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1 MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Profª. Me. Sílvia Cristina da Silva 2 MECÂNICA DOS SÓLIDOS II PROFª. ME. SÍLVIA CRISTINA DA SILVA 3 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Imperatriz da Penha Matos Revisão Gramatical e Ortográfica: Profª. Débora Rith Costa Teixeira Revisão técnica: Prof. Gleysson Morais Revisão/Diagramação/Estruturação: Clarice Virgilio Gomes Prof. Esp. Guilherme Prado Lorena Oliveira Silva Portugal Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva Daniel Guadalupe Reis Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Eliza P. Campos © 2023, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza- ção escrita do Editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 4 MECÂNICA DOS SÓLIDOS II 1° edição Ipatinga, MG Faculdade Única 2023 5 CEO na empresa Modular Cria- tivo - produtora de conteúdos didáti- cos; Graduada em Ciências Jurídicas e Sociais pelo Centro Universitário de Ensino Octávio Bastos ? UNIFEOB; Mestre Interdisciplinar em Educação, Ambiente e Sociedade das Faculda- des Associadas de Ensino - UNIFAE, atuando na linha de pesquisa em De- senvolvimento Sustentável e Políticas Públicas. Participação discente em Seminários e Palestras no Mestrado Acadêmico em Análise do Discurso na Universidade Federal de Buenos Aires; Especialista em Docência no Ensino Superior e em Direito e Edu- cação (FCE). Atua como Consultora Jurídica e Fiscal e Investigadora de Antecedentes para o exterior (México e Argentina), Docente, Tutora e Con- teudista para cursos de graduação e pós-graduação, Elaboradora de Questões para Concursos Públicos, Redatora, Tradutora e Intérprete da Língua Espanhola e Portuguesa, De- gravadora e Transcritora de áudios e textos. SÍLVIA CRISTINA DA SILVA Para saber mais sobre a autora desta obra e suas qua- lificações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link : http://lattes.cnpq.br/5911573541377266 Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado. 6 LEGENDA DE Ícones Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas quais você precisa ficar atento. Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro. Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-os a suas ações. Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos conteúdos abordados no livro. Apresentação dos significados de um determinado termo ou palavras mostradas no decorrer do livro. FIQUE ATENTO BUSQUE POR MAIS VAMOS PENSAR? FIXANDO O CONTEÚDO GLOSSÁRIO 7 UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 SUMÁRIO 1.1 Introdução ...............................................................................................................................................................................................................................................................................................11 1.2 Deslocamento de vigas retas devido à flexão .............................................................................................................................................................................................................11 1.2.1 Relação momento curvatura ......................................................................................................................................................................................................................................................13 1.2.2 Condições de estabilidade .........................................................................................................................................................................................................................................................15 1.3 Flambagem de Colunas .............................................................................................................................................................................................................................................................16 1.3.1 Critérios de falha por Flambagem ............................................................................................................................................................................................................................................18 FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................22 2.1 Introdução ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................26 2.2 Métodos de Energia .....................................................................................................................................................................................................................................................................26 2.2.1 Método dos deslocamentos Virtuais ....................................................................................................................................................................................................................................28 2.2.2 Método das deformações Virtuais .......................................................................................................................................................................................................................................30 2.3 Teorema de Castigliano ............................................................................................................................................................................................................................................................31 2.4 Teorema dos Trabalhos Mínimos .......................................................................................................................................................................................................................................32 FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................38 3.1 Introdução ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................42 3.2 Introdução ao método dos elementos finitos ..........................................................................................................................................................................................................423.2.1 Aplicação do método dos elementos finitos ...................................................................................................................................................................................................................44 3.2.2 Utilização do método ................................................................................................................................................................................................................................................................47 3.2.3 Exemplo de aplicação do método ......................................................................................................................................................................................................................................48 FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................................................................50 MOMENTOS FLETORES EM VIGAS RETAS RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS RELACIONADOS AO EQUILÍBRIO ESTRUTURAL TÉCNICAS DE ANÁLISE DE COMPORTAMENTOS ESTRUTURAIS COMPLEXOS 4.1 Introdução ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................54 4.2 Vigas Curvas ....................................................................................................................................................................................................................................................................................54 4.2.1 Deslocamento de vigas curvas ..............................................................................................................................................................................................................................................56 4.3 Deslocamento sob diversas formas de solicitação .............................................................................................................................................................................................57 4.3.1 Carga axial .....................................................................................................................................................................................................................................................................................58 4.3.2 Carga transversal .......................................................................................................................................................................................................................................................................59 4.3.3 Momento fletor ............................................................................................................................................................................................................................................................................60 4.3.4 Cisalhamento ................................................................................................................................................................................................................................................................................61 FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................63 MOMENTOS FLETORES EM VIGAS CURVAS 5.1 Introdução ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................67 5.2 Cilindro de paredes grossas ..................................................................................................................................................................................................................................................67 5.2.1 Distribuição de tensões ............................................................................................................................................................................................................................................................68 5.2.2 Deformação radial .....................................................................................................................................................................................................................................................................69 5.2.3 Deformação axial .......................................................................................................................................................................................................................................................................70 5.2.4 Comportamento elástico ........................................................................................................................................................................................................................................................70 5.3 Discos Girantes .................................................................................................................................................................................................................................................................................71 5.3.1 Deformações em um disco girante ......................................................................................................................................................................................................................................73 FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................75 COMPORTAMENTODE CORPOS SÓLIDOS SOB A AÇÃO DE FORÇAS EXTERNAS UNIDADE 5 8 6.1 Introdução ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................79 6.2 Flexão obliqua ..................................................................................................................................................................................................................................................................................79 6.3 Centro de Cisalhamento ...........................................................................................................................................................................................................................................................81 6.4 Vigas sobre funções elásticas .............................................................................................................................................................................................................................................83 FIXANDO O CONTEÚDO.........................................................................................................................................................................................................................................................................86RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................................................................................89 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................................................................90 BANCOS DE DADOS PARA GEOPROCESSAMENTO UNIDADE 6 9 UNIDADE 1 Nesta unidade trataremos sobre o deslocamento de vigas retas devido à flexão, mencionando suas características e momentos de flexão. Veremos também sobre a flambagem de colunas que é um fenômeno estrutural de falhas devido à sua incapacidade de suportar cargas de compressão. Ambos os conceitos são essenciais para a elaboração de projetos. UNIDADE 2 A resolução de problemas relacionados ao equilíbrio estrutural envolve o uso de métodos de energia e dos teoremas de Castigliano e dos Trabalhos Mínimos. Nesta unidade essas abordagens são aplicadas para determinar as deformações e deslocamentos em estruturas sujeitas a cargas externas. UNIDADE 3 Nesta unidade veremos o Método dos Elementos Finitos é uma técnica numérica amplamente utilizada para analisar o comportamento de estruturas e sistemas complexos. Essa abordagem divide o domínio da estrutura em pequenos elementos finitos, nos quais as equações diferenciais que descrevem o comportamento da estrutura são aproximadas por equações algébricas. UNIDADE 4 O deslocamento de vigas curvas é a medida da mudança na posição dos pontos da viga em relação à sua forma inicial quando submetida a carregamentos. Nesta unidade será estudada esse deslocamento que pode ocorrer em diferentes direções e é influenciado pela geometria da viga, pelas cargas aplicadas e pelas condições de suporte. UNIDADE 5 Nesta unidade estudaremos sobre os cilindros de paredes grossas e os discos girantes que são objetos de estudo na mecânica dos sólidos, onde se analisam suas propriedades mecânicas, comportamento estrutural, resistência e estabilidade. É essencial compreender as tensões, deformações e as limitações dessas estruturas para garantir seu dimensionamento adequado. UNIDADE 6 Alguns conceitos fundamentais relacionados à mecânica das estruturas são a flexão oblíqua, o centro de cisalhamento e as vigas sob funções elásticas. Nesta unidade trabalharemos esses temas para compreender melhor como são identificados e calculados. C O NF IR A NO LI VR O 10 MOMENTOS FLETORES EM VIGAS RETAS 11 Momentos fletores em vigas retas são forças internas que surgem quando uma viga é submetida a uma carga transversal ou momentos aplicados em suas extremidades. Esses momentos de flexão causam a curvatura da viga, resultando em tensões e deformações ao longo de seu comprimento. Os momentos fletores são responsáveis por distribuir as forças de flexão na viga, com os pontos de máximo momento sendo chamados de seções críticas. A magnitude do momento de flexão em uma seção depende da carga aplicada e da geometria da viga. Como definição geral, uma viga é um elemento estrutural usado pela engenharia que tem a finalidade de suportar e transmitir as cargas que são aplicadas em uma determinada estrutura. Esses elementos são frequentemente encontrados em diversas construções, tais como: pontes, edifícios, galpões, suportes e muitas outras aplicações onde seja necessária uma determinada resistência à flexão. Assim sendo, quando nos referimos ao deslocamento de vigas retas devido à flexão, estamos estudando um fenômeno que acontece quando uma viga é submetida a uma determinada carga, o que por sua vez geram momentos fletores. Podemos definir de maneira geral que o momento fletor é resultado da aplicação dessas cargas externas à viga, como por exemplo, o peso, a pressão, as forças horizontais ou os momentos externos, que possam vir a causar deformações na estrutura. O estudo dos momentos fletores em vigas retas é essencial para o projeto e análise estrutural. Por meio de cálculos analíticos ou métodos numéricos, é possível determinar os momentos fletores máximos, as tensões resultantes e as deformações na viga. Isso permite dimensionar adequadamente a viga, garantindo que ela seja capaz de suportar as cargas aplicadas sem exceder sua capacidade de resistência. Ao compreender os momentos fletores em vigas retas, os engenheiros podem projetar estruturas mais eficientes, considerando as condições de carregamento e a resistência dos materiais utilizados. Além disso, a análise dos momentos fletores também é fundamental para a determinação de requisitos de suportes e conexões estruturais, assegurando a estabilidade e a segurança das vigas e da estrutura como um todo. 1.1 INTRODUÇÃO 1.2 DESLOCAMENTO DE VIGAS RETAS DEVIDO À FLEXÃO Figura 1: Exemplo de uma viga Fonte: Acervo pessoal do Autor (2023) 12 As deformações na viga decorrentes desses momentos vão resultar em deslocamentos ao longo do comprimento dela, podendo acontecer de diversas formas e características. De maneira geral, o processo de deslocamento de vigas retas devido à flexão pode ser sequenciado da seguinte forma: • Aplicação da carga: refere-se às cargas externas que a viga está sujeita, como seu próprio peso, ou mesmo as cargas concentradas e/ou distribuídas. Essas exposições às cargas vão gerar os momentos fletores na viga, que por sua vez são forças que tendem a torcê-la. • Deformação elástica: a partir da exposição da viga aos momentos fletores, são geradas deformações elásticas na mesma. Desse modo, há um comportamento diferente em pontos específicos da viga, onde a parte superior da viga é comprimida ao mesmo tempo que a parte inferior é esticada. Esse comportamento acontece mediante às tensões de tração e compressão que são provocadas na seção transversal da viga. • Linha neutra: como estamos tratando de uma viga reta, devemos considerar a existência de uma linha neutra que vai passar pelo centro da seção transversal, nessa região não vão ocorrer deformações longitudinais, pois ela vai delimitar a separação da região comprimida da região esticada da viga. • Deslocamento: partindo para os efeitos dessas deformações elásticas, vamos observar o deslocamento da viga, que pode ser medido de acordo com a distância entre a linha neutra e uma