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TEXTO 4_cultura_afro_e_indigena

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SELO UNICEF
MUNICÍPIO APROVADO
CULTURA E IDENTIDADE 
AFRO-BRASILEIRA E 
INDÍGENA
GUIA DE ORIENTAÇÃO
PARA OS MUNICÍPIOS 
Realização:
Elaboração:
Projeto Gráfico, Ilustração e Capa:
UNICEF
Fundo das Nações Unidas para a Infância
CEAFRO
Educação e Profissionalização
para a Igualdade Racial e de Gênero
 
Amilton Santana 
Ricardo Prado (afro-brasileira)
Zélia Viana (indígena)
Fotos da capa:
SELO UNICEF
MUNICÍPIO APROVADO
 
GUIA DE ORIENTAÇÃO
PARA OS MUNICÍPIOS 
O conceito de cultura está intimamente 
ligado às expressões de autenticidade da 
integridade e da liberdade. Ela é uma 
manifestação coletiva que reúne heranças 
do passado, modos de ser do presente e 
aspirações, isto é, o delineamento do futuro 
desejado (Santos, 2005).
CULTURA E IDENTIDADE 
AFRO-BRASILEIRA E 
INDÍGENA 
2
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO, 3 
PARTE I
CULTURA AFRO-BRASILEIRA E CULTURA INDÍGENA, 6 
1. O que é Cultura Afro-brasileira e Indígena, 6 
2. Identidade, Ancestralidade e Resistência: Marcas das 
Culturas Indígenas e Afro-brasileiras no Brasil, 10
3. Expressões Culturais Afro-brasileiras e Indígenas, 12 
4. Cultura e Educação das Relações Étnico-raciais, 16
PARTE II
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS, 18
5. Preparação, 19 
5.1 Roteiro de Planejamento, 20
6. Realização, 22 
6.1 Como Selecionar a Expressão Cultural, 23
6.2 Como Construir o Álbum Cultura e Identidade, 25
6.3 Como Construir a Proposta de Política Pública, 26 
6.4 Como o seu Município será Pontuado pelo Unicef, 
27
7. Monitoramento e Avaliação, 29
PARTE III
PARA AMPLIAR O CONHECIMENTO SOBRE AS 
CULTURAS AFRO-BRASILEIRAS E INDÍGENAS, 30 
ANEXOS - MODELOS DE FICHA, 33
 
