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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

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DIREITO
ADMINISTRATIVO
Princípios Administrativos
Prof. Ricardo Medrado
2
AULA
627.532.902-53
mentoriaodp
Princípios Administrativos Ricardo Medrado
www.seraprovado.com.br2
DIREITO ADMINISTRATIVO
Ricardo Medrado é Delegado de Polícia Civil do Estado do Amazo-
nas. Especialista em Direito Público pela Faculdade Fortium de Bra-
sília/DF. Formado em Direito pela Universidade Federal de Alago-
as - UFAL. Trabalhou como Assessor jurídico no Departamento de 
Convênios e Contratos do Ministério do Turismo - AGU, em Brasília/
DF. Foi aprovado nos seguintes concursos públicos: MPU (Analista 
Processual), DATAPREV (Analista - especialista em Direito) e Polícia 
Civil do Estado de Rio Grande do Sul (Delegado de Polícia).
CRONOGRAMA DAS AULAS
AULA 01. ......................................................... ATOS ADMINISTRATIVOS
AULA 02. ............................................... PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
AULA 03. ................................................... PROCESSO ADMINISTRATIVO
AULA 04. ..................................... RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
AULA 05. ..................................................... ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
AULA 06. ........................................... ADMINISTRAÇÃO PUBLICA DIRETA
AULA 07. ........................................... ADMINISTRAÇÃO PUBLICA DIRETA
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Ricardo Medrado Princípios Administrativos
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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
Princípios Basilares do Direito Administrativo
É somente com a compreensão do conteúdo e do alcance dos princípios que se consegue 
entender as diversas normas integrantes de um determinado ramo do direito.
No que concerne ao Direito Administrativo, dois princípios basilares ganham especial rele-
vância por possibilitarem a compreensão de todos os demais princípios e normas integrantes 
desse ramo de direito. 
São eles: a supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público.
No entanto, antes de estudarmos os princípios em si, necessário se faz realizar uma rápida 
abordagem sobre o tema “interesse público”.
Interesse Público
Por atuar na busca da consecução de interesses coletivos, a Administração desfruta de 
vantagens não extensivas aos particulares (prerrogativas públicas – tais como o poder de 
desapropriar e de efetuar o tombamento de um imóvel). Sendo assim, ela não pode, por 
óbvio, abrir mão desses fi ns públicos. 
Ao agente público não é lícito, sem que a lei o autorize, transigir, negociar, renunciar, 
mitigar, ou seja, de qualquer forma dispor de interesses públicos, mesmo daqueles cujos 
equivalentes na seara privada seriam considerados em regra disponíveis (como o direito de 
cobrar um crédito).
É nesse contexto que se chega à afi rmação de que o princípio da supremacia do interesse 
público justifi ca a concessão de prerrogativas públicas, poderes especiais; ao passo que o 
princípio da indisponibilidade impõe a estipulação de restrições, sujeições, limitações espe-
ciais à atuação administrativa. 
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
SOBRE O INTERESSE PRIVADO
É inerente a qualquer sociedade. 
Não obstante tal constatação, a Constituição Federal não fez menção expressa a esse 
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princípio, embora possam ser encontradas diversas manifestações concretas dele no texto 
constitucional, a exemplo dos institutos da desapropriação e da requisição da propriedade 
particular (CF, art. 5.º, XXIV e XXV). 
Por isso, pode-se afi rmar que o princípio da supremacia do interesse público sobre o par-
ticular encontra-se implícito na Constituição Federal.
Conforme lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da supremacia do interesse 
público “está presente tanto no momento da elaboração da lei como no momento da sua exe-
cução em concreto pela Administração Pública. Ele inspira o legislador e vincula a autoridade 
administrativa em toda a sua atuação” . 
Em nome do princípio da supremacia do interesse público, o legislador pátrio previu di-
versos mecanismos de intervenção do estado na propriedade e no domínio econômico, a 
exemplo da desapropriação para fi ns de necessidade ou utilidade pública ou interesse social, 
da requisição da propriedade no caso de iminente perigo público, do tombamento para res-
guardar o patrimônio histórico e cultural etc.