determinada fibra da viga (afastamento). Poderá ser observado um aumento à medida que nos afastamos da linha neutra em direção à região comprimida ou esticada, assim sendo conhecemos como deslocamento da viga esse afastamento. • Curvatura: a curvatura da viga está diretamente relacionada ao momento fletor que está sendo aplicado. Quanto maior o momento fletor, maior será a curvatura da viga. A curvatura também vai afetar o deslocamento, pois quanto maior a curvatura, maior será o deslocamento resultante. É importante ressaltar que o deslocamento de vigas devido à flexão é um fenômeno complexo e depende de vários fatores, que interferem direta ou indiretamente nos resultados que poderão ser obtidos. Para que esse cálculo seja feito de forma correta devemos considerar: • Carregamento: o tipo de carregamento aplicado na viga, a magnitude e a distribuição dos carregamentos aplicados são cruciais. Isso deve considerar cargas Figura 2: Exemplo de momentos fletores uma viga reta Fonte: Acervo pessoal do Autor (2023) 13 1.2.1 Relação momento curvatura. Na análise de vigas em flexão, o momento de curvatura vai desempenhar um papel fundamental, pois vai ser o resultado das forças internas que causam a deformação da viga. Assim sendo, esse momento vai descrever a curvatura da viga em cada ponto ao longo do seu comprimento e vai ser diretamente proporcional ao momento fletor que será aplicado. Em outras palavras, o momento de curvatura é definido como o produto da resistência do material (momento resistente) e a curvatura da viga. A curvatura é inversamente proporcional ao raio de curvatura da viga e representaa taxa de variação angular da linha neutra da viga em relação ao eixo longitudinal. concentradas, cargas distribuídas uniformemente ou de forma não uniforme ao longo da viga, além claro dos momentos fletores e cortantes. • Material: as propriedades mecânicas do material que compõem a viga são essenciais para determinar a resposta que ela terá mediante à flexão. A resistência à tração, compressão e flexão do material, além do módulo de elasticidade, são alguns exemplos de propriedades importantes. Essas propriedades podem variar para diferentes tipos de materiais, como madeira, aço, concreto etc. • Geometria: a forma e geometria da viga, como o comprimento, altura, largura e formato transversal, vai refletir diretamente na forma de deslocamento que a viga vai seguir conforme à flexão exposta. Vigas mais longas e mais flexíveis, por exemplo, tendem a apresentar deslocamentos maiores em relação a vigas mais curtas e rígidas. • Apoio: as condições de apoio da viga são determinantes para o cálculo adequado, a forma que ela está fixada em suas extremidades ou se está sendo suportada ao longo do seu comprimento vai indicar como o deslocamento vai acontecer devido à flexão. Vale ressaltar que as condições de apoio fixas ou articuladas podem resultar em diferentes padrões de deslocamento. • Teoria adotada: existem diferentes teorias de flexão que podem ser utilizadas para calcular os deslocamentos em vigas. A escolha da teoria que será seguida vai determinar o cálculo dos deslocamentos e pode considerar diferentes simplificações e aproximações, dependendo do nível de precisão desejado. De forma geral utilizam- se duas teorias principais conhecidas como: Teoria de Euler-Bernoulli e a Teoria de Timoshenko. Vale ressaltar que teoria das vigas de Euler-Bernoulli fornece equações diferen- ciais que relacionam o momento fletor, a força cortante, a carga aplicada e a rigidez da viga. Por esse motivo é uma das mais utilizadas em relação à teoria de Timoshenko. O vídeo indicado a seguir explica diferença entre as teorias e propõe um melhor entendimento sobre seu funcionamento: Video: Euler-Bernoulli vs Timoshenko Beam Theory. Disponível em: https://shre.ink/2OcD. Acesso em: 25 abr. 2023. BUSQUE POR MAIS 14 A relação entre o momento de curvatura (M) e a curvatura (k) é encontrada mediante a fórmula: Onde: M= é o momento de curvatura (momento fletor) aplicado na viga; E= é o módulo de elasticidade do material da viga; I= é o momento de inércia da seção transversal da viga; k= é a curvatura da viga. Essa equação mostra que o momento de curvatura é diretamente proporcional ao módulo de elasticidade do material e ainda ao momento de inércia da seção transversal da viga. Quanto maior o momento de curvatura aplicado, maior será a deformação e o deslocamento resultantes na viga. Essa relação entre o momento de curvatura e o deslocamento em uma viga é descrita pela teoria da flexão de Euler-Bernoulli. Essa teoria estabelece que o deslocamento de um determinado ponto em uma viga é proporcional ao momento de curvatura aplicado nesse ponto e às propriedades geométricas da viga. Vamos supor que conhecemos os seguintes valores para o exemplo: M=500Nm (momento aplicado), E=200×109N/m2 (módulo de elasticidade), e I=3×10−6m4 (momento de inércia). Agora podemos calcular a curvatura k usando a fórmula acima: M = E .I .k Onde Portanto, a curvatura da viga devido ao momento aplicado é aproximadamente 0.000833 1/m. Esse exemplo ilustra a relação entre o momento de curvatura M e a curvatura k em uma viga, demonstrando como a curvatura é influenciada pelo momento aplicado, o módulo de elasticidade e o momento de inércia da seção transversal. M = E .I .k A relação entre o momento de curvatura e o deslocamento é aproximada e considerada apenas para pequenas deformações elásticas. Para que seja possível realizar análises mais precisas, especialmente em vigas com grandes deformações, se faz necessário re- correr a métodos avançados de análise estrutural, como o método dos elementos finitos. FIQUE ATENTO 15 1.2.2 Condições de estabilidade As condições de estabilidade vão tratar dos critérios que devem ser atendidos para garantir a estabilidade estrutural de uma construção. Essas condições são importantes para garantir que a estrutura seja capaz de resistir às cargas aplicadas sem sofrer colapsos ou falhas catastróficas. As principais condições a serem observadas que podem garantir a estabilidade e segurança de uma estrutura são: • Estabilidade global: a estrutura como um todo deve ser estável, o que significa que ela deve ser capaz de resistir às cargas aplicadas sem sofrer deslocamentos excessivos ou perda de equilíbrio. A estabilidade global é garantida por meio do projeto adequado dos elementos estruturais, das ligações entre eles e das fundações. • Estabilidade lateral: a estrutura deve ser capaz de resistir a deslocamentos laterais, como vento lateral, terremotos ou movimentações térmicas. A estabilidade lateral é geralmente garantida pelo projeto de contraventamentos, diafragmas e sistemas de rigidez lateral. • Estabilidade de colunas: as colunas devem ser projetadas para evitar a flambagem, conforme mencionado anteriormente. Isso envolve considerar o comprimento efetivo das colunas, as condições de suporte e a escolha adequada das seções transversais. • Estabilidade de vigas: as vigas devem ser projetadas para resistir aos momentos fletores, evitando a deformação excessiva e a flambagem. A escolha adequada das seções transversais, a determinação dos momentos fletores críticos e a consideração de fatores de segurança são essenciais para garantir a estabilidade das vigas. • Estabilidade de lajes: as lajes devem ser projetadas para resistir aos esforços de flexão e cisalhamento, garantindo que não ocorra colapso ou ruptura. A espessura adequada da laje, o posicionamento de armaduras e a consideração das cargas aplicadas são fatores importantes para garantir a estabilidade das lajes. • Estabilidade de fundações: as fundações devem ser dimensionadas para suportar as cargas aplicadas pela estrutura e transmiti-las de maneira segura para o solo. A estabilidade das fundações envolve considerar a capacidade de carga do solo, a distribuição adequada das cargas e a prevenção de recalques excessivos ou deslocamentos laterais. Essas são apenas algumas das principais condições de estabilidade que devem ser levadas em consideração no projeto estrutural. É fundamental seguir as normas e regulamentos de engenharia adequados, bem como realizar análises estruturais detalhadas para garantir a estabilidade e a segurança da construção. No Brasil, podemos nos atentar às normas estabelecidas pela ABNT que vão dispor de orientações específicas para cada caso. É de suma importância que os profissionais se atentem a essas prerrogativas no dia a dia de suas atividades, podemos citar principal- mente: • NBR 8800/2019 – Projetos de Estruturas de Aço e Concreto; • NBR 6118/2014 – Projetos de Estruturas de Concreto; • NBR 7190/1997 – Projetos de Estruturas de Madeira. VAMOS PENSAR? 16 Figura 3: Exemplo de Flambagem em Colunas Fonte: Elaborado pelo Autor (2023) Vale lembrar que profissões que exigem um determinado grau de confiabilidade e segurança na execução de suas atividades possuem um determinado conselho que visa orientar, fiscalizar e exigir padrões de execução de tarefas e atividades recorrentes. Assim sendo, para as profissões que envolvem a construção civil temos o CREA e o CAU que são responsáveis por conceder o registro profissional das atividades de engenharia e arquitetura. Uma coluna é um elemento construtivo alongado que auxilia uma determinada estrutura a ter estabilidade e sustentação de cargas. As colunas possuem uma orientação vertical e uma seção transversal constante ao longo de seu comprimento. Podemos observar que quando uma carga compressiva é aplicada à coluna, ela pode começar a se deformar axialmente e a securvar lateralmente caso a carga seja maior do que a suportada pelo material, esse fenômeno é conhecido como flambagem. A flambagem de colunas ocorre quando uma coluna ou um elemento estrutural delgado é submetido a uma carga axial compressiva. Pode ser observado que em determinadas condições, a coluna pode sofrer uma falha por flexão lateral ou desvio lateral antes de atingir sua capacidade máxima de carga axial. É de suma importância que os engenheiros, arquitetos e projetistas responsáveis por determinada construção levem em consideração esse fenômeno ao dimensionar elementos estruturais sujeitos a compressão axial para garantir que as estruturas sejam seguras e confiáveis. Cada estágio e forma de flambagem deve ser prevista, sempre observando as funções que a construção se destina, os materiais que serão usados e ainda a forma de execução. 