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SELO UNICEF MUNICÍPIO APROVADO CULTURA E IDENTIDADE AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA OS MUNICÍPIOS Realização: Elaboração: Projeto Gráfico, Ilustração e Capa: UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância CEAFRO Educação e Profissionalização para a Igualdade Racial e de Gênero Amilton Santana Ricardo Prado (afro-brasileira) Zélia Viana (indígena) Fotos da capa: SELO UNICEF MUNICÍPIO APROVADO GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA OS MUNICÍPIOS O conceito de cultura está intimamente ligado às expressões de autenticidade da integridade e da liberdade. Ela é uma manifestação coletiva que reúne heranças do passado, modos de ser do presente e aspirações, isto é, o delineamento do futuro desejado (Santos, 2005). CULTURA E IDENTIDADE AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO, 3 PARTE I CULTURA AFRO-BRASILEIRA E CULTURA INDÍGENA, 6 1. O que é Cultura Afro-brasileira e Indígena, 6 2. Identidade, Ancestralidade e Resistência: Marcas das Culturas Indígenas e Afro-brasileiras no Brasil, 10 3. Expressões Culturais Afro-brasileiras e Indígenas, 12 4. Cultura e Educação das Relações Étnico-raciais, 16 PARTE II ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS, 18 5. Preparação, 19 5.1 Roteiro de Planejamento, 20 6. Realização, 22 6.1 Como Selecionar a Expressão Cultural, 23 6.2 Como Construir o Álbum Cultura e Identidade, 25 6.3 Como Construir a Proposta de Política Pública, 26 6.4 Como o seu Município será Pontuado pelo Unicef, 27 7. Monitoramento e Avaliação, 29 PARTE III PARA AMPLIAR O CONHECIMENTO SOBRE AS CULTURAS AFRO-BRASILEIRAS E INDÍGENAS, 30 ANEXOS - MODELOS DE FICHA, 33 ANEXO I - Ficha de Identificação da Expressão Cultural, 33 ANEXO II - Ficha de Proposta de Política Pública, 35 F U N IC E /B R Z/ M an ue la C av ad as APRESENTAÇÃO Este Guia Metodológico foi preparado para orientar e auxiliar atores locais na ident i f icação e apresentação de iniciativas que estimulem crianças e a do l e s cen t e s a r e conhece r em , valorizarem e aprenderem a preservar as culturas indígenas e negras no Semi- á r ido b ras i le i ro , f o r ta lecendo a diversidade cultural nos municípios da região. Efetivar os direitos de cada criança e cada adolescente! Este é o objetivo do UNICEF. Por isso, em 2008, ele busca assegurar esses direitos através de várias ações relacionadas, dentre as quais a participação social. É neste sentido que o direito à cultura ganha um espaço todo especial, no Selo UNICEF Município Aprovado. Para o município ganhar pontos para o Selo, dois produtos serão avaliados - (1) Álbum Cultura e Identidade, contendo a F i cha da Expressão Cu l tu ra l representativa da cultura afro-brasileira e/ou indígena escolhida pelo município e (2) Proposta de Política Pública. 3 U N C E F/ B R Z/ M an ue a C a ad a I l v s 4 N i o U IC E F/ B R Z/ R ca rd P ra do Este Guia pretende ajudar o município inscrito no Selo a construir esses dois produtos e se compõe de três partes, a lém dos anexos: na p r ime i ra , encontram-se in formações que ajudam a identificar, reconhecer e valorizar as culturas indígenas e afro-brasileiras existentes no município; na segunda parte, estão contidas orientações s o b r e o t r a b a l h o a s e r desenvolvido; a terceira parte consiste na apresentação de fontes de estudo e consulta para ampliar os conhecimentos sobre os temas tratados no Guia. Ao eleger o tema Cultura e Identidade Étnico-racial, com foco nas expressões culturais de origem negra e indígena, o UNICEF quer estimular o reconhecimento dessas duas civilizações que por séculos formaram a base da identidade cultural da região - possibilitando que gerações de hoje e de amanhã aprendam com o passado, fortalecendo suas identidades. Com essa iniciativa, explicita seu compromisso de promover a igualdade na diversidade e a disseminação de políticas culturais afirmativas, para o desenvolvimento e preservação da região do Semi-árido. C E F B R Z/ a U N I / R ic ar do P r do N EF/ R a o dU IC B Z/ Ric rd Pra o U F/ o rNICE BRZ/ Ricard P ado UNICEF/BRZ/Luca Barr toe UNIC BR R a do radEF/ Z/ ic r P o 5 F c oUNICE /BRZ/Lu a Barret 4 UNICEF/BRZ/Matheus Sá PARTE I CULTURA AFRO-BRASILEIRA E CULTURA INDÍGENA 1. O Que é Cultura Afro-brasileira e Indígena A f o rça da cu l t u ra de negros/as e indígenas pode ser v is ta em todos os momentos cotidianos da v ida . Nos seus modos diversos de falar, andar, comer, orar, celebrar e brincar, estão inscritas as marcas civilizatórias desses povos que, ancorados na d imensão do s ag rado , celebram e respeitam a vida e a morte, mantendo uma relação ética com a natureza. É através destas formas cotidianas de se expressar e de ver o mundo que indígenas e afro-brasi leiros/as têm resist ido culturalmente na manutenção de sua história. A impor tânc ia de c r ianças e ado lescentes, independente da raça, etnia ou cor da pele, serem estimuladas a reconhecer e valorizar as identidades culturais da sua região - que podem estar presentes em quilombos, terreiros, aldeias, bairros populares, assentamentos e outros territórios - é que elas podem se orgulhar de que a cultura da sua localidade integra a diversidade que caracteriza a cultura brasileira. 