Além de inspirar o legislador, o princípio da supremacia do interesse público também 
vincula a autoridade pública no exercício da função administrativa, uma vez que as prerro-
gativas (poderes) conferidas à Administração não são manejáveis ao sabor dos interesses 
pessoais dos governantes.
O poder é atribuído por ser necessário à consecução de fi nalidades públicas, consistindo, 
justamente por isso, num poder-dever a ser exercido. 
Não obstante sua notória importância, a supremacia do interesse público sobre o interesse 
privado, justamente por ser um princípio, não desfruta de posição hierárquica privilegiada 
quando em confl ito com os demais princípios. 
Em suma, podemos afi rmar que a supremacia do interesse público sobre o interesse pri-
vado fundamenta a atribuição ao Estado de prerrogativas nas suas relações com os particu-
lares, mas o exercício desses privilégios somente será legítimo se respeitados os direitos e 
as garantias individuais. 
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PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
Forma a base do regime jurídico- administrativo. 
Todos os demais princípios de Direito Administrativo se constroem sobre ele.
O princípio da indisponibilidade do interesse público também está implícito na Constituição 
Federal. 
Como a administração pública é mera gestora de bens e interesses públicos, que em últi-
ma análise pertencem ao povo, estes não se encontram à livre disposição do administrador, 
devendo o agente público geri-los, curá-los, da forma que melhor atenda ao interesse da 
coletividade. 
Com efeito, a Administração não pode abrir mão da busca incessante da satisfação do in-
teresse público primário (bem comum) nem da conservação do patrimônio público (interesse 
público secundário).
Tal indisponibilidade é imposta às autoridades administrativas, que administram patrimô-
nio alheio, não podendo dele dispor. 
Como manifestação desse princípio, a Administração não pode alienar bens públicos en-
quanto estes estiverem destinados a uma fi nalidade pública específi ca (afetados a uma fi na-
lidade pública). 
Mesmo quando os bens públicos estiverem desafetados, a sua alienação não é livre, de-
vendo respeitar as exigências legais, dentre as quais se destacam a necessidade de autori-
zação legislativa e a realização de licitação.
Além disso, em razão da indisponibilidade, a Administração Pública, ao contratar seus ser-
vidores ou celebrar contratos com terceiros, deverá proceder à escolha destes mediante a 
realização de concurso público e de licitação pública, respectivamente.
Por fi m, segundo lição de Celso Antônio Bandeira De Mello , como consequência da indis-
ponibilidade, a Administração se submete também aos princípios: 
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a) da legalidade, 
b) da obrigatoriedade do desempenho e da continuidade do serviço 
público, 
c) do controle administrativo ou tutela, 
d) da igualdade dos administrados, 
e) da publicidade, 
f) da inalienabilidade dos direitos concernentes a interesses públicos e 
g) do controle judicial dos atos administrativos. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Surgiu com o Estado de Direito e vincula toda a atuação do Poder Público, seja ela admi-
nistrativa, legislativa ou jurisdicional. 
A atividade administrativa deve ser exercida em estrita consonância com a lei. 
Em outros termos, a administração somente pode agir quando autorizada por lei, dentro 
dos limitesque a lei estabelecer e seguindo o procedimento que a lei exigir.
Condiciona a validade do ato administrativo à prévia autorização legal.
O princípio da legalidade se aplica de maneira distinta aos particulares e à Administração.
No caso dos particulares, aplica-se o disposto no art. 5.º, II, da CF/1988, segundo o qual: 
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 
Com efeito, para os particulares vige o princípio da autonomia da vontade, sendo estes livres 
para praticar todo e qualquer comportamento que a lei não vedar.
Diferentemente, o princípio da legalidade vincula de maneira positiva a Administração, 
estando o agente público, no exercício de sua função, subordinado aos exatos termos da lei, 
somente podendo praticar os atos que lhe sejam legalmente autorizados. 
Como decorrência do princípio da legalidade, a administração pública não pode, por sim-
ples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor 
vedações aos administrados; para tanto, ela depende de lei. 