1.3 FLAMBAGEM DE COLUNAS 17 Figura 4: Tipos de Flambagem em Colunas Fonte: Elaborado pelo Autor (2023) Do ponto de vista da mecânica dos sólidos, a flambagem é um problema de estabilidade estrutural que também pode ser entendida como uma espécie de instabilidade. Em outras palavras, é uma forma de falha estrutural que envolve uma instabilidade global da coluna, resultando em deslocamentos que podem ser por flexões laterais ou flexo torção, que possuem características específicas descritas a seguir: • Flambagem por flexão lateral: nesse modo de flambagem, a coluna desvia lateralmente em forma de uma curva suave ou em forma de "S". A carga axial comprimindo a coluna gera um momento fletor que causa a curvatura lateral. Se a rigidez da flexão da coluna for insuficiente para resistir a esse momento, ela pode falhar por flambagem. Geralmente esse fenômeno é observado em colunas longas e esbeltas, apresentando uma relação significativa entre o comprimento e o raio de giração da seção transversal. Nesse caso, ao ser exposta a uma carga consideravelmente grande, a coluna se curva lateralmente em um padrão de flexão, formando um arco ao longo do seu comprimento. Esse volume de carga capaz de causar esse tipo de deformação é conhecido como carga crítica de flambagem. • Flambagem por flexo-torção: nesse modo de flambagem, a coluna desenvolve uma forma de encurvadura na direção perpendicular ao eixo axial. Isso ocorre devido à instabilidade local da coluna. As tensões compressivas geradas pela carga axial podem superar a capacidade de carga do material em algumas regiões, levando à formação de encurvaduras ou ondulações. Ocorre quando a coluna é submetida a cargas axiais combinadas com momentos fletores. Isso geralmente ocorre em colunas com seções transversais assimétricas ou quando a carga aplicada não está alinhada com o eixo de simetria da coluna. A flambagem por flexo-torção envolve tanto a deformação flexional quanto a torção da coluna. Vale ressaltar que a flambagem é influenciada por vários fatores, como o comprimento efetivo da coluna, a rigidez da seção transversal, as condições de apoio e as propriedades do material que foi construído. O comportamento da coluna pode ser analisado utilizando-se equações e critérios de flambagem estabelecidos pela teoria da elasticidade ou por métodos numéricos mais avançados. Essas variáveis de flambagem de colunas são de suma importância durante o 18 projeto e a análise de estruturas para que seja possível garantir que as colunas sejam projetadas e dimensionadas adequadamente, visando uma garantia de desempenho e redução de possíveis falhas por flambagem antes de atingir a capacidade de carga desejada. Nessa análise da flambagem de colunas envolve o cálculo da carga crítica de flambagem, que depende das propriedades geométricas da coluna e das condições de suporte. Diversos métodos analíticos e técnicas de análise estrutural, como o método dos elementos finitos são aplicados para determinar a carga crítica e projetar colunas que sejam seguras contra a flambagem. 1.3.1 Critérios de falha por flambagem Alguns dos critérios mais comuns utilizados incluem sistemas de cálculo para que seja possível conseguir mensurar as variáveis necessárias para delimitar o volume de carga possível para a estrutura em questão. Vale lembrar que, existem critérios de flambagem aplicados aos demais elementos construtivos como vigas retas, vigas curvas e placas. Contudo nesse estudo daremos ênfase à flambagem de colunas e consequentemente aos critérios para determinar possíveis falhas por flambagem. Para identificar quais as cargas críticas de flambagem em determinada coluna são usados métodos de estudo para identificar os vários critérios de falha por flambagem. Esses critérios são usados para determinar a capacidade de carga de elementos estruturais estão sujeitos. • Critério de Euler O critério de Euler é aplicado para a flambagem por flexão de colunas longas e esbeltas. Ele estabelece que a carga crítica de flambagem é diretamente proporcional ao momento de inércia da seção transversal e inversamente proporcional ao quadrado do comprimento efetivo da coluna. O critério de Euler assume que a falha ocorre quando a flambagem por flexão atinge uma tensão crítica de compressão. A carga crítica de Euler, também conhecida como carga crítica de flambagem, é um conceito importante na mecânica dos sólidos que descreve a carga máxima que uma coluna ou elemento estrutural pode suportar antes de sofrer um fenômeno conhecido como flambagem ou instabilidade elástica. Figura 5: Flambagem Lateral com Distorção Fonte: Acervo pessoal do Autor (2023) 19 A flambagem é um modo de falha que ocorre em colunas ou elementos comprimidos quando a carga aplicada excede um certo valor crítico. Quando a carga crítica de Euler é alcançada, o elemento estrutural sofre uma deformação súbita e instável, perdendo sua capacidade de suportar cargas adicionais. A carga crítica de Euler é determinada por meio da teoria da elasticidade, considerando-se as propriedades geométricas do elemento estrutural, como seu comprimento, momento de inércia e rigidez à flexão. Para uma coluna idealizada, com uma extremidade fixa e a outra livre, a carga crítica de Euler pode ser calculada pela fórmula: Onde: Pccr= é a carga crítica de Euler, E= é o módulo de elasticidade do material, I= é o momento de inércia da seção transversal da coluna, L= é o comprimento da coluna. É importante ressaltar que a fórmula acima é aplicável a colunas ideais e elementos estruturais esbeltos, ou seja, em que o comprimento é significativamente maior do que as dimensões transversais. Para elementos mais complexos, com diferentes condições de contorno ou geometrias, podem ser necessários métodos de análise mais avançados para determinar a carga crítica de flambagem. EXEMPLO: Um tubo de aço A-36 sem costura com diâmetro nominal de 33,4mm com 5,0 m de comprimento com 4,6mm de espessura será utilizado estruturalmente como pilar, afixado estruturalmente por pinos de aço. Determine a carga axial máxima admissível com a qual a coluna pode sofrer flambagem. Sendo módulo de elasticidade E= 210Gpa Tensão de escoamento ⌠e= 250Mpa 1) Cálculo do menor momento de inércia da seção transversal 2) Área da secção transversal d=D-e d= 0,0334-0,0046 2) Área da secção transversal D = diâmetro externo da seção = 0,0334m d = diâmetro interno da seção =0,0288 A= 0,000225m2 20 • Critério de Johnson O critério de flambagem de Johnson é utilizado para a flambagem por flexo- torção de colunas sujeitas a momentos fletores e cargas axiais combinadas, sendo considerada tanto a tensão de compressão quanto a tensão de torção na determinação da carga crítica de flambagem. Esse método estabelece que a falha ocorre quando a tensão de compressão máxima combinada com a tensão de torção máxima atinge a resistência do material. A flambagem de Johnson é utilizada na mecânica dos sólidos para analisar a flambagem de colunas ou elementos comprimidos levando em consideração imperfeições geométricas e de carregamento.Esse critério é uma extensão do critério de Euler, incorporando os efeitos das imperfeições onde se estabelece que a carga crítica de flambagem de uma coluna é dada pela multiplicação da carga crítica de flambagem de Euler (Pcr) por um fator de redução denominado fator de redução de Johnson (φ). O fator de redução de Johnson é determinado a partir de uma fórmula que considera os parâmetros que descrevem as imperfeições da coluna, sendo que leva em consideração principalmente três tipos de imperfeições: Imperfeições geométricas: essas imperfeições incluem desvios de retitude, desalinhamentos e não linearidades geométricas. Elas são representadas por um parâmetro chamado excentricidade (e), que descreve a distância entre a linha de ação da carga aplicada e o eixo central da coluna. Imperfeições de carregamento: essas imperfeições se referem a variações nas cargas aplicadas. Elas são representadas pelo parâmetro de esbeltez reduzida (λ), que é a relação entre a carga aplicada e a carga crítica de Euler. Figura 6: Flambagem por Flexo-torção Fonte: Acervo pessoal do Autor (2023) 21 Imperfeições combinadas: essas imperfeições consideram a combinação das imperfeições geométricas e de carregamento. O parâmetro que as representa é a razão de esbeltez reduzida (λ'), que é a relação entre a carga aplicada e a carga crítica de Euler considerando as imperfeições geométricas. O fator de redução de Johnson (φ) é então determinado por meio de uma fórmula que relaciona os parâmetros de imperfeição (e,λ,λ') com as características da coluna e a geometria da seção transversal. Essa fórmula é determinada por meio de estudos experimentais e análises