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CONSTRUTIVOS - Análise Crítica

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Universidade Estadual de Goiás
Arquitetura e Urbanismo – 2021/2
Disciplina: Sistemas Construtivos III
Discentes: João Victor Ferreira e Victória Martins Pacheco
Análise Crítica do texto “O PROJETO DE ARQUITETURA DE ESPAÇOS TEMPORÁRIOS COM O USO DE
SISTEMA CONSTRUTIVO REMONTÁVEL: Um estudo exploratório” – Glauce Lilian Alves de Albuquerque.
Capítulo 4, 64-82. Natal, 2013.
No presente trabalho será analisado e comentado a tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGAU – UFRN), como requisito
parcial para a obtenção de título de Doutora em Arquitetura e Urbanismo, escrito por Glauce Lilian Alves de
Albuquerque e orientado pela docente Gleice V. Azambuja Elali, que teve como objetivo o estudo da arquitetura
portável ou remontável, que, contrário a arquitetura convencional (feita para ser permanente), corresponde à
concepção projetual de espaços com fins temporários. A tese possui o grande foco em projeto arquitetônico de
espaços que sejam pensados e produzidos partindo de sistemas construtivos que possam ser levados a vários
sítios (processo de montagem/desmontagem/remontagem) de maneira que seja possível identificar os tipos de
espaços gerados e os processos utilizados em sua projetação.
Ao falar do primeiro capítulo, a autora nos mostra que ao se referir de arquitetura e da concepção de um
projeto o que vem à cabeça é a questão estrutural e é impossível desvincular isso do sistema construtivo. A
estrutura é muitas vezes determinada como a condição mais marcante da arquitetura. Apesar disso, é possível
reparar que existe um distanciamento histórico da figura do arquiteto das técnicas de aplicação da estrutura na
concepção de projeto, e é muito necessário que se desmistifique a questão de que as definições estruturais são
apenas do engenheiro. Tendo como observações do capítulo vemos que em algumas situações cotidianas o
conhecimento superficial sobre os sistemas estruturais leva os arquitetos a adotarem sistemas tradicionais em
seus projetos, deixando por exemplo as estruturas metálicas em segundo plano, desconsiderando características
favoráveis no processo construtivo. Glauce aborda quatro pontos importantes que justificam o uso de tais
estruturas, sendo eles: flexibilidade, modulação espacial, portabilidade e a tectônica.
Contém vários conceitos que definem a flexibilização, um deles é que esta seria a capacidade de um
ambiente ser organizado de várias formas ou arranjos espaciais. Lacher e Santos classificam três tipos de
abordagem sobre a flexibilidade, sendo: I quanto ao dimensionamento do espaço, que diz respeito a possibilidade
de mudanças no espaço sem modificar significativamente a concepção arquitetônica; II quanto à função ou
utilização do espaço que indica a possibilidade de coexistir dois ou mais tipos de uso em um mesmo ambiente; III
quanto ao processo construtivo empregado, que trata da facilidade de substituição de elementos construtivos, que
supõem que a flexibilidade estaria ligada intimamente as questões de projeto. A partir disso, temos a possibilidade
de ajustar um espaço, às exigências acaba sendo um diferencial que o Modernismo defendeu propondo a
necessidade de criar espaços múltiplos e que também seriam mutáveis com a premissa projetual que
proporcionou a adoção da planta livre.
Outro conceito a ser debatido pela autora durante a tese é a modulação espacial, que é definida na
necessidade de ordenar um espaço por meio de normas que regulam e norteiam as dimensões, o que simplifica e
também auxilia na execução de edificações. Então, as medidas usadas num sistema modulado são pautadas
num traçado geométrico, mas que não significa que seja retilíneo ou sem variações formais, ao contrário, a partir
de um módulo muitas composições podem ser criadas, sendo retas, escalonadas, curvas ou orgânicas.
Finalizando os pontos abordados pela autora, uma das definições mais atuais de tectônica é a de
Frampton, que relaciona a materialidade da arquitetura a sua essência, sendo o centro do ofício do arquiteto.
Seguindo esse pensamento, o profissional deve ter habilidade necessária para materializar o produto
arquitetônico planejado, competência que exige um conhecimento profundo de seus componentes.
A partir desse momento, a autora destaca que o foco do estudo serão as tensoestruturas, por estarem
mais presentes nas coberturas de espaços montáveis, e busca trazer informações históricas e técnicas sobre
esse tema. Ela explica que as tensoestruturas são estruturas originadas da primitiva tenda nômade, que era
pensada justamente para ser transitória, mas que com o passar do tempo, devido a sua durabilidade, foi
designada também para construções permanentes.