6 Cultura, como sabemos, é tudo que as pessoas lançam mão para construir sua existência, tanto em termos materiais como espirituais, envolvendo aspectos físicos e simbólicos. A cultura é um patrimônio importante de um povo, porque resulta dos conhecimentos compartilhados entre as pessoas de um lugar, e vai passando e sendo recriada, de geração em geração. É a cultura que nos diz em que acreditar, influencia os nossos modos de ser e estar no mundo, de agir, sentir e nos relacionar com o natural e o social. Como são e como vivem as pessoas de cada município? Como se relacionam com as culturas indígena e afro- brasileira? Como lembram os antepassados, quais suas lutas para sobreviver, seus valores, crenças, suas formas de lazer? As culturas de origem africana e indígena possuem uma diversidade enorme, mas, de modo geral, é possível identificar algumas características bastante semelhantes. Trata-se de povos que incluem crianças, jovens, adultos/as, idosos/as, preservam a vida natural e social, se organizam por meio da participação coletiva, se juntam em torno de objetivos comuns... Mas, os modos como vivenciam essas experiências variam bastante. 7 N C F B R u C va s U I E / Z/ M an el a a da I F/BR L c o cUN CE Z/ u a B na ini 8 A dimensão sagrada é outra característica importante. Possuem vários deuses e deusas - a lua, a água, o sol, as plantas; acreditam no poder de cura desses elementos, sempre relacionando corpo físico e espiritual. Nestas sociedades, o ensinar/aprender está muito presente. Historicamente, essas sociedades foram atingidas por diversas formas de violência física e cultural, ameaças de dissolução e deformação. Por isso, é tão importante trazer à tona suas histórias e culturas, nem sempre valorizadas e reconhecidas como deveriam. Importante também é observar como as pessoas de mais idade ou as envolvidas nas religiões de matriz africana e indígena elaboram visões de mundo, a partir das suas vivências e sentimentos. Isso é um legado, um patrimônio, uma herança, “bens de família”, uma memória. Ouvindo as U IC E F/ B R /R ic rd P r do N Z a o a 9 históriasdas pessoas mais velhas, se conhecem mais as tradições, identifica-se um patrimônio que se perpetuou e se recriou nos mais diversos contextos e situações. Assim, independente da forma como são denominados ou se autodenominam na região - negros/as, índios/as, caboclos/as, sertanejos/as - as influências indígenas e afro- brasileiras podem estar presentes nas suas formas de ser e viver, embora isto nem sempre seja explicitamente mencionado. U I F R / d P r o N C E /B Z R ic ar o ad 10 N C F B Z M nu a C va d U I E / R / a el a as 2. Identidade, Ancestralidade e Resistência: Marcas das Culturas Indígenas e Afro- brasileiras no Brasil Ident idade indígena e identidade negra têm a ver com as tradições desses povos, encontradas nas memór ias , nas man i - festações ar t ís t icas e religiosas, muitas vezes r ec r i adas ou r e i n t e r - pretadas em função dos contextos socioculturais onde ocorrem. Assim, em cada região ou município, essas cul turas apresentam características distintas, que formam uma identidade étnico- racial. Crianças e adolescentes no Semi-árido, portanto, possuem identidades diferenciadas. Daí a necessidade de procurar perceber as muitas formas como a identidade indígena e a identidade negra se apresentam na cultura do município. A ancestralidade - respeito aos que existiram e aos que virão - consiste numa relação equilibrada entre o passado, o presente e o futuro, remetendo para a valorização das pessoas que nos antecederam, suas lutas, suas histórias e o pa- pel das gerações atuais na continuidade de seus feitos, transmitindo a um tempo futuro aquilo que fizeram e tiveram de melhor. N IC E F B R Z/ M an ue a C va as U / l a d 11 A resistência mostra o processo de luta pela sobrevivência física e cultural dos povos indígenas e negros no Brasil, por meio de práticas sociais, políticas, culturais e religiosas, fazendo com que se mantivessem conhecimentos ancestrais próprios que fortalecem a identidade étnico-racial. UNICEF/BR/Ricardo Prado UNICEF/BR/Ricardo Prado UNICEF/BR/Ricardo Prado 12 3. Expressões Culturais Afro-brasileiras e Indígenas O Selo Município Aprovado 2008 está dando visibilidade às formas como indígenas de d iversas etnias e afro- brasileiros, em modos de vida também diferenciados, t êm p r e s e r v a d o s u a s culturas, através de diversas expressões e linguagens, destacando-se grupos de hip-hop, capoeira, blocos carnavalescos, afoxés, maracatus, bumba-meu-boi, caboclinhos, ternos de reis e muitos outros eventos, histórias, personalidades da cultura brasileira, como exemplificado nos quadros a seguir. EVENTOS compreendem festas, festivais, acontecimentos, apresentações teatrais, de dança, recitais poéticos, exposições de artes plásticas; bumba-meu-boi, maracatus, reinados do congo, afoxés, maculelê, ternos e folias de reis, tambor-de-crioula, cantos de trabalho, ritos de passagem, casamentos, cantorias, cordel, quadrilhas juninas, sambas, que tenham a cultura negra e/ou indígena evidenciada. Bumba-meu-boi 13 MITOS, CONTOS, HISTÓRIAS são contados, geralmente, pelas pessoas mais velhas, que conhecem a história e a cultura e têm prazer de repassar aos que não vivenciaram, os quais passam a conhecer e se orgulhar de seu pertencimento