teóricas. Em resumo, o critério de flambagem de Johnson estende o critério de Euler, considerando as imperfeições geométricas e de carregamento, e utiliza um fator de redução para determinar a carga crítica de flambagem de uma coluna real. Esse critério é amplamente utilizado na análise de estabilidade de estruturas sujeitas a compressão. É importante ressaltar que diferentes critérios de falha podem ser aplicáveis em diferentes situações e dependem das características específicas do elemento estrutural em análise. Além disso, existem outros critérios de falha mais avançados que levam em consideração fatores como não-linearidade material e geometria não-linear. A seleção do critério adequado de falha por flambagem deve ser feita com base nas normas e códigos de projeto aplicáveis e no contexto específico da estrutura em questão. Vale ressaltar que teoria das vigas de Euler-Bernoulli fornece equações diferen- ciais que relacionam o momento fletor, a força cortante, a carga aplicada e a rigidez da viga. Por esse motivo é uma das mais utilizadas em relação à teoria de Timoshenko. O vídeo indicado a seguir explica diferença entre as teorias e propõe um melhor entendimento sobre seu funcionamento: Video: Euler-Bernoulli vs Timoshenko Beam Theory. Disponível em: https://shre. ink/2OcD. Acesso em: 15 abr. 2023. BUSQUE POR MAIS 22 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Dentre as aplicações da engenharia civil, a utilização de vigas é frequente em diversas estruturas, tais como pontes, edifícios, galpões e suportes. Um dos fenômenos estudados relacionados às vigas é o deslocamento de vigas retas devido à flexão, que ocorre quando a viga é submetida a cargas externas, resultando em momentos fletores. Esses momentos fletores são causados pela aplicação de diversas cargas, como peso, pressão, forças horizontais e momentos externos, que podem ocasionar deformações na estrutura. Como consequência desses momentos, ocorrem deslocamentos ao longo do comprimento da viga, podendo apresentar diferentes formas e características. Considerando o exposto, qual é o principal objetivo das vigas em uma estrutura? a) Distribuir o peso uniformemente. b) Resistir à pressão atmosférica. c) Suportar cargas externas e transmiti-las à estrutura. d) Minimizar as deformações na estrutura. e) Gerar momentos fletores para aumentar a resistência. 2. Durante o processo de deformação elástica em uma viga, a exposição aos momentos fletores resulta em comportamentos distintos em pontos específicos. Nesse contexto, ocorrem tensões de tração e compressão na seção transversal da viga, ocasionando um comportamento diferenciado. Enquanto a parte superior da viga é comprimida, a parte inferior é esticada. Essas tensões de tração e compressão são responsáveis por provocar deformações elásticas na viga. Com base nessas informações, qual é o efeito das tensões de tração e compressão na seção transversal de uma viga durante o processo de deformação elástica? a) As tensões de tração e compressão não geram deformações na viga. b) As tensões de tração e compressão causam a mesma deformação em toda a viga. c) As tensões de tração provocam compressão na parte superior da viga e estiramento na parte inferior. d) As tensões de tração provocam estiramento na parte superior da viga e compressão na parte inferior. e) As tensões de tração e compressão geram deformações aleatórias na viga. 3. Na análise de vigas em flexão, o momento de curvatura desempenha um papel crucial, representando as forças internas responsáveis pela deformação da viga. Em termos simples, o momento de curvatura é o resultado do produto entre a resistência do material (momento resistente) e a curvatura da viga. Com base nessas informações, qual é a relação entre o momento de curvatura e o momento fletor em uma viga em flexão? a) O momento de curvatura não está relacionado ao momento fletor. b) O momento de curvatura é diretamente proporcional ao momento fletor. 23 c) O momento de curvatura é inversamente proporcional ao momento fletor. d) O momento de curvatura depende da resistência do material, mas não do momento fletor. e) O momento de curvatura depende da taxa de variação angular da linha neutra, mas não do momento fletor. 4. As condições de estabilidade são fundamentais para garantir a integridade e segurança de uma estrutura. Elas envolvem critérios que devem ser atendidos para evitar colapsos ou falhas catastróficas em decorrência das cargas aplicadas. Com base nessas informações, qual é a importância das condições de estabilidade para uma estrutura? a) Garantir que a estrutura seja visualmente atraente. b) Assegurar que a estrutura seja resistente ao desgaste do tempo. c) Minimizar a necessidade de reparos ou manutenção da estrutura. d) Evitar deslocamentos excessivos e perda de equilíbrio da estrutura. e) Reduzir o custo total da construção da estrutura. 5. Qual é o fenômeno que ocorre quando uma coluna é submetida a uma carga axial compressiva e começa a se deformar axialmente e a se curvar lateralmente, caso a carga seja maior do que a suportada pelo material? a) Deformação plástica. b) Ruptura por tração. c) Flambagem. d) Deslocamento lateral. e) Tensão residual. 6. Qual é o fenômeno que ocorre quando uma coluna longa e esbelta, com uma relação significativa entre o comprimento e o raio de giração da seção transversal, desvia lateralmente em forma de uma curva suave ou em forma de "S" devido a um momento fletor gerado pela carga axial compressiva? a) Deformação plástica. b) Ruptura por tração. c) Flambagem por torção. d) Flambagem por flexão lateral. e) Deslocamento vertical. 7. Qual é o fenômeno que ocorre quando uma coluna, submetida a cargas axiais combinadas com momentos fletores, desenvolve uma forma de encurvadura na direção perpendicular ao eixo axial, devido à instabilidade local e às tensões compressivas que podem superar a capacidade de carga do material em algumas regiões? a) Deformação plástica. b) Ruptura por tração. 24 c) Flambagem por torção. d) Flambagem por flexão lateral. e) Flambagem por flexo-torção. 8. Qual critério é empregado para calcular a carga crítica de flambagem em colunas longas e esbeltas, levando em consideração que essa carga crítica é diretamente proporcional ao momento de inércia da seção transversal e inversamente proporcional aocomprimento efetivo da coluna? a) Critério de deformação plástica. b) Critério de resistência à tração. c) Critério de rigidez à flexão. d) Critério de instabilidade elástica. e) Critério de Euler. 25 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS RELACIONADOS AO EQUILÍBRIO ESTRUTURAL 26 A resolução de problemas relacionados ao equilíbrio estrutural envolve o uso de métodos de energia e dos teoremas de Castigliano e dos Trabalhos Mínimos. Essas abordagens são aplicadas para determinar as deformações e deslocamentos em estruturas sujeitas a cargas externas. Os métodos de energia, como o método do trabalho virtual, são baseados no princípio de que o trabalho realizado pelas forças externas é igual ao trabalho interno gerado pelas tensões internas na estrutura. Esses métodos permitem obter as equações de equilíbrio através da minimização da energia potencial total da estrutura. O teorema de Castigliano é uma técnica que utiliza o conceito de derivadas parciais para calcular deslocamentos e deformações em pontos específicos da estrutura. Ele afirma que a derivada parcial da energia de deformação em relação a uma força externa é igual ao deslocamento correspondente. O teorema dos Trabalhos Mínimos, também conhecido como princípio dos Trabalhos Virtuais, estabelece que o trabalho realizado pelas forças externas é mínimo quando a estrutura está em equilíbrio estático. Esse teorema permite determinar as deformações e deslocamentos através da minimização do trabalho externo. Ambos os teoremas são ferramentas poderosas para a análise de estruturas complexas, permitindo a obtenção de soluções analíticas ou numéricas para problemas de equilíbrio estrutural. Eles são amplamente utilizados na engenharia civil e mecânica para o dimensionamento de estruturas e a determinação das respostas estruturais sob diferentes condições de carga. Em resumo, os métodos de energia e os teoremas de Castigliano e dos Trabalhos Mínimos fornecem uma abordagem eficiente e precisa para resolver problemas de equilíbrio estrutural, permitindo a determinação das deformações e deslocamentos em estruturas sujeitas a cargas externas. Os métodos de energia, também conhecidos como métodos dos trabalhos virtuais, são técnicas utilizadas na mecânica dos sólidos para analisar e resolver problemas relacionados ao equilíbrio de estruturas e aos deslocamentos e deformações resultantes. Esses métodos são fundamentados no princípio de que o trabalho realizado por forças externas em uma estrutura é igual ao trabalho realizado pelas forças internas. Em outras palavras, podemos definir que os métodos de energia são técnicas utilizadas para determinar as respostas estruturais de corpos sólidos sujeitos a forças externas. Esses métodos são baseados no princípio do trabalho virtual, que estabelece que o trabalho realizado pelas forças reais sobre um corpo sólido é igual ao trabalho realizado pelas forças virtuais em um estado deformado imaginário do corpo. 