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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
 
2 
 
Sumário 
1 A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO .............. 2 
1.1 As áreas de atuação.................................................................................. 4 
1.2 Atribuições do administrador financeiro..................................................... 7 
1.3 Funções do administrador financeiro nas empresas ............................... 12 
2 PLANO FINANCEIRO .................................................................................... 14 
2.1 A importância do planejamento financeiro para a sobrevivência dos 
negócios 15 
2.2 O papel dos orçamentos na preparação de demonstrativos pro forma ... 16 
2.3 Como construir fluxo de caixa, balanço patrimonial e demonstrativos de 
origens e aplicações de recursos pro forma ............................................................... 20 
3 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO.................................. 23 
3.1 Operações financeiras de curto prazo ..................................................... 23 
3.2 Práticas de administração financeira de curto prazo ............................... 28 
3.3 Tipos de operações financeiras de curto prazo ....................................... 36 
3.4 Fontes de capital para operações de curto prazo ................................... 37 
4 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE LONGO PRAZO ................................. 41 
4.1 Orçamento de capital .............................................................................. 41 
4.2 Estrutura de capital ................................................................................. 43 
5 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................... 45 
 
1 A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO 
A administração financeira é uma das áreas mais relevantes das organizações, 
pois detém a tomada de decisão que conduz a empresa aos objetivos de sustentabilidade 
financeira e competitividade no mercado em que atua. Essa administração ocorre em 
 
 
3 
 
empresas de todos os portes, ainda que o enfoque varie de acordo com o segmento 
estabelecido, sempre buscando a otimização de recursos para maximizar o lucro ao dono 
do negócio ou ao acionista. 
Especialmente o contexto em que as organizações estão inseridas influencia 
diretamente essa área, pois variáveis como inflação, economia, mudanças de governo, 
taxas cambiais, globalização, aumento de riscos empresariais afetam diretamente a 
gestão financeira (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2016). Tal situação exige que a 
área de finanças se adapte às transformações dos últimos tempos. 
Portanto, neste capítulo, você vai aprender sobre a administração financeira e 
suas áreas de atuação, conhecendo as atribuições e funções do profissional dessa área. 
 
 
Fonte: https://www.ibccoaching.com.br 
Segundo Assaf Neto e Silva (2002), a administração financeira traduz um campo 
de estudo teórico e prático que almeja um processo empresarial mais eficiente para a 
captação e a alocação de recursos de capital. Também é importante mencionar que a 
administração financeira se apresenta como uma ferramenta destinada a controlar a 
viabilidade de meios que resultem em obtenção de receitas capazes de prover a 
realização de operações e atividades da empresa. 
Destaca-se, além disso, que há relação direta entre a administração financeira e a 
visão sistêmica, que representa a capacidade de deliberar considerando o contexto, a 
conjuntura e a análise das partes em relação ao todo. Para que sejam tomadas as 
 
 
4 
 
melhores decisões, os gestores financeiros necessitam obter informações dos ambientes 
interno e externo, além de analisar todas as áreas da empresa em relação à necessidade 
de recursos e ao retorno esperado. 
Ross (2015) menciona que a administração financeira existe porque trabalha para 
a sobrevivência das empresas, pode evitar falência, bem como superar a concorrência, 
além de maximizar as vendas ou a participação do mercado e minimizar os custos e 
maximizar os ganhos para garantir o crescimento dos lucros. 
Na Figura 1, a seguir, é possível observar que as informações internas da empresa 
quanto ao seu planejamento bem como sobre o mercado em que atua são entradas que 
processam as decisões da administração financeira quanto aos recursos a serem 
utilizados, às decisões de investimentos e aplicações e aos fluxos financeiros, de modo 
que haja a maximização do retorno. 
 
 
 
 
 
1.1 As áreas de atuação 
A administração financeira de uma empresa lida com a aplicação das estratégias 
estabelecidas para incrementar a receita da organização e definir orçamentos para as 
 
 
5 
 
diferentes áreas da organização. Devido à sua importância, a administração financeira 
pode ser dividida em áreas de atuação, conforme podemos observar a seguir. 
 
Análise financeira 
 
Para que a empresa possa ter equilíbrio entre as suas despesas e receitas, 
especialmente visando reservas para a sua sustentabilidade financeira, é necessário que 
haja planejamento para avaliar a condição financeira da empresa. Essa análise ocorre 
por meio de relatórios financeiros cujas informações contábeis demonstrem os 
resultados. As informações devem munir os tomadores de decisão para a análise 
estratégica sobre a sua capacidade de produção, o rumo a ser seguido, sempre no intuito 
de buscar alavancar suas operações. Os relatórios demonstrarão não apenas as contas 
de resultado do regime de competência, mas a situação do fluxo de caixa. Diante desses 
dados, é possível desenvolver e implementar ações com objetivo de crescimento para o 
retorno financeiro necessário. 
 
Tomada de decisão de investimentos 
 
Conforme Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2016), investimento é toda aplicação 
de capital em algum ativo tangível ou não cuja finalidade seja obter retorno futuro. Nessa 
abordagem, as decisões de investimento envolvem a elaboração, a avaliação e a seleção 
de propostas de aplicações de capital efetuadas com objetivo, normalmente, de médio e 
de longo prazo (ASSAF NETO; SILVA, 2002). Investir o capital de uma empresa requer 
que a devida avaliação no retorno do investimento. Essa decisão está diretamente 
relacionada ao rumo e à saúde financeira da empresa, especialmente porque a 
viabilidade dos investimentos deve ser bem criteriosa, uma vez que o seu resultado pode 
ser fatal ao futuro da organização. 
Matias (2007) menciona que o nível estratégico da empresa deve tomar a decisão 
do investimento a partir de técnicas quantitativas para amparar os executivos na análise 
dos projetos. Dentre as técnicas existentes para avaliação de investimentos, as mais 
 
 
6 
 
utilizadas são o tempo de retorno do investimento (payback), o valor presente líquido 
(VPL) e a taxa interna de retorno (TIR). 
O payback é uma das ferramentas mais utilizadas, pois define a expectativa de 
tempo de retorno de um investimento. Ou seja, após a realização do investimento, em 
quanto tempo ele já estaria pago e passaria a dar retorno à empresa, dando a ideia do 
grau de risco do projeto. Se o prazo for muito grande, há variáveis que podem afetar o 
processo e não garantir que haverá as entradas de caixa que estão previstas, 
evidenciando alo risco. 
 
 
 
Finanças corporativas 
 
É a área responsável por tomar decisões financeiras a respeito do negócio, 
utilizando ferramentas e índices para as análises financeiras. O objetivo é maximizar a 
valorização da empresa e evitar que ela adentre em riscos financeiros para garantir 
competitividade. Essa área é crucial para a sobrevivência e o posicionamento da 
organização. Os principais indicadores que compõem as finanças corporativas são: a 
lucratividade, os custos fixos, o faturamento, o índice de endividamento e, principalmente, 
o retorno sobre investimento, costumeiramentechamado de ROI (Return On Investment). 
Diante das informações corporativas, é possível tomar decisões financeiras acertadas. 
 
 
7 
 
Tal situação não é exatamente fácil, pois trata-se de escolhas que definem o futuro de 
uma empresa. Para tanto, muitas variáveis devem ser consideradas, como taxas de juros, 
carga tributária, volume de crédito de longo prazo e regras de mercado que podem ser 
alteradas constantemente. 
 
Financiamentos 
 
A administração financeira da empresa também poderá ser dedicada às decisões 
de financiamento de curto e de longo prazo e dependerá da necessidade de recursos. 
Quando são empréstimos de curto prazo, para pagamento em até um ano, existe a 
finalidade de atender temporariamente as necessidades apresentadas. Essa captação 
de recursos ocorre por meio de intermediários financeiros. Para avalizar um 
financiamento, a administração financeira leva em consideração a combinação dos 
financiamentos a curto e longo prazos com a estrutura de capital, ou seja, a empresa não 
deve ter mais capital emprestado do que próprio, para que não haja dificuldades na 
capacidade de pagamento. É preciso avaliar se há equilíbrio entre juros e formas de 
pagamento, bem como se a instituição que concede os recursos é confiável. 
 