ANEXO I - Ficha de Identificação da Expressão Cultural, 33 
ANEXO II - Ficha de Proposta de Política Pública, 35
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APRESENTAÇÃO 
Este Guia Metodológico foi preparado 
para orientar e auxiliar atores locais na 
ident i f icação e apresentação de 
iniciativas que estimulem crianças e 
a do l e s cen t e s a r e conhece r em , 
valorizarem e aprenderem a preservar 
as culturas indígenas e negras no Semi-
á r ido b ras i le i ro , f o r ta lecendo a 
diversidade cultural nos municípios da 
região. 
Efetivar os direitos de cada criança e 
cada adolescente! Este é o objetivo do 
UNICEF. Por isso, em 2008, ele busca 
assegurar esses direitos através de 
várias ações relacionadas, dentre as 
quais a participação social. É neste 
sentido que o direito à cultura ganha um 
espaço todo especial, no Selo UNICEF 
Município Aprovado. 
Para o município ganhar pontos para o 
Selo, dois produtos serão avaliados - (1) 
Álbum Cultura e Identidade, contendo 
a F i cha da Expressão Cu l tu ra l 
representativa da cultura afro-brasileira 
e/ou indígena escolhida pelo município e 
(2) Proposta de Política Pública. 
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Este Guia pretende ajudar o município 
inscrito no Selo a construir esses dois 
produtos e se compõe de três partes, 
a lém dos anexos: na p r ime i ra , 
encontram-se in formações que 
ajudam a identificar, reconhecer e 
valorizar as culturas indígenas e 
afro-brasileiras existentes no 
município; na segunda parte, 
estão contidas orientações 
s o b r e o t r a b a l h o a s e r 
desenvolvido; a terceira parte 
consiste na apresentação de 
fontes de estudo e consulta para 
ampliar os conhecimentos sobre 
os temas tratados no Guia. 
Ao eleger o tema Cultura e 
Identidade Étnico-racial, com 
foco nas expressões culturais de 
origem negra e indígena, o UNICEF 
quer estimular o reconhecimento 
dessas duas civilizações que por 
séculos formaram a base da identidade 
cultural da região - possibilitando que 
gerações de hoje e de amanhã 
aprendam com o passado, fortalecendo 
suas identidades. Com essa iniciativa, 
explicita seu compromisso de promover 
a igualdade na diversidade e a 
disseminação de políticas culturais 
afirmativas, para o desenvolvimento e 
preservação da região do Semi-árido. 
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UNICEF/BRZ/Luca Barr toe
UNIC BR R a do radEF/ Z/ ic r P o
5
F c oUNICE /BRZ/Lu a Barret
4
UNICEF/BRZ/Matheus Sá
PARTE I 
CULTURA AFRO-BRASILEIRA 
E CULTURA INDÍGENA 
1. O Que é Cultura 
Afro-brasileira e 
Indígena 
A f o rça da cu l t u ra de 
negros/as e indígenas pode 
ser v is ta em todos os 
momentos cotidianos da 
v ida . Nos seus modos 
diversos de falar, andar, 
comer, orar, celebrar e 
brincar, estão inscritas as 
marcas civilizatórias desses 
povos que, ancorados na 
d imensão do s ag rado , 
celebram e respeitam a vida e a morte, mantendo uma 
relação ética com a natureza. É através destas formas 
cotidianas de se expressar e de ver o mundo que 
indígenas e afro-brasi leiros/as têm resist ido 
culturalmente na manutenção de sua história. 
A impor tânc ia de c r ianças e ado lescentes, 
independente da raça, etnia ou cor da pele, serem 
estimuladas a reconhecer e valorizar as identidades 
culturais da sua região - que podem estar presentes em 
quilombos, terreiros, aldeias, bairros populares, 
assentamentos e outros territórios - é que elas podem 
se orgulhar de que a cultura da sua localidade integra a 
diversidade que caracteriza a cultura brasileira. 
6
Cultura, como sabemos, é tudo que as pessoas lançam mão 
para construir sua existência, tanto em termos materiais como 
espirituais, envolvendo aspectos físicos e simbólicos. A 
cultura é um patrimônio importante de um povo, porque 
resulta dos conhecimentos compartilhados entre as pessoas 
de um lugar, e vai passando e sendo recriada, de geração em 
geração. É a cultura que nos diz em que acreditar, influencia 
os nossos modos de ser e estar no mundo, de agir, sentir e nos 
relacionar com o natural e o social. 
Como são e como vivem as pessoas de cada município? 
Como se relacionam com as culturas indígena e afro-
brasileira? Como lembram os antepassados, quais suas lutas 
para sobreviver, seus valores, crenças, suas formas de lazer? 
As culturas de origem africana e indígena possuem uma 
diversidade enorme, mas, de modo geral, é possível 
identificar algumas características bastante semelhantes. 
Trata-se de povos que incluem crianças, jovens, adultos/as, 
idosos/as, preservam a vida natural e social, se organizam por 
meio da participação coletiva, se juntam em torno de objetivos 
comuns... Mas, os modos como vivenciam essas experiências 
variam bastante. 
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A dimensão sagrada é outra característica importante. 
Possuem vários deuses e deusas - a lua, a água, o sol, as 
plantas; acreditam no poder de cura desses elementos, 
sempre relacionando corpo físico e espiritual. 
Nestas sociedades, o ensinar/aprender está muito presente. 
Historicamente, essas sociedades foram atingidas por 
diversas formas de violência física e cultural, ameaças de 
dissolução e deformação. Por isso, é tão importante trazer à 
tona suas histórias e culturas, nem sempre valorizadas e 
reconhecidas como deveriam. 
Importante também é observar como as pessoas de mais 
idade ou as envolvidas nas religiões de matriz africana e 
indígena elaboram visões de mundo, a partir das suas 
vivências e sentimentos. Isso é um legado, um patrimônio, 
uma herança, “bens de família”, uma memória. Ouvindo as 
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históriasdas pessoas mais velhas, se conhecem mais as 
tradições, identifica-se um patrimônio que se perpetuou e se 
recriou nos mais diversos contextos e situações. Assim, 
independente da forma como são denominados ou se 
autodenominam na região - negros/as, índios/as, 
caboclos/as, sertanejos/as - as influências indígenas e afro-
brasileiras podem estar presentes nas suas formas de ser e 
viver, embora isto nem sempre seja explicitamente 
mencionado. 
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2. Identidade, Ancestralidade e Resistência: 
Marcas das Culturas Indígenas e Afro-
brasileiras no Brasil
Ident idade indígena e 
identidade negra têm a ver 
com as tradições desses 
povos, encontradas nas 
memór ias , nas man i -
festações ar t ís t icas e 
religiosas, muitas vezes 
r ec r i adas ou r e i n t e r -
pretadas em função dos 
contextos socioculturais onde ocorrem. Assim, em cada 
região ou município, essas cul turas apresentam 
características distintas, que formam uma identidade étnico-
racial. Crianças e adolescentes no Semi-árido, portanto, 
possuem identidades diferenciadas. Daí a necessidade de 
procurar perceber as muitas formas como a identidade 
indígena e a identidade negra se apresentam na cultura do 
município.
A ancestralidade - respeito aos que 
existiram e aos que virão - consiste 
numa relação equilibrada entre o 
passado, o presente e o futuro, 
remetendo para a valorização das 
pessoas que nos antecederam, 
suas lutas, suas histórias e o pa-
pel das gerações atuais na 
continuidade de seus feitos, 
transmitindo a um tempo futuro 
aquilo que fizeram e tiveram de 
melhor. 
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A resistência mostra o processo de luta pela sobrevivência 
física e cultural dos povos indígenas e negros no Brasil, por 
meio de práticas sociais, políticas, culturais e religiosas, 
fazendo com que se mantivessem conhecimentos ancestrais 
próprios que fortalecem a identidade étnico-racial. 
UNICEF/BR/Ricardo Prado
UNICEF/BR/Ricardo Prado
UNICEF/BR/Ricardo Prado
12
3. Expressões Culturais
Afro-brasileiras
e Indígenas 
O Selo Município Aprovado 
2008 está dando visibilidade 
às formas como indígenas de 
d iversas etnias e afro-
brasileiros, em modos de 
vida também diferenciados, 
t êm p r e s e r v a d o s u a s 
culturas, através de diversas 
expressões e linguagens, 
destacando-se grupos de 
hip-hop, capoeira, blocos 
carnavalescos, afoxés, maracatus, bumba-meu-boi, 
caboclinhos, ternos de reis e muitos outros eventos, histórias, 
personalidades da cultura brasileira, como exemplificado nos 
quadros a seguir.
EVENTOS compreendem festas, festivais, 
acontecimentos, apresentações teatrais, de 
dança, recitais poéticos, exposições de 
artes plásticas; bumba-meu-boi, maracatus, 
reinados do congo, afoxés, maculelê, ternos 
e folias de reis, tambor-de-crioula, cantos de 
trabalho, ritos de passagem, casamentos, 
cantorias, cordel, quadrilhas juninas, 
sambas, que tenham a cultura negra e/ou 
indígena evidenciada.
Bumba-meu-boi
13