2.1 INTRODUÇÃO 2.2 MÉTODOS DE ENERGIA 27 Definimos que as forças virtuais são perturbações fictícias aplicadas ao corpo para analisar seu comportamento. Elas são utilizadas para calcular as deformações e as tensões internas resultantes da aplicação das forças reais. As forças virtuais não são físicas, mas sim construções matemáticas e conceituais que ajudam na formulação das equações de equilíbrio e de compatibilidade de deformações. Esse sistema virtual dimensionado é completamente independente do sistema real, que nada mais é do que a estrutura verdadeira da qual se quer calcular um deslocamento ou rotação (ou ainda definir uma compatibilidade). Assim sendo, o sistema virtual vai trabalhar com a mesma estrutura do real, porém com cargas diferentes. Para determinação das cargas do sistema virtual é definida uma força (ou momento) escolhida arbitrariamente na direção do deslocamento (ou rotação) que se deseja calcular e também as correspondentes reações de apoio. Desse modo, as cargas do sistema virtual não existem na realidade (por isso, são ditas virtuais) e são meras projeções para efeito de cálculo. EXEMPLO: Considere a imagem a seguir de uma viga biapoiada com uma determinada carga concentrada P1 em seu centro. Neste caso, pretende-se determinar o valor do deslocamento D2 em um ponto qualquer definido pela distancia a no apoio à esquerda. O sistema virtual pode ser considerado como a força aplicada nesse ponto e com a mesma direção do deslocamento, de acordo com os diagramas de momentos fletores que observamos na imagem a seguir: (LIAH, 2014.) Figura 7: Estruturação de uma Edificação Fonte: Acervo pessoal do Autor (2023) 28 Portanto, esse sistema vai permitir que os cálculos de deslocamentos e rotações possam ser generalizados. Desse modo, as cargas da estrutura real podem ser estipuladas e os deslocamentos e rotações podem ser dimensionados de qualquer ponto e em qualquer direção. Neste exemplo podemos estabelecer que a magnitude da força virtual é irrelevante, pois seu valor vai ser cancelado na expressão acima mediante o diagrama de momentos fletores virtuais , por ser uma função linear de Contudo, geralmente faz-se a adoção de um valor unitário para a carga virtual. (LIAH, 2014) Existem dois principais métodos de energia que podemos citar, são eles: o método dos deslocamentos virtuais e o método das deformações virtuais. Ambos os métodos são baseados na formulação do trabalho virtual, que envolve a análise do trabalho realizado por forças externas virtuais e o trabalho realizado pelas forças internas correspondentes. Ambos os métodos de energia são aplicados em conjunto com as equações de equilíbrio e as relações constitutivas do material para resolver problemas de mecânica dos sólidos. Eles fornecem uma abordagem sistemática e geralmente simplificada para determinar as respostas estruturais, como forças internas, tensões, deformações e deslocamentos. É importante destacar que a aplicação dos métodos de energia requer o estabelecimento de hipóteses adequadas, como a linearidade das deformações e a ausência de grandes deslocamentos. Além disso, a seleção do método apropriado depende da natureza do problema em questão e das características específicas da estrutura e do material envolvidos. 2.2.1 Método dos deslocamentos Virtuais Nesse método, as incógnitas são os deslocamentos nas direções de interesse da estrutura. O princípio fundamental é que o trabalho virtual realizado pelas forças Figura 8: Exemplo de deslocamento genérico em viga biapoiada com uma carga central Fonte: Acervo pessoal do Autor (2023) 29 Figura 9: Exemplo de deformações reais que podem ser “previstas” mediante cálculo virtual Fonte: Acervo pessoal do Autor (2023) externas virtuais deve ser igual ao trabalho virtual realizado pelas forças internas correspondentes. Esse método é aplicado principalmente para determinar as forças internas em estruturas lineares e para resolver problemas de equilíbrio. O Método dos Deslocamentos Virtuais é um dos métodos de energia utilizados na mecânica dos sólidos para analisar estruturas e determinar as respostas internas, como tensões e deformações. Ele é baseado no princípio do trabalho virtual, que estabelece que o trabalho realizado pelas forças reais em um sistema mecânico é igual ao trabalho realizado pelas forças virtuais correspondentes. No Método dos Deslocamentos Virtuais, as variações infinitesimais dos deslocamentos são consideradas como as forças virtuais. Essas variações são aplicadas em pontos específicos da estrutura, permitindo calcular as respostas estruturais sem a necessidade de resolver equações diferenciais complexas. Aqui estão os passos básicos do Método dos Deslocamentos Virtuais: • Formulação do problema: defina a geometria da estrutura e as condições de contorno, incluindo as forças e deslocamentos conhecidos. Determine o tipo de suporte ou restrições presentes. • Escolha das coordenadas virtuais:selecione um conjunto de deslocamentos virtuais independentesque satisfaçam as condições de contorno e que sejam convenientes para o problema em questão. Esses deslocamentos virtuais são considerados como forças virtuais aplicadas nos pontos específicos da estrutura. • Cálculo do trabalho virtual:calcule o trabalho virtual realizado pelas forças virtuais nos deslocamentos virtuais escolhidos. Isso envolve multiplicar as forças virtuais pelos deslocamentos virtuais e somar esses produtos para cada ponto da estrutura. • Equação de equilíbrio:estabeleça a equação de equilíbrio com base nas forças reais atuantes na estrutura. Essa equação relaciona as forças reais às forças virtuais através do princípio do trabalho virtual. 30 • Solução do problema: resolva a equação de equilíbrio para obter as respostas estruturais desejadas, como as tensões e deslocamentos. Isso pode envolver manipulação algébrica e aplicação de técnicas de análise estrutural. O Método dos Deslocamentos Virtuais é uma técnica poderosa para resolver problemas de mecânica dos sólidos, pois evita a necessidade de resolver equações diferenciais complicadas. Ele fornece uma abordagem variacional para determinar as respostas estruturais, permitindo a obtenção de soluções aproximadas que satisfazem o princípio do trabalho virtual. No entanto, é importante ressaltar que o Método dos Deslocamentos Virtuais é um método aproximado e requer algumas suposições simplificadoras. Além disso, sua aplicação adequada requer um bom entendimento da teoria da elasticidade e da análise estrutural. 2.2.2 Método das deformações Virtuais Nesse método, as incógnitas são as deformações nas direções de interesse da estrutura. O princípio fundamental é que o trabalho virtual realizado pelas forças externas virtuais deve ser igual ao trabalho virtual realizado pelas tensões internas correspondentes. Esse método é especialmente útil para analisar materiais não lineares, como materiais elásticos-plásticos. O Método das Deformações Virtuais é outro método de energia utilizado na mecânica dos sólidos para analisar e determinar as respostas internas de uma estrutura. Assim como o Método dos Deslocamentos Virtuais, ele se baseia no princípio do trabalho virtual. No Método das Deformações Virtuais, as variações infinitesimais das deformações são consideradas como as forças virtuais. Essas deformações virtuais são aplicadas em toda a extensão da estrutura, permitindo calcular as respostas estruturais sem a necessidade de resolver equações diferenciais complexas. Aqui estão os passos básicos do Método das Deformações Virtuais: • Formulação do problema: defina a geometria da estrutura, as propriedades do material e as condições de contorno, incluindo as forças e deformações conhecidas. Determine o tipo de suporte ou restrições presentes. • Escolha das deformações virtuais: selecione um conjunto de deformações virtuais independentes que satisfaçam as condições de contorno e que sejam convenientes para o problema em questão. Essas deformações virtuais são consideradas como as forças virtuais aplicadas em toda a estrutura. • Cálculo do trabalho virtual: calcule o trabalho virtual realizado pelas forças virtuais nas deformações virtuais escolhidas. Isso envolve multiplicar as forças virtuais pelas deformações virtuais e somar esses produtos em toda a estrutura. • Equação de equilíbrio: estabeleça a equação de equilíbrio com base nas forças reais atuantes na estrutura. Essa equação relaciona as forças reais às forças virtuais através do princípio do trabalho virtual. • Solução do problema: resolva a equação de equilíbrio para obter as respostas estruturais desejadas, como as tensões e deformações. Isso pode envolver manipulação algébrica e aplicação de técnicas de análise estrutural. Assim como o Método dos Deslocamentos Virtuais, o Método das Deformações 31 Virtuais é uma técnica aproximada e requer algumas suposições simplificadoras. Também é necessário ter um bom entendimento da teoria da elasticidade e da análise estrutural para aplicar corretamente esse método. Ambos os métodos, Deslocamentos Virtuais e Deformações Virtuais, são amplamente utilizados na análise de estruturas e proporcionam uma abordagem teórica rigorosa para determinar as respostas internas dos sólidos sujeitos a forças externas. A principal diferença entre o Método das Deformações Virtuais e o Método dos Desloca- mentos Virtuais é a escolha das forças virtuais. No Método dos Deslocamentos Virtuais, as forças virtuais são aplicadas nos pontos específicos da estrutura, enquanto no Método das Deformações Virtuais, as forças virtuais são aplicadas em toda a extensão da estru- tura. FIQUE ATENTO O teorema de Castigliano é um princípio importante na mecânica dos sólidos que permite determinar deslocamentos ou rotações específicas em uma estrutura através do cálculo de derivadas parciais dos deslocamentos elásticos em relação às forças ou momentos aplicados. Esse teorema vai se basear no conceito de energia de deformação elástica armazenada em uma estrutura quando esta for submetida a carregamentos. Desse modo, é possível estabelecer que o deslocamento elástico em uma determinada direção é proporcional à derivada parcial da energia de deformação em relação à força aplicada na mesma direção. Esse princípio é válido para estruturas elásticas lineares. Também conhecido como Teorema da Energia de Deformação, ele vai estabelecer que, em uma estrutura linear elástica, o deslocamento em um determinado ponto pode ser obtido derivando a energia de deformação em relação à força conjugada a esse deslocamento. Por ser uma ferramenta poderosa para determinar os deslocamentos em estruturas complexas sem a necessidade de resolver sistemas de equações diferenciais, o teorema é particularmente útil quando se tem interesse em calcular o deslocamento em um ponto específico da estrutura, enquanto todas as outras variáveis são mantidas constantes. Para que possamos entender como o teorema de Castigliano funciona, devemos considerar uma estrutura elástica sujeita a uma carga externa. Assim sendo, esse método de sequenciamento vai permitir determinar o deslocamento em um ponto específico da estrutura ao calcular as derivadas parciais da energia de deformação elástica em relação às forças ou momentos aplicados nesse ponto. 