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Como consequência prática do princípio da legalidade, por exemplo:
a) não pode ser exigido exame psicotécnico em concurso público sem 
expressa previsão em lei;
b) não pode ser imposto limite de idade em concurso público sem 
expressa previsão em lei;
c) não pode um servidor ser exonerado de ofício (sem prévio 
processo disciplinar) por abandono de cargo, já que mesmo nesse 
caso a lei obriga a realização de processo disciplinar, com as 
garantias da ampla defesa e contraditório;
d) não pode um decreto (que é ato hierarquicamente inferior à lei) 
conceder direitos e impor obrigações a terceiros etc (ressalva 
apenas quanto ao decreto autônomo, que é capaz de “inovar” o 
ordenamento jurídico).
Por outro lado, não podemos perder de vista que a legalidade, além de subordinar os atos 
administrativos vinculados, condiciona os atos administrativos discricionários. 
Mesmo nesses casos, a atuação administrativa, embora discricionária, não é totalmente 
livre, já que sob alguns aspectos (competência, forma e fi nalidade) a lei impõe limitações. 
Daí por que podemos afi rmar que a discricionariedade implica liberdade de agir dentro dos 
limites impostos pela lei.
Segundo observa Celso Antônio Bandeira de Mello , no nosso ordenamento jurídico exis-
tem algumas restrições excepcionais ao princípio da legalidade, quais sejam: 
a) medidas provisórias; 
b) estado de defesa; 
c) estado de sítio. 
As MEDIDAS PROVISÓRIAS são atos do Presidente da República, expedidos em casos de 
relevância e urgência, gozando de “força de lei”.
O ESTADO DE DEFESA é medida decretada pelo Presidente da República, depois de serem 
ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, destinada a preservar 
ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz 
social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamida-
des de grandes proporções na natureza (CF/1988, art. 136). Dentre as medidas previstas na 
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Constituição Federal possíveis de serem adotadas no estado de defesa estão as de restrição 
aos direitos de: 
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; 
b) sigilo de correspondência; 
c) sigilo de comunicação telegráfi ca e telefônica.
Por sua vez, o ESTADO DE SÍTIO será decretado pelo Presidente da República, após serem 
ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional e após autorização do 
Congresso Nacional, nos casos de: 
a) comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos 
que comprovem a inefi cácia de medida tomada durante o estado 
de defesa; e 
b) declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada 
estrangeira (CF/1988, art. 137). 
No estado de sítio podem ser adotadas, entre outras, as seguintes medidas restritivas de 
direitos individuais: 
a) obrigação de permanência em localidade determinada; 
b) detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por 
crimes comuns; 
c) restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo 
das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de 
imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; 
d) suspensão da liberdade de reunião etc.
Realmente a edição de medidas provisórias com “força de lei” e a possibilidade de restrição 
de direitos e garantias formalmente fundamentada em atos do Poder Executivo devem ser 
consideradas exceções ao princípio da legalidade.
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
O princípio da impessoalidade apresenta três signifi cados (ou facetas), quais sejam: 
a) fi nalidade pública; 
b) isonomia; 
c) imputação ao órgão ou entidade administrativa dos atos 
praticados pelos seus servidores.
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Todos os agentes públicos devem cumprir a lei de ofício, mesmo que, em virtude de suas 
convicções, considerem a norma injusta. 
Segundo essa primeira acepção da impessoalidade, os fi ns públicos, na forma estabelecida 
em lei, devem ser perseguidos independentemente da pessoa que exerce a função pública. 
É por conta desse raciocínio que alguns autores enxergam implicitamente inserido no prin-
cípio da impessoalidade o princípio da fi nalidade.
Se eventualmente o agente público pratica o ato administrativo sem interesse público, vi-
sando unicamente satisfazer a interesse privado, o ato sofrerá desvio de fi nalidade, podendo 
por isso vir a ser invalidado.
A segunda faceta do princípio da impessoalidade traz o foco da análise para o administrado. 
Não importa a pessoa que está se relacionando com a administração, o tratamento deve 
sempre ser isonômico. 
A lei é para todos. 
Não pode haver a concessão de privilégios ou realização de perseguições.
Nessa segunda acepção, a exigência de impessoalidade decorre do princípio da isonomia, 
o que repercute: 
a) na exigência de licitação prévia às contratações realizadas pela 
Administração; 
b) na necessidade de concurso público para o provimento de cargo 
ou emprego público; 
c) na vedação ao nepotismo, conforme cristalizado na Súmula 
Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal; 
d) na invocação de impedimento ou suspeição pela autoridade 
responsável por julgar o processo administrativo; 
e) no respeito à ordem cronológica para pagamento dos precatórios etc.
