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Avaliação - História e Cultura Afro-brasileira e Indígena – UniBF 01 - Gilberto Freyre foi um dos principais sociólogos brasileiros da geração de 1930. Em seu livro Casa-Grande & Senzala, define a noção de "democracia racial", descrevendo as relações construídas historicamente no Brasil, as quais deram origem a um povo mestiço. Analise as alternativas a seguir e assinale a que define corretamente o pensamento de Gilberto Freyre a respeito desse conceito: Resposta: Descrições de inúmeras relações amorosas entre senhores e escravos – negros e indígenas, que contribuíram para a miscigenação do Brasil, eliminando, assim, as diferenças étnicas e anulando o racismo. 02 - Segundo Adão (2011, p. 58), “[...] a cosmovisão africano-tradicional, presente nas culturas banto e nagô, foi preservada, comunicada, em especial, [por meio] dos cultos e religiões afro- brasileiras. Hoje, no Brasil, existem fundamentalmente três tipos dessas religiões”. Esses três tipos de religiões existentes no Brasil são: Resposta: batuque/nação, umbanda e quimbanda/macumba. 03 - A literatura é uma forma de ficção que não tem como objetivo retratar a realidade, entretanto, apesar dessa condição, serve como uma forma de compreender o imaginário de determinada época ou sociedade. Autores brasileiros criaram representações sobre negros e índios que expressam mais a visão e o entendimento dos primeiros do que necessariamente a realidade deles. Sobre as formas como esses grupos aparecem nas obras literárias, assinale a alternativa correta: Resposta: Gonçalves Dias faz parte da poesia denominada indianista; é autor de obras como I-Juca-Pirama e Canção do Tamoio e criou representações sobre os indígenas, nas quais valorizava o caráter guerreiro desses povos, silenciando outras formas de manifestação cultural e psicológica. 04 - Leia o trecho a seguir, de autoria de Gersem dos Santos Luciano, líder do povo Baniwa: “A ideia de movimento indígena nacional articulado é importante para superar a visão antiga dos colonizadores de que a única coisa que os índios sabem fazer é brigar e guerrear entre si quando, na verdade, usaram essas rivalidades intertribais para dominá-los, para isso, jogando um povo contra o outro. Ainda hoje, muitos brancos, principalmente do governo, preferem dar mais importância à ideia de que não há e não pode haver movimento indígena articulado e representativo devido à diversidade de povos e realidades, pois isso fortalece os propósitos de dominação, manipulação e cooptação dos índios em favor de seus interesses políticos e econômicos. Os dirigentes políticos e os gestores de políticas públicas utilizam muito essa ideia para justificar suas omissões e incapacidades de formular e implementar políticas públicas coerentes, com o argumento de que os índios não se entendem, e isso impede a execução das ações” (LUCIANO, 2006, p. 60-61). A partir da leitura do texto de Luciano Baniwa, juntamente com seus conhecimentos sobre o movimento indígena, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas. ( ) As políticas indigenistas elaboradas pelo Estado brasileiro ao longo dos séculos XIX e XIX foram marcadas pelo mesmo pensamento explicitado no texto acima: os indígenas são povos incapazes cultural e intelectualmente de compreender o mundo da política. ( ) O autor e o movimento indígena concordam que não deve haver uma articulação unificada das entidades e organismos indígenas, pois isso anularia a diversidade étnica e as demandas específicas de alguns povos. ( ) A ausência de mais políticas públicas para os povos indígenas no Brasil se deve à diversidade cultural e étnica das centenas de povos indígenas que ocupam o território brasileiro, não sendo possível adequar as medidas assistenciais a cada uma delas. ( ) Mesmo que as políticas indigenistas do Estado brasileiro não sejam mais orientadas pelos princípios da assimilação, da integração e da tutela, certos representantes públicos seguem perpetuando essas compreensões de forma velada em sua negativa para o desenvolvimento de políticas públicas. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: Resposta:V – F – F – V. 05 - Quando se analisa a presença dos povos indígenas no Brasil, fala-se de sua presença desde 1500. Todavia, é perceptível, não apenas pelos dados oficiais dos quais temos conhecimento, como também pela própria visibilidade desses grupos em sociedade, a sua diminuição ao longo dos anos. De acordo com o que sabemos da historiografia indígena e do percurso da história desses grupos no país, qual é o principal fator responsável por essa diminuição? Resposta: A historiografia oficial/tradicional, que fez com que a imagem dos indígenas fosse ligada a aspectos negativos, tratando-os como inferiores e selvagens e, consequentemente, fazendo com que as políticas oficiais e institucionais negassem seus direitos durantes anos, o que contribuiu para que esses povos fossem diminuindo cada vez mais. 06 - O excerto a seguir explicita a diversidade cultural e histórica dos povos indígenas e sua luta para evitar generalizações e simplificações. Do ponto de vista epistemológico, os pesquisadores buscam romper com olhares etnocêntricos e uniformizadores desses povos. Leia o trecho a seguir, escrito pelo antropólogo e filósofo Gersem Baniwa (2006, p. 47): “São povos que representam culturas, línguas, conhecimentos e crenças únicas, e sua contribuição ao patrimônio mundial – na arte, na música, nas tecnologias, nas medicinas e em outras riquezas culturais – é incalculável. Eles configuram uma enorme diversidade cultural, uma vez que vivem em espaços geográficos, sociais e políticos sumamente diferentes. A sua diversidade, a história de cada um e o contexto em que vivem criam dificuldades para enquadrá-los em uma definição única. Eles mesmos, em geral, não aceitam as tentativas exteriores de retratá-los e defendem como um princípio fundamental o direito de se autodefinir.” Sobre o reconhecimento da cultura indígena para a formação da cultura brasileira, são feitas as seguintes afirmações. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso): ( ) O texto de Baniwa demonstra como as contribuições da cultura indígena são secundárias para a formação da cultura brasileira, assentada principalmente nos hábitos, nas práticas e nos saberes herdados das populações europeias. ( ) O texto de Baniwa evidencia diferentes contribuições de hábitos, práticas e saberes dos povos indígenas incorporados pela cultura brasileira, como alimentos, conhecimento de plantas medicinais e expressões para a língua portuguesa. ( ) O texto de Baniwa argumenta pela diversidade cultural e histórica dos povos indígenas, já que a ocupação de diferentes espaços geográficos, com ambientes e climas distintos, configura diferenças nas práticas e saberes indígenas. ( ) O texto de Baniwa explicita a resistência dos povos indígenas em serem compreendidos por seus pertencimentos culturais e étnicos, preferindo termos que possibilitem seu reconhecimento enquanto grupo, como “índio” ou “indígena”. A ordem correta de preenchimento, de cima para baixo, é: Resposta: F, V, V, F. 07 - O processo de elaboração da Constituição de 1988 foi marcado por uma intensa participação popular e o protagonismo dos movimentos sociais, incluindo o movimento indígena. Dessa forma, foi possível que muitas demandas dos povos indígenas fossem asseguradas e transformadas em direitos no texto constitucional. Um desses direitos reconhecidos foi o de viverem de acordo com suas próprias culturas, respeitando organização social, costumes, línguas, crenças e tradições. É correto afirmar, portanto, que, com a Constituição de 1988: Resposta: avança-se na superação do assimilacionismo e na garantia da diversidade étnica e pluralidade cultural da sociedade brasileira. 08 - Ao longo do século XX, os povos indígenas foram se apropriando do modelo de organização formal dos brancos para reivindicarem seus direitos e melhorarem suas condições de vida. Comisso, fundaram organizações com intenso protagonismo político desde meados da década de 1970. Sobre esse processo, é correto afirmar que: Resposta:a apropriação dos instrumentos de luta e a organização dos brancos significa o dinamismo da cultura, sendo uma forma de resistência dos povos indígenas. 09 - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último censo realizado em 2010, calculou que havia aproximadamente 900 mil indígenas no Brasil, de centenas de etnias. É correto afirmar que: Resposta: a diversidade dos povos indígenas brasileiros decorre das diferentes rotas de migração e da ocupação de territórios com características ambientais e climáticas distintas. 