2.3 TEOREMA DE CASTIGLIANO 32 Vale ressaltar que esse teorema envolve uma série de cálculos sequenciais, podemos ve- rificar exemplos práticos. A indicação para leitura e aplicação, não só desse teorema, mas também sobre os diversos temas abrangentes da mecânica dos sólidos é a obra: Livro: Mecânica dos Materiais (Mechanics of Materials) dos autores: Ferdinand P. Beer, E. Russell Johnston Jr., John T. DeWolf e David F. Mazurek. BUSQUE POR MAIS De forma geral, podemos estabelecer uma sequência para realização do procedimento básico para aplicação do teorema de Castigliano da seguinte forma: 1) Identificar qual o ponto na estrutura onde deseja-se determinar o deslocamento ou rotação. 2) Selecione qual a carga ou o momento aplicado apropriado que vai afetar diretamente no deslocamento ou na rotação desejada nesse ponto. 3) Fazer o cálculo da energia de deformação elástica associada a essa determinada carga ou momento. 4) Calcular a derivada parcial dessa energia de deformação em relação à carga ou momento que está sendo aplicado. 5) Por fim, é realizada a multiplicação da derivada parcial pelo fator de proporcionalidade adequado (geralmente trata-se de um módulo de elasticidade ou momento de inércia) para que seja possível obter o deslocamento ou rotação no ponto desejado. O teorema de Castigliano é amplamente utilizado em análises estruturais para determinar deflexões, deslocamentos e rotações em pontos específicos de uma estrutura. É especialmente útil quando o cálculo direto dessas grandezas é complexo ou difícil de ser realizado. Vale ressaltar que o teorema de Castigliano tem suas limitações e é aplicável somente em estruturas elásticas lineares.Além disso, é importante ter cuidado ao aplicar o teorema em casos de estruturas com comportamento não linear ou onde o efeito de grandes deslocamentos é significativo. O teorema dos trabalhos mínimos, também conhecido como princípio dos trabalhos virtuais, é um princípio utilizado na mecânica dos sólidos para analisar e resolver problemas de equilíbrio e deformação em estruturas. Esse teorema afirma que a configuração estática de uma estrutura é aquela que minimiza a energia potencial total do sistema. De acordo com esse teorema, uma estrutura está em equilíbrio quando a variação da energia potencial é mínima para pequenas perturbações. Isso significa que, para uma estrutura equilibrada, a soma dos trabalhos virtuais externos e internos é igual a zero. 2.4 TEOREMA DOS TRABALHOS MÍNIMOS 33 Em outras palavras, podemos estabelecer que em um sistema em equilíbrio, a configuração que a estrutura assume é aquela que minimiza o trabalho externo realizado sobre ela. Esse teorema é amplamente utilizado na análise estrutural para determinar as respostas internas das estruturas e calcular deslocamentos, tensões e outras grandezas. De maneira geral, assim como no Teorema de Castigliano, há como definir um conjunto de procedimentos essenciais para realização do cálculo do teorema dos Trabalhos Mínimos de acordo com os passos a seguir: 1) Defina a geometria da estrutura a ser analisada bem como suas propriedades de material e as suas condições de contorno e forças externas aplicadas. 2) Selecione um conjunto de deformações virtuais independentes que possibilitem satisfazer as condições de contorno e que também sejam convenientes para o problema em questão. 3) Faça o cálculo do trabalho virtual realizado pelas forças externas nas deformações virtuais escolhidas. Isso envolve multiplicar as forças externas pelas deformações virtuais e somar esses produtos para cada ponto da estrutura. 4) A partir daí se calcula a derivada parcial do trabalho virtual em relação a cada uma das forças externas. Isso automaticamente vai resultar nas equações de equilíbrio, com base nas derivadas parciais do trabalho virtual em relação às forças externas (essas equações vão relacionar as forças reais com as deformações virtuais). 5) Finalmente, resolva essas equações de equilíbrio para obter as respostas estruturais desejadas, como os deslocamentos, as tensões e outras grandezas. EXEMPLO: Figura 10: Edificação com estrutura em construção Fonte: Acervo pessoal do Autor (2023) 34 Para aplicar a somatória dos momentos, vamos adotar o sentido horário negativo. Vamos, agora, aplicar a somatória de forças horizontais para encontrar a reação HB: 35 36 O Teorema dos Trabalhos Mínimos é uma ferramenta poderosa para a análise de estruturas, permitindo determinar as respostas estruturais sem a necessidade de resolver sistemas de equações diferenciais. Ele é particularmente útil em problemas complexos, nos quais as equações de equilíbrio tradicionais podem ser difíceis de serem estabelecidas ou resolvidas. É importante observar que esse sistema é uma consequência do princípio de Hamilton, um dos princípios mais gerais da física que determina que a trajetória seguida por um sis- tema físico é aquela que minimiza a ação. Podemos definir que o Teorema dos Trabalhos Mínimos é uma aplicação desse princípio direcionado especificamente para sistemas mecânicos em equilíbrio. A relação entre o princípio de Hamilton e o Teorema dos Trabalhos Mínimos é que ambos envolvem a minimização de uma grandeza física. No princípio de Hamilton, a grandeza a FIQUE ATENTO 37 Assim sendo, o teorema dos trabalhos mínimos é uma ferramenta poderosa para análise de estruturas e sistemas mecânicos em equilíbrio, podendo ser amplamente utilizado na análise estrutural - identificando deslocamento, tensões e deformações em sistemas mecânicos – e em projetos de estruturas – otimizando o design de estruturas, encontrando configurações que minimizam o trabalho externo ou as tensões em pontos críticos. Devemos destacar que esse teorema ainda permite analisar os efeitos de diferentes carregamentos e restrições em uma estrutura, fornecendo uma maneira de quantificar os deslocamentos e as forças resultantes em pontos específicos, auxiliando na avaliação da estabilidade e segurança da estrutura. Além de possibilitar a análise de mecanismos e sistemas mecânicos determinando as forças internas, os deslocamentos e as reações em diferentes componentes. É importante ressaltar que o teorema dos trabalhos mínimos é aplicável a sistemas em equilíbrio, nos quais as forças e os deslocamentos estão em um estado estático. Além disso, ele é baseado em pressupostos da mecânica clássica e é mais adequado para sistemas elásticos lineares. Em resumo, o teorema dos trabalhos mínimos é indicado em uma ampla gama de aplicações na análise e projeto de estruturas e sistemas mecânicos. Ele oferece uma abordagem eficiente e poderosa para determinar as respostas estruturais e otimizar o desempenho dos sistemas. Devemos ter em mente que a aplicação do teorema dos trabalhos mínimos requer algumas hipóteses, como o comportamento elástico-linear do material e uma pequena perturbação aplicada. Em casos de estruturas com comportamento não linear, outros métodos, como o método dos elementos finitos, podem ser necessários. ser minimizada é a integral da ação ao longo do tempo, enquanto no Teorema dos Tra- balhos Mínimos, a grandeza a ser minimizada é o trabalho realizado pelas forças externas em um sistema mecânico em equilíbrio. Na engenharia civil e estrutural, o teorema dos trabalhos mínimos é amplamente utilizado para analisar e projetar estruturas, como pontes, edifícios, torres de transmissão, entre ou- tros. Isso se deve ao fato desse teorema ser capaz de fornecer uma abordagem eficiente para determinar as respostas estruturais e garantir a estabilidade e a segurança das cons- truções. Na engenharia e arquitetura existe uma série de fatores importantes que devem ser obser- vados para que o profissional consiga estabelecer uma linha de trabalho coerente e confi- ável. A busca constante por aperfeiçoamento, a conferência dos dados e cálculos obtidos por meio dos sistemas e o monitoramento constante das obras é essencial para o sucesso do projeto que está sendo desenvolvido. VAMOS PENSAR? 