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Numa terceira acepção do princípio da impessoalidade, deve-se imputar a atuação adminis-
trativa ao Estado, e não aos agentes públicos que a praticam (teoria da imputação volitiva).
Com efeito, as realizações estatais não são imputadas ao servidor que as praticou, mas ao 
ente ou entidade em nome de quem foram produzidas. 
Na contramão da impessoalidade, vemos a utilização da propaganda ofi cial como meio de 
promoção pessoal de agentes públicos.
Tentando restringir a promoção pessoal de agentes públicos, por meio de propaganda fi -
nanciada com os cofres públicos, o art. 37, § 1.º, da CF/1988 estabelece a seguinte regra:
Art. 37. [...]
§ 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal 
de autoridades ou servidores públicos.
Outra maneira de enxergar a aplicação do princípio da impessoalidade nessa terceira 
acepção diz respeito ao exercício de fato de função pública por servidor investido irregular-
mente em cargo ou função (teoria da funcionário de fato).
Como os atos que ele pratica são imputados à administração e não à pessoa do servidor, 
eles são considerados válidos, não sepodendo prejudicar os particulares de boa-fé que foram 
atendidos por tal agente.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA
A moral administrativa é aquela que determina a observância a princípios éticos extraídos 
da disciplina interna da administração. 
Nesse ponto devemos deixar claro que não existe um conceito legal ou constitucional de 
moralidade administrativa. 
Na verdade, trata-se de um conceito jurídico indeterminado, a ser formatado pelo enten-
dimento da doutrina e jurisprudência. 
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Com efeito, o princípio da moralidade diz respeito à noção de obediência aos valores mo-
rais, aos bons costumes, às regras da boa administração, aos princípios da justiça e da equi-
dade, à ideia comum de honestidade, à ética, à boa-fé e à lealdade.
Tal princípio deve ser observado não só pelos agentes públicos, como também pelos par-
ticulares ao se relacionarem com a Administração Pública.
Como exemplo de atos praticados pelos agentes públicos que violam o princípio da mora-
lidade administrativa podemos citar: 
a) prática de nepotismo; 
b) utilização de publicidade governamental com o fi m exclusivo de 
autopromoção da autoridade pública; 
c) prática de atos de favorecimento próprio etc. 
Por sua vez, os particulares também violam a moralidade 
administrativa quando, por exemplo: 
a) fazem “colas” em concursos públicos; 
b) ajustam conluios em licitações etc.
A moralidade é requisito de validade do ato administrativo. 
Assim, a conduta imoral, à semelhança da conduta ilegal, também pode trazer como con-
sequência a invalidade do respectivo ato, que pode ser decretada pela própria administração 
(autotutela) ou pelo Poder Judiciário.
O controle judicial da moralidade administrativa está consagrado no art. 5.º, LXXIII, da 
CF/1988, que trata da ação popular, ao dispor que:
Art. 5.º [...]
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade 
de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, fi cando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência.
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Há um tipo de imoralidade qualifi cada cuja gravidade é tão acentuada que mereceu espe-
cial tratamento constitucional e legal. 
Trata-se da improbidade administrativa, que, uma vez reconhecida, redundará na retirada 
do ato do ordenamento jurídico e na imposição ao sujeito que a praticou das seguintes con-
sequências: perda da função pública, indisponibilidade dos bens, ressarcimento ao erário e 
suspensão dos direitos políticos (CF, art. 37, § 4.º). 
O procedimento administrativo de apuração encontra-se disciplinado na Lei 8.429/1992 
(Lei de Improbidade Administrativa).
De forma ainda mais severa, o art. 85, V, da Constituição Federal qualifi ca como crime de res-
ponsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a probidade administrativa. 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade decorre do princípio democrático.
A publicidade se liga diretamente ao exercício da cidadania, ao permitir que o povo, to-
mando conhecimento de práticas administrativas que considere lesivas ao interesse público, 
adote providências no sentido de corrigi-las e punir o responsável.
