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Revisão Cosmetologia

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Imunologia clínica 
Cosmetologia Revisão 
 
Introdução 
 
→ Grau de produtos 
PRODUTOS GRAU I 
 São produtos de higiene pessoal, cosméticos e 
perfumes cuja formulação cumpre com a definição 
adotada na legislação vigente e que se caracterizam 
por possuírem propriedades básicas ou elementares, 
cuja comprovação não seja inicialmente necessária e 
não requeiram informações detalhadas quanto ao 
seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às 
características intrínsecas do produto. 
Ex.: 
•Creme, loção, gel e óleos para limpeza facial (exceto 
para pele acnéica); 
•Creme, loção, gel e óleos para o corpo (exceto 
aqueles com finalidade específica como ação 
anti estrias ou anticelulite, sem ação fotoprotetora e 
com ação exclusiva de hidratação e refrescância); 
•Água de colônia, perfume e extrato aromático; 
 
PRODUTOS GRAU II 
 São produtos de higiene pessoal, cosméticos e 
perfumes cuja formulação cumpre com a definição 
adotada na legislação vigente e que possuem 
indicações específicas, cujas características exigem 
comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como 
informações e cuidados, modo e restrições de uso. 
Ex.: 
•Produtos infantis (batom labial, lenços umedecidos, 
xampu infantil, condicionador infantil, produtos de 
higiene e limpeza) 
•Produtos com fotoprotetor (maquiagem, protetor 
labial, cremes, géis); 
•Produtos para a pele acnéica; 
•Desodorante antitranspirante; 
•Produtos para a área dos olhos (exceto maquiagem 
e/ou ação hidratante e/ou demaquilante) 
 
Pele e seus anexos 
 
→ Composição química da pele 
• Água – 70% da composição da pele 
• Proteínas – 27,5% da composição da pele 
• Lipídeos – ácidos graxos, colesterol, fosfolipídeos e 
triglicerídeos 
• Glicídios – glicose, glicogênio 
• Sais minerais – Ca, Fe, Cu, S, K, Na, Zn 
• Hormônios, ureia etc. 
 
→ Funções da pele 
• Proteção do meio interno contra agressões do meio 
externo 
• Termorregulação 
• Proteção UV → melanina (eumelanina e 
feomelanina) 
• Secreção e excreção de glândulas anexas 
• Síntese da vitamina D 
• Percepção tátil através de terminações nervosas 
 
→ Estrutura e função da barreira cutânea 
Epiderme – camadas de células epiteliais justapostas 
de revestimento estratificado pavimentoso e 
queratinizado. Sua principal célula é o queratinócito, 
mas também apresenta células de Langerhans e 
melanócitos. Não há vascularização. 
Derme – formada por tecido conjuntivo, constituído 
por água e matriz extracelular. Possui os folículos 
pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. 
Papel importante na homeostasia celular. 
Hipoderme – Formada por tecido conjuntivo frouxo e 
é altamente vascularizada 
 
→ Função do estrato córneo 
- É uma camada semipermeável que permite a 
manutenção da água no meio interno, oferece força 
mecânica, transporte seletivo de moléculas e tem 
função de barreira contra agentes externos 
(microorganismos, temperatura, raios UV, umidade, 
poluição). 
 
 
 
Corneócitos: são estruturas achatadas, sem núcleos, 
que contêm proteínas (queratina), enzimas e fatores 
de hidratação natural. 
 
→ Alterações na barreira cutânea 
• Degradação da barreira cutânea 
• Limpeza excessiva 
• Fatores genéticos 
• Mudanças ambientais 
• Características da pele seca: 
- EC mais espesso 
- Barreira cutânea inferior 
- Níveis inferiores de FHN 
- Baixa coesividade do EC 
- Estresse mecânico → percepção de pele seca 
• Raios UV → queimaduras solares / espessura do EC / 
perda de água / hidratação reduzida / propriedades 
mecânicas Alterações na barreira cutânea 
• UVA – fotoenvelhecimento / melanoma / 
bronzeamento sem eritema 
• UVB – bronzeamento com eritema / FPS 
• Efeito do uso de surfactantes: 
- Se ligam às proteínas da pele e podem solubilizar e 
remover os lipídeos e óleos 
- Alterações na organização na camada lipídica → 
ressecamento 
- Mudanças nas propriedades mecânicas do EC 
 
