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Crises convulsivas na infância

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Fernanda Cardoso Vieira 
 1 
Crises convulsivas na infância 
 
Introdução 
 
 Conceito: 
 
1. Crise epiléptica: manifestações elétricas anormais no cérebro sem necessariamente uma crise tônico clônica, mas 
pode ter 
2. Crise convulsiva: manifestações elétricas anormais no cérebro – tônico clônica 
3. Crise focal: manifestação tônico clônico, porém pega apenas uma parte do cérebro, não é generalizada como a 
crise convulsiva 
4. Estado de mal epiléptico (EME): crise convulsiva ou epiléptica por + de 30 min 
OBS.: nem toda crise epiléptica é uma crise convulsiva e vice-versa 
Uma pessoa chega em convulsão no PS pelo SAMU – considera um estado mal epiléptico ou não? Eu não sei nada da 
história dele, portanto eu considero como um mal epiléptico 
 
 É a emergência neuropediátrica mais comum 
 Até 10% das crianças até os 16 anos terão 1 episódio de crise convulsiva incluindo crise convulsiva febril 
 
Etiologia 
 
1. Febre - principal 
2. Epilepsia 
3. Infecções 
4. Asfixia perinatal (AVC isquêmico) 
5. Distúrbios hidroeletrolíticos 
6. DM – Hipoglicemia (+ comum) e cetoacidose diabética -> distúrbios hidroeletrolíticos 
7. TCE 
8. AVC 
9. Intoxicações exógenas 
10. Abstinência alcóolica, drogas ilícitas e lícitas 
11. Tumores de SN – hoje neoplasias do SNC é a 2ª causa mais comum nas crianças 
12. AVC hemorrágico 
 
Fisiopatologia 
 A descarga elétrica anormal do neurônio aumentará o metabolismo do mesmo. 
− Aumento de consumo de O₂ e glicose. 
− Aumento da produção de lactato e CO₂. 
 Se a descarga elétrica anormal chegar no córtex motor, cerebral e primeiro neurônio haverá a crise 
convulsiva. 
 Até 30 minutos, o próprio cérebro tem mecanismos de proteção neuronal. 
 
 
 
 
Fernanda Cardoso Vieira 
 2 
Estado de mal epiléptico (EME) 
 
 Crise que demora + de 30 min 
 Alta probabilidade de dano neurológico permanente 
 Outros sintomas associados 
a) Rabdomiólise 
b) IRA 
c) Hiperpotassemia 
d) Hipertermia 
e) Mioglobinúria 
f) Hipoxemia 
g) Acidemia 
h) Hiperglicemia (fase inicial) ou Hipoglicemia (EME prolongado) 
i) Hipertensão (fase inicial) ou Hipotensão (EME prolongado) 
 
Diagnóstico diferencial 
 
 Eventos que cursam com alteração aguda da consciência – síncope, arritmia cardíaca, perda de fôlego 
 Distúrbios paroxísticos do movimento – tiques, tremores, espasmos, distonias 
 Distúrbios do sono – terror noturno, sonambulismo, narcolepsia 
 Distúrbios psiquiátricos – ataques de pânico, crises simuladas, hiperventilação 
 Doença do refluxo gastroesofágico – síndrome de Sandifer -> faz microaspirações e uma parada 
momentânea 
 
Tratamento 
 
1. Manter via aérea pérvia 
2. Monitorização 
3. Medicação 
a) Diazepam – EV, IM (risco de necrose no local), VR -> via retal na mesma dose caso não conseguir pegar acesso. 
Em bolus – empurra com 10 ml de soro 
Não melhorou? Dá outra dose de Diazepam (não dá 3 para não rebaixar) 
Não melhorou (5 min)? Fenitoína 
Não melhorou (em 5 min)? Fenobarbital -> faz mesmo que ainda esteja correndo no soro, mas o tempo pra esperar a 
ação de 5 min. Pode usar o fenobarbital primeiro, depende do profissional e da disponibilidade 
b) Fenitoína e fenobarbital – fazem em bomba difusão correndo 20 min, não em bolus 
Não melhorou? Considerar intubação (IOT e ventilação mecânica) e midazolam 
 c) Midazolam (considerar IOT e ventilação mecânica) 
d) Tiopental e propofol – somente com paciente em ventilação mecânica – difícil chegar nesse ponto 
É difícil chegar ao ponto de intubar 
OBS.: ácido valproico – é recente e restrite – difícil de achar, não se encontra nos protocolos principais 
Fernanda Cardoso Vieira 
 3 
 
 
Exames complementares 
 
1. Glicemia capilar 
2. Hemograma e hemocultura 
3. Eletrólitos e gasometria arterial 
4. Pesquisa de erros inatos ao metabolismo e amônia 
5. Triagem toxicológica – pensar se tomou alguma coisa 
6. Dosagem sérica de medicação anticonvulsivante – deve dosar pois em algumas crianças a dose habitual não faz 
efeito -> isso ocorre por metabolismo acelerado, por exemplo 
7. Líquor – se suspeita de infecção do SNC. Fazer neuroimagem antes da punção liquórica para não herniar 
8. Neuroimagem (RNM – padrão ouro) – descartar neoplasia e sangramento 
 
Crise convulsiva febril 
 
 É uma crise convulsiva causada por febre 
 Período de febre até 24 horas antes e 24 horas depois da crise convulsiva – sempre perguntar 
 Não importa a temperatura, e sim a velocidade de instalação -> de 36° vai para 38° em 30 min tem chance 
alta de evoluir para crise convulsiva febril 
 Ocorre dos 6 meses aos 5 anos de idade -> por conta da neuroplasticidade – cérebro imaturo, resposta das 
citocinas desreguladas – chance maior de febre 
 Benigna 
 Sem necessidade de medicação profilática – apenas em uma única situação -> paciente mora longe, de 
difícil acesso a um serviço médico momentâneo 
 IVAS é a infecção que + causa crise convulsiva febril – no livro é otite média 
 
 
 
Fernanda Cardoso Vieira 
 4 
Caso clínico 
 
RTF, 2 anos, sexo masculino, dá entrada em pronto socorro em crise convulsiva. De acordo com mãe de paciente, ele é 
uma criança saudável e nunca teve problemas sérios de saúde, porém teve um episódio de febre (38,4°C) há 4 horas 
a) Qual a conduta imediata com esse paciente? 
R- Pega acesso e faz a medicação, Diazepam. 
b) Após o controle da crise quais são os próximos passos na condução deste paciente? 
R- Monitorar, exames físicos, imagens em busca da causa e tratar. 
c) Qual o prognóstico desse paciente? 
R- Bom 
 
 
Atividade 
 
1) Qual a medicação de inicio imediato no manejo da crise convulsiva? 
 R- Diazepam 
2) Qual o período de idade em que se pode manifestar a crise convulsiva febril? 
 R- 6 meses a 5 anos 
3) Em qual situação fazemos a profilaxia medicamentosa na crise convulsiva febril? 
 R- Sem necessidade de medicação profilática 
4) Cite dois diagnostico diferenciais para crise convulsiva. 
 R- Distúrbio do sono (terror noturno, sonambulismo, narcolepsia) 
 Distúrbios psiquiátricos (ataques de pânico, crises simuladas, hiperventilação) 
5) Em qual infecção a crise convulsiva febril é mais prevalente? 
 R- IVAS (o livro diz ser Otite (os dois são considerados)) 
 
 
	Etiologia
	Fisiopatologia
	Estado de mal epiléptico (EME)
	Diagnóstico diferencial
	Tratamento
	Exames complementares
	Crise convulsiva febril

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