O seu primeiro objetivo é assegurar transparência ou visibilidade da atuação administrati-
va, possibilitando o exercício do controle da Administração Pública.
Nessa linha, o inciso XXXIII do art. 5.º da Constituição Federal garante a todos “o direito a 
receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo 
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.”
O sigilo é excepcional, podendo ser aplicado apenas quando a divulgação da informação 
puser em risco a segurança da sociedade e do Estado. 
Além disso, a publicidade também não pode ser interpretada a ponto de permitir a viola-
ção da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (CF, art. 5.º, X), ou 
do sigilo da fonte quando necessário ao exercício profi ssional (CF, art. 5.º, XIV).
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Visando garantir transparência na atuação da administração pública, a CF/1988 prevê:
a) o direito à obtenção de certidões em repartições públicas, para 
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse 
pessoal, independentemente do pagamento de taxas (art. 5.º, 
XXXIV, “b”);
b) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos 
ou contra ilegalidade ou abuso de poder, independentemente do 
pagamento de taxas (art. 5.º, XXXIV, “a”);
c) e o direito de acesso dos usuários a registros administrativos e 
atos de governo (art. 37, § 3.º, II).
Em caso de desrespeito a tais regras, o interessado possui à sua disposição ações consti-
tucionais específi cas para a tutela do seu direito como o habeas data (CF, art. 5.º, LXXII) e o 
mandado de segurança (CF, art. 5.º, LXIX) ou mesmo as vias judiciais ordinárias.
Registremos que, visando disciplinar “os procedimentos a serem observados pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, com a fi nalidade de garantir o acesso a informações 
previstas no inciso XXXIII do art. 5.º, no inciso II do § 3.º do art. 37 e no § 2.º do art. 216 
da Constituição Federal”, foi editada a Lei 12.527/2011, apelidada de Lei de Acesso à Infor-
mação ou Lei da Transparência Pública. 
Trata-se de uma lei de normas gerais, de caráter nacional, que obriga todos os entes pú-
blicos, todas as entidades da Administração Indireta, todas as entidades controladas direta 
ou indiretamente pelos entes federados e todas as entidades privadas sem fi ns lucrativos que 
recebam recursos públicos à realização de ações de interesse público.
No que concerne aos mecanismos adotados para a concretização do princípio, a publici-
dade poderá se dar por meio da publicação do ato ou, em alguns casos, pela sua simples 
comunicação aos destinatários.
Assim, se não houver norma determinando a publicação, os atos administrativos que não 
gerem efeitos externos à Administração não precisam ser publicados, fi cando atendido o 
princípio da publicidade mediante a comunicação aos interessados. 
O dever de publicação somente recai sobre os atos que gerem efeitos externos à Adminis-
tração ou quando haja norma legal determinando a publicação.
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Quando a lei obrigar a publicação do ato, esta deverá ser feita na Imprensa Ofi cial.
A publicidade do ato é necessária para que este gere efeitos (efi cácia), mas não para sua 
validade ou sua perfeição. Assim, um ato não publicado, conquanto não esteja apto a gerar 
efeitos perante terceiros, não pode, somente por isso, ser considerado inválido ou imperfeito.
Por fi m, lembrar a redação do art.37, §1º da Constituição Federal:
“a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servi-
dores públicos”.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Somente com o advento da Emenda Constitucional 19/1998 – denominada “Emenda da 
Reforma Administrativa” – é que o princípio da efi ciência passou a ser expressamente pre-
visto no caput do art. 37 da Constituição Federal de 1988. 
O dever de efi ciência corresponde ao “dever da boa administração”. 
Exige que a atividade administrativa seja exercida com economicidade, presteza, perfei-
ção e rendimento funcional. 
É o maismoderno princípio da função administrativa. 
O conteúdo do princípio da efi ciência diz respeito a uma administração pública que prime 
pela produtividade elevada, pela economicidade, pela qualidade e celeridade dos serviços 
prestados, pela redução dos desperdícios, pela desburocratização e pelo elevado rendimento 
funcional. 
Diz respeito a dois aspectos: 
1.º) modo de atuação do agente público; e 
2.º) modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração 
Pública.