MITOS, CONTOS, HISTÓRIAS são contados, 
geralmente, pelas pessoas mais velhas, que 
conhecem a história e a cultura e têm prazer de 
repassar aos que não vivenciaram, os quais passam a 
conhecer e se orgulhar de seu pertencimento étnico-
racial. A memória cultural de uma localidade é o maior 
bem que ela possui. É a tradição oral que faz este bem 
circular, ganhar mundo, organizando a vida, as idéias, 
mantendo e preservando a riqueza cultural de um 
povo. Isto faz parte da cultura de cada localidade, 
mostrando o jeito como as pessoas se relacionam, se 
vinculam ao passado e à tradição, dando continuidade 
à existência. Nas culturas indígena e negra, essas 
histórias são a forma principal de transmissão e 
preservação do conhecimento e da sua cultura, que 
assim têm resistido, com o passar do tempo, à 
massificação e suas tendências uniformizantes e 
descartáveis. 
OFÍCIOS E MODOS DE FAZER são processos de 
trabalho e produtos obtidos, próprios do município ou 
da região e que são característicos do viver, celebrar, 
conviver, cuja origem e história se baseiam nas 
c iv i l izações indígenas e/ou afr icanas. Estas 
expressões culturais podem ser encontradas nas artes 
e no artesanato, na fabricação de instrumentos e outros 
objetos de uso religioso, na culinária. São exemplos: 
cerâmica, cestaria, cocares, pinturas corporais, 
ferramentas de orixás, carranca, acarajé, panos-da-
costa, penteados, trançados e outros.
14
L I D E R A N Ç A S E 
PERSONALIDADES são 
pessoas que têm um 
trabalho reconhecido por 
g r a n d e p a r t e d a 
população. Geralmente, 
são g randes l íderes 
religiosos, artistas, com 
c o n h e c i m e n t o s 
i m p o r t a n t í s s imo s e 
enorme experiência de 
vida, que se incumbem 
de representar e cuidar 
de seu povo e repassar 
os modos de celebração 
e de cura aprendidos de 
seus ancestrais, como 
caciques, mães e pais de 
santo, pajés, guerreiros e 
outros. 
H I S T Ó R I A S D O S 
L O C A I S E D O S 
TERR ITÓR IOS s ã o 
narrativas que contam 
um pouco da vida do 
município e/ou de uma 
comunidade específica, 
r e s g a t a n d o s u a s 
origens, como surgiu, se 
existe há muito tempo, 
q u e m f o r a m s e u s 
pioneiros, se já foi maior, 
se já pertenceu a outro 
município etc., além de 
e x p l a n a çõe s s o b r e 
como o município se 
encontra atualmente e 
também a história dos 
seus bairros, comu-
nidades e distritos.
LUGARES E CONSTRUÇÕES são espaços 
construídos ou naturais, como terreiros, territórios 
quilombolas, aldeias e reservas indígenas, 
mercados, feiras, r ios, cachoeiras, praias, 
mangues, açudes, que traduzem a experiência afro-
brasileira e indígena no município e são 
testemunhos de passagens importantes da história 
local.
15
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS locais e regionais são 
expressões lingüísticas de origem indígena e africana 
que permanecem no falar cotidiano do povo, sua 
l inguagem específ ica e seus mais d iversos 
significados.
INSTITUIÇÕES, ENTIDADES LOCAIS representativas 
da população indígena e negra do município, tais como: 
associações e grupos culturais ou comunitários - 
filarmônicas, grupos de folguedos, danças populares -, 
terreiros, organizações não-governamentais, etc. Esta 
área permite perceber o grau de organização popular no 
município, quem são as lideranças, o reconhecimento 
dos trabalhos realizados por essas organizações.
As formas de participação nessas expressões 
culturais são mais coletivas que individuais. As 
atividades de identificação, escolha e registro da 
expressão, fiéis a este princípio de participação, 
envolverão professores e professoras, alunos e 
a lunas, l ideranças cul turais e re l ig iosas, 
reconhecendo o valor e a legitimidade, não só das 
expressões culturais, mas das pessoas e 
civilizações que as geram.
Expressões culturais afro-brasileiras e indígenas 
buscam fortalecer a identidade étnico-racial; 
promovem a auto-estima e a autoconfiança de 
negros e negras e de indígenas; têm forte relação 
com a memória e a tradição oral; resgatam 
processos de luta e resistência, valorizam e 
mostram os feitos dessas populações; trazem 
aspectos negados dessas culturas.
16
4. Cultura e Educação
das Relações Étnico-raciais
É muito importante que crianças e adolescentes do Semi-
árido tomem conhecimento de suas culturas locais, como 
parte integrante da cultura da nação brasileira, que se 
empenhem na sua valorização, sobretudo a partir das escolas 
onde estudam, atendendo ao que determina a legislação 
específica em vigor. 
A Lei10.639/03, por exemplo, é da maior importância, na 
medida em que altera a atual Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB), ao instituir a obrigatoriedade do 
ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no 
currículo, em todos os sistemas e modalidades de ensino do 
país. 
Entre a população indígena, a luta maior é por uma educação 
escolar diferenciada, que respeite a sua diversidade cultural e 
lingüística, garantida pela Constituição de 1988 e pela 
Resolução 03 da Câmara de Educação Básica - CEB, de 
novembro de 1999. 
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Indígenas e afro-brasileiros ainda são vistos na escola de 
forma preconceituosa e estereotipada, ou seja, sem respeito 
a suas características étnicas e culturais. Dois documentos 
podem ajudar a comunidade e a escola a mudar essa visão, 
com uma abordagem que garanta os direitos educacionais e 
culturais dessas populações. Esses documentos são o 
Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas - 
RCNEI e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino da 
História e Cultura Afro-brasileira e Africana. 
As políticas públicas para o Semi-árido deverão estar 
comprometidas com a superação das desigualdades raciais 
na região, a partir da escola e de seus principais agentes - 
professores e alunos -, para que educação e cultura 
caminhem juntas na promoção da igualdade e da justiça 
social. 
Segundo o Censo Escolar de 2003, existem 149.311 
estudantes indígenas que freqüentam a educação 
básica no Brasil, em mais de 2.000 escolas 
indígenas. 
18
PARTE II
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS 
Na primeira parte deste Guia, a identidade, a ancestralidade e 
a resistência foram apresentadas como idéias centrais que 
vão ajudar a identificar, reconhecer e valorizar expressões 
culturais afro-brasileiras e indígenas. Foram apresentados, 
também, exemplos de algumas dessas expressões e como 
podem contribuir para a educação das relações étnico-
raciais. 
Nesta segunda parte, encontram-se as orientações para a 
preparação e envio dos dois produtos que darão visibilidade a 
essas culturas, através da ação de crianças e adolescentes e 
a partir de suas escolas. Esta parte também contém sugestão 
de roteiros que podem ser seguidos pelo grupo responsável 
pelas atividades propostas. 
Todos os municípios inscritos nesta Edição 2008 do Selo 
estarão desenvolvendo o tema da seguinte forma: 
· Pesquisando expressões afro-brasileiras e indígenas na 
cultura do município 
· Mobilizando o município, através das crianças e 
adolescentes, para o reconhecimento e valorização 
dessas expressões
· Divulgando as ações na mídia, antes, durante e após a 
sua realização
· Monitorando e avaliando permanentemente o processo 
desencadeado 
19
Os Municípios que participaram do Selo em 2006 
poderão utilizar, se preferirem, o mapeamento 
cultural já realizado na edição passada, para 
identificar a expressão afro-brasileira e/ou indígena. 
Esta é apenas uma sugestão como ponto de partida 
para a fase de identificação. Em seguida, o município 
deverá dar seguimento às demais orientações 
contidas no Guia 2008. 
Os Municípios que participam pela primeira vez 
irão identificar expressões culturais indígenas e afro-
brasileiras, e seguir com as orientações deste Guia 
2008. 
As etapas para identificar e sistematizar informações 
relativas ao patrimônio cultural indígena e afro-brasileiro no 
município deverão ser estruturadas em três fases: 
Preparação; Realização; Monitoramento e Avaliação. 
5. Preparação
Durante esta fase, serão real izadas a t iv idades de 
planejamento, incluindo: organização das informações e dos 
materiais para o trabalho; discussão e definição de quem vai 
participar do processo, papéis e responsabilidades, dentre 
outras, identificadas como necessárias. 
20
5.1 Roteiro de Planejamento 
. Definir e formar a equipe. O primeiro passo é escolher 
um mobilizador ou mobilizadora cultural do município, que 
tenha proximidade ou envolvimento com as questões de 
natureza étnico-racial. Em seguida, forma-se um grupo de 
trabalho, preferencialmente em parceria com as escolas.
 