10 - A história possui várias áreas com as quais pode estabelecer diálogo para chegar a conclusões sobre os temas que aborda. Uma dessas áreas se dedica a estudar a evolução das sociedades, características raciais, sociais, de desenvolvimento humano, linguístico, etc., sendo caracterizada como a ciência que estuda diversos aspectos da vida humana. Essa ciência é considerada uma grande aliada da história no que diz respeito à nova historiografia indígena, justamente por fazer uma nova leitura, incorporando aspectos que antes eram desprezados. O parágrafo acima está se referindo a qual área do conhecimento? Resposta: Antropologia, que estuda, por meio de vestígios materiais ou imateriais, a formação cultural e as relações que são estabelecidas entre os diversos povos, trazendo novas perspectivas para história e a cultura, sendo por isso muito importante. 11 - Foi na década de 1970 que o movimento indígena se fortaleceu, passando a ser organizado em entidades e ocupando diferentes espaços na esfera pública. Essa organização foi fundamental para a conquista de determinados direitos e a superação de certas políticas indigenistas desenvolvidas pelo Estado brasileiro. Sobre esse processo, assinale a alternativa correta. Resultado: As organizações indígenas formadas nos anos 1970 contaram com o apoio de entidades aliadas do povo branco, auxiliando na articulação dos interesses de diferentes povos indígenas. 12 - Como a historiografia está sempre em movimento e novos intelectuais e perspectivas sempre surgem, não é diferente com a historiografia indígena produzida no Brasil. É importante lembrar de alguns intelectuais que fizeram e fazem história. Assinale a alternativa que cita alguns dos principais nomes da historiografia indígena no Brasil e que descreve porque é importante que esses nomes, especificamente, sejam mencionados ao tratar desse tema. Resposta: Ailton Krenak, Daniel Mundukuru e Kaká Werá. É importante falar desses autores porque são representantes e líderes indígenas que escrevem sobre a história dos seus povos. 13 - Com o avanço da historiografia e as maneiras de se fazer história, vão sendo incorporadas novas metodologias e ferramentas que auxiliam no processo investigativo. Junto a isso, também começam a surgir novas dinâmicas entre áreas do conhecimento que são vizinhas e podem auxiliar nesse processo de reconstrução histórica. Nesse contexto, surge a arqueologia como aliada da história. Marque a alternativa que descreve o que é a arqueologia, quais as suas principais características e como ela pode auxiliar a história no processo de reconstrução histórica. Resposta: A arqueologia é o estudo científico que, por meio de vestígios materiais, como fósseis e artefatos, de sociedades que já não existem mais e também de sociedades ainda existentes, pode, a partir de um diálogo com história, dar sentido a diversas sociedades e grupos. 14 - O estudo das populações indígenas que ocupavam o território do “Brasil” se dá por investigações interdisciplinares, unindo diferentes áreas do conhecimento. Sobre esses estudos, são feitas as seguintes afirmações: I. A arqueologia permite conhecermos hábitos e práticas dos povos indígenas pelo estudo da cultura material. II. Os relatos dos colonizadores e missionários foram abandonados pelos pesquisadores em razão de seus inúmeros erros e imprecisões. III. Embora a arqueologia e a linguística histórica nos auxiliem a escrever a história dos povos indígenas, há certas limitações no emprego de suas metodologias em razão da disponibilidade de evidências. Está correto o que se afirma em: Resposta: I e III, apenas. 15 - As políticas indigenistas desenvolvidas pelo Estado brasileiro ao longo dos séculos XIX e XX foram orientadas a partir de uma lógica assimilacionista, integracionista e tutelar. Sobre essas políticas, são feitas as seguintes afirmações: I. O Serviço de Proteção ao Índio, criado em 1910, foi uma das primeiras iniciativas de rompimento com a política assimilacionista, integracionista e tutelar do Estado brasileiro. II. A noção de tutela das políticas indigenistas brasileiras não corresponde à necessidade de assistência e proteção dos povos indígenas, mas sim à sua incapacidade civil e intelectual. III. Nos anos 2000, com a criação de órgãos específicos para os povos indígenas em diversos ministérios, houve uma descentralização da política indigenista do escopo da Fundação Nacional do Índio (Funai). Qual é a alternativa correta? Resposta: As afirmativas II e III estão corretas. 