→ Permeação cutânea: Transporte de 
substâncias através da pele 
 
Hidratação da pele 
 
→ Grau de hidratação da camada córnea 
Equilíbrio entre a água fornecida e as perdas por 
evaporação para atmosfera 
Estrato córneo funcional e bem hidratado → Menos 
sinais de estresse para as camadas viáveis da pele → 
Livres para se concentrar no reparo e remodelação da 
derme 
A falta de água faz com que os filamentos que unem 
as células mais superficiais não sejam dissolvidos, 
gerando o espessamento da camada córnea, dando o 
aspecto de “escamas de peixe” e até mesmo 
rachaduras. 
 
→ Origem da água na camada córnea 
• Endógena: derme até a superfície (difusão 
molecular) 
• Exógena: contato com meio ambiente (umidade ou 
cosméticos) 
 
→ Mecanismos fisiológicos para a 
manutenção da hidratação cutânea 
• Fator de hidratação natural (FHN ou NMF) 
- Substâncias higroscópicas (intracelular) 
- Retém água intracelular 
- Importante: efeito combinado com os lipídeos 
intercelulares 
 
• Lipídios intercelulares (cimento celular) 
- Espaço intercelular (corneócitos) 
 - Origem: queratinócitos e degradação dos 
corneócitos 
- Controlam a permeabilidade e o movimento 
intercelular da água 
- Selam os corneócitos 
 
• Bombas iônicas 
- Difusão facilitada: canais proteicos, com atividade 
dependente de ATP 
- Bomba de Na+/K+ 
- Ca2+: necessário à diferenciação dos queratinócitos 
e à estabilização de desmossomos (coesão 
corneocítica), diminuindo descamação e aumentando 
a função de barreira 
 
→ Substâncias hidratantes 
Classificação: 
1. Oclusivas 
- Retardam a evaporação e a perda epidérmica de 
água; 
- Formam um filme hidrofóbico na superfície da pele e 
espaços intercelulares superficiais; 
- Frequentemente são compostos gordurosos; 
- Eficácia: concentração e origem; 
- Petrolatum (vaselina) > óleos de origem mineral > 
óleos de origem vegetal. 
- Exemplos: vaselina, óleo mineral, cera de carnaúba, 
álcool cetílico, parafina, esqualeno, lanolina, ácido 
esteárico. 
 
2. Umectantes 
- Compostos que retêm água na camada córnea; - 
Devem ser sempre associados com substancias 
oclusivas. 
- Exemplos: glicerina (1-10%), mel (1-10%), ureia (1-
10%), propilenoglicol (1-5%), pantenol, ácido 
hialurônico (0,5-5%), colágeno (1-10%). 
 
3. Emolientes 
 - Compostos oleosos e lipídicos, não gordurosos; 
- Fácil espalhabilidade na pele; 
- Conferem textura, maciez e flexibilidade à pele; 
- Diminuição das rugas; 
- Preenchem os espaços intercorneocíticos, 
aumentando a coesão entre as células e a capacidade 
natural de oclusão. 
- Exemplos: estearato de glicerila, propilenoglicol, 
ceramidas, miristato de isopropila, lanolina. 
 
→ Canais de aquaporinas 
Os canais de Aquaporinas são proteínas 
transmembranas que tem como função transportar 
água através de compartimentos celulares. 
Classificação: aquaporinas 
- que fazem o transporte da água e as 
aquagliceroporinas 
- que são os canais permeáveis a água e pequenos 
solutos como uréia e glicerol. 
 Ativos:Aquaporine Active®® AQP-3,Aquasense® e 
Amiporine® 
 
→ Desodorantes e antitranspirantes 
❖ Os desodorantes são substâncias utilizadas para 
combater ou disfarçar o odor que acompanha as áreas 
de maior sudorese. Possuem substâncias antissépticas 
(álcool ou triclosan) que inibem o crescimento 
microbiano na pele. 
❖ Antitranspirantes são os produtos que tentam 
diminuir a quantidade do suor inibindo a produção ou 
dificultando a eliminação pelas glândulas sudoríparas. 
Possuem substâncias antissépticas e sais de alumínio 
na composição. 
❖ Uso acima de 12 anos de idade (Anvisa) 
❖ Testado dermatologicamente ou hipoalergênico 
❖ Desodorantes – são soluções hidroalcoólicas 
contendo etanol a 60%, álcool isopropílico a 50% e 
álcool n-propílico a 30-35%. 
❖ Antitranspirantes ou antiperspirantes – contêm 
sais de alumínio ou zircônio capazes de contrair os 
poros e diminuir a produçãode suor. Ex:aerossóis. 
 