. Estudar o tema do Guia. Todo o grupo deve participar 
de sessões de estudo, discussões e debates para entender 
as informações sobre as culturas afro-brasileira e 
indígena, consultando, inclusive, a legislação específica e 
outras obras (ver sugestões de fontes de aprofundamento 
no final do Guia).
 
. Conhecer os instrumentos. O trabalho do grupo será 
sistematizado nos seguintes instrumentos: (1) Álbum 
Cultura e Identidade, que deverá conter a Ficha de 
Identificação da Expressão Cultural e (2) Ficha de 
Proposta de Política Pública. Esses instrumentos vão 
estar disponíveis para as pessoas envolvidas, que 
deverão decidir de que forma e quando serão utilizados.
 
. Escolher um local. Busque um espaço de referência do 
grupo, onde serão realizados encontros, reuniões, 
oficinas, palestras, etc, e onde serão guardados materiais 
e equipamentos, como murais, quadro branco, máquina 
fotográfica, gravador, computador, etc.
 
. Criar materiais de divulgação. As ações do grupo 
serão divulgadas por meio de folhetos, cartazes, camisas, 
bonés, para informar e dar visibilidade ao tema na 
comunidade.
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21
f. Programar as atividades. Com a participação das 
escolas, o grupo irá programar as atividades de 
mobilização, em torno das culturas afro-brasileira e 
indígena. Podem ser promovidos diversos tipos de evento, 
como festas, peças de teatro, desfiles, festivais, mostras 
de artes visuais, shows, feiras de cultura, saraus, etc. É 
importante discutir as formas mais viáveis de realização 
dessas atividades, considerando como será a participação 
de cada componente do grupo, de membros da 
comunidade, quais os meios e recursos necessários e 
como consegui-los. Prepare Roteiros de Observação e 
Entrevista, para obter informações sobre o tema, e escolha 
as pessoas que vão entrevistar e aquelas que serão 
entrevistadas, os locais que serão visitados e as ações ou 
expressões que serão observadas.
O município que já realizou seu mapeamento na Edição 
passada poderá recorrer a esse mapeamento e selecionar 
uma expressão de origem indígena ou negra, para ser 
apresentada no Álbum Cultura e Identidade desta edição. 
Contudo, para todos os municípios serão considerados os 
mesmos critérios definidos para escolha da expressão, 
conforme explicado no item 6.1. 
TUDO
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DE BOM !
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6. Realização 
Nesta fase, será escolhida uma expressão representativa do 
município e também uma política a ser adotada pelo poder 
público municipal, reconhecendo o valor dessas culturas.
 