étnico- racial. A memória cultural de uma localidade é o maior bem que ela possui. É a tradição oral que faz este bem circular, ganhar mundo, organizando a vida, as idéias, mantendo e preservando a riqueza cultural de um povo. Isto faz parte da cultura de cada localidade, mostrando o jeito como as pessoas se relacionam, se vinculam ao passado e à tradição, dando continuidade à existência. Nas culturas indígena e negra, essas histórias são a forma principal de transmissão e preservação do conhecimento e da sua cultura, que assim têm resistido, com o passar do tempo, à massificação e suas tendências uniformizantes e descartáveis. OFÍCIOS E MODOS DE FAZER são processos de trabalho e produtos obtidos, próprios do município ou da região e que são característicos do viver, celebrar, conviver, cuja origem e história se baseiam nas c iv i l izações indígenas e/ou afr icanas. Estas expressões culturais podem ser encontradas nas artes e no artesanato, na fabricação de instrumentos e outros objetos de uso religioso, na culinária. São exemplos: cerâmica, cestaria, cocares, pinturas corporais, ferramentas de orixás, carranca, acarajé, panos-da- costa, penteados, trançados e outros. 14 L I D E R A N Ç A S E PERSONALIDADES são pessoas que têm um trabalho reconhecido por g r a n d e p a r t e d a população. Geralmente, são g randes l íderes religiosos, artistas, com c o n h e c i m e n t o s i m p o r t a n t í s s imo s e enorme experiência de vida, que se incumbem de representar e cuidar de seu povo e repassar os modos de celebração e de cura aprendidos de seus ancestrais, como caciques, mães e pais de santo, pajés, guerreiros e outros. H I S T Ó R I A S D O S L O C A I S E D O S TERR ITÓR IOS s ã o narrativas que contam um pouco da vida do município e/ou de uma comunidade específica, r e s g a t a n d o s u a s origens, como surgiu, se existe há muito tempo, q u e m f o r a m s e u s pioneiros, se já foi maior, se já pertenceu a outro município etc., além de e x p l a n a çõe s s o b r e como o município se encontra atualmente e também a história dos seus bairros, comu- nidades e distritos. LUGARES E CONSTRUÇÕES são espaços construídos ou naturais, como terreiros, territórios quilombolas, aldeias e reservas indígenas, mercados, feiras, r ios, cachoeiras, praias, mangues, açudes, que traduzem a experiência afro- brasileira e indígena no município e são testemunhos de passagens importantes da história local. 15 EXPRESSÕES E VOCÁBULOS locais e regionais são expressões lingüísticas de origem indígena e africana que permanecem no falar cotidiano do povo, sua l inguagem específ ica e seus mais d iversos significados. INSTITUIÇÕES, ENTIDADES LOCAIS representativas da população indígena e negra do município, tais como: associações e grupos culturais ou comunitários - filarmônicas, grupos de folguedos, danças populares -, terreiros, organizações não-governamentais, etc. Esta área permite perceber o grau de organização popular no município, quem são as lideranças, o reconhecimento dos trabalhos realizados por essas organizações. As formas de participação nessas expressões culturais são mais coletivas que individuais. As atividades de identificação, escolha e registro da expressão, fiéis a este princípio de participação, envolverão professores e professoras, alunos e a lunas, l ideranças cul turais e re l ig iosas, reconhecendo o valor e a legitimidade, não só das expressões culturais, mas das pessoas e civilizações que as geram. Expressões culturais afro-brasileiras e indígenas buscam fortalecer a identidade étnico-racial; promovem a auto-estima e a autoconfiança de negros e negras e de indígenas; têm forte relação com a memória e a tradição oral; resgatam processos de luta e resistência, valorizam e mostram os feitos dessas populações; trazem aspectos negados dessas culturas. 16 4. Cultura e Educação das Relações Étnico-raciais É muito importante que crianças e adolescentes do Semi- árido tomem conhecimento de suas culturas locais, como parte integrante da cultura da nação brasileira, que se empenhem na sua valorização, sobretudo a partir das escolas onde estudam, atendendo ao que determina a legislação específica em vigor. A Lei10.639/03, por exemplo, é da maior importância, na medida em que altera a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), ao instituir a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no currículo, em todos os sistemas e modalidades de ensino do país. Entre a população indígena, a luta maior é por uma educação escolar diferenciada, que respeite a sua diversidade cultural e lingüística, garantida pela Constituição de 1988 e pela Resolução 03 da Câmara de Educação Básica - CEB, de novembro de 1999. U N IC F/ R Z M a ue la C a ad a E B / n v s 17 Indígenas e afro-brasileiros ainda são vistos na escola de forma preconceituosa e estereotipada, ou seja, sem respeito a suas características étnicas e culturais. Dois documentos podem ajudar a comunidade e a escola a mudar essa visão, com uma abordagem que garanta os direitos educacionais e culturais dessas populações. Esses documentos são o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas - RCNEI e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana. As políticas públicas para o Semi-árido deverão estar comprometidas com a superação das desigualdades raciais na região, a partir da escola e de seus principais agentes - professores e alunos -, para que educação e cultura caminhem juntas na promoção da igualdade e da justiça social. Segundo o Censo Escolar de 2003, existem 149.311 estudantes indígenas que freqüentam a educação básica no Brasil, em mais de 2.000 escolas indígenas. 