→ Hiperidrose 
❖ Uso de antitranspirantes; 
❖ Uso de toxina botulínica (bloqueio da transmissão 
nervosa das glândulas sudoríparas) – 
desaparecimento dos sintomas por 6-8 meses 
 
Dentifrícios 
▪ Os dentifrícios fluoretados são apontados como um 
dos fatores responsáveis pelo declínio da cárie 
dentária. 
 ▪ É necessário padronizar a concentração de fluoreto 
presente na formulação. 
 ▪ Os componentes da formulação devem ser 
compatíveis para evitar que o flúor se ligue a outros 
íons, tornando-se insolúvel e perdendo sua ação. 
▪ O fluoreto de sódio (NaF) não deve ser agregado a 
dentifrícios contendo carbonato de cálcio, pois ocorre 
a ligação do flúor com o cálcio do abrasivo, formando-
se fluoreto de cálcio (CaF2) dentro do tubo e não no 
dente. O CaF2 formado no dentifrício não libera o 
fluoreto, impedindo assim sua ação preventiva. 
 ▪ Concentração de flúor adicionada aos dentifrícios: 
1.100 ou 1.500 ppm. 
▪ Devido ao aparecimento da fluorose dentária, que é 
definida como má formação do esmalte em função 
da ingestão de alta quantidade de fluoreto durante o 
período de formação dos dentes, houve uma 
alteração na regulamentação do limite mínimo de 
flúor presente no dentifrício. 
▪ Dentifrícios infantis devem ter uma baixa 
concentração de flúor (< 600 ppm). 
 
→ Principais ativos dos dentifrícios 
✓ Triclosan - é um dos agentes antibacterianos mais 
comumente incorporados em produtos para uso 
bucal, devido ao seu grande espectro antibacteriano, 
à sua compatibilidade com ingredientes dos produtos 
e à sua segurança em relação à toxicidade. 
Concentração usual: 0,3%. 
✓ Clorexidina – ação antibacteriana, baixa toxicidade. 
Concentração usual: 0,5%. 
✓ Xilitol - ação antibacteriana, menor retenção na 
saliva e placa. Concentração usual: 3-10%. 
✓ Peróxidos* – oxidação dos pigmentos orgânicos e 
alguns inorgânicos presentes no tecido dentário, 
transformando estas macromoléculas em pigmentos 
menores ao ponto delas serem eliminadas 
parcialmente ou totalmente da superfície dentária por 
difusão. Ex: peróxido de hidrogênio, peróxido de 
carbamida. 
✓ Pirofosfatos – ação como agente clareador devido à 
forte afinidade pelos minerais dentários. É adsorvido à 
superfície dentária, ajudando a remover proteínas dos 
pigmentos e prevenindo nova pigmentação. 
✓ Abrasivos – remoção da placa dentária e manchas. 
Ex: carbonato de cálcio, fosfato de cálcio e 
bicarbonato de sódio. 
 
Cabelo 
 
→ Constituição do fio capilar 
O fio de cabelo é constituído por uma fina camada de 
água, lipídeos e sais minerais (NaCl e KCl). 
 
 
Medula – parte central do fio, pode ser oca ou não 
dependendo da genética do indivíduo. 
Córtex – é o corpo principal do cabelo, sendo 
composto por células de queratina de fibras longas 
(interligadas por cadeias polipeptídicas), formando 
uma hélice tridimensional. 
Cutícula – pequenas camadas de escamas de 
queratina que se sobrepõem ao córtex. Essas camadas 
se encaixam em uma direção preferencial, que vai da 
raiz até as pontas do cabelo. 
➢ Cada cabelo é produzido dentro de uma célula 
denominada folículo, posicionada abaixo do couro 
cabeludo. Cada folículo tem um padrão individual de 
produção do seu próprio cabelo, por isso os cabelos 
variam tanto na espessura, cor, textura e crescimento. 
➢ A forma do cabelo é definida na passagem do fio 
do cabelo pela abertura do folículo, que é 
determinada pela estrutura genética, constituindo 
diferentes formatos. 
 