Sendo assim, segundo Nunes (2008) “As estruturas tensionadas ou tensoestruturas, denominadas ainda
de membrana, correspondem a um tipo de estrutura espacial em metal, utilizando cabos tensionados e cobertura,
em geral, em tecido ou membrana. ”. A autora explica que esse tipo de estrutura tem como características serem
leves, delgadas, móveis e resistentes à tração, permitindo assim vencer grandes vãos e serem produzidas
diversas composições plásticas. A autora reforça que a durabilidade e a adaptabilidade desse sistema é o que a
torna tão versátil e promissora, pois pode ser pensada de diversas formas, através de diferentes modulações e
dimensões, podendo ser propostas para grandes edificações e para pequenas, como por exemplo para,
respectivamente, estádios e abrigos de emergência. É apresentado que somente a partir do século XX que a
difusão se tronou mais intensa, já que a partir deste momento temos um movimento industrial crescente. Isso
permitiu uma maior produção de peças industrializadas, e a geração de uma logística de fabricação mais
funcional, com melhores condições de execução e montagem, além da facilidade de transporte e modulação.
Como complementação, segundo Elias (2002) as principais características das tensoestruturas são: a
desmontabilidade, a translucidez, a leveza estrutural, a variabilidade formal e geométrica, a possibilidade de
vencer grandes vãos com uma estrutura delgada, a evocação simbólica/histórica e a relação custo benefício. A
seguir, a autora apresenta a classificação das estruturas tensionadas, segundo Nunes (2008), que são divididas
em permanentes, temporárias e conversíveis e retráteis. Sendo as permanentes aquelas que se associam à
construção convencional, as temporárias aquelas que podem ser remontadas e transportadas e as conversíveis e
retráteis aquelas que associam o caráter permanente e temporário em sua configuração espacial.
Outra classificação, segundo Obata (2008) é relacionada às formas do sistema estrutural e seus apoios,
podendo ser classificados em quatro grupos. São eles os sistemas que se apoiam através de cabos, os que usam
sistemas pneumáticos, os através de arcos e os de tendas. Além desta, temos também a classificação quanto à
sua curvatura, que podem ser sinclásticas ou anticlásticas, e quanto à sua geometria, divididas em parabolóides
hiperbólicos, tendas cônicas ou multi cônicas, suportadas por arcos e, onduladas ou plissadas.
Além disso, a autora explica que podemos classificar as estruturas tensionadas pelo tipo de cobertura
adotada e que isso varia diretamente à escolha do caráter de edificação (permanentes, temporárias ou
conversíveis), pois é a partir da escolha da estrutura, que se decide o material a ser utilizado. A cobertura pode
ser de membrana, de malha e inflável. Segundo Pauletti (2003), no caso de uso das coberturas de malha, o mais
recomendado é que sejam usadas em edificações de cunho permanente, já no caso das coberturas de membrana
e infláveis, o uso é mais indicado em edificações temporárias. A autora faz uma citação das empresas brasileiras
que produzem as coberturas tensionadas, além de fazer um comparativo entre profissionais que tem abordado
mais este tipo de técnica, gerando uma crítica ao pouco desenvolvimento e uso das tensoestruturas pelos
arquitetos. Pois defende queesse tipo de estrutura tem sido cada vez mais usado, tanto por sua versatilidade e
durabilidade, quanto por sua beleza estética.
Portanto, podemos inferir do capítulo estudado o quanto podemos usufruir deste tipo de arquitetura, que
nos oferece diversos meios e formas de se construir, além de possibilitar um grande repertório estético e funcional
que tende a ser usado cada vez mais no meio da construção civil. Pois pode ser usado de uma arquitetura
emergencial a uma edificação permanente de grandes dimensões, refletindo na arquitetura e estética
contemporânea.
Tensoestruturas- estudos de caso
1.Tensoestrutura permanente
Com um olhar mais próximo para uma tensoestrutura de caráter permanente, é dado o exemplo da
tensoestrutura localizada em Ananindeua- Pará. A mesma fora escolhida a princípio porque traz consigo uma
inovação construtiva além de seu destaque arquitetônico. Toda sua estrutura, visivelmente nítida, é um marco
construtivo para todos os usuários, que incluem os trabalhadores e os clientes, além dos turistas que sempre
tendem a percorrer nas extremidades da capital de Belém- PA. A construção é uma grande tensoestrutura, que
conforma um pavilhão com área total coberta de 3.127,15 m 2. É uma estrutura independente das poucas partes
edificadas do pavilhão idealizada em módulos hexagonais independentes por razões geométricas, construtivas e
conceituais.