18 PARTE II ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS Na primeira parte deste Guia, a identidade, a ancestralidade e a resistência foram apresentadas como idéias centrais que vão ajudar a identificar, reconhecer e valorizar expressões culturais afro-brasileiras e indígenas. Foram apresentados, também, exemplos de algumas dessas expressões e como podem contribuir para a educação das relações étnico- raciais. Nesta segunda parte, encontram-se as orientações para a preparação e envio dos dois produtos que darão visibilidade a essas culturas, através da ação de crianças e adolescentes e a partir de suas escolas. Esta parte também contém sugestão de roteiros que podem ser seguidos pelo grupo responsável pelas atividades propostas. Todos os municípios inscritos nesta Edição 2008 do Selo estarão desenvolvendo o tema da seguinte forma: · Pesquisando expressões afro-brasileiras e indígenas na cultura do município · Mobilizando o município, através das crianças e adolescentes, para o reconhecimento e valorização dessas expressões · Divulgando as ações na mídia, antes, durante e após a sua realização · Monitorando e avaliando permanentemente o processo desencadeado 19 Os Municípios que participaram do Selo em 2006 poderão utilizar, se preferirem, o mapeamento cultural já realizado na edição passada, para identificar a expressão afro-brasileira e/ou indígena. Esta é apenas uma sugestão como ponto de partida para a fase de identificação. Em seguida, o município deverá dar seguimento às demais orientações contidas no Guia 2008. Os Municípios que participam pela primeira vez irão identificar expressões culturais indígenas e afro- brasileiras, e seguir com as orientações deste Guia 2008. As etapas para identificar e sistematizar informações relativas ao patrimônio cultural indígena e afro-brasileiro no município deverão ser estruturadas em três fases: Preparação; Realização; Monitoramento e Avaliação. 5. Preparação Durante esta fase, serão real izadas a t iv idades de planejamento, incluindo: organização das informações e dos materiais para o trabalho; discussão e definição de quem vai participar do processo, papéis e responsabilidades, dentre outras, identificadas como necessárias. 20 5.1 Roteiro de Planejamento . Definir e formar a equipe. O primeiro passo é escolher um mobilizador ou mobilizadora cultural do município, que tenha proximidade ou envolvimento com as questões de natureza étnico-racial. Em seguida, forma-se um grupo de trabalho, preferencialmente em parceria com as escolas. . Estudar o tema do Guia. Todo o grupo deve participar de sessões de estudo, discussões e debates para entender as informações sobre as culturas afro-brasileira e indígena, consultando, inclusive, a legislação específica e outras obras (ver sugestões de fontes de aprofundamento no final do Guia). . Conhecer os instrumentos. O trabalho do grupo será sistematizado nos seguintes instrumentos: (1) Álbum Cultura e Identidade, que deverá conter a Ficha de Identificação da Expressão Cultural e (2) Ficha de Proposta de Política Pública. Esses instrumentos vão estar disponíveis para as pessoas envolvidas, que deverão decidir de que forma e quando serão utilizados. . Escolher um local. Busque um espaço de referência do grupo, onde serão realizados encontros, reuniões, oficinas, palestras, etc, e onde serão guardados materiais e equipamentos, como murais, quadro branco, máquina fotográfica, gravador, computador, etc. . Criar materiais de divulgação. As ações do grupo serão divulgadas por meio de folhetos, cartazes, camisas, bonés, para informar e dar visibilidade ao tema na comunidade. a b c d e 21 f. Programar as atividades. Com a participação das escolas, o grupo irá programar as atividades de mobilização, em torno das culturas afro-brasileira e indígena. Podem ser promovidos diversos tipos de evento, como festas, peças de teatro, desfiles, festivais, mostras de artes visuais, shows, feiras de cultura, saraus, etc. É importante discutir as formas mais viáveis de realização dessas atividades, considerando como será a participação de cada componente do grupo, de membros da comunidade, quais os meios e recursos necessários e como consegui-los. Prepare Roteiros de Observação e Entrevista, para obter informações sobre o tema, e escolha as pessoas que vão entrevistar e aquelas que serão entrevistadas, os locais que serão visitados e as ações ou expressões que serão observadas. O município que já realizou seu mapeamento na Edição passada poderá recorrer a esse mapeamento e selecionar uma expressão de origem indígena ou negra, para ser apresentada no Álbum Cultura e Identidade desta edição. Contudo, para todos os municípios serão considerados os mesmos critérios definidos para escolha da expressão, conforme explicado no item 6.1. TUDO ! ! DE BOM ! U N E R a el a va s IC F/ B Z/ M nu C a da 22 6. Realização Nesta fase, será escolhida uma expressão representativa do município e também uma