Instituições financeiras 
 
As instituições financeiras são responsáveis por captar recursos financeiros, 
conceder crédito e intermediar a compra e a venda de ações. Sua função é analisar os 
negócios do mercado de capitais que se referem aos investimentos, aplicações e 
empréstimos, determinando as melhores posições financeiras e indicando as opções 
para as partes interessadas. 
1.2 Atribuições do administrador financeiro 
 
 
8 
 
Os administradores financeiros podem exercer suas atribuições nas empresas, 
instituições financeiras, corretoras de valores, agências que operam com mercado de 
capitais ou até mesmo prestar consultoria externa às organizações. A área financeira é 
vital em todas as empresas e o administrador financeiro tem como principal atribuição 
analisar as movimentações econômicas do mercado para apontar as melhores decisões 
a serem tomadas pelas empresas, influenciando seu crescimento econômico. 
O administrador financeiro precisa ter preparo para administrar os recursos da 
empresa de tal forma que o retorno aos acionistas seja suficiente para mantê-los como 
investidor. Além disso, precisam preocupar-se com a satisfação de seus clientes, 
consumidores e fornecedores internos e externos, assim como conhecer os espaços de 
debates no ambiente de produção e possuir visão sistêmica da atividade, de modo a 
garantir que ela esteja sendo operada da forma mais eficiente possível. É necessidade 
primordial, nesta função, o conhecimento do mercado financeiro a fim de analisar, avaliar 
entre diversas propostas, o melhor investimento a se fazer e quando fazer. Ser capaz de 
captar novos recursos também é essencial, além de saber analisar, planejar e prever os 
riscos envolvidos nas tomadas de decisão. 
O principal foco do gestor financeiro é fazer o patrimônio líquido de uma empresa 
aumentar, gerando lucro líquido. 
Para que se possa entender como anda o desempenho da empresa dentro de 
um cenário tão competitivo e turbulento, é necessário acompanhar o seu fluxo e 
sua lucratividade líquida. Conforme Gitman (2004), o fluxo de caixa é essencial 
para a empresa e deve ser a primeira preocupação do administrador financeiro, 
tanto na gestão das finanças do dia a dia quanto no planejamento e na tomada 
de decisões estratégicas (XAVIER, 2016, p. 11). 
O administrador financeiro tem como principal objetivo aumentar o valor do 
patrimônio líquido de uma companhia ao gerar lucro líquido por meio das atividades 
operacionais da organização. Para isso, esse profissional deve contar com um conjunto 
de informações gerenciais que possibilitem a devida análise da situação financeira da 
empresa a fim de maximizar os resultados financeiros. 
Os cenários de incerteza e alta competitividade que permeiam as organizações 
exigem que haja um melhor entendimento sobre sua performance. Para tanto, o gestor 
 
 
9 
 
financeiro deve acompanhar esse andamento de custos, despesas e receitas, prevendo 
diferentes possibilidades aos resultados da empresa. 
Frezatti (2009) ressalta que a sobrevivência das empresas depende de controle 
financeiro e constante acompanhamento do fluxo de caixa. A partir dessa forma de 
atuação é que os administradores financeiros podem acompanhar os resultados e 
especialmente planejar e orientar o emprego de recursos. A ausência desse trabalho 
resulta na morte das empresas já em seus primeiros anos, exatamente devido à falta de 
acompanhamento do fluxo de caixa. Dessa forma, falta-lhes a estratégia de aproveitar as 
oportunidades para se prepararem para os diferentes cenários. O fluxo de caixa é uma 
ferramenta que busca o resultado entre as entradas e saídas de recurso em um 
determinado período. 
Por isso, o administrador financeiro recebe essa valiosa incumbência que 
assegura o acompanhamento constante das finanças da empresa. Mas não se trata de 
apenas atualizar diariamente o fluxo de caixa, e, sim, de garantir sua análise. Deve-se, 
então, emitir pareceres com base em alguns aspectos como consistência, comparação e 
otimização (FREZATTI, 2009). 
 Análise de consistência: trata de garantir que as projeções estão considerando 
as informações adequadas. 
 Análise comparativa: aborda a direção que o fluxo de caixa está seguindo, se os 
resultados melhoram ou pioram em comparação aos diferentes períodos, como 
mês anterior ou ano anterior. 
 Análise de otimização: versa sobre a análise do fluxo operacional utilizado, 
apresentando algumas simulações que avaliam os resultados em detrimento dos 
riscos estudados. 
 
Outras análises devem ser praticadas pelo administrador financeiro, como, por 
exemplo, os indicadores que revelam o giro de caixa. Essa informação é obtida pelo 
tempo que o ciclo financeiro de uma empresa se repete, ou seja, quanto tempo é 
necessário para que tudo o que a empresa vendeu realmente seja convertido em dinheiro 
 
 
10 
 
em caixa. Se o ciclo financeiro é pequeno, o giro de caixa é considerado grande, pois 
essas duas informações são inversamente proporcionais. O resultado desejável é que o 
giro de caixa seja alto, de modo que não haja necessidade de dinheiro entre o pagamento 
do fornecedor e a entrada de receita advinda dos clientes. 
 
 
 
 
11 
 
Os balanços praticados pela empresa também são analisados pelos 
administradores financeiros e a famosa DRE (demonstração do resultado do exercício) é 
um dos elementos-chave para a explanação das conclusões apresentadas. 
A DRE indica os custos, receitas e despesas de um determinado período em 
formato simplificado, como se observa na Figura 2, a seguir. 
 
 
A receita bruta de vendas corresponde a todas as vendas realizadas pela 
empresa, a tudo o que foi faturado naquele período. No entanto, o administrador 
financeiro sabe que o faturamento não é a mesma coisa que lucro, pois trata-se de um 
valor bruto que ainda não teve o abatimento dos descontos cabíveis, como as 
devoluções, os descontos concedidos, impostos e o custo dos produtos vendidos. 
 
 
12 
 
Somente após essas deduções é que a DRE indica os resultados do lucro antes das 
provisões do imposto de renda e da contribuição social. Depois de todas essas 
informações é que há a indicação do valor que poderá ser lucro ou prejuízo da empresa. 
Portanto, o administrador financeiro necessita ter o domínio dessas informações para 
indicar o melhor caminho a ser seguido e a tomada de decisão que deve ser realizada. 
1.3 Funções do administrador financeiro nas empresas 
O profissional ligado à administração financeira é chamado de administrador 
financeiro, diretor financeiro ou supervisor financeiro. Esse profissional é responsável 
pelo gerenciamento epela aplicabilidade das técnicas da administração, adaptando os 
conceitos teóricos à realidade da organização. Os administradores financeiros 
apresentam diferentes funções no âmbito das empresas, como o gerenciamento das 
contas da empresa, decisões de investimento, elaboração de orçamentos, 
encaminhamento de relatórios, planejamento de metas financeiras, como apresentado a 
seguir. 
 
 
Fonte: https://www.nomus.com.br 
 
 
13 
 
Decisões de investimento: o administrador financeiro deve oferecer suporte de 
decisão ao investimento para que os valores que forem obtidos pela empresa se 
encaixem como excedente de caixa. Para tanto, ele precisa de informações adequadas 
e devidamente atualizadas para o desenvolvimento de uma carteira de investimentos, 
sempre de acordo com as políticas da empresa. Normalmente o modelo de investimentos 
da gestão que o administrador realiza baseia-se no conhecido CAPM (Capital Asset 
Pricing Model), que demonstra o retorno que um investidor aceitaria por investir em uma 
empresa. Trata-se de uma “[...] maneira de encontrar uma taxa de retorno exigido que 
leve em conta o risco sistemático” (PRATES. 2016, documento on-line). 
 