Indígenas e afro-brasileiros/as, geralmente, transmitem seus 
conhecimentos através da tradição oral, onde a palavra tem 
poder e valor sagrado, acompanhada do contato físico, 
possibilitando o fluir de emoções, pela convivência, 
envolvimento, confiança mútua, aspectos que determinam o 
que pode e o que não pode ser dito. Assim, utilize a 
observação e a conversa com o objetivo de obter e trocar 
informações sobre as expressões culturais. Na conversa - 
uma forma de entrevista -, algumas posturas do entrevistador 
ou entrevistadora devem ser observadas:
 
· respeite o jeito de viver de cada pessoa ou comunidade 
· siga o Roteiro da Entrevista e um Cronograma de Visitas. 
Observe onde estão localizadas as pessoas que vão 
fornecer as informações, para otimizar o seu tempo.
· diante das pessoas a serem ent rev is tadas, 
cumprimente-as, crie um clima favorável à conversa, 
identifique-se e explique a natureza do trabalho (o que é, 
paraque servirá e como está sendo feito)
· colha as informações necessárias, inclusive fotos, 
documentos, de maneira informal, o mais natural 
possível
· registre as falas com gravador, cuidando para obter a 
permissão de quem está sendo entrevistado, seja para 
gravar, seja para utilização posterior de suas falas. Não 
sendo possível utilizar o gravador, anote na íntegra as 
falas como foram ditas. Após as conversas e 
observações, registre tudo que for possível no seu Diário 
de Campo, ou Caderno de Anotações 
· ao final da conversa, agradeça a colaboração do 
entrevistado ou da entrevistada
23
Ao obter as informações necessárias, inclusive encontradas em 
livros, vídeos, internet, palestras, eventos e outros, é preciso ter 
tudo documentado, para sistematizar em Relatórios, Álbum e 
Fichas. 
Durante a realização das atividades, o grupo 
precisa se encontrar regularmente para discutir 
o andamento do processo, as dificuldades 
encontradas, assim como as alternativas para 
superar os problemas que se colocam em um 
trabalho como este. 
6.1 Como Selecionar a Expressão Cultural 
Para selecionar uma expressão cultural afro-brasileira e/ou 
indígena, o grupo responsável deverá estudar o tema, 
o b se r va r a s e xp r essões c u l t u r a i s , e n t r e v i s t a r 
professores/as, lideranças, familiares, pesquisadores/as, 
etc. 
A expressão cultural escolhida deverá atender aos 
seguintes critérios e pelos quais será avaliada: 
 
· estar vinculada às tradições de uma ou das duas culturas 
(indígena ou negra). Tradições históricas, de costumes, 
de estética. Poderá ser moderna, mas deverá estar 
vinculada de alguma forma à tradição
· ressaltar e valorizar as contribuições civilizatórias 
desses dois povos na formação cultural do município
· reforçar a identidade indígena e afro-brasileira 
· expressar uma forma de resistência desses povos à 
invisibilidade
· incluir a participação de crianças e adolescentes do 
município em todo o processo
24
Expressões que possuam as características citadas podem 
ser escolhidas como representativas do município. Ao 
contrário, não devem ser indicadas expressões que tendem à 
folclorização e ao estereótipo e que, portanto, demonstram 
possuir características como: 
· animalização da figura de representantes das culturas 
afro-brasileira ou indígena, apresentados de forma 
pejorativa ou associados a atributos negativos, como 
degenerados, preguiçosos, violentos, marginais, 
truculentos, sem dignidade ou caráter
· associação da mulher negra ou indígena a trabalhos 
desvalorizados pela comunidade
· representação do que é ser negro l imitada à 
escravização, sem demonstrar a resistência dos povos 
africanos e seus descendentes
· associação de indígenas a selvagens, sem cultura e 
primitivos
· valorização da contribuição do colonizador como modelo 
único de referência cultural 
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6.2 Como Construir o Álbum
Cultura e Identidade
O Álbum Cultura e Identidade é um mostruário da Expressão 
Cultural escolhida pelo Município, podendo conter textos, 
fotos, maquetes, CD, fitas cassete, DVD e outras formas de 
registro que demonstrem como é a Expressão e o que a 
constitui, como cores, sons, figurino, instrumentos, objetos 
utilizados, pessoas que participam, seu público, etc. 
Considerando a diversidade de expressões culturais 
possíveis, não há um modelo padrão para a confecção do 
Álbum. Cada município irá definir a melhor forma de 
documentar a Expressão Cultural selecionada, usando sua 
criatividade, mas informando de modo bastante preciso como 
ela é e como se apresenta na região. As Fichas de 
Identificação da Expressão Cultural e de Proposta de Política 
Pública serão anexadas ao Álbum.
Para a construção do Álbum, os passos são: 
· fotografar, filmar e/ou gravar a Expressão Cultural 
selecionada
· arquivar, separadamente, as fotos, textos, gravações 
· selecionar o material que fará parte do Álbum
· definir a forma de apresentação dos registros 
· organizar o Álbum de forma ordenada e lógica
· preencher e anexar a Ficha de Identificação da 
Expressão Cultural
· preencher e anexar a Ficha de Política Pública 
26
Além de identificar uma 
expressão cultural, o 
município i rá apre-
sentar, articulado com a 
Secretaria da Educação 
e Cultura (ou outra si-
milar), uma proposta de 
política pública, que 
deve ser descrita numa 
Ficha (ver modelo em 
anexo) e encaminhada 
ao UNICEF, junto com o 
Álbum. 
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Os passos para construir a proposta de política pública 
são:
· identificar as necessidades do município relacionadas à 
Cultura Indígena e/ou Afro-brasileira 
· discutir formas possíveis de superar as necessidades 
culturais identificadas. Essas discussões devem ser em 
grupo e com a participação de crianças e adolescentes, 
representantes e lideranças indígenas ou negras, ou 
ambas
· apresentar à Secretaria da Educação e Cultura, ou outra 
similar, as idéias do grupo de discussão 
· definir a política pública que será proposta e como ela 
será efetivada
6.3 Como Construir a Proposta
de Política Pública 
Incentivo municipal
para os artistas
locais...
27
A proposta de política pública será avaliada com base nos 
seguintes critérios: 
· ser relevante para a promoção da identidade cultural 
indígena e/ou negra
· incluir, no processo de definição e de elaboração, a 
participação de grupos ou lideranças indígenas ou 
negras locais 
· incluir a participação de crianças e adolescentes do 
município em todo o processo 
· ter um nome (Título) e um órgão responsável que vai 
colocá-la em prática
· demonstrar como pode ser ou vem sendo desenvolvida e 
negociada com os poderes públicos 
6.4 Como o seu Município será Pontuado
pelo Unicef
 
Os materiais considerados pelo UNICEF para pontuação do 
município no tema Cultura e Identidade Étnico-racial são o 
ALBUM CULTURA E IDENTIDADE, contendo (I) a Expressão 
Cultural escolhida e (II) a Ficha de Identificação dessa 
expressão, e a PROPOSTA DE POLÍTICA PÚBLICA. Ambos 
os materiais deverão ser enviados juntos para o UNICEF, até 
o dia 30 de junho de 2008.
 