política a ser adotada pelo poder público municipal, reconhecendo o valor dessas culturas. Indígenas e afro-brasileiros/as, geralmente, transmitem seus conhecimentos através da tradição oral, onde a palavra tem poder e valor sagrado, acompanhada do contato físico, possibilitando o fluir de emoções, pela convivência, envolvimento, confiança mútua, aspectos que determinam o que pode e o que não pode ser dito. Assim, utilize a observação e a conversa com o objetivo de obter e trocar informações sobre as expressões culturais. Na conversa - uma forma de entrevista -, algumas posturas do entrevistador ou entrevistadora devem ser observadas: · respeite o jeito de viver de cada pessoa ou comunidade · siga o Roteiro da Entrevista e um Cronograma de Visitas. Observe onde estão localizadas as pessoas que vão fornecer as informações, para otimizar o seu tempo. · diante das pessoas a serem ent rev is tadas, cumprimente-as, crie um clima favorável à conversa, identifique-se e explique a natureza do trabalho (o que é, paraque servirá e como está sendo feito) · colha as informações necessárias, inclusive fotos, documentos, de maneira informal, o mais natural possível · registre as falas com gravador, cuidando para obter a permissão de quem está sendo entrevistado, seja para gravar, seja para utilização posterior de suas falas. Não sendo possível utilizar o gravador, anote na íntegra as falas como foram ditas. Após as conversas e observações, registre tudo que for possível no seu Diário de Campo, ou Caderno de Anotações · ao final da conversa, agradeça a colaboração do entrevistado ou da entrevistada 23 Ao obter as informações necessárias, inclusive encontradas em livros, vídeos, internet, palestras, eventos e outros, é preciso ter tudo documentado, para sistematizar em Relatórios, Álbum e Fichas. Durante a realização das atividades, o grupo precisa se encontrar regularmente para discutir o andamento do processo, as dificuldades encontradas, assim como as alternativas para superar os problemas que se colocam em um trabalho como este. 6.1 Como Selecionar a Expressão Cultural Para selecionar uma expressão cultural afro-brasileira e/ou indígena, o grupo responsável deverá estudar o tema, o b se r va r a s e xp r essões c u l t u r a i s , e n t r e v i s t a r professores/as, lideranças, familiares, pesquisadores/as, etc. A expressão cultural escolhida deverá atender aos seguintes critérios e pelos quais será avaliada: · estar vinculada às tradições de uma ou das duas culturas (indígena ou negra). Tradições históricas, de costumes, de estética. Poderá ser moderna, mas deverá estar vinculada de alguma forma à tradição · ressaltar e valorizar as contribuições civilizatórias desses dois povos na formação cultural do município · reforçar a identidade indígena e afro-brasileira · expressar uma forma de resistência desses povos à invisibilidade · incluir a participação de crianças e adolescentes do município em todo o processo 24 Expressões que possuam as características citadas podem ser escolhidas como representativas do município. Ao contrário, não devem ser indicadas expressões que tendem à folclorização e ao estereótipo e que, portanto, demonstram possuir características como: · animalização da figura de representantes das culturas afro-brasileira ou indígena, apresentados de forma pejorativa ou associados a atributos negativos, como degenerados, preguiçosos, violentos, marginais, truculentos, sem dignidade ou caráter · associação da mulher negra ou indígena a trabalhos desvalorizados pela comunidade · representação do que é ser negro l imitada à escravização, sem demonstrar a resistência dos povos africanos e seus descendentes · associação de indígenas a selvagens, sem cultura e primitivos · valorização da contribuição do colonizador como modelo único de referência cultural U I E B Z R ca rd o P ad N C F/ R / i r o 25 6.2 Como Construir o Álbum Cultura e Identidade O Álbum Cultura e Identidade é um mostruário da Expressão Cultural escolhida pelo Município, podendo conter textos, fotos, maquetes, CD, fitas cassete, DVD e outras formas de registro que demonstrem como é a Expressão e o que a constitui, como cores, sons, figurino, instrumentos, objetos utilizados, pessoas que participam, seu público, etc. Considerando a diversidade de expressões culturais possíveis, não há um modelo padrão para a confecção do Álbum. Cada município irá definir a melhor forma de documentar a Expressão Cultural selecionada, usando sua criatividade, mas informando de modo bastante preciso como ela é e como se apresenta na região. As Fichas de Identificação da Expressão Cultural e de Proposta de Política Pública serão anexadas ao Álbum. Para a construção do Álbum, os passos são: · fotografar, filmar e/ou gravar a Expressão Cultural selecionada · arquivar, separadamente, as fotos, textos, gravações · selecionar o material que fará parte do Álbum · definir a forma de apresentação dos registros · organizar o Álbum de forma ordenada e lógica · preencher e anexar a Ficha de Identificação da Expressão Cultural · preencher e anexar a Ficha de Política Pública 26 Além de identificar uma expressão cultural, o município i rá apre- sentar, articulado com a Secretaria da Educação e Cultura (ou outra si- milar), uma proposta de política pública, que deve ser descrita numa Ficha (ver modelo em anexo) e encaminhada ao UNICEF, junto com o Álbum. U IC F Z pe A N E /B R /F el i bu d Os passos para construir a proposta de política pública são: · identificar as necessidades do município relacionadas à Cultura Indígena e/ou Afro-brasileira · discutir formas possíveis de superar as necessidades culturais identificadas. Essas discussões devem ser em grupo e com a participação de crianças e adolescentes, representantes e lideranças indígenas ou negras, ou ambas · apresentar à Secretaria da Educação e Cultura, ou outra similar, as idéias do grupo de discussão · definir a política pública que será proposta e como ela será efetivada 6.3 Como Construir a Proposta de Política Pública Incentivo municipal para os artistas locais... 