Administração das contas: o administrador financeiro gerencia “[...] os recursos 
financeiros da organização para oferecer contribuições valiosas sobre a liquidez, as 
dívidas e as projeções financeiras, que auxiliam na tomada de decisões sobre 
investimentos” (ENTENDA..., [20--?], documento on-line). Dessa forma, também é sua 
função garantir a entrada do dinheiro nas contas da empresa e assegurar o pagamento 
das dívidas. Para tanto, antes de a dívida ser contraída pela organização, o administrador 
financeiro é quem aprova ou não uma solicitação de gastos realizado por qualquer outra 
área da empresa, como as decisões de compras. A forma de acompanhar essas 
transações é a demonstração de fluxos para acompanhar o caminho do dinheiro na 
empresa. Nesse caso, os administradores consideram os efeitos de alterações na 
demanda, além de ofertas e preços sobre o desempenho da empresa. O entendimento 
da natureza desses fatores ajuda os administradores a tomarem as decisões 
operacionais mais vantajosas. Igualmente, os administradores podem determinar o 
momento propício de emitir ações, obrigações ou outros instrumentos financeiros (LIMA; 
OLIVEIRA, 2016). 
 
Declarações financeiras: é responsabilidade do administrador financeiro 
construir os relatórios financeiros mensais com detalhamento de entradas e saídas do 
dinheiro da empresa. Essas práticas asseguram a lisura das informações, bem como 
 
 
14 
 
deixam os documentos devidamente organizados para o caso de auditorias e 
conferências necessárias pelos acionistas ou órgãos de governo. 
 
Elaboração de orçamento: “[...] uma das principais funções do administrador 
financeiro é elaborar o orçamento mensal da organização com base nos requisitos do 
negócio” (ENTENDA..., [20--?], documento on-line). Como ele gerencia o caixa da 
empresa, acaba por ter condições ideias para projetar o orçamento e, ao desempenhar 
essa função, mantém contato com os gestores de todas as áreas da organização para 
constantemente receber informações que demonstrem a necessidade de caixa. Após 
preparar o orçamento, o administrador financeiro aloca o dinheiro necessário a cada área 
(ENTENDA..., [20--?]). 
 
O papel da gestão financeira envolve principalmente a análise, o planejamento, o 
controle e as tomadas de decisões. O gestor analisa resultados de diversos relatórios 
que demonstram a situação atual das finanças. Com base nessas informações, o gestor 
financeiro irá tomar decisões importantes para a saúde da empresa, como investimentos 
ou empréstimos. No vídeo do link a seguir, entenda as principais responsabilidades do 
gestor financeiro e a importância que ele terá para garantir o crescimento da empresa: 
https://qrgo.page.link/JLdMh 
2 PLANO FINANCEIRO 
O plano financeiro proporciona uma ideia dos seguintes aspectos sobre o 
empreendimento: quantidade de recursos financeiros que estão entrando; o momento em 
que entram; para onde estão indo; quanto está disponível; e qual é a posição financeira 
projetada pela empresa. Esse plano vai servir de base de curto prazo para o controle 
orçamentário e ajudá-lo a prevenir um dos problemas mais comuns nos novos 
empreendimentos: a falta de dinheiro. 
 
 
 
15 
 
2.1 A importância do planejamento financeiro para a sobrevivência dos 
negócios 
Com o planejamento financeiro, você esclarece e deixa transparente o 
cumprimento das obrigações financeiras de seu novo empreendimento. Nele, você deve 
informar inclusive como será obtido o retorno sobre o investimento (ROI). 
Dentro da ideia de atrair e manter investidores, é prudente que seu plano financeiro 
projete três anos de atividades. 
Em seu plano financeiro, você deve incluir (ERLICH, 2021): 
 os recursos financeiros que entram na empresa, 
 quando eles entram na empresa; 
 como é sua distribuição; 
 quanto está disponível para as demandas internas e externas; 
 qual é a posição da empresa em relação a esses valores. 
 
O planejamento financeiro deve servir de base para o controle orçamentário. Além 
disso, ele precisa prevenir possíveis faltas dos recursos financeiros. 
O planejamento financeiro vai ajudá-lo a atingir as metas de sua empresa, pois ele 
organiza e dá visibilidade aos recursos financeiros disponíveis. Dessa forma, esse 
planejamento é fundamental para suas tomadas de decisões sobre a distribuição e 
alocação dos recursos financeiros no investimento em melhorias na organização. 
O planejamento financeiro torna-se ainda mais gerencial ao lhe dar uma boa ideia, 
na projeção dos primeiros anos, se você terá lucro ou prejuízo (Figura 1). Com esse 
planejamento, você pode estar no comando de tudo o que entra e sai, utilizando controles 
de gestão. 
 
 
16 
 
 
 
Você precisa aprender a lidar com os recursos financeiros de seu 
empreendimento, e o plano financeiro é a opção para isso. A falta dessa ferramenta pode 
deixar sua gestão mais “amadora”, causando os seguintes problemas (ERLICH, 2021): 
 dificuldade de trabalhar a alocação dos recursos para o progresso da organização; 
 falta de conhecimento sobre quanto você paga e quanto recebe, por não ter noção 
de seu fluxo de caixa; 
 incapacidade de perceber se você tem lucro ou prejuízo; 
 impossibilidade de planejar e executar controles, por não conhecer os valores. 
2.2 O papel dos orçamentos na preparação de demonstrativos pro forma 
 
 
17 
 
Quando você elabora um plano de negócios, deve incluir também os 
demonstrativos pro forma. Eles apresentam aos possíveis investidores um cenário futuro 
sobre a saúde financeira da empresa (ERLICH, 2021). 
O demonstrativo de resultados pro forma projeta, em primeiro lugar, as vendas do 
mês. É o plano de marketing que as dirige, pois é importante considerar questões como, 
por exemplo, sazonalidade (ou seja, aquilo que acontece sempre na mesma época do 
ano) ou as próprias estratégias de marketing. 
Nos primeiros meses, talvez as vendas provoquem alguns custos que as projetem 
para uma maior proporção. Isso não deve assustá-lo; no início, isso pode ser normal. 
Porém, com o planejamento financeiro, você vai entender a situação e estar no comando, 
projetando um equilíbrio logo à frente. 
Para os demonstrativos pro forma, você deve preparar orçamentos de operação e 
de capital. A preparação dos orçamentos deve estar de acordo com a constituição da 
empresa (ERLICH, 2021). 
Caso você seja o único responsável pela gestão do empreendimento, você vai 
decidir sobre a preparação dos orçamentos. Caso sua empresa seja no formato de 
sociedade, funcionários específicos podem ficar responsáveis por orçar os 
demonstrativos. Porém, quem decide e responde sobre a finalização é você, o 
empreendedor. 
 
Orçamento de vendas 
 
O primeiro item que você deveconsiderar é o orçamento de vendas, que deve 
conter (ERLICH, 2021): 
 as vendas projetadas; 
 o estoque final almejado; 
 o disponível para venda; 
 a produção total necessária. 
 
 
18 
 
Descontando o disponível para venda do estoque inicial, você chegará à produção 
total necessária. Veja um exemplo na Tabela 1. 
 
 
 
Na Tabela 1, a partir do volume de venda projetada, você pode ter uma noção, por 
exemplo, da projeção dos custos da produção interna necessários para esta venda, bem 
como os da produção terceirizada. Outro fator que você pode observar são os estoques 
necessários em função da demanda. Portanto, o próximo passo é concentrar forças nos 
custos operacionais, elaborando uma lista de despesas fixas. 
 