A Expressão Cultural vale de 0 a 100 pontos e deverá atender 
aos seguintes critérios, valendo 20 pontos cada um:
· estar vinculada às tradições de uma ou das duas culturas 
(indígena ou negra). Tradições históricas, de costumes, 
de estética. Poderá ser moderna, mas deverá estar 
vinculada de alguma forma à tradição
· ressaltar e valorizar as contribuições civilizatórias 
desses dois povos na formação cultural do município
· reforçar a identidade indígena e afro-brasileira 
28
· expressar uma forma de resistência desses povos à 
invisibilidade
· incluir a participação de crianças e adolescentes do 
município em todo o processo
A Proposta de Política Pública, a ser apresentada no 
Formulário próprio (anexo II), também vale de 0 a 100 pontos, 
de acordo com os seguintes critérios, valendo 20 pontos, 
cada um:
· ser relevante para a promoção da identidade cultural 
indígena e/ou negra
· incluir, no processo de definição e de elaboração, a 
participação de grupos ou lideranças indígenas ou 
negras locais 
· incluir a participação de crianças e adolescentes do 
município em todo o processo 
· ter um nome (Título) e um órgão responsável que vai 
colocá-la em prática
· demonstrar como pode ser ou vem sendo desenvolvida e 
negociada com os poderes públicos 
A nota final será uma média simples, obtida a partir das notas 
da expressão cultural e da proposta de política pública.
Considerações relevantes para o município
 A avaliação deste eixo da Participação Social não 
trata de avaliar se a expressão cultural escolhida 
ou se a proposta de política pública é boa ou ruim.Trata-se, sim, de verificar, através do material 
produzido pelo município, o seu esforço em 
reconhecer e valorizar, de fato, as tradições e a 
história da sua cultura local.
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7. Monitoramento e 
Avaliação 
Durante todo o processo, as 
ações desenvolvidas serão 
monitoradas e aval iadas 
p e l o s / a s p a r t i c i p a n t e s , 
podendo ser redirecionadas, 
sempre que necessário. No 
final, uma avaliação geral 
também pode ser feita, para 
dimensionar os resultados 
alcançados, as dificuldades, 
as ações futuras, os ganhos 
relacionados ao trabalho 
desenvolvido em torno da valorização dos conhecimentos e 
da cultura afro-brasileira e indígena no município. 
A mobilização cultural pode se transformar em uma ação forte 
e poderosa de educação das relações étnico-raciais no 
município. É muito importante que essa mobilização 
contribua para o desenvolvimento de políticas públicas que 
afirmem direitos historicamente negados, ao mesmo tempo 
em que desmobilizem preconceitos, desigualdades e 
discriminações de toda ordem. 
Por isso, é fundamental que todo o processo seja 
documentado e o material produzido colocado à disposição 
das escolas, bibliotecas e demais lugares públicos no 
município, inclusive na Internet. É preciso, também, 
monitorar os efeitos gerados e dar continuidade à 
mobilização cultural nesta perspectiva proposta. Essas 
medidas pretendem estabelecer uma cultura de respeito à 
diversidade cultural e de afirmação dos direitos de todas as 
pessoas no Brasil, independente da raça, etnia ou cor da pele.
30
PARTE III
PARA AMPLIAR O CONHECIMENTO SOBRE 
AS CULTURAS AFRO-BRASILEIRAS E 
INDÍGENAS
Para ler: Didáticos e Pára-didáticos 
ALMEIDA, Gercilga de. Bruna e a galinha d' Angola. Rio de Janeiro: Pallas, 
2000
CHAIB, Lídia. Ogum, o rei de muitas faces e outras histórias de orixás. São 
Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000
COOKE, Trish. Tanto, tanto. 3ª edição; São Paulo: Ática, 1994
LIMA, Heloisa Pires. Histórias da Preta. São Paulo: Companhia das letras, 
1998
MACHADO, Maria Ana. Menina bonita do laço de fita. 7ª edição; São Paulo: 
Ática, 2001
MADU, Costa. Meninas negras. Belo Horizonte: Mazza, 2006
MURAT, Heitor Luiz. Morandúbetá. Fábulas indígenas. 7ª edição; Belo 
Horizonte: Editora Lê, 1998
PRANDI, Reginaldo. Os príncipes do destino; histórias da mitologia afro-
brasileira. São Paulo: COSAC e NAIFY, São Paulo 2001
Para consultar: Legislação 
BRASIL. Constituição (1988). Artigos 215, 216 e 217
______. Estatuto da criança e do adolescente (1990). Estatuto da criança e 
do adolescente : Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, Lei n. 8.242, de 12 de 
outubro de 1991. 3. ed. Brasília : Câmara dos Deputados, Coordenação 
de Publicações, 2001. 92 p. (Série fontes de referência. Legislação; n. 36). 
_______. Ministério da Cultura. DECRETO 3.551/ 2000 - Disponível em: 
h t t p : / / w w w . c u l t u r a . g o v . b r / l e g i s l a c a o 
/direitos_autorais/legislacao/index.php?p=1082&more=1&c=1&pb=1. 
Acesso em 24 setembro de 2007
_______. Ministério da Cultura. Inventário nacional de referências 
culturais - manual de aplicação. IPHAN, 2000. Disponível em: 
http://www.unesco.org/culture/ich/doc /src/00096-PT.pdf. Acesso em 24 
setembro de 2007
_______. Presidência da república. LEI Nº 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 
2 0 0 3 . D i s p o n í v e l e m : h t t p : / / w w w . s i n p r o s p . o r g 
.br/arquivos/especiais/LEI_No_10639.pdf. Acesso em 24 setembro de 
2007
31
______. Declaração universal sobre a diversidade cultural 2002. Disponível 
em: www.unesco.org.br. Http://unesdoc.unesco.org/images/0012/ 
001271/127160por.pdf. Acesso em 24 setembro de 2007 
______. Convenção sobre a proteção e promoção da diversidade das 
expressões culturais 2005. Disponível em: www.unesco.org.br. Ou 
http://unesdoc.unesco.org / images/0015/001502/150224POR.pdf. 
Acesso em 24 setembro de 2007 
Para ler: Textos de Fundamentação
ALMADA, Sandra. O saber indígena. Cadernos do Terceiro Mundo, Rio de 
Janeiro: Terceiro Mundo, v. 19, n. 178, p. 4-7, out. 1994.
 
