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RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE O problema dos resíduos sólidos vem se agravando na maioria dos países em consequência do crescimento populacional, da grande concentração das áreas urbanas e do desenvolvimento econômico, que vem sempre acompanhado de uma maior produção de resíduos sólidos. Toda e qualquer atividade humana é geradora de resíduos. Os resíduos, sólidos por sua natureza, podem gerar impactos ao meio ambiente durante todo o seu ciclo de vida, seja dentro ou fora da empresa. Segundo Domenéche (apud Schneider et al 2004, p.19): “Resíduo é tudo que é gerado como consequência não desejada de uma atividade humana e, em geral, de qualquer ser vivo”. As atividades geradoras de resíduos, sejam sólidos, líquidos ou gasosos, devem ser gerenciados corretamente, evitando a degradação do meio ambiente. Informalmente, define-se resíduo como tudo aquilo que não tem mais utilidade e que se joga fora. O homem, de modo geral, em relação a algo de que quer se desfazer procura lançá-lo o mais longe possível de sua visão e olfato, não importando, no momento, se o local é próprio ou impróprio. Daí a necessidade de uma conscientização no sentido de educar a comunidade não só para limpar o lixo como lhe conferir os valores sociais, econômicos e ecológicos a ele agregados. A NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, considera resíduos sólidos como: Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam, para isso, soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível. (ABNT, 1987) De acordo com a pesquisa realizada no site uniagua.org.br, as Leis 6.938/81, que instituem a política Nacional do Meio Ambiente, e a 9.605/98, que trata dos crimes ambientais, a responsabilidade pela reparação de qualquer dano do meio ambiente é objetiva e solidária, significando que, independentemente do fato gerador, a empresa será chamada para remediar qualquer dano causado devido à má gestão de resíduos, e que a responsabilidade da empresa não cessa quando os resíduos deixam suas instalações, perdurando o período em que ele representar risco ambiental, até sua destinação final. O gerenciamento dos resíduos sólidos tem sido preocupação constante aos Gestores de Saúde e do Meio Ambiente. Os Resíduos Sólidos Hospitalares, resultantes de atividades que prestam assistência à saúde, seja ela humana ou animal, têm sido sempre um problema bastante sério para os Administradores Hospitalares. De acordo com a terminologia padronizada pelas normas recém-criadas, o termo “resíduo hospitalar” foi substituído pela expressão resíduos de serviços de saúde (RSS), que engloba os resíduos sólidos produzidos em todos os estabelecimentos prestadores de serviços de saúde (BOTTIGLIERI, 1997). Aspectos Conceituais O termo Resíduo Sólido de Serviços de Saúde pode ser encontrado com outras nomenclaturas: resíduo hospitalar, resíduo biomédico, resíduo clínico, resíduo infeccioso, resíduo patogênico e lixo hospitalar. Todos esses termos aparecem na bibliografia especializada como sinônimos. São vários os conceitos sobre os resíduos hospitalares. A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT considera RSS os “resíduos resultantes das atividades exercidas por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde”. Essa definição abrange os resíduos provenientes das diversas fontes geradoras e constituem resíduos sépticos, ou seja, que contêm, ou potencialmente podem conter germes patogênicos. São produzidos em serviços de saúde, tais como hospitais, clínicas médicas, clínicas veterinárias, clínicas odontológicas, farmácias, ambulatórios, postos de saúde, laboratórios, consultórios médicos, casas de repouso, funerárias e todo tipo de estabelecimento que preste assistência à saúde. Sob o aspecto legal, a Resolução CONAMA nº 283/2001, dispõe sobre Resíduos de Serviços de Saúde em seu art.1º: I- Resíduos de Serviços de Saúde são: a) aqueles provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial, humana ou animal; b) aqueles provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde; c) Medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados; d) aqueles provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal; e) e aqueles provenientes de barreiras sanitárias. Os RSS recebem tratamento diferenciado do Resíduo comum, existindo normas a serem seguidas pelos estabelecimentos responsáveis das fontes geradoras, devendo ser identificando quais os tipos de RSS e qual tratamento mais adequado para cada tipo. A Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA, RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004, que revogou a Resolução ANVISA – RDC nº 33 de 25 de fevereiro de 2003, em relação à Resolução CONAMA 283/2001, acrescentou os seguintes geradores de RSS: (...) todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, considera inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalho no campo, distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviço de tatuagem, dentre outros similares. Segundo Schneider et al (2004, p. 24): A legislação americana considera resíduos de serviços de saúde aquele proveniente de diagnóstico, tratamento ou imunização de seres humanos ou animais, de pesquisas pertinentes ou na produção e/ou em testes de material biológico. O Departamento de Meio Ambiente de Londres atribui o termo resíduo clínico aos elementos perigosos ou ofensivos dos resíduos provenientes de prática médica, odontológica, veterinária, de enfermagem, farmacêutica ou práticas similares de atividades de laboratórios clínicos de atenção e tratamento à saúde de ensino e de pesquisa, os quais, por sua natureza tóxica, infecciosa ou perigosa, podem representar riscos ou provocar danos à saúde humana e de seres vivos. REFERÊNCIAS Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC nº 33 de 25 de fevereiro de 2003. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 5 de março de 2003. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC nº 306 de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. BOTTIGLIERI, C. A. M. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, Riscos de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais. São Paulo, 1997, 189f. Dissertação (Mestre em Saúde Pública) Universidade de São Paulo. São Paulo, 1997. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 275 de 25 de abril de 2001. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 de junho de 2001 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 283 de 12 de julho de 2001. Dispões sobre o tratamento e destinação final dos resíduos dos serviços de saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1 de outubro de 2001 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 5 de 5 de agosto de 1993. Define as normas mínimas para tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários. Diário Oficial da RepúblicaFederativa do Brasil, Brasília, DF, nº 166, ago. 1993, seção I. SCHNEIDER, V. E.,… [et al]. Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde – 2 ed. rev. e ampl.., Caxias do Sul, RS: Educs, 2004.
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