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Doença de Alzheimer

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Doença de Alzheimer com discussão do filme “Para Sempre Alice” 
Definição 
Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência 
neurodegenerativa. É uma doença de causa e patogênese 
incertas, mas acredita-se que seja geneticamente 
determinada que afeta principalmente idosos. 
As pesquisas médicas sobre demências, de forma 
estruturada como se tem hoje, ocorreram no início do 
século XX, quando Alois Alzheimer em 1991 descreveu 
seu primeiro caso de demência em uma paciente de 51 
anos, chamada Auguste Deter, no Hospital Psiquiátrico de 
Frankfurt. (descreveu a condição que mais tarde adquiriu 
seu nome). 
 
Epidemiologia 
A DA é cada vez mais prevalente com o avançar da idade. 
Em geral, a incidência dobra a cada 10 anos após os 60 
anos de idade 
Globalmente estima-se que 47 milhões possuem 
diagnóstico de DA e a estimativa de 130 milhões de casos 
até 2050 
Há pouca diferença entre os sexos na incidência e 
prevalência de demência ou DA, embora em números 
absolutos haja mais mulheres do que homens com a 
doença, principalmente com idade superior a 85 anos, 
devido às diferenças na expectativa de vida. 
Em levantamento recente no Brasil, considerada a 
população de 65 anos de idade ou mais, houve prevalência 
de 7,1%, sendo a DA correspondendo a 55,1% dos casos. 
RESERVA COGNITIVA: indivíduos com melhor 
educação e funcionamento cognitivo podem tolerar uma 
maior extensão das alterações neuropatologia antes de 
atingir o limiar de demência. Por isso, a escolaridade 
também aparece como fator protetor de risco crucial, pois 
existe aumentos a densidade neuronal. 
 
Fatores de risco 
 GENÉTICOS: além da idade sabe-se que a DA é 
altamente hereditária, mesmo nos casos chamados 
esporádicos. 
 ADQUIRIDOS: Uma variedade de fatores adquiridos 
pode influenciar no risco de DA, incluindo 
hipertensão, dislipidemia, doença cérebrovascular, 
metabolismo alterado da glicose e trauma cerebral. 
Em muitos desses fatores de risco cardiovasculares 
quando na meia-idade parecem aumentar o risco de 
DA quase em três vezes. 
 FATORES DE RISCO AMBIENTAIS: Fumo passivo, 
Poluição do ar, Pesticidas, Medicamentos - estudos 
controversos, mas a maioria aponta para efeitos 
transitórios e declínio reversível. Benzodiazepínicos, 
anti-histamínico, anticolinérgicos, IBP e opioides. 
Fatores protetores 
 Atividade física regular 
 Controle dos fatores de risco modificáveis 
 Dieta saudável 
 Aprendizado ao longo da vida (treinamento 
cognitivo). 
 
Etiologia 
Não são muito bem definidos, ainda é um pouco obscuro. 
Fatores genéticos: 
→ Supõe-se que fatores genéticos contribuam para seu 
desenvolvimento, pelo menos em alguns casos; 
→ Alguns estudos indicaram que até 40% dos pacientes 
apresentam história familiar de demência do tipo 
Alzheimer; 
→ Embora a causa de demência do tipo Alzheimer 
continue desconhecida, houve progresso na 
compreensão da base molecular dos depósitos 
amiloides, que são a característica típica da 
neuropatologia do transtorno. 
 