Orçamento de operação 
 
Seu próximo passo é concentrar forças nos custos operacionais, elaborando uma 
lista de despesas fixas (ERLICH, 2021): 
 aluguel; 
 eletricidade; 
 água; 
 salários; 
 
 
19 
 
 publicidade; 
 depreciaçã o; 
 e seguros. 
 
Para chegar a esses valores, você pode usar sua própria experiência pessoal, 
comparar os valores com os de outras empresas ou, ainda, contratar consultores. 
Na Tabela 2, veja um exemplo de como ficariam projetadas essas possibilidades 
para três meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Orçamento de capital 
 
A etapa seguinte é considerar o orçamento de capital. Ele é importante porque 
indica a avaliação dos gastos que vão atingir a empresa em mais de um ano e devem ser 
acompanhados por um contador. Os gastos projetados podem ser em (ERLICH, 2021): 
 equipamentos; 
 veículos; 
 computadores; 
 novas instalaçõ es; 
 decisões de fabricaçã o ou de compra; 
 comparações entre leasing, compra de equipamentos usados ou aquisição de 
novos equipamentos. 
2.3 Como construir fluxo de caixa, balanço patrimonial e demonstrativos de 
origens e aplicações de recursos pro forma 
Fluxo de caixa pro forma 
 
Nesta seção, você vai conhecer algumas ferramentas necessárias para traçar e 
executar o plano financeiro. O fluxo de caixa é uma delas, e é importante que você 
entenda que isso não é a mesma coisa que lucro. 
 
 
 
 
 
21 
 
Quando realmente entra dinheiro no caixa, dizemos que o caixa flui. De outra 
forma, se você fizer uma venda, mas o valor só for entrar no outro mês, você não terá 
essa liquidez. Nesse caso, você não vai ter, de fato, o dinheiro em caixa. 
 
 
 
Assim, se sua empresa fizer uma venda que não seja à vista, a venda não vai ser 
considerada caixa. Se ela for parcelada ou no crédito em trinta dias, por exemplo, não 
vai haver fluxo de caixa. Aqui, também, você pode fazer projeções. É o que chamamos 
de “fluxo de caixa pro forma” (ERLICH, 2021). 
 
 
 
Da mesma forma que você projeta lucros, pode projetar também o caixa a cada 
mês. Esses valores vêm do demonstrativo de resultados pro forma. Caso haja mais 
gastos do que receitas, você pode pedir um empréstimo. Outra alternativa é guardar 
alguns recursos para essas ocasiões. 
 
 
 
22 
 
 
Balanço patrimonial pro forma 
 
Outra projeção que você deve fazer é do balanço patrimonial. Ele mostra as 
condições da empresa ao fim do primeiro ano. Para fazer o balanço patrimonial, você vai 
usar as informações dos demonstrativos de resultados e dos fluxos de caixa pro forma. 
O balanço patrimonial pro forma mostra a medida da solvência da empresa. 
 
 
 
Dentro do balanço patrimonial você vai trabalhar com ativos, passivos e patrimônio 
líquido (ERLICH, 2021). Veja, a seguir, o que esses termos significam. 
 Ativos − bens que o empreendimento possui nas formas de caixa, estoque, 
duplicatas e imobilizado. 
 Passivo − dívidas do empreendimento, como contas a pagar e empréstimos. 
 Patrimônio líquido − valor que foi investido no empreendimento, diferença entre 
os ativos e passivos, capital social, ações, etc. 
 
Demonstrativo de origens e aplicações de recursos pro forma 
 
O demonstrativo de origens e aplicações de recursos pro forma apresenta os 
lucros que têm origem nas operações e financiamentos. Ele serve para mostrar como 
esses recursos foram usados para aumentar os ativos ou saldar as dívidas. 
 
 
 
23 
 
 
3 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO 
Em tempos de grande competitividade, e nem sempre em cenários de economia 
aquecida, as empresas precisam se reinventar para administrar suas finanças. É 
importante que elas possam vender seus produtos e serviços em tempo hábil, de forma 
que o capital fique disponível para realizar investimentos ou para cobrir os custos de 
novas vendas. 
Nem sempre, porém, há essa circulação de recursos em caixa, permitindo garantir 
o equilíbrio entre bens e obrigações. Isso obriga as empresas a buscarem alternativas 
para o seu giro de capital, com operações de curto prazo. 
 
 
Fonte: https://www.abc71.com.br 
3.1 Operações financeiras de curto prazo 
 
 
24 
 
Assaf Neto (2010) reforça que a administração financeira de curto prazo é assim 
chamada porque se relaciona com a gestão do capital de giro. As operações mais 
comuns nessa área de finanças se referem aos investimentos em créditos a clientes, ao 
gerenciamento do caixa e à estrutura dos passivos correntes. Além disso, Gitman (2010) 
destaca que é papel do administrador financeiro buscar o equilíbrio entre rentabilidade e 
risco, avaliando as contas do ativo e passivo circulantes com operações de curto prazo. 
Entende-se aqui como curto prazo as operações que ocorrem em um ano ou menos. 
Vieira (2008) aponta que administrar ativos e passivos consiste em gerir as contas 
desses grupos no balanço patrimonial, conforme apresentado no Quadro 1. 
 
 
 
Como se observa no Quadro 1, do lado esquerdo do balanço patrimonial estão as 
contas do ativo circulante e do ativo não circulante. O primeiro representa as contas cujos 
recursos circulam em tempo menor, dentro de um ano. Como exemplo, temos a conta 
Disponível, que é a conta Caixa ou, mais especificamente, onde se encontra o dinheiro 
 
 
25 
 
em espécie da empresa, normalmente em alguma conta bancária. Também se 
encontram nesse grupo as contas Aplicações Financeiras e Contas a Receber, que se 
referem ao dinheiro disponível que entra e circula nas operações financeiras da empresa, 
seja como rendimento de aplicações ou como recebimento de produtos vendidos aos 
clientes. 
No lado direito do balanço, estão as obrigações que circulam também em curto 
prazo e se encontram no grupo do passivo circulante. Exemplos dessas contas são: 
Fornecedores e Empréstimos e Financiamentos, que representam saídas de caixa em 
curto prazo para que a empresa possa cumprir suas obrigações. 
Diante dessa abordagem, é importante que se entenda que o capital de giro se 
refere aos recursos que circulam ou que giram em determinado período. Esses recursos 
correspondem a uma parcela dos ganhos da empresa, que é aplicada em seu ciclo 
operacional. Podemos citar o exemplo de uma indústria que produz bens para serem 
vendidos no mercado em que atua. Ao vender esses bens, nem sempre seus clientes 
pagarão pelas mercadorias em tempo hábil para que entre o faturamento necessário para 
aquisição de matéria-prima, para que a indústria possa continuar a fabricação dos seus 
produtos em seus ciclos. Logo, a empresa precisa de capital de giro para empregar em 
seus custos e despesas, até que novos valores estejam disponíveis no caixa da empresa. 
No entanto, nem sempre ela possui esses recursos à disposição, o que lhe exige buscar 
capital para ser pago em curto prazo (até um ano). 
Caciatori Jr e Iarozinski Neto (2006) destacam que as maiores causas de falência 
das empresas, especialmente as pequenas e médias, referem-se à falta de uma tomada 
de decisão assertiva na gestão financeira de curto prazo, principalmente quanto ao 
capital de giro. De acordo com Vieira (2008), quanto maior o prazo de uma operação, 
mais elevado tendea ser o seu risco, uma vez que o investidor ou a instituição financeira 
ficarão mais tempo com seu dinheiro comprometido com os destinos da organização. 
Nessa lógica, podemos mencionar que os ativos de longo prazo tendem a oferecer 
retornos maiores do que os de curto prazo; e os passivos de longo prazo tendem a 
possuir custos de capital mais elevados do que os de curto prazo (CAIXE, 2015). O gestor 
financeiro deve escolher com cuidado qual operação financeira deve ser realizada. Se a 
 
 
26 
 
tomada de decisão pender para ativos em prazos maiores, pode haver incremento de 
rentabilidade, mas isso compromete a capacidade de pagar as contas que a empresa 
possui, ou seja, a sua liquidez. Por isso, a utilização de fontes de curto prazo é mais 
comum na busca de uma solução imediata para a falta de liquidez. 
As aplicações e as obrigações de curto prazo da empresa podem ser classificadas 
em permanentes, quando são cíclicas, ou sazonais, quando são flutuantes. As contas 
cíclicas estão relacionadas de forma direta com a atividade da empresa. Ao contrário, as 
contas sazonais não estão vinculadas diretamente à atividade empresa, sendo 
determinadas por variações temporárias que ocorrem nos seus negócios (VIEIRA, 2008). 
Esse autor e demais pesquisadores sobre o tema indicam três tipos de estratégias de 
curto prazo, descritas a seguir. 
 