→ Ciclo de vida do cabelo 
1. Fase anágena ou fase de crescimento capilar: 
Aproximadamente 90% dos folículos do couro 
cabeludo encontram – se nessa fase. Tem duração 
média de 3 a 5 anos. Nesta etapa, as células que 
compõe os folículos multiplicam e sofrem um 
processo de queratinização, resultando em 
alongamento dos fios. 
2. Fase catágena ou fase de transição: Essa fase tem 
duração média de 1 a 2 semanas. Nesta etapa, o fio 
de cabelo inicia o processo de liberação da papila 
dérmica. 
 3. Fase telógena: Esta fase tem duração média de 5 a 
6 semanas. Corresponde a uma fase de repouso em 
que os fios se desprendem do couro cabeludo. Ao fim 
desta etapa, novos fios começam a ser produzidos 
iniciando a fase anágena 
 
→ Xampus 
• A formulação básica de um xampu é composta por 
água, tensoativos (detergentes), agentes 
condicionantes, espessantes, modificadores de 
textura, conservantes e fragrância. A água e os 
tensoativos são as substâncias de maior 
concentração, 80% e 20%, respectivamente. 
 
→ Classificação funcional dos tensoativos 
• Tensoativos agressivos – são aqueles de origem 
sulfatada ainda mais utilizados no mercado por 
possuírem maior poder de limpeza e terem um custo 
bem reduzido. 
• Tensoativos moderados – são os etoxilados e os 
sulfonados de alfa olefinas, que apesar de terem um 
alto potencial alergênico, tem múltiplas funções e 
aplicações (não apenas em xampus) e são um pouco 
mais suaves que os sulfatados. 
• Tensoativos suaves – são aqueles utilizados em 
menor proporção junto aos tensoativos de menor 
custo, justamente para amenizar a irritação cutânea, 
tornando as formulações mais suaves. 
 
→ Condicionador 
• Os condicionadores são capazes de auxiliar na 
estabilidade da emulsão, além de ter ação 
condicionante dos fios de cabelo, pois se aderem à 
superfície da fibra capilar. 
• Ao lavar os cabelos com xampu, os fios ficam 
eletrostaticamente carregados em razão da repulsão 
entre as moléculas carregadas negativamente e se 
repelem, embaraçando-se uns com os outros, e 
adquirem aspecto áspero e arrepiado. 
• Assim, é necessário utilizar um condicionador após a 
lavagem dos fios, o qual possui tensoativos catiônicos 
com carga positiva que “neutralizam” a carga negativa 
dos fios, ou seja, os íons carregados positivamente se 
aderem aos fios, formando uma camada uniforme 
com forte atração pela água. 
• Os fios ficam mais úmidos, o que reduz a fricção 
entre eles, tornando-os mais fáceis de pentear devido 
à afinidade do condicionador com a queratina do 
cabelo. 
 
OBS: 
Tanto o formol quanto o glutaraldeído não podem ser 
utilizados como alisantes capilares. Eles têm uso 
permitido apenas como conservante (< 1%) e, no caso 
do formol, como endurecedor de unhas (até 5%). 
Qualquer outro uso acarreta sérios riscos à saúde da 
população. 
Reações adversas: irritação, coceira, queimadura, 
inchaço, descamação e vermelhidão do couro 
cabeludo, queda do cabelo, ardência dos olhos e 
lacrimejamento, falta de ar, tosse, dor de cabeça, 
ardência e coceira no nariz. 
Fixando o Conteúdo 
 
1. Quais são as camadas da pele? Como ocorre o 
processo de descamação da pele? 
 
2. Qual é a diferença entre desodorantes e 
antitranspirantes. 
 
3. Quais são os fatores que alteram a barreira 
cutânea? 
 
4. Por que o formol não deve ser utilizado em 
alisantes químicos? Qual é classificação (tipo I ou II) 
deste produto de acordo com a Anvisa? Justifique. 
 
5. O xampu contendo Minoxidil 5% é utilizado para 
calvície. Qual é o mecanismo de ação deste fármaco? 
Quanto ao tratamento capilar, qual é a composição 
de um xampu base

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