Patogênese - “dormir com o inimigo” 
→ A doença instala-se quando o processamento de certas 
proteínas do sistema nervoso central começa a dar 
errado. 
→ Proteína beta amiloide são armadilhas do SI que 
combatem vírus, fungos e bactéria que conseguem 
romper a barreira protetora do SNC (BHE), as placas 
de proteínas formadas por essa ação protetora acabam 
impedindo a transmissão dos sinais de neurônios. 
→ Placas amiloides são formadas por peptídeos pequenos 
que advém de uma clivagem endoproteolítica de 
proteínas maiores como a proteína percurso de 
amilóide (APP) que forma os peptídeos beta 
amiloides. APP em excesso causa a doença. Mutações 
nos APOE4 genes parecem favorecer a produção de 
beta amilóide em geral, ou formas mais neurológicas 
de beta amilóide. 
→ Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, 
tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que 
existem entre eles (fenda sináptica). Como 
consequência dessa toxicidade, ocorre perda 
progressiva de neurônios em certas regiões do 
cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, 
e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o 
raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos 
sensoriais e pensamento abstrato. 
→ Outro ponto importante: O gene responsável pela 
codificação da proteína APP se encontra no 
cromossomo 21. Das pessoas com Síndrome de Down 
(trissomia do 21) que chegam aos 40 anos ou mais, 
cerca de 50% apresentaram a doença de Alzheimer 
por conta de uma maior produção de peptídeo AB. 
Outras causas: 
→ Mutações de genes eu codificam a proteína APP 
também é um marcador importante da doença 
(aspectos familiares). 
→ Emaranhados neurofibrilares formados dentro dos 
neurônios em decorrência da alteração da proteína 
Tau, que está associada a microtúbulos envolvidos no 
processo de transporte intracelular dos neurônios. A 
mutação genica da proteína Tau aparece em algumas 
demências como a frontoparietal. Entretanto, pessoas 
com DA familiar não apresentam essa mutação então 
parece ser mais uma consequência que uma causa. 
Embora a patogênese da DA permaneça obscura, todas as 
formas de DA parecem compartilhar superprodução e/ou 
diminuição da depuração de peptídeos beta amiloides. Os 
peptídeos beta amiloides são produzidos pela clivagem 
endoproteolítica da proteína madura traduzida a partir do 
gene da proteína percurso de amilóide (APP), PSEN1 e 
PSEN2 e clivados por beta-secretase e gama-secretase. 
Mutações nos APOE4 genes parecem favorecer a produção 
de beta amilóide em geral, ou formas mais neurológicas de 
beta amilóide. A patogênese da DA também envolve uma 
segunda proteína, a tau. Tau é uma proteína associada a 
microtúbulos que auxilia na montagem e estabilização dos 
microtúbulos. Na DA, a Tau torna-se hiperfosforilada e 
agrega-se para formar o filamento helicoidal pareado tau 
um componente importante dos emaranhados 
neufibrilares dentro do citoplasma neuronal. 
 
Funções psíquicas alteradas 
Memória: é a capacidade de registrar, manter e evocar as 
experiências e os fatos ocorridos. A capacidade de 
memorizar relaciona-se intimamente com o nível de 
consciência, com a atenção e com o interesse afetivo. 
 
Atenção: é a capacidade de manter o foco em determinado 
estímulo, sendo essencial para os processos existentes para 
memorização; 
Percepção é uma função cognitiva que torna o indivíduo 
capaz de formar e distinguir os estímulos de um ambiente 
e dar um significado para eles; 
Funções executivas incluem um contexto 
neuropsicológico que utiliza as atividades cognitivas pela 
execução e o planejamento de tarefas. Abrangem estas 
atividades as tomadas de decisões, a lógica, o raciocínio, as 
estratégicas e as soluções de problemas. 
Fase de evocação é a capacidade de recuperar e atualizar 
os dados fixados. O esquecimento, por sua vez, é a 
denominação que de dá à impossibilidade de evocar e 
recordar. 
A memória é composta de três fases ou elementos básicos: 
1. Fase registro (percepção, gerenciamento e início 
da fixação) - nível de consciência, atenção global, 
sensopercepção preservada, interesse e colorido 
afetivo, conhecimento anterior, canais 
sensoperceptivos envolvidos na percepção 
(audiovisual); 
2. Fase de conservação (retenção) 
• Memória imediata ou de curta curtíssima duração (de 
poucos segundo a 3 minutos); 
• Memória recente ou de curto prazo (de poucos 
minutos até 3 a 6 horas); 
• Memória remota ou de longo prazo (de meses até 
muitos anos). 
 
Sinais e sintomas 
1. Comprometimento da memória é o sintoma 
inicial mais comum na demência de Alzheimer. 
2. Função executiva e julgamento/resolução de 
problemas 
3. A perda de percepção aumenta ao longo do tempo 
junto com a gravidade da doença. 
4. Prejuízos de outros domínios cognitivos 
5. Sintomas comportamentais e psicológicos 
6. Apraxia e dispraxia clínica 
7. Disfunção oratória 
8. Distúrbiodo sono 
9. Convulsões 
10. Formas atípicas: costumam ocorrer nos casos mais 
precoces (antes dos 65 anos de idade. 
 
