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Análise do Capítulo V

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INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO 
 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
 
HISTÓRIA III – PROFESSOR FAÇANHA 
 
Curso de informática – Turma 502
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO LIVRO “A ERA DOS IMPÉRIOS: CAPÍTULO 5 – TRABALHADORES NO MUNDO”
 
 
Givanildo Lucas Santos da Rocha
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís – MA
2022
GIVANILDO LUCAS SANTOS DA ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE  DO LIVRO “A ERA DOS IMPÉRIOS: CAPÍTULO 5 – TRABALHADORES NO MUNDO”
 
 
 
Relatório apresentado ao Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Maranhão como parte das exigências para a obtenção de nota.
 
Orientador: Prof. Gilmary Façanha Martins 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís – MA 
 2022
Em primeira análise, é lícito postular que o capítulo V se inicia dando a entender que Eric Hobsbaum desenvolveria a seção abordando o que acontecia na vida dos trabalhadores, mas ao finalizar o capítulo é possível apreender que a proposta do autor é dar uma ideia de como a classe trabalhadora estava se organizando naquele período.
É notável que para o autor – e acredito que para a maioria – os trabalhadores foram os protagonistas no processos de urbanização. O historiador faz diversas colocações interessantes e como exemplo segue o primeiro questionamento deixado por Eric:
“... que aconteceria, na verdade, se os operários se organizassem politicamente como classe?’ – Capítulo 5, página 108(arquivo PDF)
Diante desse questionamento é possível concluir que essa organização desagregaria ainda mais a classe mais baixa da sociedade daquela época, uma vez que, segundo o próprio autor, as classes trabalhadoras eram “uma grande dispersão de fragmentos da sociedade”.
É de suma importância entender a diferença entre trabalhador e operário, pois no próprio texto o autor diz que há classes trabalhadoras – divisões daqueles que trabalham, como trabalhadores rurais, por exemplo – e operários – trabalhadores específicos das indústrias – e ele se utiliza disso diversas vezes para seguir uma linha de raciocínio que, sem o entendimento do emprego das palavras, torna-se confusa. Ademais, Hobsbaum discorre que apesar das divergências sejam elas causadas por diferentes fatores as classes trabalhadoras possuíam algo em comum: todas eram exploradas pelos burgueses.
A partir daí tem-se um crescimento significativo nos partidos socialistas de tal forma que “a depender do ponto de vista do observador, seria extremamente alarmante ou maravilhoso”. Esse crescimento se dá pela união dos operários a outras classes trabalhadoras, pois apesar do constante aumento significativo na porcentagem de operários nas indústrias ainda eram minorias em relação aos trabalhadores rurais e domiciliares. Agora, unidos, formavam o tal proletariado.
“Havia-se falado, habitualmente, em “classes trabalhadoras” no plural e jamais no singular”. – Capítulo 5, página 109(arquivo PDF)
Após, há o seguinte posicionamento do autor:
“...o que realmente excluíram não foi a consciência de classe como tal, mas a consciência política de classe.” – Capítulo 5, página 110(arquivo PDF)
Aqui há o conceito de consciência de classe estudado por Engels e Marx, para os quais a consciência de classe é a percepção do próprio papel produtivo. Logo, se isso não foi excluído da percepção das “classes trabalhadoras” o que seria a consciência política de classe? Os fundadores do socialismo científico diferenciaram o “classe em si” de “classe para si”, sendo esta última a organização política dos trabalhadores em comum para lutar pelos seus direitos. Daí surge a importância dos sindicatos e a relação entre capital e trabalho.
A abordagem deste capítulo suceder “A Política da Democracia”(capítulo 4) não é feita de forma simplista, pois a temática abordada em “Trabalhadores no Mundo” dialoga diretamente com seu antecessor. Isso porque a seção 4 trata sobre a implantação de uma política democrática – e as tentativas do Estado de impedi-la –, na qual o poder emana do povo. Quem eram as massas políticas daquele período de urbanização e industrialização? Primeiramente os trabalhadores, depois a pequena burguesia.
Também é estratégico colocar o capítulo 5 como antecessor da temática “Bandeiras Desfraldadas: Nações e Nacionalismo”, pois nesta parte 6 do livro Hobsbaum vai descrever o nacionalismo – principal causa não só da Primeira Guerra Mundial, mas também de várias outras – como uma arma do Estado, o qual vai mascarar as necessidades dos mais pobres e as vozes dos proletariados como uma só voz em busca de interesse comum.
“Os movimentos da classe operária, ao apelar para seus eleitores em potencial, na base da identificação de classe, não tardaram a compreender isso, na extensão em que precisaram competir, como de hábito em regiões multinacionais, contra partidos que pedia a proletários e a socialistas em potencial que os apoiassem como tchecos, como poloneses ou como eslovenos. Daí a sua preocupação, tão logo tornaram-se movimentos de massas, com a “questão nacional”.” – Capítulo 6
A partir de 1917, as causas das massas que o autor discorre no capítulo 5 voltam à tona se sobrepondo ao nacionalismo e ainda mais forte a favor de projetos que favoreciam as próprias massas.
Em suma, o capítulo 5 de “A Era dos Impérios” faz uma abordagem interessante ao apresentar uma ideia diferente do que se imagina encontrar(ideia esta supracitada no parágrafo 1 deste presente trabalho) com o olhar marxista do autor – assim como em boa parte do livro – , o qual se desloca entre conjunturas – nas quais se apresenta muito bem como historiador – para apresentar a influência delas na organização das classes trabalhadoras e como se formou o tal proletariado.

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