ALVARES, Myriam Martins. A educação indígena na escola e a 
domesticação indígena da escola. Boletim do MPEG: Série Antropologia, 
Belém: MPEG, v. 15, n. 2, p. 223-51, dez. 1999.
 
ANDRADE, Maria Márcia Moura Brito. Povos indígenas: tradições, usos e 
costumes merecem ser resgatados na escola. Rev. do Professor, Rio 
Pardo: s.ed., v. 12, n. 46, p. 9-11, abr./jun. 1996.
BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em preto e branco: discutindo 
relações raciais. São Paulo: Ática, 1998
______. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a 
educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura 
afro-brasileira e africana. Brasília: MEC-SECAD/SEPPIR /INEP, 2005
______ Ministério da Educação. Referencial curricular nacional para as 
escolas indígenas/ Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e 
Diversidade. Brasília: MEC-SECAD, 2005.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, 
Alfabetização e Diversidade. Educação Escolar Indígena: a diversidade 
sociocultural indígena ressignificando a escola. Brasília: MEC/Secad, 
2 0 0 7 . D i s p o n í v e l e m h t t p : / / p o r t a l . m e c . g o v . b r / s e c a d 
/arquivos/pdf/educacaoindigena.pdf. Acesso em 24 setembro de 2007.
EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA: CAMINHOS ABERTOS PELA LEI FEDERAL 
Nº 10.639/03. Brasília: MEC/SECAD, 2005
GERLIC, Sebastián. Índios na visão dos índios. Águia Dourada 
Organização Multicultural Indígena do Nordeste. [200-]
EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA: CAMINHOS ABERTOS PELA LEI FEDERAL 
Nº 10.639/03. Brasília: MEC/SECAD, 2005
32
GERLIC, Sebastián. Índios na visão dos índios. Águia Dourada 
Organização Multicultural Indígena do Nordeste. [200-]
LODY, Raul Giovanni da Mota. Atlas afro-brasileiro: cultura popular. 
Salvador: Edições Maianga, 2006.
 
MUNANGA. Kabengele. Superando o racismo na escola. Brasília: 
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental, 2001.
ORIENTAÇÕES E AÇÕES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES 
ÉTNICO-RACIAIS. Brasília: Secretaria da Educação Continuada, 
Alfabetização e Diversidade (SECAD/MEC), 2006.
KISHIMOTO, T. M. Brinquedos e brincadeiras indígenas. Artesanias de 
América, Quito: s.ed., n. 44, p. 87-98, ago. 1994.
KISHIMOTO, T. M. Crianças indígenas brincam assim. Nova Escola, São 
Paulo: Fundação Victor Civita, v. 9, n. 74, p. 22-3, abr. 1994.
 
SANTOS. Milton. Da cultura à indústria cultural. In RIBEIRO, Wagner Costa 
(Org, Apresentação e notas). O país distorcido: o Brasil, a globalização e a 
cidadania/Milton Santos. Ensaio de Carlos Walter Porto Gonçalves. - São 
Paulo: Publifolha, 2002.
SILVA, Aracy Lopes da e GRUPIONI, Luís Donisete B (Orgs). A temática 
indígena na escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. 
Brasília: MEC/MARI/UNESCO, 1005.
SOUZA, Ana Lúcia Silva [et al...]. De olho na cultura: pontos de vista afro-
brasileiros. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: 
Fundação Cultural Palmares, 2005.
Para assistir 
Kiriku e a Feiticeira. Direção: Michel Ocelet. França/Bélgica, Cult Filmes, 
1998
Livros animados da série A Cor da Cultura do canal FUTURA
Para visitar 
http://www.funai.gov.br http://www.cimi.org.br/
http://www.djweb.com.br/historia http://www.socioambiental.org/
www.visaodosindios.com.br www.portalafro.com.br 
www.acordacultura.org.br www.irohin.org.br 
www.isa.org.br www.pallaseditora.com.br
www.coiab.com.br Www.mazzaedicoes.com.br
http://www2.ufba.br/~pineb/links.html
33
ANEXOS
MODELOS DE FICHA
ANEXO I
Ficha de Identificação da Expressão Cultural 
Município Estado 
Mobilizador/a Cultural
Nome da Expressão Cultural selecionada1. Tipo de Expressão Cultural 
a Evento
b Ofício e Modo de Fazer
c Mito, Conto, História
d Lugar e Construção 
2. Conte a história desta Expressão Cultural (quando, como e onde 
começou; por quem começou? A expressão parou de ser mostrada em 
algum período? Por quê? Ela mudou muito com o passar do tempo, como foi 
isso? Como as pessoas do Município se relacionavam e se relacionam com 
essa Expressão Cultural?)
3. Descreva a Expressão e fale dos elementos que a compõem (onde 
acontece atualmente, como, em que período do ano, quem participa, 
número de pessoas. Como são os ritmos, sons, instrumentos, roupas, cores 
mais utilizadas, formas de cantar, de dançar, de encenar, etc) 
4. Como esta expressão cultural está vinculada à tradição cultural indígena 
ou negra?
5. Na opinião do grupo, como esta expressão valoriza as contribuições 
civilizatórias de indígenas e/ou afro-brasileiros/as?
6. Como ela reforça a identidade de indígenas e/ou afro-brasileiros/as
7. Que valores de resistência esta manifestação cultural expressa?
 