27 A proposta de política pública será avaliada com base nos seguintes critérios: · ser relevante para a promoção da identidade cultural indígena e/ou negra · incluir, no processo de definição e de elaboração, a participação de grupos ou lideranças indígenas ou negras locais · incluir a participação de crianças e adolescentes do município em todo o processo · ter um nome (Título) e um órgão responsável que vai colocá-la em prática · demonstrar como pode ser ou vem sendo desenvolvida e negociada com os poderes públicos 6.4 Como o seu Município será Pontuado pelo Unicef Os materiais considerados pelo UNICEF para pontuação do município no tema Cultura e Identidade Étnico-racial são o ALBUM CULTURA E IDENTIDADE, contendo (I) a Expressão Cultural escolhida e (II) a Ficha de Identificação dessa expressão, e a PROPOSTA DE POLÍTICA PÚBLICA. Ambos os materiais deverão ser enviados juntos para o UNICEF, até o dia 30 de junho de 2008. A Expressão Cultural vale de 0 a 100 pontos e deverá atender aos seguintes critérios, valendo 20 pontos cada um: · estar vinculada às tradições de uma ou das duas culturas (indígena ou negra). Tradições históricas, de costumes, de estética. Poderá ser moderna, mas deverá estar vinculada de alguma forma à tradição · ressaltar e valorizar as contribuições civilizatórias desses dois povos na formação cultural do município · reforçar a identidade indígena e afro-brasileira 28 · expressar uma forma de resistência desses povos à invisibilidade · incluir a participação de crianças e adolescentes do município em todo o processo A Proposta de Política Pública, a ser apresentada no Formulário próprio (anexo II), também vale de 0 a 100 pontos, de acordo com os seguintes critérios, valendo 20 pontos, cada um: · ser relevante para a promoção da identidade cultural indígena e/ou negra · incluir, no processo de definição e de elaboração, a participação de grupos ou lideranças indígenas ou negras locais · incluir a participação de crianças e adolescentes do município em todo o processo · ter um nome (Título) e um órgão responsável que vai colocá-la em prática · demonstrar como pode ser ou vem sendo desenvolvida e negociada com os poderes públicos A nota final será uma média simples, obtida a partir das notas da expressão cultural e da proposta de política pública. Considerações relevantes para o município A avaliação deste eixo da Participação Social não trata de avaliar se a expressão cultural escolhida ou se a proposta de política pública é boa ou ruim.Trata-se, sim, de verificar, através do material produzido pelo município, o seu esforço em reconhecer e valorizar, de fato, as tradições e a história da sua cultura local. 29 N E B R r o U IC F/ Z/ R ic ar do P ad 7. Monitoramento e Avaliação Durante todo o processo, as ações desenvolvidas serão monitoradas e aval iadas p e l o s / a s p a r t i c i p a n t e s , podendo ser redirecionadas, sempre que necessário. No final, uma avaliação geral também pode ser feita, para dimensionar os resultados alcançados, as dificuldades, as ações futuras, os ganhos relacionados ao trabalho desenvolvido em torno da valorização dos conhecimentos e da cultura afro-brasileira e indígena no município. A mobilização cultural pode se transformar em uma ação forte e poderosa de educação das relações étnico-raciais no município. É muito importante que essa mobilização contribua para o desenvolvimento de políticas públicas que afirmem direitos historicamente negados, ao mesmo tempo em que desmobilizem preconceitos, desigualdades e discriminações de toda ordem. Por isso, é fundamental que todo o processo seja documentado e o material produzido colocado à disposição das escolas, bibliotecas e demais lugares públicos no município, inclusive na Internet. É preciso, também, monitorar os efeitos gerados e dar continuidade à mobilização cultural nesta perspectiva proposta. Essas medidas pretendem estabelecer uma cultura de respeito à diversidade cultural e de afirmação dos direitos de todas as pessoas no Brasil, independente da raça, etnia ou cor da pele. 30 PARTE III PARA AMPLIAR O CONHECIMENTO SOBRE AS CULTURAS AFRO-BRASILEIRAS E INDÍGENAS Para ler: Didáticos e Pára-didáticos ALMEIDA, Gercilga de. Bruna e a galinha d' Angola. Rio de Janeiro: Pallas, 2000 CHAIB, Lídia. Ogum, o rei de muitas faces e outras histórias de orixás. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000 COOKE, Trish. Tanto, tanto. 