Aplicação agressiva: os recursos das empresas são financiados pelo capital de 
terceiros. Essas aplicações envolvem baixo investimento de capital de giro e elevado 
volume de financiamento e podem, portanto, levar à maior rentabilidade; porém, os riscos 
de insolvência e de captação de recursos mais caros também aparecem. Uma forma de 
analisar o quanto uma empresa utiliza as estratégias de buscar recursos a curto prazo 
de forma agressiva é a relação entre o ativo circulante (de curto prazo) com os ativos 
totais da empresa. Um volume menor de ativos circulantes representa uma política 
agressiva de gestão do capital de giro. Isso se explica porque o ativo não circulante é 
composto de máquinas, equipamentos, marca, software e instalações e deveria ser de 
onde vêm os lucros da empresa com o melhor uso. Quanto menos se investir no ativo 
circulante, menos financiamentos, menos juros e maior a parcela para ser usada no ativo 
não circulante; assim, mais máquinas podem ser compradas, ocorre maior expansão da 
empresa, e há menos dívidas a serem pagas. Portanto, embora o crédito de curto prazo 
seja geralmente mais arriscado do ponto de vista da empresa, ele pode ser obtido mais 
rapidamente e pode apresentar acordos mais flexíveis e menos onerosos. No entanto, 
em países como o Brasil, cuja taxa de juros é alta, o custo dessas operações é alto, o 
que leva muitas empresas a terem dificuldades financeiras (WESTON; BRIGHAM, 2000). 
 
 
27 
 
 
Aplicação conservadora: nesse caso, todos os ativos da empresa são bancados 
por recursos de longo prazo. O resultado dessas estratégias é o contrário da anterior: ela 
oferece o menor retorno e a maior liquidez para a empresa. Há baixo volume de 
financiamentos, diminuindo consideravelmente o risco das operações. Um volume maior 
de ativos circulantes em relação ao ativo total resultaria, portanto, em uma política 
conservadora da gestão do capital de giro, o que significa que a empresa financia suas 
operações com maior volume de recurso de longo prazo ou capital próprio. O Brasil 
possui poucas opções de recursos de longo prazo disponíveis, sendo as mais usuais o 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a emissão de títulos de dívida, 
os chamados debêntures (DE OLIVEIA et al.,2006). A escolha dessa estratégia de 
financiamento depende das características da conjuntura econômica e do seu setor de 
mercado e dos objetivos estabelecidos por sua gestão. 
 
Aplicação moderada: nesse tipo de aplicação, apenas o ativo flutuante é 
financiado por recursos de terceiros de curto prazo, sendo as demais aplicações 
patrocinadas pelo patrimônio líquido e pelo passivo não circulante. Entendem-se como 
flutuantes as contas de curtíssimo prazo do ativo circulante, como caixa, bancos e 
aplicações financeiras de curto prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
3.2 Práticas de administração financeira de curto prazo 
O objetivo da administração financeira de curto prazo é gerir o ativo e o passivo 
circulante para o equilíbrio entre rentabilidade e risco, contribuindo positivamente para a 
empresa. Para essa gestão, as organizações precisam conhecer seu capital circulante 
líquido e ter boa gestão de estoques, de contas a receber e do passivo circulante. 
Capital circulante líquido 
 
 
 
29 
 
O capital circulante líquido (CCL), ou capital de giro líquido (CGL), corresponde ao 
ativo circulante de uma companhia. De maneira geral, ele representa o valor total de 
recursos demandados pela empresa na condução normal de suas operações. Os 
passivos circulantes representam o fi nanciamento de curto prazo, porque incluem todas 
as obrigações que vencerão em até um ano. 
Para isso, é importante que a companhia tenha CCL à sua disposição. Ele garante 
a folga financeira do negócio. Por meio do CCL, é possível ter dinheiro para comprar 
matérias-primas e pagar impostos e salários, por exemplo. Geralmente, a existência 
desse capital proporciona a negociação das vendas dos produtos a prazo (FERREIRA, 
2019). 
O CGL ou CCL corresponde à diferença entre o ativo circulante e o passivo 
circulante, conforme mostra a fórmula abaixo: 
 
CCL = Ativo circulante – Passivo circulante 
 
Quando o ativo circulante é maior do que o passivo circulante, a empresa 
apresenta CCL positivo. Quando o ativo circulante é menor do que o passivo circulante, 
a empresa apresenta CCL negativo (FERREIRA, 2019). 
 
 
 
30 
 
 
 
Nas empresas que comercializam produtos, é importante a conversão dos 
estoques em contas a receber e transformá-las em caixa (dinheiro disponível), que é a 
fonte utilizada para saldar seus passivos. As saídas de caixa para pagamento desses 
passivos são previsíveis, pois, quando uma empresa assume uma obrigação, sabe 
quando ela vencerá. De acordo com Gitman (2017), a maior dificuldade é identificar 
quando ocorrerão as entradas de caixa. 
Empresas que têm previsibilidade de entradas de caixa necessitarão menos de 
CGL. Como a maioria das empresas não conseguem igualar entradas e saídas de caixa 
com exatidão, é necessária a disponibilidade de maiores volumes de ativo circulante do 
que de passivos circulantes, ou seja, maior CCL. Supõe-se que, quanto maior o CGL, 
 
 
31 
 
menor o risco de a empresa se tornar insolvente (ser incapaz de pagar suas contas na 
data do vencimento), pois ela terá bens e direitos para saldar seus compromissos 
financeiros. 
 
Administração de estoques 
 
Dentro das companhias, há distintos pontos de vista quanto aos níveis apropriados 
de estoques entre as áreas de finanças, produção, marketing e compras. Cada um deles 
considera esses níveis sob o ponto de vista de seus objetivos (FERREIRA, 2019). 
Entretanto, é necessário medir o nível ideal, para que não haja gastos com armazenagem 
e produtos parados em estoque (obsoletos). 
De acordo com Gitman (2017), há diversas técnicas disponíveis para administrar 
eficazmente o estoque de uma companhia. Entretanto, quatro são as mais utilizadas pelo 
mercado: sistema ABC, modelo de lote econômico, sistema just in time e sistema de 
planejamento de necessidades de materiais. 
 
Sistema ABC: é o método que classifica e agrupa seus estoques de acordo com 
sua importância. O estoque é dividido em três grupos, A, B e C. O grupo A contém os 
itens que apresentam maior investimento monetário, o grupo B é composto pelos itens 
com investimento intermediário e que são controlados periodicamente, e o grupo C são 
os itens que possuem baixo investimento e, por esse motivo, são monitorados com 
técnicas pouco sofisticadas(FERREIRA, 2019). 
 
Modelo de lote econômico: consiste em um modelo matemático que auxilia na 
determinação do tamanho ideal do pedido de compras, com o objetivo de minimizar os 
custos totais da operação (FERREIRA, 2019). 
 