Do ponto de vista da atuação do agente público, espera-se que este desempenhe suas 
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funções norteado pela busca dos melhores resultados. 
O mesmo se espera da estrutura administrativa, que deve ser organizada de forma a lo-
grar os melhores resultados na prestação do serviço público.
Questões
03Q1034460
Direito Administrativo Princípios da Administração Pública
Ano: 2019 Banca: IESES Órgão: Prefeitura de São José – SC Prova: Agente de Fazenda
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade dentre outros.
I. O princípio da legalidade consiste no fato de que o administrador 
somente poderá fazer o que a lei permite.
 II. O principio da Impessoalidade estabelece que a Administração 
Pública, através de seus órgãos, não poderá, na execução das 
atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve 
imperar o interesse social e não o interesse particular.
III. O princípio da moralidade administrativa, deve agir com boa-fé, 
sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta a 
obrigação ao administrador público de observar somente a lei.
IV. O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação de todos 
os atos praticados pela Administração Pública.
Assinale a alternativa correta: 
a) Apenas a assertiva II está correta. 
b) Apenas as assertivas II, III e IV estão incorretas. 
c) Apenas as assertivas III e IV estão incorretas. 
d) Apenas a assertiva II está incorreta. 
# “Observar somente a lei” está relacionada ao princípio da 
legalidade.
i Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 31ª Edição. Editora Forense. 2018. Pg. 180
ii Bandeira de Mello, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 30ª edição. Malheiros Editores. 2013. Pg. 177
iii Bandeira de Mello, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 30ª edição. Malheiros Editores. 2013. Pg. 192
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Princípios Administrativos Ricardo Medrado
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# Nem todos os atos praticados pela Administração Pública devem 
ser publicados. Os atos “interna corporis”, por exemplo (pois dizem 
respeito às questões internas da Administração).
05Q1034486
Direito Administrativo Princípios da Administração Pública
Ano: 2019 Banca: IESES Órgão: Prefeitura de São José – SC Prova: Técnico em Segu-
rança do Trabalho
 De acordo com o Artigo 37 da Constituição Federal, a administração pública direta e in-
direta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos seguintes princípios: 
a) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi ciência.
b) Legalidade, pessoalidade, moralidade, sigilo e efi cácia. 
c) Legalidade, impessoalidade, moralidade, ética e efi cácia.
d) Ética, pessoalidade, moralidade, sigilo e efi ciência. 
# Famoso L.I.M.P.E 
Direito Administrativo Princípios da Administração Pública
Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Cuiabá – MT Prova: Ofi cial Administrativo
“A Administração deve manter-se numa posição de neutralidade em relação aos adminis-
trados, fi cando proibida de estabelecer discriminações gratuitas. Só pode fazer discrimina-
ções que se justifi quem em razão do interesse coletivo, pois as gratuitas caracterizam abuso 
de poder e desvio de fi nalidade, que são espécies do gênero ilegalidade”. Em relação ao 
princípio administrativo do enunciado, assinale a alternativa correta.
a) Moralidade
b) Legalidade
c) Efi ciência
d) Impessoalidade
# Atuação impessoal da Administração Pública. É um agir 
não discriminatório. Não favorecer nem prejudicar pessoas 
determinadas.
10Q1045517
Direito Administrativo Princípios da Administração Pública
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas – SP Prova: Agente Fiscal
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Ricardo Medrado Princípios Administrativos
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A respeito dos princípios da Administração Pública, assinale a alternativa correta.
a) O princípio da legalidade autoriza que a Administração pratique 
todos os atos que a lei não proíba.
b) Em decorrência do princípio da publicidade, a publicação é 
pressuposto de validade de todos os atos administrativos. 
c) O princípio da moralidade não possui efi cácia normativa direta, 
exigindo prévia intermediação legislativa para ser aplicado.
d) O princípio da efi ciência importa em maior rigor no controle das 
atividades-meio da Administração.
e) O princípio da impessoalidade impede que o agente público se 
promova pessoalmente por meio de realizações da administração 
pública.
# A atuação do servidor é impessoal e não visa favorece-lo na 
carreira. A CF/88 veda da autopromoção pessoal do servidor às 
custas do seu agir de ofício.
GABARITO: C, A, D,E
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