência respiratória grave, apesar da terapia médica ideal, o SVE pode ser considerado. 2010 (Antigo): Considere a administração de óxido nítrico inalatório ou de prostaciclina em aerossol ou semelhante para reduzir a resistência vascular pulmonar. Por quê: A hipertensão pulmonar, uma doença rara em bebês e crianças, está associada à morbidade e à mortalidade significativas e requer tratamento especializado. As diretrizes de SAVP anteriores não forneceram recomendações para tratamento da hipertensão pulmonar em bebês e crianças. Essas recomendações são consistentes com as diretrizes sobre hipertensão pulmonar pediátrica publicadas pela AHA e pela American Thoracic Society em 2015 e com as recomendações contidas em uma declaração científica da AHA de 2020 sobre RCP em bebês e crianças com doença cardíaca (ASSOCIATION, 2020). 7.4 Suporte de vida neonatal Há mais de 4 milhões de nascimentos todo ano nos Estados Unidos e no Canadá. Até 1 de cada 10 desses recém-nascidos precisarão de ajuda para fazer a transição do ambiente cheio de fluidos do útero para a sala cheia de ar. É essencial que cada recém-nascido tenha um cuidador dedicado para facilitar essa transição e que esse cuidador seja treinado e equipado para a função. Além disso, uma proporção significativa de recém-nascidos que precisam de uma 43 transição facilitada apresentam risco de complicações que exigem pessoal treinado adicional. Todos os ambientes perinatais devem estar prontos para esse cenário (ASSOCIATION, 2020). O processo de facilitar a transição está descrito no algoritmo de ressuscitação neonatal, que começa com as necessidades de todos os recém- nascido e continua para as etapas que abordam as necessidades de recém- nascidos que apresentam risco. Nas diretrizes de 2020, fornecemos recomendações sobre como seguir o algoritmo, incluindo antecipação e preparação, manejo do cordão umbilical no parto, ações iniciais, monitoramento da frequência cardíaca, suporte respiratório, compressões torácicas, acesso e terapias intravasculares, suspensão e interrupção da ressuscitação, tratamento pós-ressuscitação e fatores humanos e desempenho. Aqui, destacamos recomendações novas e atualizadas que, acreditamos, terão um impacto significativo nos resultados de uma PCR (ASSOCIATION, 2020). Resumo dos principais pontos de discussão e alterações A ressuscitação de recém-nascido requer antecipação e preparação dos profissionais que devem treinar individualmente ou como equipes. A maioria dos bebês recém-nascidos não requerem pinçamento imediato do cordão umbilical ou ressuscitação e podem ser avaliados e monitorados durante o contato pele com pele com a mãeno nascimento. A prevenção da hipotermia é um foco importante para a ressuscitação neonatal. A importância do contato de pele com pele em bebês saudáveis é reforçada como meio de promover o vínculo parental, a amamentação e a normotermia. A insuflação e a ventilação dos pulmões são a prioridade em bebês recémnascidos que precisam de suporte depois do nascimento. Uma elevação na frequência cardíaca é o indicador mais importante de ventilação e de resposta eficazes às intervenções de ressuscitação. 44 A oximetria de pulso é usada para guiar oxigenoterapia e atingir as metas de saturação de oxigênio (ASSOCIATION, 2020). A aspiração endotraqueal de rotina para bebês vigorosos e não vigorosos nascidos com líquido amniótico meconial (LAM) não é recomendada. A aspiração endotraqueal é indicada apenas se houver suspeita de obstrução de vias aéreas depois da realização de ventilação com pressão positiva (VPP). As compressões torácicas são realizadas se houver uma resposta de frequência cardíaca ruim à ventilação depois de etapas adequadas de correção da ventilação, que incluem, de preferência, intubação endotraqueal. A resposta da frequência cardíaca às compressões torácicas e às medicações deve ser monitorada por meio de uma eletrocardiografia. Quando o acesso vascular é necessário em bebês recém-nascidos, a via venosa umbilical é preferida. Quando o acesso IV é inviável, o acesso IO pode ser considerado. Se a resposta às compressões torácicas for ruim, pode ser aconselhável administrar epinefrina, de preferência intravascular. Recém-nascidos que não respondem à epinefrina e têm histórico ou exame consistente com perda de sangue podem exigir a expansão do volume. Se todas essas etapas de ressuscitação forem concluídas de forma eficaz e não houver resposta da frequência cardíaca em 20 minutos, o redirecionamento do tratamento deverá ser discutido entre a equipe e a família (ASSOCIATION, 2020). 7.5 Novas principais recomendações atualizadas Previsão da necessidade de ressuscitação 2020 (Novo): Todo nascimento deve ser acompanhado de pelo menos um profissional que possa realizar as etapas iniciais de ressuscitação de recém- nascido e iniciar VPP e cuja única responsabilidade seja o atendimento ao recém-nascido. 