Sistema just in time: as matérias-primas devem chegar à empresa quando são 
necessárias à produção. Por esse motivo, é importante a coordenação entre os 
 
 
32 
 
fornecedores, as transportadoras e os funcionários, para garantir que os insumos 
cheguem no momento certo de fabricação do produto. O objetivo desse sistema é 
minimizar o investimento em estoques (FERREIRA, 2019). 
 
Sistema de planejamento de necessidades de materiais (MRP): os conceitos 
de lote econômico são aplicados para determinar o quanto de material deve ser 
encomendado. Com o auxílio do computador, o MRP realiza a simulação sobre as 
necessidades de materiais, a situação do estoque e o processo de fabricação do produto 
acabado. Para o planejamento da produção, faz-se a simulação, comparando as 
necessidades de produção ao estoque disponível. Considerando o tempo que um produto 
em processo passa pelos diferentes estágios de produção e o tempo de espera para 
receber os materiais, o sistema MRP determina quando devem ser realizados os pedidos 
de diversos itens contidos na lista de necessidades (FERREIRA, 2019). 
 
Administração do contas a receber 
 
Muitas companhias apresentam valores a receber consideráveis em seu ativo 
circulante, o que influencia a sua rentabilidade. Assim, o nível desse montante está 
relacionado às condições das vendas, à análise de crédito e à política de cobrança. As 
condições das vendas consistem no prazo de concessão de crédito, no desconto dado 
ao cliente por ter realizado a sua compra à vista e no tipo de instrumento de crédito 
aplicado. 
O prazo de concessão de crédito se refere ao tempo dado ao cliente para saldar a 
sua obrigação junto à empresa. Esse prazo é influenciado pelo setor de atividade da 
empresa. Se os prazos dados aos seus clientes forem mais restritivos do que os de seus 
concorrentes, a empresa perderá vendas; caso contrário, tenderá a atrair clientes de 
baixa qualidade. Portanto, é essencial que a empresa avalie e pratique o melhor prazo 
de concessão de crédito, que esteja alinhado com a qualidade de seus produtos e 
serviços (FERREIRA, 2019). 
 
 
33 
 
Gitman (2017) entende a análise de crédito como a aplicação de técnicas que 
avaliem a capacidade ou não de os clientes saldarem suas dívidas. Esse processo inclui 
a avaliação da qualidade do cliente sob o ponto de vista de risco de crédito e sua 
comparação com os padrões de crédito da companhia (requisitos mínimos para 
concessão de crédito a um cliente). 
É importante ressaltar que a empresa poderá mudar os seus padrões de crédito 
para incrementar sua rentabilidade e criar valor para os proprietários. Quando a empresa 
decide afrouxar os padrões de crédito, espera-se um aumento no volume de vendas e, 
provavelmente, um aumento no prazo médio de recebimento. Em contrapartida, quando 
há uma restrição nos padrões de crédito, o volume de vendas e os montantes a receber 
diminuem, conforme Gitman (2017). 
As empresas podem definir diferentes políticas de cobrança com diferentes 
critérios; entretanto, o objetivo sempre será o recebimento dos valores devidos pelos 
clientes no vencimento. A maior preocupação da administração do contas a receber é 
controlar de maneira eficiente o desempenho da sua carteira. Ele consiste em apurar o 
nível de atraso e pontualidade do pagamento dos clientes e identificar os motivos da 
variação na carteira de valores a receber, segundo Gitman (2017). 
 
Gestão de passivos circulantes 
 
O financiamento de curto prazo é representado no balanço patrimonial pelo seu 
passivo circulante (espontâneo e não espontâneo). Os passivos espontâneos são 
aqueles originários das atividades rotineiras da empresa, como fornecedores e impostos 
a pagar. A gestão do contas a pagar constitui a principal fonte espontânea de 
financiamento de curto prazo das empresas. Contas a pagar compreende as operações 
de compra de insumos necessários à produção que ainda não foram pagas. Quando essa 
compra é realizada, há acordo com fornecedor quanto ao prazo de crédito (ou seja, 
quando será pago). 
 
 
34 
 
De acordo com Gitman (2017), o prazo de crédito concedido pelos fornecedores 
permite que as empresas posterguem o prazo de pagamento de suas compras. No 
entanto, esse alongamento da dívida contém um custo, que o fornecedor inclui no preço 
de venda. Portanto, é importante analisar cuidadosamente os prazos de crédito 
concedidos, para determinar se a empresa quer ou não arcar com esse custo adicional. 
Outra fonte espontânea corresponde às despesas a pagar, que consistem em 
obrigações oriundas da compra de bens ou da prestação de serviços cujo pagamento 
ainda não foi realizado, como salários a pagar e impostos. Os impostos são pagos 
diretamente para o governo, e sua acumulação não pode ser manipulada pela 
companhia. Contudo, o prazo de pagamento dos salários pode ser postergado pela 
empresa. Dessa forma, ela consegue um empréstimo livre de juros dos funcionários, que 
recebem seus pagamentos depois da sua prestação de serviço. 
Além desses passivos de curto prazo, as empresas podem obter fontes de 
empréstimo de curto prazo com e sem garantia, que constituem fontes não espontâneas 
de financiamento. São originárias de atividades não rotineiras da empresa e geram juros 
para a empresa. 
 
 
 
O empréstimo de curto prazo é destinado a suprir as necessidades de capital em 
virtude de picos sazonais da empresa, que geram acumulação de estoques e de contas 
a receber. Dessa maneira, à medida que os estoques e o contas a receber são 
 
 
35 
 
convertidos em caixa, a empresa apresenta capital para liquidação dessa obrigação, 
segundo Gitman (2017). 
As instituições financeiras oferecem diversas linhas de crédito, que consistem em 
um acordo em que se especifica o volume de empréstimos de curto prazo concedido às 
empresas. Durante o acordo de linha de crédito, os bancos podem impor restrições à 
empresa, que lhes dão o direito de cancelar a linha. Por exemplo, a companhia pode ter 
apresentado alterações importantes na situação financeira ou operacional que não eram 
esperadas pela instituição financeira, e ela não acredita que a empresa possa saldar a 
dívida. Assim, ela desiste da cessão do empréstimo. Pode acontecer também de o banco 
demandar informações sobre mudanças nas posições administrativas ou nas operações 
antes que ocorram. Isso porque tais alterações podem afetar o desempenho futuro e a 
capacidade de pagamento das obrigações, alterando o nível de risco de crédito assumido 
pelo banco. 
As empresas devem procurar negociar linhas de crédito que apresentem taxas de 
juros favoráveis, volume ótimo de fundos e mínimas restrições. O objetivo do banco é 
obter o maior retorno financeiro com a maior segurança possível. Dessa forma, as 
negociações entre banco e empresa devem produzir uma linha de crédito satisfatória 
para ambas as partes. 
Quando uma companhia não tiver mais fontes de empréstimo de curto prazo sem 
garantia e, ainda assim, necessitar de fundos, a alternativa que ela buscará no mercado 
será o empréstimo de curto prazo com garantias, conforme Gitman (2017). Ele é 
concedido mediante alguns ativos específicos (pode ser um contas a receber ou estoque, 
por exemplo) como garantia de dívida. O credor adquire direitos sobre essa garantia por 
meio da execução de um acordo de garantia com o devedor, especificando o ativo 
oferecido como garantia do empréstimo. Nos termos do empréstimo, são especificadas 
as condições exigidas para a extinção do direito sobre o ativo, a taxa de juros do 
empréstimo, as datas do pagamento dos juros e da amortização e demais cláusulas. 
A existência da garantia em um empréstimo pode minimizar as perdasem caso de 
inadimplência do devedor, mas a presença dela não surte efeito sobre o risco de 
 