Dentre os respectivos módulos ilustrados [F.01 e F.02] abaixo, contém três de diferentes níveis, medidas,
e formas. O primeiro é frequente em quarenta e duas unidades, e se constitui de um “cálice” auto-portante. A
drenagem de cada elemento se faz por um tubo em PVC de 100 mm, posicionado verticalmente no centro do
conjunto, entre as peças estruturais metálicas.O segundo tipo de elemento ocupa área maior que a do hexágono
modular padrão, e é utilizado quatro vezes na composição, é uma cobertura com estrutura metálica tubular,
igualmente auto-portante, do tipo “guarda-chuva”.O terceiro tipo de elemento é a “tenda cônica”, de maior porte
no conjunto edificado, mas utilizado apenas duas vezes. Possui sua estrutura de sustentação externa à cobertura,
composta por dez mastros monumentais em aço e cada cúpula tem sua forma delineada por seis arcos que,
partindo e apoiando-se nos mastros de aço, seguem, em linhas meridianas, à coroa da cúpula onde está um anel
que as recebe, sustenta a membrana, e apóia, ainda, um exaustor eólico. Este último é o elemento diferencial na
composição arquitetônica da feira, e, por isso, elevam-se do nível geral das coberturas do pavilhão.
De fato, o que mais chama atenção para as tensoestruturas é o fato delas se desenvolverem em módulos
versáteis e flexíveis, e assim, proporcionando uma maior liberdade formal. Além disso, há diversos pontos
positivos que merecem ser citados. Dentre eles há a possibilidade de fornecer proteção do sol e das chuvas, e
assim, o conforto térmico é estabelecido sem deixar de seguir as primícias de uma estrutura padrão (como o
concreto armado). Um fator econômico é outro ponto redundante, pois custou aos cofres municipais 70% do que
custaria sua alternativa exclusivamente metálica, e suas peças foram fabricadas e montadas com maior rapidez e
facilidade (durante sessenta dias) contribuindo para uma mão de obra mais barata. O uso dos materiais marca o
programa, já que a feira é de natureza essencialmente efêmera e a lona é um elemento consagradamente utilizado
em abrigos temporários, em estabelecimentos provisórios de diversas naturezas. Por fim, a translucidez de seu
material permite o funcionamento diurno do pavilhão sem iluminação artificial, economizando-se energia elétrica.
Figura 01: fachada. Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/623364/feira-da-cidade-meia-dois-nove-arquitetura-e-
consultoria/
Figura 02: planta de cobertura.Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/623364/feira-da-cidade-meia-dois-nove-arquitetura-e-consultoria/
Figura 03: perspectiva.Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/623364/feira-da-cidade-meia-dois-nove-arquitetura-e-consultoria/53b18e44c07a80790f000162-feira-da-cidade-
meia-dois-nove-arquitetura-e-consultoria-foto
2.Tensoestrutura temporárias
https://www.archdaily.com.br/br/623364/feira-da-cidade-meia-dois-nove-arquitetura-e-consultoria/*
https://www.archdaily.com.br/br/623364/feira-da-cidade-meia-dois-nove-arquitetura-e-consultoria/*
https://www.archdaily.com.br/br/623364/feira-da-cidade-meia-dois-nove-arquitetura-e-consultoria/*
https://www.archdaily.com.br/br/623364/feira-da-cidade-meia-dois-nove-arquitetura-e-consultoria/
Diferente das tensoestruturas permanentes, é o fato das tensoestruturas temporárias serem projetadas e
mantidas em um período de tempo.Isso ocorre porque alguns usos são temporários e transitórios, como é o caso
deste respectivo exemplo, em que foi preciso de uma tensoestrutura cuja sua principal finalidade foi proteger o
local do seu respectivo objetivo. Logo, essa construtibilidade é bastante usual na engenharia civil, e é um dos
métodos de garantir uma construção mais segura dos intemperismos naturais e até mesmo na ação humana.
Desse modo, uma grande tensoestrutura com forma semi-cilíndrica composta por uma sequência de arcos
metálicos treliçados espaciais foi a solução encontrada para acomodar a fábrica temporária de torres de concreto
pré-moldado para usinas eólicas da Indústria Wobben Windpower. Isso garantiu uma velocidade de execução,
possibilitou a desmontagem e nova montagem da cobertura em outro local. Além disso, a empresa realizou a
confecção e instalação da membrana desta tensoestrutura.
Figura 04: perspectiva.Fonte:http://formatto.ind.br/tensoestruturas/
http://formatto.ind.br/tensoestruturas/

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