45 Por quê: Para oferecer suporte a uma transição tranquila e segura do recém-nascido do útero para o ar, todo nascimento deve ter pelo menos uma pessoa cuja responsabilidade principal é o recém-nascido e que seja treinada e equipada para começar VPP sem atraso. Estudos observacionais e de melhoria de qualidade indicam que essa abordagem permite a identificação de recém- nascidos que apresentam risco, promove o uso de listas de verificação para preparar o equipamento e facilita o briefing da equipe. Uma revisão sistemática do treinamento de ressuscitação neonatal em locais com poucos recursos mostrou uma redução em natimortos e na mortalidade em sete dias (ASSOCIATION, 2020). Controle de temperatura para bebês recém-nascidos 2020 (Novo): Colocar os bebês recém-nascidos que não precisam de ressuscitação no contato pele com pele depois do nascimento pode ser eficaz para melhorar a amamentação, o controle de temperatura e a estabilidade da glicemia. Por quê: Evidências de uma revisão sistemática da Cochrane mostrou que o contato pele com pele logo no início leva à monotermia em recémnascidos saudáveis. Além disso, duas metanálises de ensaios aleatórios controlados e de estudos observacionais de tratamento prolongado de pele com pele depois da ressuscitação inicial e/ ou da estabilização mostrou redução na mortalidade, melhora na amamentação, redução no tempo de internação e melhora no ganho de peso em bebês prematuros e de baixo peso (ASSOCIATION, 2020). Limpeza da via aérea quando o mecônio está presente 2020 (Atualizado): Para recém-nascidos não vigorosos (com apneia ou esforço de respiração ineficaz) nascidos com líquido amniótico meconial, a laringoscopia de rotina com ou sem aspiração endotraqueal não é recomendada. 2020 (Atualizado): Para recém-nascidos não vigorosos nascidos com líquido amniótico meconial com evidências de obstrução de via aérea durante a VPP, intubação e aspiração traqueal podem ser benéficas. 46 2015 (Antigo): Quando o mecônio está presente, a intubação de rotina para aspiração traqueal neste cenário não é indicada, pois não há evidências suficientes que justifiquem continuar a recomendar essa prática. Por quê: Em recém-nascidos com líquido meconial que não estão vigorosos ao nascer, as etapas iniciais e VPP podem ser realizadas. A aspiração endotraqueal é indicada apenas se houver suspeita de obstrução da via aérea depois da realização da VPP. Evidências de ensaios clínicos randomizados sugerem que recém-nascidos não vigorosos com líquido meconial tenham os mesmos resultados (sobrevivência, necessidade de suporte respiratório), quer sejam aspirados antes ou depois do início de VPP. A laringoscopia e a aspiração endotraqueal diretas não são necessárias rotineiramente para recém -nascidos com líquido meconial, mas podem ser benéficas em recém-nascidos com evidências de obstrução da via aérea quando recebem a VPP (ASSOCIATION, 2020). Acesso vascular 2020 (Novo): Para bebês que precisam de acesso vascular no momento do parto, a veia umbilical é a via recomendada. Se o acesso IV não for viável, pode ser aconselhável usar o acesso IO (ASSOCIATION, 2020). Por quê: Recém-nascidos que não respondem à VPP e às compressões torácicas precisam de acesso vascular para infusão de epinefrina e/ou expansores de volume. A cateterização venosa umbilical é a técnica preferida na sala de parto. O acesso IO é uma alternativa se o acesso venoso umbilical não for viável ou o tratamento estiver sendo fornecido fora da sala de parto. Vários relatos de caso descreveram complicações locais associadas ao posicionamento da agulha IO (ASSOCIATION, 2020). Término da ressuscitação 2020 (Atualizado): Em bebês recém-nascidos que recebem ressuscitação, se não houver o retorno da frequência cardíaca e todas as etapas de ressuscitação tiverem sido realizadas, o encerramento dos esforços de ressuscitação deverão ser discutidos entre a equipe de saúde e a família. Um 47 período razoável para essa consideração nas metas de tratamento é de 20 minutos depois do nascimento (ASSOCIATION, 2020). 2010 (Antigo): Em um bebê recém-nascido sem frequência cardíaca detectável, é adequado considerar a interrupção da ressuscitação se a frequência cardíaca permanecer indetectável por 10 minutos. Por quê: Os recém-nascidos que não respondem aos esforços de ressuscitação durante aproximadamente 20 minutos têm uma baixa probabilidade de sobrevivência. Por esse motivo, um período para decisões sobre interromper os esforços de ressuscitação é sugerido, enfatizando o envolvimento dos pais e da equipe de ressuscitação, antes de redirecionar o tratamento (ASSOCIATION, 2020). Desempenho humano e do sistema 2020 (Atualizado): Para os participantes que foram treinados em ressuscitação neonatal, treinamento de reforço individual e da equipe deve ocorrer mais frequentemente que a cada dois anos e a uma frequência que ajude na retenção de conhecimento, habilidades e comportamentos. 2015 (Antigo): Estudos que exploraram a frequência com que os profissionais da saúde ou os estudantes da área da saúde devem treinar não mostraram diferenças nos resultados dos pacientes, mas conseguiram mostrar algumas vantagens no desempenho e no conhecimento psicomotor e na confiança quando o treinamento focado ocorreu a cada 6 meses ou com mais frequência. Sugere-se que o treinamento-tarefa de res suscitação neonatal ocorra com frequência maior que o intervalo atual de 2 anos (ASSOCIATION, 2020). Por quê: Estudos
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