 
36 
 
inadimplência. Geralmente, os juros cobrados em empréstimos com garantia costumam 
ser maiores do que aqueles praticados em empréstimos sem garantia, uma vez que eles 
não apresentam menos riscos. Além disso, a negociação e a administração dos 
empréstimos com garantia exigem mais esforço para os credores. Portanto, o credor 
exige uma compensação adicional sob a forma de uma comissão de serviço, uma alta 
taxa de juros ou ambas. 
3.3 Tipos de operações financeiras de curto prazo 
As operações financeiras de curto prazo, que acontecem para garantir a liquidez 
da organização, ocorrem dentro do mercado monetário, onde acontecem as transações 
de curto e curtíssimo prazo, envolvendo principalmente as instituições financeiras. Quem 
regula esse segmento é o Banco Central do Brasil, que realiza a política monetária 
principalmente por meio de redescontos, depósito compulsório e operações no mercado 
aberto (SANTOS, 2001). 
Ross et al. (2010) indicam que a liquidez de uma empresa pode crescer com o 
aumento da venda de mercadorias à vista, o aumento do patrimônio líquido (lançamento 
de ações) ou a busca por soluções imediatas de valores disponíveis em caixa, por meio 
dos empréstimos de curto prazo. 
A administração de curto prazo existe, portanto, para que haja dinheiro em caixa 
para suprir a empresa de valores em seu ciclo de caixa. É importante destacar que o ciclo 
de caixa é representado pelo tempo que a empresa leva entre pagar por sua matéria-
prima, pela compra de produtos e os profissionais de serviços até a entrada de 
pagamento relativo às vendas de seus produtos ou seus serviços aos clientes (GITMAN, 
2010). Portanto, quanto maior é esse ciclo, mais recursos a empresa precisa ter para 
continuar operando. Assim, para reduzir o tempo do ciclo de caixa, a empresa precisa 
receber mais cedo e pagar mais tarde. Se a empresa não consegue diminuir seus 
estoques e tampouco receber as contas de seus clientes, deverá fazer uso de operações 
de curto prazo, como aplicações financeiras, empréstimos bancários ou factoring. 
 
 
37 
 
3.4 Fontes de capital para operações de curto prazo 
Assaf Neto (2010) destaca que as empresas precisam estabelecer que tipo de 
riscos pode ser assumido em relação à solicitação de créditos, uma vez que, dependendo 
da opção, poderão ocorrer danos à saúde financeira da empresa. É comum que as 
empresas tenham financiamentos de curto prazo à sua disposição, mas sempre serão 
avaliadas quanto ao seu histórico e ao número de vezes que elas tomaram dinheiro de 
terceiros, podendo ser exigidas garantias, dependendo do caso. 
Na contabilidade, as contas do ativo são financiadas por contas do passivo: 
origens e aplicações de recursos. No passivo, encontramos os recursos que financiam a 
atividade empresarial: recursos próprios e recursos de terceiros. O capital próprio é o 
recurso dos proprietários especificados na conta de Patrimônio Líquido (RAIFUR et al., 
2009). 
A prática de buscar o capital de terceiros é universalmente utilizada, por 
representar uma alternativa às empresas que não conseguem subsistir apenas com seu 
capital próprio. Se o custo do capital de terceiros é menor, torna-se vantajoso utilizá-lo, o 
que não exclui o endividamento que essa decisão proporciona. As fontes de 
financiamento de curto prazo utilizado para financiar o capital de giro das empresas estão 
divididas em duas categorias: o crédito comercial e o crédito bancário. O crédito comercial 
é obtido espontaneamente, em decorrência das vendas da empresa. Já o crédito 
bancário é o empréstimo bancário que se torna uma fonte não espontânea de 
financiamento. Ele pode ser feito em bancos, instituições financeiras ou administradoras 
de créditos. A seguir, elencamos as principais modalidades de crédito bancário, 
apontadas por Lemes Junior et al. (2002). 
 
Factoring: é um tipo de financiamento em que a empresa vende as suas contas 
a receber para terceiros. A empresa que compra esse ativo antecipa o pagamento para 
a empresa. Ou seja, ela recebe por suas vendas antecipadamente por meio dessa 
operação. Dessa forma, a empresa recebe em curto prazo um dinheiro a que ela só teria 
 
 
38 
 
acesso meses depois. Essas vendas possivelmente foram realizadas a prazo, com 
pagamentos com cartão de crédito, entre outros. Na operação, é descontada uma taxa 
de juros e de risco de crédito, proveniente do risco de inadimplência. Para Soares (2010), 
a natureza jurídica do contrato de factoring comporta ato civil e mercantil, bastando o 
endosso de títulos, sem garantia aos títulos cedidos. Não há endosso para a 
responsabilização pelo não pagamento, apenas pela seleção do crédito. Cabe ressaltar 
que não há, no factoring, operação de crédito alguma, pois não envolve a confi ança entre 
as partes nem intervalo de tempo entre o negócio e a contraprestação: trata-se de uma 
compra e venda de direitos. 
 
Vendor: é um financiamento da venda com cessão de crédito. É a operação de 
crédito indicada para aquisição de bens de consumo duráveis. O fornecedor vende a 
prazo e recebe à vista, porém, assume o risco do não pagamento junto à instituição 
financeira que financia a operação. O público-alvo da operação de vendor é a empresa 
que precisa de prazo para liquidar uma transição comercial; a outra parte, o fornecedor, 
que é o banco, tem acesso a linhas de crédito com custos mais reduzidos. Rosseti et al. 
(2008) apontam que o prazo da operação dura cerca de 30 a 90 dias, e a contratação 
ocorre por meio de uma promessa de financiamento junto à equalização de taxas. Os 
autores alertam que, apesar do menor custo de captação dessa operação, há uma 
desvantagem a ser avaliada: a possibilidade de transferência da obrigação para a 
empresa fornecedora, de cuja conta o banco debita o valor correspondente, no caso de 
a empresa cliente não o pagar. 
 
Compror: o compror é uma operação semelhante à citada anteriormente, mas, 
em vez de ser realizada pelo vendedor, é feita pelo comprador, que passa a ser o fiador 
do contrato com o banco. O banco efetua o pagamento à vista ao fornecedor, 
proporcionando a redução nos custos de produção e o melhor planejamento do seu fluxo 
de caixa. Segundo a Federação Brasileira de Bancos, os pagamentos podem ser 
efetuados por meio de crédito em conta, cheque administrativo, documento de ordem de 
 
 
39 
 
crédito (DOC), transferência eletrônica disponível (TED), ordem de pagamento, 
pagamento com autenticação ou títulos de cobrança. O público-alvo dessa operação são 
as empresas clientes, que, nas compras à vista, conseguem descontos vantajosos de 
seu fornecedor. O prazo mínimo do compror é de 30 dias, e a operação apresenta a 
vantagem de não incidência de taxas de operações bancárias; porém, as taxas de juros 
são altas. 
 
Desconto de títulos: é um adiantamento de recursos feito pelo banco aos 
clientes, sobre valores referenciados em contas a pagar, antecipando, assim, o fluxo de 
caixa do cliente. Essa operação resulta em uma negociação de um título representativo 
de crédito, junto a um banco comercial, antes do seu vencimento. Embora a propriedade 
dos títulos negociados seja transferida para a instituição, a empresa é corresponsável 
pelo pagamento deles em caso de não liquidação pelo devedor. Assim, o risco do não 
recebimento do título não é do banco, e sim da empresa que efetuou o desconto. Lemes 
Júnior et al. (2002) destacam as seguintes modalidades de desconto de títulos: desconto 
de duplicatas, desconto de notas promissórias, empréstimo por contrato e antecipação 
por recebíveis. 
 
Hot money: trata-se de outra forma de empréstimo por contrato. Os empréstimos 
dessa modalidade são alternativas para o capital de giro de curtíssimo prazo destinado a 
suprir necessidades momentâneas de caixa. Lemes Júnior et al. (2002) destacam que os 
encargosfinanceiros desse tipo de operação são cobrados pelo período do empréstimo, 
o que pode representar elevado custo financeiro. Normalmente, as instituições 
financeiras costumam criar uma linha de hot como um contrato que estabelece regras de 
empréstimo, o que facilita a disponibilização dos recursos a serviço dos correntistas. 
 