Conduta neuro x psiquiatra 
Neurologistas e psiquiatras podem da o diagnóstico de DA. 
As duas especialidades da medicina têm como foco o 
sistema nervoso humano, mas atuam de formas distintas. 
Para elucidar a principal diferença entre os profissionais, 
comparamos a cabeça a um computador, em que o 
psiquiatra trabalha a lógica do sistema (software), 
enquanto o neurologista acompanha “falhas da mecânica”, 
ou seja, a parte física (hardware). 
Assim, o neurologista tratará doenças que se manifestam 
com efeitos físicos nítidos, como dores de cabeça, 
paralisias, perda de força muscular, fala ou visão e outras. 
Quando um neurologista não encontra a causa de alguma 
manifestação física pode encaminhar o paciente a um 
psiquiatra. Nestes casos as dores podem ser somatizadas. A 
somatização é a geração de sintomas físicos a partir de uma 
condição psíquica. 
Quando se trata de Alzheimer e doenças semelhantes o 
psiquiatra vai atuar para tratar doenças a nível emocional e 
comportamental, que têm gravidade para impactar a vida 
social da pessoa, levando a perda de produtividade e 
sofrimento. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico de demência deve basear-se nos critérios do 
Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação 
Psiquiátrica Americana (DSM) e o de DA, nos de McKhann 
et al. (NINCDS-ADRDA). Os exames complementares 
recomendados são: hemograma completo, concentrações 
séricas de ureia, creatinina, tiroxina livre, hormônio tíreo-
estimulante, albumina, enzimas hepáticas, vitamina B12 e 
cálcio, reações sorológicas para sífilis e, em pacientes com 
idade inferior a 60 anos, sorologia para HIV. Exame do 
líquido cefalorraqueano está indicado em situações 
particulares. Tomografia computadorizada (ou 
preferentemente ressonância magnética, quando 
disponível) é exame obrigatório e tem a finalidade principal 
de excluir outras doenças. Cintilografia de perfusão (SPECT) 
e EEG são métodos opcionais. 
Estadiamento 
ESTÁGIO 1: Déficit na memória, personalidade e 
visoespacial 
ESTÁGIO 2: Dificuldade para falar, agitação, coordenação, 
agitação e insônia 
ESTÁGIO 3: Resistência a execução de tarefas diárias, 
incontinêcias, dificuldade para comer motora 
ESTÁGIO 4: Restrição ao leito, infecções e perda de 
autonomia 
 
Tratamento 
O principal tratamento recomendado por médicos e 
especialistas é através do uso de medicamentos, que 
permitem que o paciente tenha uma melhora na qualidade 
de vida, mesmo em quadros mais severos e avançados. 
Basicamente, uma substância presente no cérebro, 
denominada acetilcolina, também é responsável por 
determinadas funções neurais, e encontram-se em 
processo de degeneração em portadores da doença. 
Sendo assim, os medicamentos aplicados através do 
tratamento visam substituir e desacelerar a alteração desse 
hormônio. 
De modo geral, o tratamento com fármacos é responsável 
apenas pela estabilização da doença, sem proporcionar 
uma cura definitiva. 
→ Inibidores de Acetilcolinesterase (Donepezila, 
Rivastigmina e Galantamina): usados para tratar 
prejuízos cognitivos de leve a moderados na doença 
de Alzheimer; Eles reduzem a inativação do 
neurotransmissor acetilcolina e, assim, potencializam 
o neurotransmissor colinérgico, que, por sua vez, 
produz uma melhora modesta na memória e no 
pensamento direcionado a objetivos 
→ Bloqueador do receptor NMDA (Memantina): atua 
diminuindo o influxo de cálcio intracelular que 
levaria a hiperexcitabilidade e consequente morte 
neuronal); 
→ Aducanumab (anticorpo monoclonal recombinante 
dirigido contra o beta-amilóide).

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