38 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Qual dos seguintes princípios fundamentais é utilizado nos métodos de energia na mecânica dos sólidos para analisar e resolver problemas relacionados ao equilíbrio de estruturas e às deformações resultantes? a) Princípio da conservação da energia. b) Princípio do trabalho virtual. c) Princípio da deformação elástica. d) Princípio da resistência dos materiais. e) Princípio do equilíbrio estático. 2. Qual dos seguintes métodos é utilizado na mecânica dos sólidos para analisar estruturas e determinar as respostas internas, como tensões e deformações, com base no princípio do trabalho virtual? a) Método dos deslocamentos virtuais. b) Método dos trabalhos virtuais. c) Método das forças virtuais. d) Método das respostas internas. e) Método das estruturas lineares. 3. O teorema de Castigliano é um princípio importante na mecânica dos sólidos que permite determinar deslocamentos ou rotações específicas em uma estrutura através do cálculo de derivadas parciais dos deslocamentos elásticos em relação às forças ou momentos aplicados. Qual é o princípio fundamental do teorema de Castigliano na análise estrutural? a) O deslocamento elástico é proporcional à força aplicada na mesma direção. b) O teorema de Castigliano é aplicável apenas a estruturas não lineares. c) A energia de deformação é diretamente proporcional à força aplicada. d) O deslocamento elástico pode ser obtido derivando a energia de deformação em relação à força conjugada. e) O teorema de Castigliano é válido apenas para estruturas com comportamento elástico não linear. 4. De acordo com o teorema de Castigliano, qual é a relaçãoentre o deslocamento elástico em um ponto específico de uma estrutura e a derivada parcial da energia de deformação em relação à força conjugada a esse deslocamento? a) O deslocamento elástico é diretamente proporcional à derivada parcial da energia de deformação. b) O deslocamento elástico é inversamente proporcional à derivada parcial da energia de deformação. 39 c) O deslocamento elástico é igual à derivada parcial da energia de deformação. d) O deslocamento elástico não tem relação com a derivada parcial da energia de deformação. e) O deslocamento elástico é o resultado da integral da energia de deformação em relação à força conjugada. 5. Qual das seguintes afirmações está correta em relação ao teorema dos trabalhos mínimos? a) O teorema dos trabalhos mínimos é utilizado para determinar os deslocamentos e rotações em pontos específicos de uma estrutura. b) O teorema dos trabalhos mínimos afirma que a configuração estática de uma estrutura é aquela que minimiza a energia potencial total do sistema. c) O teorema dos trabalhos mínimos é aplicável somente a estruturas elásticas não lineares. d) O teorema dos trabalhos mínimos estabelece que a soma dos trabalhos virtuais externos e internos é sempre positiva. e) O teorema dos trabalhos mínimos é usado para calcular as forças internas em uma estrutura sujeita a carregamentos externos. 6. De acordo com o teorema dos trabalhos mínimos, qual é a condição de equilíbrio para uma estrutura em análise? a) A soma dos trabalhos virtuais internos é mínima. b) A soma dos trabalhos virtuais internos é igual à soma dos trabalhos virtuais externos. c) A soma dos trabalhos virtuais externos é máxima. d) A energia potencial total do sistema é máxima. e) A energia potencial total do sistema é mínima. 7. O Teorema dos Trabalhos Mínimos é uma ferramenta poderosa para a análise de estruturas, permitindo determinar as respostas estruturais sem a necessidade de resolver sistemas de equações diferenciais. Com esse conhecimento, informe quais são os passos essenciais para realizar o cálculo do Teorema dos Trabalhos Mínimos? a) Definir as propriedades de material da estrutura e selecionar um conjunto de deformações virtuais independentes. b) Determinar as condições de contorno da estrutura e calcular o trabalho virtual realizado pelas forças externas. c) Estabelecer as forças externas aplicadas na estrutura e derivar parcialmente o trabalho virtual em relação a elas. d) Resolver as equações de equilíbrio obtidas a partir das derivadas parciais do trabalho virtual. e) Calcular as respostas estruturais desejadas, como deslocamentos e tensões, sem a necessidade de resolver equações diferenciais. 8. De acordo com o Teorema dos Trabalhos Mínimos, qual é o critério utilizado para 40 determinar a configuração estática de uma estrutura? a) A configuração estática é aquela em que a soma dos trabalhos virtuais externos e internos é igual a zero. b) A configuração estática é aquela em que a soma dos deslocamentos virtuais externos e internos é igual a zero. c) A configuração estática é aquela em que a soma das tensões virtuais externas e internas é igual a zero. d) A configuração estática é aquela em que a soma dos momentos virtuais externos e internos é igual a zero. e) A configuração estática é aquela em que a soma das deformações virtuais externas e internas é igual a zero. 41 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE COMPORTAMENTOS ESTRUTURAIS COMPLEXOS 42 O Método dos Elementos Finitos é uma técnica numérica amplamente utilizada para analisar o comportamento de estruturas e sistemas complexos. Trata-se de uma abordagem que divide o domínio da estrutura em pequenos elementos finitos, nos quais as equações diferenciais que descrevem o comportamento da estrutura são aproximadas por equações algébricas. A ideia fundamental do Método dos Elementos Finitos é discretizar a estrutura em elementos finitos, que podem ser pontos, linhas, superfícies ou volumes, dependendo da dimensão do problema. Cada elemento finito é definido por nós ou pontos de controle, onde são atribuídas incógnitas, como deslocamentos, tensões ou temperaturas. Por meio da discretização, das equações diferenciais que governam o comportamento da estrutura são transformadas em um sistema de equações algébricas, conhecido como sistema de equações de elementos finitos. Esse sistema é resolvido numericamente para obter as soluções aproximadas das incógnitas em cada nó da malha. Esse método é amplamente utilizado na engenharia civil, mecânica, aeroespacial e outras áreas para projetar e analisar estruturas, componentes e sistemas. Ele fornece uma abordagem eficiente e precisa para modelar o comportamento de estruturas complexas, permitindo a otimização de projetos, a previsão de respostas estruturais e a avaliação de seu desempenho sob diferentes condições de carga e ambiente. O Método dos Elementos Finitos se faz necessário em situações nas quais a análise analítica é difícil ou impossível, em problemas com geometrias complexas, comportamento não linear, otimização de projeto e simulações virtuais. A utilização desse método vai fornecer uma ferramenta poderosa para a análise numérica de problemas de engenharia e a obtenção de informações detalhadas sobre o comportamento estrutural. Em outras palavras, podemos definir esse método como uma metodologia numérica utilizada para resolver problemas complexos de engenharia e análise estrutural, que pode ser amplamente aplicado em áreas como a mecânica dos sólidos, engenharia civil, engenharia mecânica, engenharia aeroespacial e diversas outras. O objetivo do método dos elementos finitos é dividir o domínio do problema em uma série de elementos finitos menores, nos quais as equações governantes são 3.1 INTRODUÇÃO 3.2 INTRODUÇÃO AO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS Podemos definir que o método dos elementos finitos é uma técnica numérica amplamen- te utilizada na engenharia e na ciência para resolver problemas complexos de análise estrutural, transferência de calor, fluidodinâmica, eletromagnetismo e outros fenômenos físicos. Ele oferece uma abordagem eficiente e precisa para modelar e analisar o compor- tamento de estruturas e sistemas complexos. FIQUE ATENTO 43 aproximadas por funções matemáticas. Cada elemento é considerado como uma unidade independente, e o comportamento global do sistema é obtido pela combinação dos comportamentos de cada elemento individual. Essa nova divisão do domínio do problema geralmente é categorizada em uma espécie de malha ou grade de elementos finitos, que são pequenas sub-regiões geométricas. Vale destacar que esses elementos podem ter diferentes formas, como triângulos, quadriláteros, tetraedros e hexaedros, dependendo da natureza do problema. Assim sendo, cada elemento finito poderá ser definido por um conjunto de nós ou pontos discretos dentro de um determinado domínio. Os chamados “nós de elementos” são usados para definir as funções aproximadas que vão descrever o comportamento do problema. As funções aproximadas são combinadas para representar a solução do problema dentro de cada elemento finito. Desse modo, o método utiliza equações diferenciais ou equações de equilíbrio que governam o comportamento do sistema físico em estudo. Essas equações são aproximadas por meio de técnicas de interpolação ou de aproximação polinomial, e as incógnitas são determinadas através de um processo conhecido como: discretização. Uma vez que o domínio é discretizado e as equações são aproximadas, o sistema resultante é transformado em um sistema de equações algébricas, que pode ser resolvido numericamente. Cabe a essa resolução envolver métodos diretos ou iterativos, variando conforme a natureza do problema e a escolha do algoritmo. Esse sistema permite modelar problemas complexos com geometrias irregulares, materiais não homogêneos e condições de contorno arbitrárias. Assim sendo, possui a capacidade de lidar com problemas de elasticidade, transferência de calor, mecânica
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