Contas garantidas: são uma alternativa para os momentos em que a conta 
corrente da empresa tem saldo devedor; ela poderá contar com uma conta vinculada, 
que faz saques automaticamente para que os débitos sejam supridos. Para que essa 
solução seja efetivada, é necessário ajustar com o banco a transferência da conta 
 
 
40 
 
garantida para a conta corrente, que terá a incidência do imposto sobre operações 
financeiras sobre esse saque. O sistema permite que os juros devidos pelos excessos 
das contas correntes sejam cobrados mensalmente, mas não é o mesmo que as 
transações de cheque especial. Nesse caso, a negociação prevê garantias, como aval 
dos sócios, duplicatas, penhor mercantil e alienação fiduciária. A contratação implica 
abertura do limite de crédito rotativo em instituição financeira, contrato de limite de crédito 
e contrato de garantia (ROSSETI et al., 2008). 
 
Crédito rotativo: para Lemes Júnior et al. (2002), o crédito rotativo tem um 
funcionamento semelhante a uma conta corrente, com limite de crédito e prazo 
preestabelecido. A empresa pode efetuar saques a descoberto dentro desse limite sem 
maiores burocracias. O crédito rotativo estipula um limite máximo sobre a quantia que 
pode ser emprestada, e os encargos financeiros são, normalmente, altos, mas são pagos 
somente pelo período que a conta permanece devedora. O capital de giro na forma de 
crédito rotativo é flexível, porque os fundos podem ser sacados quando necessário e 
pagos quando disponíveis durante o período do contrato. Os autores mencionam que o 
crédito rotativo é pago à medida que a empresa recupera gradualmente seu capital por 
meio de seu negócio. Outros créditos rotativos, porém, podem durar anos, desde que 
tenham suficiente valor de liquidação para assegurar a dívida. 
 
Diante dos cenários de instabilidade econômica, a administração financeira exerce 
um importante papel nas estratégias empresariais. As organizações precisam ajustar 
muito bem seus fluxos de entrada e saída de recursos, para evitar prejuízos à 
rentabilidade ou aumento de riscos. Decisões imediatas, como a utilização de fontes de 
capital de curto prazo, podem ser opções para gerar recursos disponíveis à empresa, 
mas apresentam alto custo, especialmente em um país com altas taxas de juros, como o 
Brasil. Caberá ao gestor financeiro realizar a análise sobre as fontes disponíveis para as 
operações de curto prazo e avaliar as melhores alternativas, para oferecer segurança às 
finanças organizacionais. 
 
 
41 
 
4 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE LONGO PRAZO 
A administração financeira de longo prazo tem por base o orçamento de capital, 
que avalia e seleciona os investimentos de uma empresa no longo prazo, e a estrutura 
de capital, que identifica as fontes de recursos viáveis (terceiros ou próprios) para investir 
em melhores projetos de investimento. 
4.1 Orçamento de capital 
Consiste em identificar oportunidades de investimentos no mercado que possuem 
valor superior ao seu custo de aquisição. O gestor analisa o fluxo de caixa, verificando 
os valores a receber, o prazo e a probabilidade de recebê-lo. De maneira geral, as 
propostas de investimentos devem ser originárias de formulações estratégicas da 
empresa, fazendo com que elas se antecipem no mercado. A oportunidade de 
investimento deve ser tratada como uma decisão de longo prazo, em que devem ser 
consideradas a competividade e a sua continuidade operacional. 
Durante o processo de identificação das oportunidades de investimentos, as 
empresas utilizam técnicas de avaliação, considerando o dinheiro no tempo, o risco e o 
retorno e sua geração de riqueza. As técnicas mais comuns são: payback, valor presente 
líquido e taxa interna de retorno. 
O payback consiste no estudo do tempo necessário para que a empresa recupere 
seu investimento inicial em um investimento. Embora seja um método usado no mercado, 
ele é considerado uma técnica pouco sofisticada de orçamento de capital, porque não 
leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. 
O valor presente líquido consiste em uma técnica sofisticada de orçamento de 
capital que considera o valor do dinheiro no tempo. O valor presente líquido é obtido a 
partir da diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o investimento inicial 
do projeto. Quando o valor presente líquido é aplicado, as entradas e saídas de caixa são 
medidas em termos de dinheiro presente. Por esse motivo, exige-se a definição prévia 
 
 
42 
 
da taxa de desconto a ser utilizada nos fluxos de caixa (normalmente, é utilizada a taxa 
mínima de atratividade). 
Quando o valor presente líquido é utilizado para a tomada de decisão de projetos 
de investimento, a empresa deverá aceitar aquele que apresentar valor maior ou igual a 
zero, pois será obtido maior retorno em relação ao seu custo de capital. Assim, o valor 
de mercado da empresa aumentará, e os investidores terão maior retorno. 
Consequentemente, deve-se rejeitar projetos com valor presente líquido menor do que 
zero, conforme Gitman (2017). 
A taxa interna de retorno (TIR) consiste na taxa de desconto que iguala as 
entradas e saídas de caixa em um determinado momento. Assim, pode-se dizer que é a 
taxa composta de retorno que a companhia obteria se concretizasse o projeto de 
investimento, conforme Ross, Westerfield e Jaffe (2010). Basicamente, para a avaliação 
das propostas do projeto de investimento, o cálculo da TIR demanda o conhecimento dos 
valores dispendidos de capital e dos fluxos de caixa líquidos incrementais gerados pela 
decisão. 
A aceitação ou rejeição de um projeto de investimento é decidida por meio de 
comparação da taxa interna de retorno obtida com a rentabilidade mínima requerida pela 
empresa para os seus investimentos (taxa mínima de atratividade). Dessa maneira, se a 
taxa interna de retorno for maior ou igual à taxa mínima desejada, o projeto é considerado 
atrativo, devendo ser aceito. Caso contrário, a empresa deverá rejeitar o projeto de 
investimento, segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2010). 
 
 
 
43 
 
 
4.2 Estrutura de capital 
A estrutura de capital é uma das áreas mais complexas da tomada de decisão 
financeira, devido à existência de diferentes variáveis de decisão em finanças, segundo 
Gitman (2017). Uma tomada de decisão incorreta envolvendo a estrutura de capital pode 
aumentar o custo de capital, reduzindo o valor presente líquido dos investimentos e 
tornando vários deles inaceitáveis. Em contrapartida, boas tomadas de decisão podem 
minimizar seu custo, resultando em valor presente líquido maior, projetos mais aceitáveis 
e aumento de valor da empresa. 
A estrutura de capital compreende a combinação entre os capitais de terceiros e 
próprio que a empresa utiliza para financiar as suas atividades. Normalmente, a empresa 
pode escolher entre muitas alternativas de estrutura de capital e pode usar um volume 
grande ou pequeno de capital de terceiros. 
As empresas se defrontam com novos projetos que necessitam de captação de 
recursos financeiros. Elas podem utilizar várias fontes para o financiamento de suas 
operações e as avaliam com base nas condições econômicas existentes, no mercado 
financeiro, nas decisões operacionais e financeiras da empresa, bem como no 
dimensionamento dos recursos a serem financiados e na escolha da estrutura de capital 
ótima, conforme Xavier, Maia e Almeida (2015). 
A característica mais importante do capital próprio é a permanência na empresa 
por um período bastante longo, segundo Gitman (2017). O capital de terceiros traz risco, 
 
 
44 
 
pois onão cumprimento das obrigações pode resultar em falência. Além disso, esse 
capital traz custos para a empresa (pagamento de juros). Portanto, uma estrutura de 
capital ótima acarreta menor custo de capital e gera aumento na rentabilidade dos 
acionistas ou quotistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
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