3ª edição; São Paulo: Ática, 1994 LIMA, Heloisa Pires. Histórias da Preta. São Paulo: Companhia das letras, 1998 MACHADO, Maria Ana. Menina bonita do laço de fita. 7ª edição; São Paulo: Ática, 2001 MADU, Costa. Meninas negras. Belo Horizonte: Mazza, 2006 MURAT, Heitor Luiz. Morandúbetá. Fábulas indígenas. 7ª edição; Belo Horizonte: Editora Lê, 1998 PRANDI, Reginaldo. Os príncipes do destino; histórias da mitologia afro- brasileira. São Paulo: COSAC e NAIFY, São Paulo 2001 Para consultar: Legislação BRASIL. Constituição (1988). Artigos 215, 216 e 217 ______. Estatuto da criança e do adolescente (1990). Estatuto da criança e do adolescente : Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, Lei n. 8.242, de 12 de outubro de 1991. 3. ed. Brasília : Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2001. 92 p. (Série fontes de referência. Legislação; n. 36). _______. Ministério da Cultura. DECRETO 3.551/ 2000 - Disponível em: h t t p : / / w w w . c u l t u r a . g o v . b r / l e g i s l a c a o /direitos_autorais/legislacao/index.php?p=1082&more=1&c=1&pb=1. Acesso em 24 setembro de 2007 _______. Ministério da Cultura. Inventário nacional de referências culturais - manual de aplicação. IPHAN, 2000. Disponível em: http://www.unesco.org/culture/ich/doc /src/00096-PT.pdf. Acesso em 24 setembro de 2007 _______. Presidência da república. LEI Nº 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2 0 0 3 . D i s p o n í v e l e m : h t t p : / / w w w . s i n p r o s p . o r g .br/arquivos/especiais/LEI_No_10639.pdf. Acesso em 24 setembro de 2007 31 ______. Declaração universal sobre a diversidade cultural 2002. Disponível em: www.unesco.org.br. Http://unesdoc.unesco.org/images/0012/ 001271/127160por.pdf. Acesso em 24 setembro de 2007 ______. Convenção sobre a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais 2005. Disponível em: www.unesco.org.br. Ou http://unesdoc.unesco.org / images/0015/001502/150224POR.pdf. Acesso em 24 setembro de 2007 Para ler: Textos de Fundamentação ALMADA, Sandra. O saber indígena. Cadernos do Terceiro Mundo, Rio de Janeiro: Terceiro Mundo, v. 19, n. 178, p. 4-7, out. 1994. ALVARES, Myriam Martins. A educação indígena na escola e a domesticação indígena da escola. Boletim do MPEG: Série Antropologia, Belém: MPEG, v. 15, n. 2, p. 223-51, dez. 1999. ANDRADE, Maria Márcia Moura Brito. Povos indígenas: tradições, usos e costumes merecem ser resgatados na escola. Rev. do Professor, Rio Pardo: s.ed., v. 12, n. 46, p. 9-11, abr./jun. 1996. BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em preto e branco: discutindo relações raciais. São Paulo: Ática, 1998 ______. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília: MEC-SECAD/SEPPIR /INEP, 2005 ______ Ministério da Educação. Referencial curricular nacional para as escolas indígenas/ Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: MEC-SECAD, 2005. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Educação Escolar Indígena: a diversidade sociocultural indígena ressignificando a escola. Brasília: MEC/Secad, 2 0 0 7 . D i s p o n í v e l e m h t t p : / / p o r t a l . m e c . g o v . b r / s e c a d /arquivos/pdf/educacaoindigena.pdf. Acesso em 24 setembro de 2007. EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA: CAMINHOS ABERTOS PELA LEI FEDERAL Nº 10.639/03. Brasília: MEC/SECAD, 2005 GERLIC, Sebastián. Índios na visão dos índios. Águia Dourada Organização Multicultural Indígena do Nordeste. [200-] EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA: CAMINHOS ABERTOS PELA LEI FEDERAL Nº 10.639/03. Brasília: MEC/SECAD, 2005 32 GERLIC, Sebastián. Índios na visão dos índios. Águia Dourada Organização Multicultural Indígena do Nordeste. [200-] LODY, Raul Giovanni da Mota. Atlas afro-brasileiro: cultura popular. Salvador: Edições Maianga, 2006. MUNANGA. Kabengele. Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental, 2001. ORIENTAÇÕES E AÇÕES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS. Brasília: Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD/MEC), 2006. KISHIMOTO, T. M. Brinquedos e brincadeiras indígenas. Artesanias de América, Quito: s.ed., n. 44, p. 87-98, ago. 1994. KISHIMOTO, T. M. Crianças indígenas brincam assim. Nova Escola, São Paulo: Fundação Victor Civita, v. 9, n. 74, p. 22-3, abr. 1994. SANTOS. Milton. Da cultura à indústria cultural. In RIBEIRO, Wagner Costa (Org, Apresentação e notas). O país distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania/Milton Santos. Ensaio de Carlos Walter Porto Gonçalves. - São Paulo: Publifolha, 2002. SILVA, Aracy Lopes da e GRUPIONI, Luís Donisete B (Orgs). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: MEC/MARI/UNESCO, 1005. SOUZA, Ana Lúcia Silva [et al...]. De olho na cultura: pontos de vista afro- brasileiros. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2005. Para assistir Kiriku e a Feiticeira. Direção: Michel Ocelet. França/Bélgica, Cult Filmes, 1998 Livros animados da série A Cor da Cultura do canal FUTURA Para visitar http://www.funai.gov.br http://www.cimi.org.br/ http://www.djweb.com.br/historia http://www.socioambiental.org/ www.visaodosindios.com.br www.portalafro.com.br www.acordacultura.org.br www.irohin.org.br www.isa.org.br www.pallaseditora.com.br www.coiab.com.br Www.mazzaedicoes.com.br http://www2.ufba.br/~pineb/links.html 33 ANEXOS MODELOS DE FICHA ANEXO I Ficha de Identificação da Expressão Cultural Município Estado Mobilizador/a Cultural Nome da Expressão Cultural selecionada1. Tipo de Expressão Cultural a Evento b Ofício e Modo de Fazer c Mito, Conto, História d Lugar e Construção 2. Conte a história desta Expressão Cultural (quando, como e onde começou; por quem começou? A expressão parou de ser mostrada em algum período? Por quê? Ela mudou muito com o passar do tempo, como foi isso? Como as pessoas do Município se relacionavam e se relacionam com essa Expressão Cultural?) 