16 - As Leis n.° 10.639/2003 e n.° 11.645/2008 criaram as bases para uma educação antirracista no espaço escolar. Considerando o conteúdo dessas leis, qual alternativa se encaixa na proposta educacional dessa legislação? Resposta: O conteúdo programático a que se referem essas leis incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira a partir desses dois grupos étnicos, tais como: o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política pertinentes à história do Brasil. 17 - Analise as assertivas a seguir, acerca do conceito de cosmovisão. I. É uma interpretação do mundo, de sua realidade global. II. Pretende dar uma resposta às questões últimas do ser humano. Assinale a alternativa que indica se as assertivas são verdadeiras ou falsas e a relação entre elas. Resposta: As assertivas I e II são verdadeiras e se complementam. 18 - O ensino da cultura e da história indígena, com base nas determinações da Lei n. 11.645/2008, significou mudanças substanciais na forma de tratamento das populações indígenas. Leia o texto a seguir, do escritor Daniel Munduruku: “Durante muito tempo aprendemos a chamar os primeiros habitantes do Brasil de índios. Esta alcunha – para usar uma palavra erudita – trazia consigo imagens e significados que nem sempre dignificavam àqueles a quem ela desejava nomear. Normalmente, vinha acompanhada por adjetivos que não faziam jus à riqueza da diversidade que ela compunha. Quase sempre significava atraso tecnológico, primitivismo, canibalismo, entre outros termos negativos. Nomear alguém com essa palavra era qualificá-lo aquém dos demais seres humanos e enquadrá-lo em um passado imemorial, que nem mais existia. Essa ideia congelava os “índios” a um passado tão remoto que a vaga lembrança deles nos remetia à dos homens das cavernas ou dos dinossauros. Assim eram estudados: como seres do passado” (SÃO PAULO, 2019, p.14). Sobre o texto de Munduruku, são feitas as seguintes afirmações. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) Ainda que o autor se posicione criticamente em relação às abordagens mais tradicionais sobre a história indígena, não se opõe ao uso do termo “índios”. ( ) Situar os povos indígenas num “passado imemorial” significa não reconhecer as transformações culturais e negar a identidade indígena para muitos no presente. ( ) As visões de “atraso” e de “primitivismo” em relação aos indígenas se justifica pela ausência de utilização de recursos tecnológicos por esses povos. ( ) Problematizar o termo “índio” para nomear os povos indígenas significa umprocedimento de reconhecimento e valorização de sua diversidade cultural e étnica. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: Reposta:F, V, F, V. 19 - Buscando expressar critérios raciais de diferença entre os grupos humanos e, em certa medida, uma justificativa para o processo de colonização e extermínio das populações nativas da América, os europeus criaram dois modelos de explicação do comportamento da população indígena, as noções de "bom selvagem" e "mau selvagem". Considere as implicações presentes em tais aspectos e indique a resposta correta: Resposta: Foi uma definição criada pelos europeus para explicar o posicionamento dos indígenas em relação aos colonizadores europeus, em que o "bom selvagem" seria aquele que contribuiu com a colonização, aceitando a cultura exterior, e o "mau selvagem" aquele que manteve a sua prática tradicional, virando inimigo. 20 - O campo da historiografia indígena vem sendo rediscutido ao longo dos últimos anos. Um marco importante para esse tema é a Constituição Federal de 1988. Marque a opção que descreve o que mais se assemelha ao avanço desse tema no que se refere à Constituição: Resposta: O Estado, por meio da Constituição de 1824, não reconhecia as populações indígenas do país. Somente com esforços do movimento organizado a partir de 1970, ocorreu, em 1988, o reconhecimento das populações originárias. A partir da promulgação da nova Constituição de 1988, algumas coisas se alteraram, como o direito à demarcação de terras que eram ocupadas pelos povos indígenas, e a preservação de sua cultura e história. Mas, ainda assim, muitas formas de opressão e extermínio continuaram a vigorar. 21 - Resposta: 22 - Resposta: 23 - 24 - Resposta: 25 - Resposta: 26 - Resposta: 27 - Resposta: 28 - Resposta: 29 - Resposta:
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