e História do Local e Territórios
f Liderança e Personalidade 
g Instituição, Entidade Local
h Expressões, Vocábulos
34
8. Quantas e quem são as pessoas que participaram da identificação, 
seleção, escolha e apresentação dessa Expressão Cultural?
8.1 Número de Homens e Mulheres por Faixa Etária
8.2 Número de participante por Raça/Cor
9. Como é a maioria do público que assiste a esta Expressão Cultural? (As 
pessoas são do Município? Vêm de outros lugares? São, na maioria, 
crianças, jovens ou adultos? Pessoas mais velhas gostam mais? É 
realizada e assistida somente pelos povos indígenas ou somente pelas 
comunidades negras da região? Ou é uma Expressão Cultural promovida 
e realizada envolvendo toda a cidade?)
10. A Expressão acontece em ...
11. Como você classifica esta Expressão Cultural? 
( ) Indígena 
( ) Africana 
( ) Indígena e africana
12. Como crianças e adolescentes participam da Expressão? 
13. Por que esta Expressão é importante para o seu município? 
14. Outras informações importantes 
( ) 3 a 12 (meninas)
( ) 12 a 18 (adolescentes)
( ) 19 a 29 (mulheres jovens)
( ) 30 a 45 (mulheres adultas)
( ) 46 a 65 (mulheres adultas)
( ) acima de 65 (senhoras)
Feminino
( ) 3 a 12 (meninos)
( ) 12 a 18 (adolescentes)
( ) 19 a 29 (homens jovens)
( ) 30 a 45 (homens adultos )
( ) 46 a 65 (homens adultos)
( ) acima de 65 (senhores)
Masculino
Branca
Preta
Parda
Amarela
Indígena
- Número de participantes ( )
- Número de participantes ( )
- Número de participantes ( )
- Número de participantes ( )
- Número de participantes ( )
( ) Praças ( ) Ruas
( ) Terreiros ( ) Centros culturais
( ) Aldeias ( ) Outros 
( ) Quilombos 
35
ANEXO II
Ficha de Proposta de Política Pública 
Mobilizador/a Cultural 
Município Estado
Mês/Ano
1. Nome da proposta de Política Pública para o Tema Cultura e Identidade 
no Município
2. Descreva a Proposta de Política Pública feita (como ela pode ser 
desenvolvida, onde será adotada) 
3. Em qual estrutura de Governo do Município (Secretaria, Departamento, 
outro) a sua proposta de política deverá estar vinculada?
 
4. A elaboração da proposta contou com a participação de grupos e/ou 
lideranças indígenas ou afro-descendentes? Que liderança e/ou grupo 
participou?
5. Que grupos ou pessoas serão beneficiados, prioritariamente, com esta 
Política?
6. Qual a relevância desta proposta de política para a promoção da 
identidade cultural negra e/ou indígena no seu município? 
7. Que problemas esta Política ajuda a resolver?
8. Por que esta política é importante para o município?
 
9. Como as crianças e adolescentes participaram na elaboração desta 
política?
 
10. Como a efetivação da política pode ser ou está sendo negociada junto 
ao Poder Executivo e/ou Legislativo? 
11. Outras informações importantes 
36
UNICEF - Fortaleza - responsável pelos UNICEF - Salvador - responsável pelos 
Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande Estados da Bahia e de Sergipe
do Norte Alameda Benevento, nº 103, Edifício
Secretaria de Planejamento Empresarial 14 Bis - 5º andar
Centro Admin. do Estado, Ed. Seplan/1 Pituba
Cambeba, Messejana Salvador, BA
Fortaleza, CE 41830-530
60839-900 Telefone: (71) 3183 5700
Telefone: (85) 3306 5700 Fax: (71) 3183 5710
Fax: (85) 3306 5709 E-mail: salvador@unicef.org
E-mail: fortaleza@unicef.org
UNICEF - São Luís - responsável pelo 
UNICEF - Recife - responsável pelos Estado do Maranhão
Estados de Pernambuco, Alagoas e Rua Santo Antônio, 246, Centro
Paraíba São Luís, MA
Rua Henrique Dias, S/N - Ed. do IRH 65010-200
Térreo Telefone: (98) 4009 5700
Derby Fax: (98) 4009 5708
Recife, PE E-mail: saoluis@unicef.org
52010-100
Telefone: (81) 3059 5700 UNICEF - São Paulo - responsável 
Fax: (81) 3059 5719 pelos Estados de São Paulo, Minas 
(81) 3059 5719 Gerais e Região Sul
E-mail: recife@unicef.org Rua Pedro de Toledo, 1529
Vila Clementino
UNICEF - Rio de Janeiro - responsável São Paulo, SP
pelos Estados do Rio de Janeiro e 04039-034
Espírito Santo Telefone: (11) 5904 6677
Avenida Rio Branco, 135 - 6º andar - Fax: (11) 5084 5577
Centro E-mail: saopaulo@unicef.org
Rio de Janeiro, RJ
20040-006
Telefone: (21) 3147 5700
Fax: (21) 3147 5711
E-mail: riodejaneiro@unicef.org

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