3. Descreva a Expressão e fale dos elementos que a compõem (onde acontece atualmente, como, em que período do ano, quem participa, número de pessoas. Como são os ritmos, sons, instrumentos, roupas, cores mais utilizadas, formas de cantar, de dançar, de encenar, etc) 4. Como esta expressão cultural está vinculada à tradição cultural indígena ou negra? 5. Na opinião do grupo, como esta expressão valoriza as contribuições civilizatórias de indígenas e/ou afro-brasileiros/as? 6. Como ela reforça a identidade de indígenas e/ou afro-brasileiros/as 7. Que valores de resistência esta manifestação cultural expressa? e História do Local e Territórios f Liderança e Personalidade g Instituição, Entidade Local h Expressões, Vocábulos 34 8. Quantas e quem são as pessoas que participaram da identificação, seleção, escolha e apresentação dessa Expressão Cultural? 8.1 Número de Homens e Mulheres por Faixa Etária 8.2 Número de participante por Raça/Cor 9. Como é a maioria do público que assiste a esta Expressão Cultural? (As pessoas são do Município? Vêm de outros lugares? São, na maioria, crianças, jovens ou adultos? Pessoas mais velhas gostam mais? É realizada e assistida somente pelos povos indígenas ou somente pelas comunidades negras da região? Ou é uma Expressão Cultural promovida e realizada envolvendo toda a cidade?) 10. A Expressão acontece em ... 11. Como você classifica esta Expressão Cultural? ( ) Indígena ( ) Africana ( ) Indígena e africana 12. Como crianças e adolescentes participam da Expressão? 13. Por que esta Expressão é importante para o seu município? 14. Outras informações importantes ( ) 3 a 12 (meninas) ( ) 12 a 18 (adolescentes) ( ) 19 a 29 (mulheres jovens) ( ) 30 a 45 (mulheres adultas) ( ) 46 a 65 (mulheres adultas) ( ) acima de 65 (senhoras) Feminino ( ) 3 a 12 (meninos) ( ) 12 a 18 (adolescentes) ( ) 19 a 29 (homens jovens) ( ) 30 a 45 (homens adultos ) ( ) 46 a 65 (homens adultos) ( ) acima de 65 (senhores) Masculino Branca Preta Parda Amarela Indígena - Número de participantes ( ) - Número de participantes ( ) - Número de participantes ( ) - Número de participantes ( ) - Número de participantes ( ) ( ) Praças ( ) Ruas ( ) Terreiros ( ) Centros culturais ( ) Aldeias ( ) Outros ( ) Quilombos 35 ANEXO II Ficha de Proposta de Política Pública Mobilizador/a Cultural Município Estado Mês/Ano 1. Nome da proposta de Política Pública para o Tema Cultura e Identidade no Município 2. Descreva a Proposta de Política Pública feita (como ela pode ser desenvolvida, onde será adotada) 3. Em qual estrutura de Governo do Município (Secretaria, Departamento, outro) a sua proposta de política deverá estar vinculada? 4. A elaboração da proposta contou com a participação de grupos e/ou lideranças indígenas ou afro-descendentes? Que liderança e/ou grupo participou? 5. Que grupos ou pessoas serão beneficiados, prioritariamente, com esta Política? 6. Qual a relevância desta proposta de política para a promoção da identidade cultural negra e/ou indígena no seu município? 7. Que problemas esta Política ajuda a resolver? 8. Por que esta política é importante para o município? 9. Como as crianças e adolescentes participaram na elaboração desta política? 10. Como a efetivação da política pode ser ou está sendo negociada junto ao Poder Executivo e/ou Legislativo? 11. Outras informações importantes 36 UNICEF - Fortaleza - responsável pelos UNICEF - Salvador - responsável pelos Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande Estados da Bahia e de Sergipe do Norte Alameda Benevento, nº 103, Edifício Secretaria de Planejamento Empresarial 14 Bis - 5º andar Centro Admin. do Estado, Ed. Seplan/1 Pituba Cambeba, Messejana Salvador, BA Fortaleza, CE 41830-530 60839-900 Telefone: (71) 3183 5700 Telefone: (85) 3306 5700 Fax: (71) 3183 5710 Fax: (85) 3306 5709 E-mail: salvador@unicef.org E-mail: fortaleza@unicef.org UNICEF - São Luís - responsável pelo UNICEF - Recife - responsável pelos Estado do Maranhão Estados de Pernambuco, Alagoas e Rua Santo Antônio, 246, Centro Paraíba São Luís, MA Rua Henrique Dias, S/N - Ed. do IRH 65010-200 Térreo Telefone: (98) 4009 5700 Derby Fax: (98) 4009 5708 Recife, PE E-mail: saoluis@unicef.org 52010-100 Telefone: (81) 3059 5700 UNICEF - São Paulo - responsável Fax: (81) 3059 5719 pelos Estados de São Paulo, Minas (81) 3059 5719 Gerais e Região Sul E-mail: recife@unicef.org Rua Pedro de Toledo, 1529 Vila Clementino UNICEF - Rio de Janeiro - responsável São Paulo, SP pelos Estados do Rio de Janeiro e 04039-034 Espírito Santo Telefone: (11) 5904 6677 Avenida Rio Branco, 135 - 6º andar - Fax: (11) 5084 5577 Centro E-mail: saopaulo@unicef.org Rio de Janeiro, RJ 20040-006 Telefone: (21) 3147 5700 Fax: (21) 3147 5711 E-mail: riodejaneiro@unicef.org
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